ALMOÇO / CONVÍVIO

ALMOÇO / CONVÍVIO

Os futuros almoços/encontros realizar-se-ão no primeiro Sábado do mês de Outubro . Esta decisão permitirá a todos conhecerem a data com o máximo de antecedência . .
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AS BOMBAS

.por Tó Zé Hipólito

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Como complemento ao que aqui escrevi anteriormente, gostava de esclarecer que quem era um ás do volante, o melhor "maozunhas" comme il faut, era o Tomás, que passou dos treinos na 4L para o Cortina GT. Nesse carro chegou a ser confundido com os concorrentes do RALLY TAP, pois era prática corrente andarmos a ver os rallys seguindo duns troços para os outros, depois de passarem os primeiros pilotos que eram os mais rápidos, os que no fundo interessavam. Já que foram referidas várias "bombas" da altura não quero deixar de assinalar um magnifico Ami 6, com estofos de veludo e, pasmem, servo-freio, que só aparecia na época em grandes maquinas. Era meu.


Para avivar a memória dos conteporâneos aqui vão fotografias dos modelos em causa.

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Espero, curioso, pelo Fangio e o Michel Vaillant.

A.H.

C O M E N T Á R I O S

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Alfredo disse...
Só por curiosidade, lembram-se que na altura apelidámos o Ami 6 como "rais-ta-parta" só porque o vidro traseiro era inclinado para dentro, contrariamente aos outros modelos de "pó-pós".

A.Justiça
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António J M disse...
Tenho ideia que o modelo Anglia Fascinant também foi designado por "ora bolas" devido ao facto de ser muito bem lançado quando visto pela frente e muito feio quando visto de lado e por trás.
O Cortina era efectivamente uma bomba,penso que a Super também tinha um,não tinha?
AJM

CONCERTO DE JAZZ SÁBADO NO MUSEU MALHOA



O Blog dos Antigos Alunos associa-se à divulgação de um evento musical a que está ligado um antigo aluno do ERO, que recentemente esteve no nosso Almoço/Encontro.
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A Direcção da Liga dos Amigos do Museu José Malhoa organiza um Concerto de Jazz no próximo dia 27 de Fevereiro (Sábado) , pelas 16 horas, no Museu José Malhoa ( Parque D. Carlos I).
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Os dois executantes são Vasco Henriques (piano) e Nuno Gonçalves (contrabaixo). O primeiro tem fortes ligações às Caldas da Rainha, onde estudou no Externato Ramalho Ortigão a partir dos 13 anos, tendo lições de piano com a professora D. Adelaide Pereira. Aos 19 anos, já no Porto, começou a interessar-se pelo Jazz, tendo participado em algumas “Jam Sessions” no Hot Club, em Lisboa, nos finais da década de 50. Nessa altura, começou igualmente a tocar flauta, que estava a ser usada cada vez mais no Jazz e para a qual havia um extenso reportório. Como pianista e membro de um trio, de que fazia parte Nuno Gonçalves, também participou durante três anos no Festival dos Capuchos. Foi professor de flauta na Escola de Jazz do Hot Club e, nos últimos anos, tem-se dedicado ao ensino de Jazz a jovens cantores. O segundo, músico de Jazz desde a década de setenta, foi director do Hot Club de Portugal durante um período. Autodidacta, tocou com vários músicos nacionais e estrangeiros em clubes, concertos e programas de televisão.

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Espera-se a presença dos muitos amantes de música caldense e dos amigos de Vasco Henriques, que não perderão certamente a oportunidade de o ouvir e cumprimentar .
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PROGRAMA
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I can’t get started – RODGERS/HART
My Romance – RICHARD RODGERS
Misty – ERROL GARDNER
Stella by Starlight – J. VAN HEUSEN
Very early – BILL EVAN
Never let me go – JAY LIVINGSTON
If I should loose you – RALPH RAINGER
Dolphin Dance – HERBIE HANKOCK
I should care – PAUL WESTON
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UMA NOITE DESASTROSA

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por Isabel Braga

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Foi numa noite quente de Setembro de 1970 que, pela primeira vez, surripiei da garagem o carro do meu pai. Pela hora da ocorrência, a seguir ao jantar, posso deduzir que o dono da viatura se encontraria ausente, pois não me arriscaria, caso contrário, a desencadear a sua fúria homérica. Há que dizer, sem rancores, que o meu pai era alguém que, em público, socialmente e por escrito, em contos, novelas e romances, defendia todas as liberdades, mas, em privado, sob muitos aspectos, se revelava algo tirânico.
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A data do “crime” está gravada a fogo na minha memória, por muitos motivos. Estava-se no rescaldo da crise académica de 1969, que abalou a universidade portuguesa e tivera início em Coimbra em 17 de Abril desse ano. O ano lectivo seguinte foi muito conturbado nesta academia, com constantes confrontos entre estudantes e polícia de choque, que eu vivera intensamente na minha qualidade de “caloira” do curso de filosofia e esquerdista dos quatro costados, daquelas que viam em Trostky o verdadeiro e único seguidor das teses de Marx.

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Tudo fora excitante e assustador para mim, nesse ano lectivo: havia muitos dias em que éramos aconselhados, em reuniões de alunos, a usar sapatilhas no dia seguinte, para fugir à polícia de choque, que muitas vezes, de manhã cedo, já se encontrava em formação cerrada, de escudos e bastões em punho, oculta nas sombras do gigantesco estaleiro da futura faculdade de química, quase em frente da faculdade de letras, que eu frequentava. Ficava de cabelos em pé e com as pernas a tremer, mas lá seguia, de nariz no ar, pronta para o pior.
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Além de fugir à polícia e das noites passadas em reuniões secretas a discutir política – durante as quais, envolta num nevoeiro teorético, eu tentava distinguir a custo a justeza das distinções subtis entre actuações certas e erradas, do ponto de vista da doutrina –, eu vivia o meu primeiro namoro a sério. Foi uma época agridoce, em termos de experiências, mais acre do que doce, em Setembro de 1970, pois acabara de perder o namorado e muitos quilos, devido ao desgosto.
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No meio de tantos acontecimentos, eu tinha tirado a carta. Para conveniência do papá, pois então, e explico brevemente porquê: vivíamos, nós, a família nuclear, pai, mãe e irmãos, com a avó e várias tias avós muito idosas, numa enorme casa de família, a poucos quilómetros de Coimbra. Uma das tias estava acamada e, a acompanhá-la, durante a noite, havia sempre uma freira que era preciso ir buscar e devolver ao convento, na cidade, todos os dias, respectivamente à hora do jantar e pelas seis da manhã seguinte. Quem havia de se encarregar de tal penosa tarefa, uma vez que o meu irmão mais velho já não vivia em casa? Não o nosso pai, sempre demasiado atarefado para se ocupar de assuntos domésticos. Restava eu, a filha que já tinha mais de 18 anos. E, assim, por causa da tia e da freira, tirei a carta, para grande conveniência não só minha como da minha irmã Ana, a Ani, um ano mais nova, pois tal significava mais liberdade de movimentos.

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Regresso, por fim, à noite de Setembro de 1970, a noite do dia em eu ficara aprovada no exame de condução. Parado, na garagem, uma tentação irresistível: o dois cavalos do meu pai, a que chamávamos Lélé, pois a matrícula começava por LE, tal como a do automóvel mais potente, mais utilizado por ele.


Eu não estava calma, é o mínimo que posso dizer, nessa transgressora viagem inaugural: nunca tinha guiado sem o instrutor ao lado, não tinha comigo nenhum documento comprovativo de que passara no exame de condução e vivia, como já disse atrás, o meu primeiro desgosto de amor.
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O nosso objectivo, nessa noite, era, obviamente, ir ao encontro dos amigos, que se reuniam, na época, no café Moçambique, na Praça da República, mesmo em frente de uma das portas da Associação Académica, encerrada pela polícia.
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Quando chegámos junto à esplanada do café, vimos que havia um lugar vago de estacionamento. Com o coração aos pulos, iniciei a manobra, ao som de palmas e assobios dos amigos presentes, entre os quais se encontrava a fonte da minha perturbação sentimental.
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Os nervos eram muitos e, como seria de esperar, a coisa não correu bem. Após a terceira ou quarta tentaviva desesperada para encaixar o Lélé no espaço disponível, desisti, e arranquei dali para fora, humilhada e furiosa, entre os uivos de rapazes e meninas perante os quais não dar parte de fraca era, para mim, na altura, quase uma questão de vida ou de morte.

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Para cúmulo dos azares, quando guinei para a faixa de rodagem, ia a passar um táxi, um forte Mercedes preto e verde, contra o qual fui bater, causando o riso dos basbaques que tinham assistido, divertidos, às minhas tentativas de estacionamento. Mas não eram eles os únicos espectadores da infeliz manobra: a ver tudo, do outro lado da rua, estavam os dois polícias que montavam guarda à porta da Associação Académica. Não se pode dizer que tenha sido a melhor noite da minha vida.
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Um dos polícias materializou-se de imediato ao meu lado, a pedir-me os documentos que eu não tinha. Ao mesmo tempo, o motorista do táxi reclamava, mentindo com todos os dentes, que eu lhe tinha amachucado a porta do carro, na qual não se via um único risco. Devo dizer, em abono da verdade, que o odiado agente da autoridade não se portou excessivamente mal. Ouviu as minhas atabalhoadas explicações sobre a ausência de documentos e disse que não tomaria nota da ocorrência caso eu me entendesse com o motorista do táxi e este não apresentasse queixa.

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O taxista – honroso profissional – não se fez rogado. Ao perceber que eu me encontrava numa posição muito desconfortável, exigiu 300 escudos para desistir da queixa. Trezentos escudos eram uma fortuna, na época, para duas miúdas como eu e a minha irmã, filhas de alguém pouco sensível às nossas necessidades, sendo isto um eufemismo. Barafustei, tentei que ele me indicasse onde estava o estrago no seu Mercedes, uma vez que o pobre Lélé, de fraca chapa, não apresentava uma beliscadura, mas foi em vão.

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Os 300 escudos foram pagos, graças ao empréstimo de uma simpática prima, a Teresa. E, durante algum tempo, não ousei roubar o carro ao meu pai. Mas em breve reincidi. De toda esta história, quem saiu, portanto, feito numa bola de trapos foi o meu orgulho, não qualquer dos automóveis envolvidos. Mas tudo tem as suas vantagens: tornei-me exímia a estacionar automóveis e o meu ex-namorado, que se mostrou divertido com o incidente, passou a ocupar muito menos os meus pensamentos.

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Isabel Braga

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C O M E N T Á R I O S


Manuela Gama Vieira disse...
A engraçada história que a Isabel aqui traz,reporta a Coimbra e evoca locais e ambientes que também frequentei,vivi e conheci.
O inesquecível Moçambique! Lembra-se do carismático dono?O célebre Fontes!!! Uma inteligência, quadrada, de quem se contavam as mais hilariantes "anedotas" saídas da sua brilhante cabeça pensante... afinal,ele convivia com os "doutores",é bom que se note...
O triângulo,Moçambique,Piolho e Tropical não há quem não conheça,os da nossa geração,claro. Personalidades ilustres, de várias áreas da nosso actual "mundo" político e cultural, muitas vezes jogaram matraquilhos no Moçambique.Por acréscimo,vêm-me à memória o Teixeira,o Tatonas, figuras típicas da Praça da República.Imagino a sua atrapalhação,logo ali,onde se juntava a "malta"...
Quanto às "fúrias homéricas" de seu Pai, uma qualidade de todos os Pais da nossa geração....Talvez essa particularidade singular emprestasse mais adrenalina (como se diria naquele tempo?) a estas verdadeiras aventuras.Não sou saudosista...mas diga-me lá se, in illo tempore, Coimbra não tinha mais encanto?
Dou-lhe os meus parabéns,Isabel,pela sua brilhante estreia no nosso brilhante blogue, regido pela batuta do não menos brilhante João Jales!
Manuela Gama Vieira
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J L Reboleira Alexandre disse...
Magnífico artigo com tanta coisa em tão poucas palavras.
As lutas estudantis (isto, está visto, era tudo gente MRPP), e os sonhos de uma época com tanta mudança. As vivências, cito, numa enorme casa de familia (até tinha um chefe como se impunha...)e a malvadez indisfarçada dos colegas, que nem carta tinham, mas deliraram com os problemas da autora.
E no fim os 300 paus para regularizar a situação. Pudera, o taxista viu ali uma forma de ganhar a semana. Era mesmo muito dinheiro, metade de quanto me custava um mês de aluguer do quarto em Lisboa, na altura, com direito a dois duches semanais!

Julinha disse...
Acabo de ler a estória narrada pela Isabel Braga e gostei muito,pois a maneira como descreve é muito agradável de ler e aquela noite desastrosa divertiu-me imenso! Imagino a "coitada" da Isabel a fazer manobras e manobras para arrumar o Lelé e a sua fúria perante tamanha assistência (mas que mauzinhos!).
Enfim, são coisas que acontecem a recentes "encartados"...Mas tudo acabou em bem!
Isto leva-me a contar algo que me aconteceu, também comigo recentemente encartada.Estava eu a tentar arrumar o meu Mini na Av.F.Pereira de Melo,em pleno centro de Lisboa,e a roda de trás sempre a bater no lancil do passeio.Fazia,desfazia,volante para um lado, volante para o outro, e o resultado sempre o mesmo,mas...tive mais sorte,ao contrário da Ana, apareceu um senhor muito simpático que passava por ali e me deu todas as indicações para que "o desgraçado" do pneu não mais fosse bater no passeio. Ainda hoje,quando isso me acontece (raramente!)lá faço todas as manobras que aprendi naquele dia.
Obrigada Isabel, julgo não ser ex-aluna do ERO mas é uma grande aquisição para o nosso blog.Júlia R
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Guida Sousa disse...
Os primeiros estacionamentos entre dois carros são sempre complicados e muitas vezes se não vai à primeira nunca mais vai!
Que saudades dos dois cavalos,fiquei a olhar para a fotografia.
Excelente artigo que,se a Isabel é quem eu penso,não é para admirar porque ela é uma conhecida jornalista.
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Luisa disse:
História maravilhosamente contada,incluindo as formas de ser e pensar da época.O ambiente em Coimbra,embora eu não conhecesse,dizia-se ser diferente,com mais solidariedade entre as pessoas que se conheciam todas.Mas não foi o caso aqui!
Deduzo que a Isabel seja irmã da Ana e filha do Dr. Mário Braga que esteve no último almoço mas faltou aqui uma palavra do JJ a elucidar os leitores.
Esperamos por mais colaborações suas,que enriquecem o blogue como diz a Julia.
beijinhos.L
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J J disse...
Não ter "apresentado" a Isabel aos leitores habituais do Blog foi deliberado. Este texto fala por si e a sua autora, dispensando apresentações. Cuidadoso retrato de época (familiar, social e político), consegue simultaneamente ir mantendo os leitores em sobressalto em relação à sorte do automóvel, da condutora e do seu coração...
Mas para quem aprecia biografias, a Isabel é realmente a irmã mais velha da Ana Braga e uma conhecida jornalista que, como já foi referido, é um prazer ter como colaboradora (digo eu...) neste Blog.
Obrigado Isabel, espero que haja mais.
JJ
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jorge disse...
excelente post,embora talvez algo injusto para os taxistas,classe profissional que se faz estimar pouco,porque será?de resto,nada a acrescentar aos merecidos elogios dos outros comentadores,a escrita da Isabel lê-se de um folego!
e que saudades de ter um 2cv!j
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João Ramos Franco disse...
Lendo este interessante relato e vendo o “LéLé” como uma personagem de aventura onde toda a realidade da vida académica da época se incorpora, metendo a policia, penso que a noite podia ter sido mais desastrosa… talvez um pouco de sorte com os policias…
Um abraço amigo
João Ramos Franco
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A PROPÓSITO DE UMA VIAGEM À NAZARÉ

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Este texto é um comentário a O Peugeot do Pai ,
em que o Alberto Reis Pereira aparecia na Nazaré.
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Eram muitos os alunos do E.R.O. que passavam as férias de verão na Nazaré; todos os anos, de 1 de Julho a 30 de Setembro, o "grupo" (era assim que nos designávamos) juntava-se para mais umas férias; não vou dizer os nomes, de propósito, para que cada um possa aqui vir dizer das suas memórias e identificar-se. À malta das Caldas juntavam-se outros amigos feitos em cada ano que passava e que, por sua vez, traziam outros amigos para as nossas paródias. Como curiosidade, em alguns desses verões, até o Rui Veloso por lá se juntou conosco.
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Jogava-se ténis e ping-pong, sueca, king e, mais tarde, póker com as caricas a servirem de fichas. Mas também Monopólio e Fórmula 1, que me recorde; por vezes levava-se um gira-discos portátil para a praia e ouviam-se os 45 rotações que cada um tinha.
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Também se faziam expedições de um dia ao Monte S.Bartolomeu, a pé, e que envolvia a tremenda subida até ao topo, e à Praia do Norte, na qual se dizia existirem areias movediças; o perigo era e ainda é um grande aliciante.
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Mais tarde começaram as idas às matinés de uma pequena discoteca situada na cave de um prédio a caminho do restaurante S.Miguel; o nome da dita cuja é que se me varreu.
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Para a rapaziada, um dos grandes atractivos da Nazaré eram as estrangeiras que por lá passavam nas excursões. Mas atenção, nórdicas não, francesas é que eram mais que muitas.
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A pouco e pouco o "grupo" foi perdendo gente e praticamente acabou em 76; depois começou a ida para o Algarve e para Espanha.

No verão de 77, eu, o Rui Hipólito, o Eurico Figueiredo e o Tozé Monteiro metemo-nos também num Peugeot, mas uma carrinha 204 (que se andasse a mais de 90 Km/h corria o risco de rebentar o motor) e partimos para Andorra, Loret del Mar (que ainda era pouco conhecido dos Portugueses nessa época), Benidorm e Torremolinos. Grande paródia, como se pode calcular, mas que ficará, talvez, para uma outra ocasião.

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O texto vai bem mais longo do que eu pensava, mas ainda quero aqui relatar que um certo Datsun 1200 e uma carrinha Citroen Ami 6, azul bébé, conhecida pela "bomba azul", também se deslocaram à socapa a alguns bailaricos das aldeias próximas, bem carregados de pessoal. Outras histórias, quem sabe!
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Um abraço
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Alberto Reis Pereira






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C O M E N T Á R I O S

Rui Hipólito disse...
O episódio mais bizarro desta viagem deu-se em Benidorm. Ao chegarmos, em pleno mês de Agosto, deparámos-nos com os parques de campismo completamente cheios. Resolvemos ir à procura de um Hotel, mas estavam todos cheios. Nesta demanda fomos parar à zona antiga, que divide a praia do levante da do poente, onde encontrámos um pequeno hotel que, embora cheio, tinha um quarto em que o turista ocupante tinha sido internado no hospital, pelo que o recepcionista nos alugava o quarto por três ou quatro noites. Assim lá arranjamos pernoita num quarto com duas camas e dois colchões no chão.
Rui

jorge disse...
é impressão minha ou o alberto deixou as melhores histórias para contar depois?gostei de ler sobre a nazaré,passei lá dois anos e era mesmo assim,mas nada que chegasse aos dias na foz e as noites nas caldas!j

Alberto Pereira disse...
Relativamente ao que o Rui contou há que acrescentar que quando chegámos a Benidorm, vindos de Lloret del Mar (a uma distância significativa),e nos apercebemos que nem no campismo conseguiríamos dormir fomos à procura duns colegas meus do Técnico que eu sabia que tinham um T1 alugado (onde "só" pernoitavam oito pessoas) num edificio chamado Torre Colon. Depois de muito perguntar, da Torre Colon nada se conseguiu descobrir e, porque já era bem de noite e o cansaço da viagem era grande, fomos dormir no carro junto à vedação de um dos parques de campismo. Quando o sol se levantou e bateu em cheio no pára brisas eu, que tinha dormido ao volante, abro os olhos e quando consigo fixar qualquer coisinha a primeira coisa que vi foi "Torre Colon" escrito na vertical da empena do edifício mesmo em frente, do outro lado da rua. Foi mazinha esta...
Alberto Reis Pereira

CARNAVAL 1967 (Casino do Parque)





Reli o post CARNAVAL, aqui publicado em 2009. Eu sinto-me solidária e identifico-me com a Júlia R quando ela diz:
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“Seria eu um "bicho do mato" ... ou o motivo seria não residir nas Caldas.?... É que. conforme mencionei noutra série do blog, os meus colegas nunca me convidaram para a ginjinha do Montês em Óbidos... Já não percebo !!!!! E a Laura e a Emiliana estiveram num Assalto de Carnaval em 1965 não sentiram a minha falta? Amigas da onça !
(…)
Eu, de Carnaval, tenho muito pouco para contar, apenas que me irritavam aqueles esguichos de água que apanhava na Rua das Montras e, como se não fossem estes suficientes, os meninos da Escola Comercial aguardavam-nos junto ao Chafariz das Cinco Bicas a atirar mais umas bisnagadelas e os estalinhos (será este o nome ?)... mas também, se não fossem estes incidentes, o que teria eu agora para contar?”
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Aparentemente viver fora das Caldas não ajudou a cultivar as relações e as recordações que a maioria dos nossos colegas alegremente revivem. Eu devo dizer que não simpatizo com o Carnaval, tenho um memória triste que se passou num Carnaval, bem representativa do que foi a minha vida de adolescente, mas que não vou contar.


Rebuscando as poucas fotos que tenho desses tempos encontrei uma de um Carnaval no Casino. Antes de ir para o ERO já era amiga da Marta Figueiredo, fomos as duas alunas de ginástica nos Bombeiros. A Mami, assim era conhecida (não a mesma Mami do Jales), foi uma das poucas amigas que me visitava no Coto. No "convento" não havia muitas pessoas que me pudessem visitar!
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Ana Lúcia

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COMENTÁRIOS
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Julinha disse...
Uma palavrinha à Ana Lúcia que foi buscar uns excertos dos meus comentários aqui no blog e que já nem me recordava,principalmente o do Carnaval no qual até censurei colegas...!!! Não sei se me vão desculpar....então a Laurinha e a Emiliana,o que me irão fazer ? Será que as duas meninas se mascararam este ano ?
Pois é,Ana Lúcia a nossa relação com o Carnaval é idêntica,mas até damos "um ar da nossa graça" no blog !
Obrigada Ana Lúcia e um beijinho.
Júlia R
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Luisa disse:
Esta foto não pode ser de 1967,a Mami tinha 10 ou 11 anos nesse ano e a Mami da fotografia tem mais idade.Quem datou a fotografia enganou-se!L

Um ERO na Tropa e um Carnaval nos Pimpões



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Em 1964 estava no Regimento de Infantaria 5 um Cabo Miliciano de nome João Ramos Franco.
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Sendo natural da cidade e estando de Sargento de Ronda à mesma no sexta-feira de Carnaval, não tinha muitas hipóteses de passar despercebido à hierarquia militar.
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Vai daí, a única saída era o Bairro Além da Ponte, local que naquele tempo pouca malta da cidade frequentava e enfia-se com a Ronda no Baile dos Pimpões.
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Quando entrei, a malta não me reconheceu devido ao capacete militar, “torceram o nariz”, mas mal eu o tiro vem a festa: olha é João (o filho do Veterinário).
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Nesse tempo o Bar era logo à esquerda de quem entrava, eu assentei arraial logo aí, paguei uns copos aos Soldados que estavam de serviço comigo e disse:
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- Vão até à sala divertir-se, que fico aqui com estes amigos…
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- Nosso cabo Miliciano, as armas e o capacete? - perguntaram os Soldados.
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- Dêem cá isso, guarda-se atrás do balcão do Bar, estes amigos não se importam! -respondi eu, pedindo para me guardarem também a pistola.
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Dançaram-se meia-dúzia de músicas, beberam-se uns copos e ala para o quartel, que a última entrada era à 01h00…

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João Ramos Franco


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(post publicado em colaboração com o blogue do autor : Estar Presente)
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C O M E N T Á R I O S
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Julinha disse...
Os dias vão passando e já lá vão 2 anos que conheci e comecei a contactar com o João R Franco.Sempre me pareceu uma boa pessoa...e vou confirmando isso mesmo, à medida que o tempo passa.
Naquela época,além de tentares festejar o Carnaval como te era possivel,não esqueceste os soldados que te acompanhavam em serviço!
Quando comecei a ler,pensei....apanharam todos um castigo,esqueceram a hora de entrada. Enganei-me,o João, muito responsável, chegou a horas !E este Carnaval não vais aos Pimpões ? Que te divirtas....
Um abraço
Júlia
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Luis disse...
Os Pimpões eram realmente muito longe das Caldas,não eram?Lembro-me de lá ver pouca gente do E.R.O.
História engraçada e que mostra que a tropa nunca é para levar completamente a sério!!!
BOM CARNAVAL!Luis
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O PEUGEOT DO PAI

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O Peugeot 404 era um carro com status; juntamente com o Citroen ID, uma das jóias da indústria automóvel francesa dos anos 60. Um grande progresso em relação ao seu "avô", o velho 203 que nos tinha acompanhado em tantas aventuras antes de nos desiludir numa aziaga noite de Setembro, na Foz do Arelho, como já aqui contei (*).
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Este exemplar era branco, com um magnífico volante preto, uma buzina circular cromada, um tablier com um design claramente moderno e os estofos de cabedal (dizíamos nós, julgo hoje que seriam em napa). Era espaçoso, alojava com facilidade e conforto o seu proprietário e a família: à frente o Sr. Eng. Hipólito e a sua esposa, a Sra. D. Euritze, e os dois filhos do casal, os nossos conhecidos António José e Rui Hipólito no banco traseiro. Alojava com menos facilidade e conforto, mas sem muitos protestos, os oito ou nove adolescentes que, ocasional e clandestinamente, nele também viajavam.
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O Eng. Hipólito foi um profissional exemplar durante os muitos anos que dedicou à Câmara Municipal das Caldas na sua área de especialidade, a Engenharia Civil, e que só a ganância e a ignorância de alguns nesse campo ocasionalmente enfurecia. Fora isso, era um homem bom e paciente, um bom amigo e um pai carinhoso dos meus dois amigos (duas pestes difíceis de aturar, convenhamos). Uma certa fraqueza perante o marisco e a boa mesa não lhe favorecia a saúde, mas não era certamente um defeito. Claro que o facto da D. Euritze ser uma senhora liberal e compreensiva com o evoluir dos tempos e a forma de viver das gerações mais novas, ajudou certamente à amizade que lhes dediquei e à boa recordação que tenho do casal.
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Lembro-me com especial clareza de uma magnífica noite de Agosto de 1969 em que a cálida temperatura e o céu estrelado tornaram irresistível o apelo da Nazaré, onde "nórdicas e voluptuosas sereias aguardavam a nossa visita" (dizia o Flores, sempre mais eloquente ou menos resistente às imprudentes misturas alcoólicas que a idade nos levava a ingerir).
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O Peugeot estava estacionado um pouco depois da porta do prédio onde habitava o proprietário, ali na R. Duarte Pacheco. Se fosse hoje, estaria certamente bem mais longe e este episódio que vos conto teria porventura outro desfecho, mas as coisas são como são e conforme ditam as circunstâncias dos tempos em que se passaram.
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Aguardámos na rua, em silêncio (relativo, já que só o Miguel BM, impenitente abstémio, não tinha bebido nada...), enquanto o Tó Zé Hipólito subia as escadas do 3º andar, entrava em casa usando uma qualquer desculpa e se apoderava das chaves do veículo sem que o proprietário, que via calmamente o Zip Zip, se apercebesse do seu real intento. A escolha da hora do citado programa para umas patifarias não era inocente, já que o Raul Solnado, o Carlos Cruz e o Fialho Gouveia absorviam a atenção de quase todos os espectadores nas Segundas-Feiras à noite desse ano. Também a nossa, mas não no Verão...
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Motor a trabalhar, primeira engatada, segunda, terceira, quarta, e lá rolámos suavemente em direcção à saída Norte das Caldas. Escrevo suavemente de propósito, o Hipólito foi o melhor condutor não encartado com quem tive o prazer de viajar; isto apesar da recta de Tornada ser a sua recta de Hunaudières (a famosa recta de 5 Km em LeMans) e aí ele alcançava uns incríveis e arrepiantes 150 Km/hora. Se lhe perguntassem porque ia àquela velocidade ele respondia:
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-Porque não dá mais, já vou com o pedal encostado ao fundo....
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A questão do limite de velocidade era absolutamente irrelevante no seu caso, como ele aliás bem explicava:
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- Os limites de velocidade são um problema apenas para os encartados, eu ser apanhado a cinquenta ou a cento e cinquenta é igual, estou sempre lixado...
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Parámos no Pão-de-Ló de Alfeizerão, claro, era irresistível a atracção da Juke Box e do ambiente alegre e informal que ali existia, inesperado no meio de nenhures. Penso que tinha a ver com o cruzamento de residentes e veraneantes de Caldas, Alcobaça, S. Martinho, Nazaré, etc., bem como de alguns automobilistas que ali descansavam a meio da viagem porque a estrada nacional era mesmo à porta.
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Passámos rapidamente S. Martinho (rapidamente mesmo…) e chegámos à Nazaré. A marginal tinha naquela época dois sentidos de trânsito e, numa quente noite de Agosto, era atravessada por inúmeros peões que iam ou vinham da praia em busca da fresca brisa marítima. Era quase meia-noite e o final do Zip Zip tinha trazido para a rua os espectadores/veraneantes que abafavam nas acanhadas casas que os pescadores nazarenos abandonavam e lhes alugavam durante os meses de Verão.
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Ficámos engarrafados no meio deste caos, avançando, ocasional e lentamente, centímetro a centímetro, em direcção à praça onde se situavam as principais esplanadas e onde nos aguardavam as almejadas “nórdicas”.
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O Rádio estava sintonizado na Rádio Renascença e continuávamos a ouvir a 23ª Hora do João Martins no rádio. Começaram os “Cinco Minutos de Jazz” do José Duarte e as reacções foram unânimes:
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-Desliga.
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- Muda para o Rádio Clube Português.
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- Jazz?!….
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A aceitação do Jazz entre teenagers era difícil, só os que tinham em casa alguém que gostasse e lhes ensinasse a ouvir começavam a apreciar. Eu próprio só teria a minha epifania jazzística alguns anos depois… Ganhou o Rádio Clube, onde Jimi Hendrix interpretava "All Along the Watchtower"
(original de Bob Dylan) de uma forma incendiária e fascinante. Abrimos os vidros e esperámos que o efeito da música e da nossa grande fé no Destino atraísse os encontros que nos aguardavam… E não esperámos muito porque, vinda não se sabe de onde, surgiu a família Reis Pereira, vizinhos caldenses da família Hipólito e que passava férias na Nazaré!
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- Então Tó Zé, tu já tens carta? – perguntou o pai.
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-Ora se o meu filho tem um ano a menos que tu, tu tens… – fazia contas a perplexa mãe.
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- E já te deixam conduzir este carro? - invejava o Alberto, que bem sabia que não havia carta nem idade…
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- Façam de conta que não os conhecemos – foi a minha brilhante ideia e contribuição para a resolução do problema.
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Os vidros foram fechados num ápice (eram manuais mas pareciam eléctricos!) e os quatro ocupantes do veículo tentaram, sem grande êxito, fazer de conta que não eram os quatro adolescentes que a família bem conhecia.
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- Acelera, sai daqui – aconselhava o Miguel, sempre voluntarioso e sedento de acção.
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Mas sair para onde? Tínhamos automóveis e pessoas por todos os lados, não havia para onde ir. Os simpáticos vizinhos continuavam bem ao nosso lado, batendo no vidro e tentando falar connosco.
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Passados alguns angustiantes minutos o trânsito lá recomeçou a andar e nós conseguimos sair dali, atravessar o centro da Nazaré sem parar (pareceu-me ver montes de garotas giras nas esplanadas…) e rumar às Caldas.
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Cruzámo-nos com o táxi que transportava o Eng. Hipólito perto do Valado de Sta. Quitéria. Descobrimos isso porque ele parou e deu meia-volta mal se cruzou connosco. O facto de não nos conseguir apanhar até chegarmos às Caldas não contribuiu, curiosamente, para que apreciasse e confiasse mais na capacidade de condução do seu filho Tó Zé que, como já disse e repito, era apreciável… Mas até um homem calmo e sempre simpático como ele era tem o direito de perder um dia a cabeça.
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Escondidos para não nos envolvermos naquele sarilho, eu, o Miguel e o Flores, assistimos às negociações familiares, mediadas pela D. Euritze, com vista a um regresso tranquilo do filho pródigo a casa. Decorreram com o pai na varanda e o filho na rua, mas temo que não com completo sucesso para a sempre precária causa da Paz e da não-violência...
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Quando, tempos depois, voltei a andar naquele Peugeot, ele era conduzido pelo legítimo proprietário e senti-me muito pouco à vontade com a sua irónica pergunta nessa ocasião:
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- Não te sentes mais seguro aí, sendo eu a conduzir?
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João Jales

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C O M E N T Á R I O S
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Manuela Gama Vieira disse...
Jales, és um exímio contador de histórias! O mais incrível é que isto aconteceu mesmo…
Se hoje se diz que não há policiamento…por onde andava a PVT daquele tempo?
Conheci perfeitamente os Pais dos manos Hipólito, fomos vizinhos na R. Eng. Duarte Pacheco, antes de nos mudarmos para a “casa de função” de meu Pai. Lembro-me até que a minha Mãe falava com a Sr.ª D. Euritze.
A mudança de estação radiofónica para atrair as suecas, as norueguesas, as inglesas, as francesas, então e as portuguesas?....Garganta….
Ri-me a bom rir, mas olha que sofri com as vossas aflições, abre vidro, fecha vidro, vítimas de denúncia e perseguição…mas que aventura!
Penso que os Pais daquele tempo e os seus rigores de disciplina não diferiam muito uns dos outros...Ai se isto se passasse com o meu Pai…
Manuela Gama Vieira
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António J M disse...
É curioso mas não tenho notícia de nenhum acidente grave com estes gloriosos malucos das máquinas de quatro rodas apesar de TODOS conduzirem sem carta.Qual a resposta para este mistério?eu acho que era o maior cuidado com que guiavam já que os riscos em caso de acidente eram dobrados...Mas esta explicação não serve para o Hipólito que guiava sempre RAPIDAMENTE como muito bem descreve o JJ!!!
Este é um dos temas com mais histórias mais interessantes e esta foi especialmente bem contada.
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Como sempre é com muito prazer que leio estas recordações.
Trips to memory lane...
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Luis disse:
Mais um RALLY pelas memórias do Jales,com os atractivos do costume.Irresístivel!
Li mais que uma vez,por isso só hoje comento,para tentar perceber o que é que há de diferente nas histórias por ele contadas.Há aqui um ritmo de narrar,uma forma de ir espalhando o humor,a acção,os apartes e as coisas inesperadas que torna estes posts irresístiveis.
Como disse a Ana Braga:conta-nos mais!
Luis
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J.L. Reboleira Alexandre disse...
Este texto tem assinatura genética. Quero com isto dizer que o «JJ» no final era desnecessário.
Não me revejo na história do pópó do papá, pois carros lá na aldeia, se excluir a camioneta de caixa aberta do pai da Apolónia, só havia os das professoras, tia e sobrinha Ribeiro, e estas não eram do género a deixá-los acessiveis a jovens adolescentes.
Foram vivências que tive já nos tempos dos estudos na capital,mas aqui com os «nossos» carros.
Tal como estes «heróis» de uma noite também nunca entendi o porquê dos 5 minutos de Jazz na grelha, logo depois da 23ª hora. Felizmente que eram mesmo só 5 minutos!
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Miguel Bento Monteiro disse...
Este texto,juntamente com a história do carro da avó, veio rebuscar os confins da minha memória.
Posso agora acrescentar que as aventuras do TZHipólito com o carro do pai são abundantes.E atenção,passam-se todas até 1971, pois apenas completámos dezoito anos em 72,ou seja,o condutor só pôde tirar a carta depois de Março desse ano.
Mas o TZ sempre teve boas "manitas" para o volante.Ainda há muito pouco tempo,e perante a incredulidade do meu filho,lhe perguntava:
-O teu pai já te contou o que é eu fazia quando o vinha trazer a casa à noite de carro? Fazia sempre um pião na Diário de Notícias para dar a volta ao carro, e a rua nessa altura era muito mais estreita do que actualmente.
E como é que se repunha no depósito a gasolina consumida de tal modo que o pai Hipólito não notasse a sua falta? Quem já bebeu gasolina sabe ao que me refiro...
Para terminar,e continuando a falar de carros,lembro-me de uma ida à Foz,numa tarde gélida de Fevereiro de 71,após as aulas,com o intuito,que foi cumprido,de ir tomar banho no mar.Ninguém levou fato de banho mas as cuecas cumpriram a sua função.As toalhas foram improvisadas e por milagre nenhum de nós adoeceu, pois o vigor da juventude protegeu-nos da inconsciência da mesma.
MiguelBM
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diz o que te vai na alma disse...
Chamar pestinhas a este grupo de rapazes...é muito pouco! :-)
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Julinha disse...
O que me tenho divertido a ler estas histórias ! O que estes meninos faziam ! Cada uma mais elaborada que a anterior....o que ainda virá por aí ?
Parece que as viagens são cada vez mais distantes,já vão até á Nazaré....onde será a próxima?
Comecei a ir para a Nazaré com 4 anos e durante muitos anos passei lá férias. Lembro-me de brincar á noite no picadeiro (nome que se dava à praça) mas posteriormente,mais crescida,fazia parte dos veraneantes a que o Jales se refere. Ora,eu tinha uma vaga lembrança de uma certa noite ter visto um Peugeot com quatro "............" no seu interior um tanto ou quanto atrapalhados ! ! Agora,ao fim destes anos todos descobri finalmente o porquê....a família Reis Pereira !!
João,a tua descrição está espectacular,tal com as dos colegas anteriores. Obrigada por estes agradáveis momentos e fico já a aguardar a próxima....
Bjs
Julinha
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Alberto Reis Pereira disse...
Confesso que não me recordava desta cena; mas estarei em crer que "o encontro imediato do 3º grau" entre o famoso Peugeot e o taxi que transportava o Engº Hipólito se terá devido a um qualquer telefonema feito da Nazaré para as Caldas, entre os vizinhos de tantos anos (e que ainda hoje continuam a ser, embora agora só com a minha Mãe e a D.Euritze).
Efectivamente o Tozé era, e ainda é, um ás do volante; a habilidade dele para a condução era motivo de inveja do resto da malta; andar de carro com ele ao volante, mesmo depois da carta tirada, era uma experiência geradora de adrenalina em doses apreciáveis; aquele pé direito era mesmo pesado.
Alberto RP
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Ana Braga disse...
Diverti-me imenso a ler o texto de J.J. sobre a ida à Nazaré.A fluência, a vivacidade e riqueza de pormenores, a linguagem, diria, cinematográfica, com que escreve estes episódios, leva-me a sentir como se estivesse sentada numa sala de cinema, a observar o enredo deste filme – e não preciso de me esforçar para ouvir os próprios sons que acompanham toda a acção.Que bem observado!
A estratégia para sacar a chave do automóvel, enquanto os pais viam o Zip Zip, a excitação da partida, provavelmente antecipando a visão magnífica das nórdicas, o trajecto mágico em que a recta da Tornada se transfigura em pista de corrida, a chegada ao meio daquele mar de gente, o toque exibicionista do abrir da janela para deixar sair o som da voz do Hendrix - linguagem universal para a nossa geração, logo, estratégia adequada para atrair quem interessava - o recurso do “gato escondido com o rabo de fora”, de ignorar a família conhecida, como se um simples gesto de fechar a janela virasse magia e apagasse a transgressão, enfim… brilliant!
Não sei porquê, mas lembrei-me do Fellini e do fabuloso filme Amarcord - salvaguardando as distâncias, visto a acção daquela fita se reportar aos anos 30. Mas, afinal a juventude não mudou assim tanto ao longo do século XX, pois não? Os meios ao alcance de cada um é que eram diferentes. Estarei errada?
Parabéns, J.J. conta-nos mais coisas.
Ana Braga
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Maria do Rosário Pimentel disse...
Excelente e divertida narrativa que me fez rir até às lágrimas.Exímio narrador,o amigo J.Jales!
MRosário Pimentel
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Luisa disse:
Nem sei o que escrever,ler isto é como estar lá.Embora eu,nesta altura nem pudesse sair a noite!Até por isso lavo a alma com estas histórias do JJ.Obrigada.L
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João Ramos Franco disse...
Depois de já me ter rido bastante com as vossas aventuras e quão bem as relatas: “Lembro-me com especial clareza de uma magnífica noite de Agosto de 1969”… Diria eu, lembro-me de dez anos antes ter feito umas brincadeiras parecidas…com nórdicas e outras raças...
Um abraço amigo
João Ramos Franco
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Guida Sousa disse...
Gostaria de ter escrito o comentário da Ana Braga porque diz exactamente o que eu senti!Mas também gostava de ter escrito esta história e não escrevi-,não só porque me falta"engenho e arte"mas porque também como outros só depois de sair das Caldas vivi aventuras destas.
E é só um blogue!Publica isto tudo num livro!!!GS
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jorge disse...
tudo isto se passou assim ou de forma semelhante num tempo em que a transgressão e o delito tinham significados e consequências diferentes de hoje em dia.de qualquer maneira gostaria de saber o que é que os filhos destes quatro aventureiros diriam se lessem esta história!excelente narrativa,verdadeiramente cinematográfica como bem escreveu a lluisa.j
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Orlando Neto da Silva disse:
O problema foi não terem ficado por S. Martinho. Lá também havia nórdicas ( lembram-se das Belgas, que depois foram para a o "lado de lá" da Foz do Arelho ? ) e as famílias de férias eram mais dos lados de Santarém .
Gostei. Abraços .
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Belão disse...
João, primeiro que tudo, uma sugestão - põe estas estórias em livro. A Guida já o sugeriu.
Este relato é magnífico. Mas que meninos malandros! Uns diabinhos!Confirmo que o Tó Zé Hipólito era muito dado ao acelerador e lembro-me de ele ter um Citroen ( acho eu, vermelho), já encartado. Penso que tenho foto que pode confirmar, se não me falha a memória, tirada em Óbidos.
Imagino a cena e o misto de emoções que viveram nessa noite. E não viram nórdicas!
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Higino Rebelo disse...
Este PEUGEOT com esta cor teve o condão de me relembrar de um episódio ocorrido numa madrugada de verão de 1966 ou 1967 quando regressados do Inferno da Azenha eu e, salvo erro, o Manuel Gerardo, o Henrique Sampaio e creio que ainda outro companheiro parámos no Bar Oasis onde, de madrugada, havia sempre pão quente que permitia a confecção de uns pregos fantásticos acompanhados por umas imperiais sempre vivas.Ora, estando nós no acto de comer apareceu o marido de uma colega de trabalho que era vendedor de automóveis e fazia-se transportar num PEUGEOT 403, também de cor creme. Já bem bebido meteu conversa comnosco e a certa altura convidou-nos para irmos até à Foz, ao que ninguem se opôs. Só que não acreditei que estivesse em condições de conduzir e não querendo abandonar os meus amigos à sua sorte disse-he que só ía se fosse eu a conduzir o PEUGEOT, ao que o senhor não se opôs e, assim, sentei-me no lugar do condutor e perguntei-lhe como é que se metiam as mudanças alegando que nunca tinha conduzido um carro com aquele sistema de mudanças. Feita a explicação lá fomos e viemos em segurança. Agora pasme-se: nunca tinha pegado no volante de um automóvel e a pouca experiência que tinha de condução era dos carrinhos de choque da feira de Agosto.
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A PALAVRA AOS PROTAGONISTAS (O PEUGEOT DO PAI)

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António José Hipólito disse:


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Fiquei esmagado pela nostalgia que a brilhante narrativa do JJ me provocou, pois as recordações deste e de outros episódios com o mesmo e outros destinos surgiram-me em catadupa.
No entanto queria referir dois pequenos pormenores que, "se bem me lembro", estão incorrectos:

-O eng. Hipólito e familia moravam no 2º andar e não no 3º.

-A ida à Nazaré começou por ser a S. Martinho, pois a informação que tínhamos era que as ditas nórdicas estavam nos apartamentos a seguir ao cinema. Quando lá chegamos é que nos informaram que não tinha chegado ninguém, mas que parecia que as ditas estavam era na Nazaré .

Já agora posso esclarecer que os estofos do Peugeot eram da mais pura napa.Não tenho a certeza se foi nesta viagem ou noutra, pois os ocupantes pouco variavam, que o Flores perguntou se não havia um limite de velocidade de 120Km/h e eu respondi que os limites eram para encartados.
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De qualquer modo todas a recordações que nos ligam aos tempos do ERO, são a constatação das grandes alterações do modo de vida e convivência da juventude de hoje. Isto é talvez mais grave pois até pode provocar uma certa depressão pela impossibilidade de hoje se conseguir ter aquela espécie de irreverência da juventude em que, convenhamos, e para alguns de nós,foram sob muitos aspectos verdadeiros anos de ouro, que presentemente os nossos filhos não sonham sequer.
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Lembram-se ( isto é mais para os colegas de turma ) do Chá Dançante no Ginásio, da Gincana automóvel na Mata, em que os concorrentes queriam continuar pela noite dentro?

Como isto está a descambar para lamúrias de velhos acabo por aqui... isto não se aplica ao JJ, pois ainda tem muito para dar.
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A.H.
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L F Flores disse:
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Estas crónicas do João Jales têm tido o dom mágico de provocarem uma espécie de reencontro comigo próprio, fazendo-me mergulhar com surpreendente realismo no ambiente em que há quarenta anos se moldaram muitos dos traços do que será hoje a minha personalidade.
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Não sei quantos dos detalhes tão luminosamente descritos pelo JJ estarão de algum modo romanceados, sem com isso comprometerem a verdade da estória, mas sei sim que seria incapaz de recuperar como ele o rigor dos factos e, sobretudo, a capacidade de nos fazer reviver estados de espírito como os que experimentávamos durante estas aventuras que marcaram a nossa adolescência.
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Sei agora o sentido das minhas repetidas visitas à Nazaré, correspondendo afinal ao mítico chamamento das nórdicas e voluptuosas sereias que me esperavam! Infelizmente, por mais velozes que fossem aqueles clandestinos quilómetros, sempre cheguei atrasado.
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.Voltarei à estrada noutra oportunidade, porque se me estão a reavivar memórias do LB-58-09 dos meus pais que, não tendo a sorte de voar sob o comando de um desencartado profissional e competente como o nosso amigo TóZé Hipólito, se fez à estrada amiúde em furtivos passeios, quase sempre de curta distância, mas com igual amor pelo risco.
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Abraço
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LFS
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Miguel Bento Monteiro disse...

Este texto,juntamente com a história do carro da avó, veio rebuscar os confins da minha memória.
Posso agora acrescentar que as aventuras do TZHipólito com o carro do pai são abundantes.E atenção,passam-se todas até 1971, pois apenas completámos dezoito anos em 72,ou seja,o condutor só pôde tirar a carta depois de Março desse ano.
Mas o TZ sempre teve boas "manitas" para o volante.Ainda há muito pouco tempo,e perante a incredulidade do meu filho,lhe perguntava:
-O teu pai já te contou o que é eu fazia quando o vinha trazer a casa à noite de carro? Fazia sempre um pião na Diário de Notícias para dar a volta ao carro, e a rua nessa altura era muito mais estreita do que actualmente.
E como é que se repunha no depósito a gasolina consumida de tal modo que o pai Hipólito não notasse a sua falta? Quem já bebeu gasolina sabe ao que me refiro...
Para terminar,e continuando a falar de carros,lembro-me de uma ida à Foz,numa tarde gélida de Fevereiro de 71,após as aulas,com o intuito,que foi cumprido,de ir tomar banho no mar.Ninguém levou fato de banho mas as cuecas cumpriram a sua função.As toalhas foram improvisadas e por milagre nenhum de nós adoeceu, pois o vigor da juventude protegeu-nos da inconsciência da mesma.
MiguelBM

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Alberto Reis Pereira disse...

Confesso que não me recordava desta cena; mas estarei em crer que "o encontro imediato do 3º grau" entre o famoso Peugeot e o taxi que transportava o Engº Hipólito se terá devido a um qualquer telefonema feito da Nazaré para as Caldas, entre os vizinhos de tantos anos (e que ainda hoje continuam a ser, embora agora só com a minha Mãe e a D.Euritze).
Efectivamente o Tozé era, e ainda é, um ás do volante; a habilidade dele para a condução era motivo de inveja do resto da malta; andar de carro com ele ao volante, mesmo depois da carta tirada, era uma experiência geradora de adrenalina em doses apreciáveis; aquele pé direito era mesmo pesado.
Alberto RP
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JJ disse:
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Estes foram os comentários dos protagonistas da viagem que relatei em "O Peugeot do Pai".

Apesar de algumas correcções julgo que não me saí mal na minha narração dos factos e tenho que agradecer a todos que roubaram uns momentos ao seu dia para lerem e, sobretudo, comentarem o post. Claro que a amizade e simpatia se sobrepuseram certamente ao sentido crítico nessas apreciações, mas o mais importante é a prova de vitalidade do Blog que elas representam.

As fotografias não são exactamente da época, mas mostram os "aventureiros" em momentos anteriores, que cimentaram amizades e cumplicidades inalteradas quarenta anos depois.

Ah, é verdade, não mudem de canal porque os Fangio e os Michel Vaillant regressam logo a seguir ao Carnaval!

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comentários:
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vitor b disse...
Quarenta anos depois,já encartado,o Hipólito continua a NÃO SABER que o limite de velocidade na estrada era,e ainda é,de 90Km/H e não 120.Assim se explica também o comentário do Alberto!!!
Além de contar uma história de cortar a respiração,o Jales ainda conseguiu que todos os participantes dissessem de sua justiça.Parabéns.
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Isabel Esse disse...
Já não cheguei a tempo para comentar a história do Tó Zé Fitipaldi mas ainda vou a tempo de comentar os comentários!O JJ é um maravilhoso contador de histórias,como diz o LFS cheio não só de pormenores mas de espírito da época.É engraçado ver que continuam todos amigos,isto quer dizer alguma coisa,ou não?
Adorei!IS
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Laurinha disse...
Ao João Jales os meus parabéns!No meu entender ele é fantástico a contar histórias. Como elas na sua maioria são reais, isso torna-as ainda mais aliciantes.
Que pouca sorte tiveram os “meninos traquinas” ao encontrarem na Nazaré a família Reis Pereira. Como tudo acabou em bem, chorei a rir com o dito episódio.Relembrei não só o Zip Zip, programa do qual era fã, como também os grupos das férias de Verão repartidas entre S. Martinho e Nazaré. É pena que alguns desses amigos já não estejam entre nós. Note-se que o grupo de férias ia alterando em parte ou na totalidade, conforme o local.
Gostei das explicações do António Hipólito e faço justiça à sua memória.A foto publicada pelo Flores mostra que o nosso amigo JJ tinha uma carinha de bem comportado!Mas atenção,“as aparências iludem”...
Para os mais novos que venham a ler estas narrativas, é necessário acrescentar que naquela época a maioria das raparigas não tinham ordem para sair à noite, a não ser que acompanhadas pelos pais, amigos destes ou algum irmão caridoso.
Laurinha

O PEUGEOT DA AVÓ ( epílogo )


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resposta de João Hespanhol

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Sobre o “Peugeot da Avó”, a história não ficaria completa, sem um epílogo mais ou menos feliz.
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Antes de mais nada dou os meus parabéns ao meu amigo João Jales pela narrativa que fez de um de muitos episódios passados com o “peugeote”, como carinhosamente o tratávamos, não sei se para recompensar as saídas nocturnas de um carro que era mais velho do que nós e que estava em sossego na sua garagem privativa, mas vamos ao que interessa.
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Na referida noite depois de ter ajudado a bater o recorde Foz – Caldas mal consegui pregar o olho a pensar na maneira de "descalçar esta bota"!

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De manhã, logo que me foi possível sair de casa sem causar desconfianças, fui procurar o meu tio Francisco, que me aparava todas as maluqueiras, para lhe contar o sucedido e tratarmos de rebocar o automóvel para uma oficina. Não podia ser aquela perto da garagem, junto à taberna do papagaio, porque ficava muito perto de casa e o carro podia ser visto, tendo-se optado por uma outra que ficava junto à garagem Caldas.

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Quando o carro lá chegou confirmou-se que era o semi-eixo partido e que a reparação levava alguns dias.

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Pensava eu que a situação estava controlada, mas quando cheguei a casa a minha avó virou-se para o meu tio e disse-lhe que precisava do carro nessa tarde, para ir não me recordo aonde e tudo desabou! Mas mais uma vez o meu tio me safou dizendo que não podia ser, pois o carro precisava de ir para a revisão.

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Nunca uma revisão tinha demorado tanto tempo e a minha avó ficou desconfiada que algo tinha acontecido ao carro, reforçada pelo facto de quando veio a conta a pagar comentou que nunca uma revisão tinha saído tão cara.

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Depois disso e durante algum tempo, não muito, o “peugeote” ficou pacatamente na sua garagem privativa.

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Um abraço

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João Hespanhol



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C O M E N T Á R I O S

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Luisa disse:
"All is well that ends well", como escreveu Shakespeare...
Já agora posso perguntar se a fotografia é mesmo do carro de que falam e se foi tirada antes ou depois do acidente?L
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Guida Sousa disse...
Se bem me lembro tinhamos ficado a meio de uma correria na estrada da Foz quando lemos a primeira parte da história!Afinal o João Hespanhol tinha "as costas quentes" com o tio que o protegia,não havia que recear...Não sei se foi de propósito mas resultou bem este contar da
história em duas partes com autores diferentes.
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Julinha disse:
Perante esta estória,resta-me dizer........Pobre Avó !!!!!!
Júlia R
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Dalila Garcia disse.
Quase todos tivemos um tio que nos ajudava nas nossas loucuras. Eu também tive. Faz hoje 15 anos que ele partiu inesperada e precocemente, por isso li esta passagem com alguma emoção. Enternecedor.

Haveria algum carro a salvo nessas redondezas naquela época? :-)
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MJSousa disse...
Gostei muito de ver a fotografia do carro original que,pela matrícula,deve ser anterior a 1950!E que praia é esta?

Já o João Serra tinha aqui feito notar a quantidade de memórias que o seu conto fez aparecer a propósito destas escapadelas com os pópós da família,esperemos que venham mais!MJS

J J disse...
Quero agradecer ao João Hespanhol este "epílogo" ao meu post sobre o carro da sua avó.Espero que seja a primeira de mais intervenções dele neste Blog.

Respondendo às várias perguntas que me puseram (aqui e no Facebook) direi que:

- esta fotografia é mesmo do veículo em causa e é posterior à quebra do semi-eixo (deve ser de 1970).

- a matrícula indica que o Peugeot era de 1947/48.

- a praia parece a Consolação, mas só os retratados o podem confirmar.

- não houve qualquer combinação prévia, o João respondeu ao meu post quando viu que eu tinha abandonado o seu querido "peugeote" na Foz do Arelho...

- dos protagonistas, o João H e o Santiago Freitas (ou o Alexandre, há aqui uma dúvida) eram alunos da Escola, eu e o Miguel frequentávamos o ERO.

JJ


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