"O Baile de Finalistas e a viagem de finalistas eram os momentos altos da parte lúdica do nosso percurso no Colégio.
O Baile não era apenas um baile, era uma forma muito interessante de estimular o espírito de grupo e a partilha de responsabilidades.
A semana de organização do Casino foi ao mesmo tempo uma tarefa pesada, até um enorme cano de metal esquecido no parque foi levado para o palco para fingir que era um canhão de luz, mas também foi uma grande paródia. Numa das noites fomos ao cinema Pinheiro Chagas ver "Os Caminhos de Katmandu" completamente amputado das cenas consideradas "menos próprias" pela censura da época; é claro que os nossos Pais nos julgavam atarefadíssimos no Casino.
A propaganda foi feita a tempo e horas e de forma eficaz como o Mário relatou; fizeram-se vários grupos e os Pais levaram-nos onde se entendeu que a publicidade nos poderia valer para encher o Casino.
A sala do Casino foi minuciosamente decorada para o Baile; julgo que nesse ano fizemos a inovação de pintar os espelhos da sala, esperteza que nos saiu cara pois com o calor a tinta começou a escorrer dos espelhos e a pingar para os sofás; já não me lembro se tivemos de pagar a limpeza ou se escapámos só com o ralhete da ordem.
No dia tínhamos tudo organizado em turnos; lembro-me que me calhou o primeiro da noite à porta, das 21h às 22h, no qual não tive muito trabalho pois as pessoas só chegavam, na sua esmagadora maioria, depois das dez; mas, obviamente, muito antes das três ou quatro da matina a que agora começam as paródias; a essas horas preparava-se tudo mas para fechar o baile; outros tempos ...
A hora do serviço das ceias era fundamental para o sucesso financeiro do empreendimento; era na ceia que se ia buscar uma fatia grande da receita; e até a banda parava de tocar uma hora para aguçar o consumismo alimentar dos presentes, embora a ceia fizesse parte do pagamento da Banda; mas se pouco trabalho tive no primeiro turno de serviço, quis a sorte que me calhasse a caixa na hora da ceia; e aí tive de dar o litro e, em vez da uma hora prevista para o turno, acho que por lá fiquei quase até ao fim do baile; ainda me lembro que, por malandrice dos meus colegas, sortearam as horas do turno da ceia entre mim e o Óscar com a desculpa que éramos bons em contas; e acabámos por lá ficar os dois com a nobre tarefa de arrecadar dinheiro mas sem podermos dar um pezinho de dança. Ainda hoje tenho este "trauma" como se pode verificar por estas memórias...
Mas o Baile foi um sucesso; a casa esteve bem cheia, a Banda esteve, como sempre, ao seu melhor nível, e juntámos umas coroas para a viagem. Objectivo cumprido.
Ainda me lembro de mais uma coisa: no dia seguinte não apetecia a ninguém "desarmar a tenda", ou seja, arrumar e limpar a sala; mas muito menos voltar às semanas de estudo do costume depois da borla que tinha sido aquela semana.
Tempos giros esses; simples, sem confusões, e de amizades que perduraram no tempo.
Era fixe poder voltar atrás no tempo para ir espreitar e recordar melhor como foi que aconteceu; mas não com saudosismos, a vida avança por etapas e esta foi uma delas; passou, ficou a experiência, ficaram os amigos, e foi mais um passo em frente no nosso crescimento como Pessoas.
E é assim que tem de ser, o tempo não pára mesmo e o futuro é arquitectado em cada presente que acontece."
Um abraço para todos.
Alberto Pereira
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Uma nota apenas: eu não tenho fotos! Nem me lembro de alguma vez ter visto alguma .
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