ALMOÇO / CONVÍVIO

ALMOÇO / CONVÍVIO

Os futuros almoços/encontros realizar-se-ão no primeiro Sábado do mês de Outubro . Esta decisão permitirá a todos conhecerem a data com o máximo de antecedência . .
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A N T E V I S Ã O

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Garantimos que no Almoço / Convívio de 14 de Novembro
não será necessário comer no chão nem de pé, haverá
lugar para todos os que se inscrevam até ao dia 10. Esperamos que haja música, já que os ensaios
decorrem há quarenta anos!


Mas não será certamente necessário
ir à caça de caracóis,

nem à pesca, já que a ementa está escolhida e encomendada.



Estarão presentes seres estranhos e perturbadores...
mas também charmosos e másculos galãs!

Bom, e outros que nem tanto...


VAMOS TODOS À LAREIRA NO PRÓXIMO DIA 14 DE NOVEMBRO ?

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C O M E N T Á R I O S
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Belão disse...
Esperamos ou há música de certeza? É que o Zéquinha está fartinho de pedir um bailarico com musiquinha da época! E ele coitadinho precisa curar a ciática.
Caracóis até que era bom, sei lá, como entrada-escargot à ERO.
Os charmosos galãs estão lindos nestas fotos, mas o 1º lugar vai para o Flores. Os outros estão também muito bem, mas o Flores está fantástico.
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jorge disse...
fotografias fantásticas,sem dúvida,mas não reconheço os protagonistas.que tal uma identificação?a ultima pose é realmente invulgar,sugiro que o modelo a reproduza para um novo instantâneo no próximo dia 14...abraço.jorge
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Isabel Esse disse...
É o Flores e o Neto,não me recordo do nome do "galã" como bem lhe chama o JJ.Julgo que são todos do seu ano mas gostava de saber como é que estas fotos surgiram.Será que o Flores não pode contar essa história?
Ainda não sei se poderei estar presente no dia 14,mas tudo farei para isso.Bjs.IS
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Fátima Clérigo
Muito giras as fotos e muito bem comentadas!!!
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Maria Manuela Gama Vieira
Com essas companhias à mesa,já nem penso noutra coisa! :-)
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.Júlia disse... ´
Há diferença entre as fotos do "antigamente" e agora! Tinham a sua beleza!E será que lá mais para o final do dia,não haverá ninguém pelo chão....aqueles finais do dia de S.Martinho,pelo que já me contarm levavam a grandes peripécias !!

FOTOS DE POSSÍVEIS PARTICIPANTES (6)

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Estes são alunos de uma geração que se tem mostrado pouco no Blog mas que julgo que vai aparecer no almoço de dia 14.

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As fotos aguardam identificação e legendagem.







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A PROPÓSITO DO NOSSO ALMOÇO / CONVÍVIO DE 14-11-2009

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A propósito do Almoço / Convívio de dia 14 de Novembro recebi uma mensagem que faço questão de partilhar com todos. O autor é um habitual e oportuno comentador do nosso Blog e do Blog da Escola, onde foi aluno. JJ
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Caríssimo JJ,
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........O Armando Silva Carvalho, que frequentou o Externato Ramalho Ortigão por volta dos anos 40/50, trocou durante alguns meses com a Maria Velho da Costa uma correspondência de revisitação à infância, a que deram o nome de O Livro do Meio (2006). As vivências nos Colégios estão presente nos dois testemunhos de um modo muito vivo. O excerto abaixo descreve um desses encontros restritos feito à distância de muitos anos. Afinal, que memória é que o ERO guarda desses colegiais tão discretos que as páginas de um livro (302-303) trouxeram ao nosso convívio de leitores atentos e curiosos?

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«Toca o telefone. Atendo. É a Natália do Ramalho Ortigão. E eu respondo-lhe, tendo na ponta da língua o nome e apelidos. Anda à minha procura há muito tempo. Quer rever antigos colegas do colégio. Em Macau, onde viveu muito tempo, comprou O Homem que Sabia a Mar, por acaso, mandou-me correio especial para Olho Marinho que eu nunca recebi.
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Combinámos encontro.
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Veio ela e veio a Palmeirinha, uma outra colega.
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São avós, têm netos, parecem-me felizes.
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É a primeira vez que tenho um encontro destes, passados mais de cinquenta anos. Quando voltei costas ao colégio, estive mais de dez anos sem pôr os pés nas Caldas. E nunca mais vi ninguém, nem vontade de ver. Afinal não foi difícil.
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Os três temos cada um em cima o peso de uma vida.
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Lembro-me bem da Natália, na sua bata preta e colarinhos brancos, de goma, como todas as outras, mas com uma camisola azul-claro, e óculos leves, sem armação de massa. Perfeitamente: o seu ar reflectido, um tanto etéreo, a sua timidez, o seu rosto claro quase transparente, o seu modo de andar, quase imperceptível.
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Já da Palmira, não, ela é ligada a Óbidos. Não era do nosso ano. E com aquela idade, era a permanência na sala comum, as aulas, os curtos intervalos, os incidentes sérios, os ridículos, o que iria ficar.
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Da Natália, sim, lembro-me como se fosse ontem. Da sua camisola azul-claro, leve, vestida por cima da bata e do seu meio sorriso indecifrável que a senhora de hoje, sentada ao meu lado, me lembra, muito vagamente.»
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Artur Gonçalves
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COMENTÁRIOS
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maria teresa disse...
Li o "Livro do Meio" e a imagem que o autor deixa da sua passagem pelas Caldas e pelo Ramalho Ortigão não é muito lisonjeira. Fala com simpatia do Machadinho, o JJ Machado (da pastelaria, sim senhor)e de pouco mais. Tudo o resto, a cidade, os professores, os colegas, é referido com ressaibos amargos, sabe-se lá porquê. Enfim, cada um colhe da vida o que quer.

FOTOS DE POSSÍVEIS PARTICIPANTES ( 5 )

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Estes colegas também vêm ao almoço de dia 14 de Novembro? É melhor que se inscrevam logo que possível, precisamos de saber quantos somos para que haja lugar para todos.

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AS RESPOSTAS AO INQUÉRITO

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Um pouco ao acaso escolhi algumas respostas ao Inquérito que organizámos. São obviamente anónimas e já nem eu me lembro quem as escreveu, fui fazendo copiar » colar à medida que as recebi.
Chegaram cerca de 50 respostas, acho que correu bem, gostamos de saber que além dos colaboradores mais habituais, há mais pessoas atentas ao que aqui se passa.
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1 - Que expectativas tens para este encontro ?
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Reencontrar e rever amigos e colegas.
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Encontrar mais colegas, de quem não me lembro e não se lembram de mim...
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Não sei definir,mas GRANDES! É a primeira vez que vou a um Encontro do ERO.
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As mais elevadas, como é óbvio; ou seja espero que o crescendo dos últimos anos se reconfirme, mais uma vez, com mais adesões e reencontros.
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Elevadas. Uma parte muito significativa (quantitativa e qualitativamente) das minhas amizades assenta no «grupo do colégio» e, por essa razão, estão sujeitas a uma actualização regular, mesmo assim a perspectiva de nos encontrarmos justifica a participação. Mas há aqueles e (e aquelas) que até já esquecemos e que será uma grande alegria reencontrar, corresponde a um ganho suplementar as surpresas que podem ocorrer..
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...As mesmas do 1º encontro - rever antigos colegas!
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O meu entusiasmo por estes encontros nunca foi muito. Este ano vou experimentar, mas receosa, pois aqueles com quem tenho convivido ultimamente merecem a minha presença. E gosto muito de estar com eles.
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Todas. É sempre muito agradável encontrar os "velhos" e as "novas" colegas. Trata-se de voltarmos aos verdes anos.
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O Externato Ramalho Ortigão já não faz parte da minha vida. Os amigos que também por lá passaram sim. Em nome desse valor, simples e agradável, baseado na reciprocidade, este almoço tem sentido.
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Que seja maravilhoso.Se os anteriores têm sido, este ainda será melhor !
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Pelos contactos que tenho tido a minha expectativa é de que estará muita gente e que nos iremos divertir,reviver...

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...ir pelos meus próprios meios...
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2 - Quem gostarias que viesse? Quem gostarias de rever ?
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.....A Dra. Inês e depois ...deixar-me surpreender!
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O pessoal do meu ano e o Padre Xico .
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Principalmente quem já não vejo há tantos anos que já nem me lembro das caras...
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Algumas colegas, mas de quem já não lembro os nomes...
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Todos os que forem são importantes...
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Sobretudo os colegas de turmas; há-de haver um dia em que estejamos todos!
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Há pessoas que (quase) só encontro nestas ocasiões e que estão agradavelmente associadas à minha adolescência.
Estimamo-nos bastante para ser um prazer revermo-nos,mas não dá para um relacionamento mais estreito. Este grupo é essencialmente constituído por colegas mais velhos.
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Colegas, professores e outros funcionários do Colégio: A Familia ERO.
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O padre Chico, a Dr. Julia, a minha turma, por exemplo.
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TOOOODOS !!!!!
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3 - Além da Missa (12 Horas na Igreja de Nossa Senhora do Pópulo) e do Almoço propriamente dito (13h 30 min na Lareira), o que é que julgas que se poderia organizar ou agendar mais nesse dia?
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Momentos de convívio alargados para além do almoço
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Baile disco tipo anos 60 e 70 ?????
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...eliminar a missa?...
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Lançamento de uma Edição dos artigos mais marcantes do Blogue ERO (Se for necessária contribuição monetária dos ERO, eu estou disposta a contribuir, monetáriamente, para que se torne realidade)
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Uma exposição de Fotografia dos ERO (incluindo os ERO "adoptados",o caso de Vasco Trancoso). Boa selecção musical (a cargo do Jales) durante o almoço.
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um bailarico......porque é que não se faz um bailarico?
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Suponho que a Missa é um dever dos católicos e não dos antigos alunos. Não vejo motivos para encher de actividades este dia. A animação está no encontro.
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Há muitos anos, a propósito de uma bobine minha com gravações de músicas dos «bailes de garagem», fiz um pacto com «um tipo do colégio da minha geração» que havíamos de reeditar um «baile de garagem».
É uma proposta cujo âmbito de interesse não consigo avaliar (conheço uma banda de música (e de músicos) dos anos sessenta que vai tocar num evento parecido do Liceu de Oeiras)
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- um concurso de misses ;-)
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A celebração eucarística parece-me excelente porquanto, numa sociedade em acelerado processo de dissolução, urge pugnar pelos valores multimilenares que nos alicerçam.
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Para condizer com a missa, só se fosse uma lerpa ou um poker!!!!!!!!!!!! ( tou a brincar, né?!)
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.....Nã pensei nisso,sou pouco" idiota", no entanto penso que as coisas surgirão naturalmente ...

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4 - O carácter bienal do encontro é do teu agrado? Ou deveria ser feito com maiores ou menores intervalos?
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Acho que está bem.
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Poderia ser anual?
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O encontro deveria ser anual...e quanto mais velhos vamos ficando, mais se justifica que assim seja.
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Como é a primeira vez que vou, não tenho qualquer ideia sobre periodicidade.
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É. Organizo os jantares do meu curso e é essa a periodicidade que acho mais equilibrada.
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Creio que o carácter dos almoços/jantares deveria seguir uma periodicidade anual. Porventura, um ano ao almoço e outro ano, mais formal, ao jantar. Este último deveria ter um carácter de referência e, pelo seu rigor e espectacularidade, ficar gravado na memória colectiva. Para tanto, terá que ser nomeada anualmente uma comissão de eventos que escolha o local, a ementa, o guest speaking, e a data propícia ao evento.
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Anual, porque a idade começa a pesar.
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Julgo que sim.anual,acabava por perder interesse e maior intervalo de tempo seria demasiado.
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5 - Que meios, além do Blog e destes emails, deveríamos utilizar para divulgar o evento ?
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Os jornais locais.
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Só se for a televisão...
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Blogue irmão IVS, Blogues de Colegas nossos, jornais regionais(caldenses).
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Se estes não são suficientes a que mais se poderá recorrer....sms?
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Deveria organizar-se uma agenda telefónica, o que se poderia começar a fazer já dia 14.
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Agora cada um deve dar seguimento numa «acção porta a porta». Vou reenviar à minha irmã e ao meu irmão
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Gazeta das Caldas e press para os jornais. Posso tratar de tentar junto dos jornais nacionais. Preciso de mais dados.
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Anúncio na CNN !
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Uma resposta final :
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Eu nunca frequentei o ERO, apesar de muitos dos meus amigos o terem feito e eu com eles continuar a conviver.
Costumo ler o Blog mas de uma forma não sistemática. Não estou a pensar ir ao almoço, como já disse ao João Jales, mas vou continuar sempre, caso continue a ter sauúe, a dar-me bem com os meus amigos do ERO.
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FOTOS DE POSSÍVEIS PARTICIPANTES ( 3 )

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Muitas das fotos aqui exibidas são da colecção do Padre Xico. Não têm datas nem nomes (aguardam identificação e comentários) e pretendem constituir um convite para o Encontro de 14 de Novembro. Um convite não só para os retratados, mas para todos.

Pelas respostas que temos recebido vamos ter participantes de todas as gerações. Inscreva-se e apareçam.

C O M E N T Á R I O S

Júlia Ribeiro
Na do lado dtº estão umas meninas que conheço muito bem....espero que apareçam!e bjs para elas.

Laura Morgado
A Julinha não viu bem!!!!Também conhece uma ao centro e outra do lado esquerdo.Algumas não vejo há( n+1)anos.Vamos encontrar-nos dia 14.Pelo menos assim espero.

Margarida Araújo
a 2ª brasa é a Lena Arroz, ao lado não sei bem quem é mas não me lembro do nome (Manuela???) as Vieiras Pereira também ...devido ao adiantado da hora não consigo identificar mais. bjs

Maria Helena Arroz
Tão engraçada esta foto. Isto devia ser alguma actividade extra-escolar porque são pessoas de anos diferentes. Do meu ano está só a Ilda. A Isabel andava no ano acima e a Mercês, a Salete e a Anabela, (as outras também não estou a ver bem quem são) andavam no ano abaixo.

Luísa disse.
Da esquerda para a direita:
Maria José Bernardo; Lena Arroz; Anabela Ferreira; Dália; Mercês; Monserrate Canhão; Manuela V.P. e Salete.
Ao meio, em baixo: Ilda Lourenço
Esta foi fácil…..João
Bjs.
Luísa Osório

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FOTOS DE POSSÍVEIS PARTICIPANTES ( 2 )

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Estes três colegas também nos darão o prazer da sua presença no
Almoço/Convívio do próximo dia 14 de Novembro:
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Margarida Araújo
Mário Gonçalves, Mila Marques, António José Lopes ! Mesmo a uma hora já adiantada, estes identifico-os até de olhos fechados.

FOTOS DE POSSÍVEIS PARTICIPANTES (1)

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Dos que fizeram esta Profissão de Fé quantos vão estar
no Almoço/Encontro de dia 14 ?
Já agora, querem contribuir para uma tentativa de identificação ?
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Belão disse...
Já identifiquei alguns (eu inclusivé, bem maior que agora): Nami, João Ferreira, Loló Costa, Filipa, Rui Hipólito, Arlinda, Rogério, Marta, Victor, Luís Abel, João Filipe, Eugénia... mais uns dias e vou lá!
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Manuela Gama Vieira disse...
Pois eu nem consigo identificar ninguém,Belão,mais nova que eu,suponho.Fui crismada nas Caldas mas sem aquelas "fatiotas",ainda não impostas...Lembro-me que ia vestida "à civil"...
Fui colega do seu irmão Zé Sancho(como era conhecido entre nós).
Manuela Gama Vieira

QUEM VEM AO ENCONTRO DE 14 DE NOVEMBRO ?

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São esperados no encontro de 14 de Novembro desde os alunos que constam na fotografia de cima aos que constam na fotografia de baixo, todos os que frequentaram o Externato Ramalho Ortigão entre 1945 e 1974... Os mais novos têm hoje cerca de quarenta e cinco anos, os menos novos cerca de oitenta.
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Penso que será a primeira vez que representantes de todas as gerações estarão presentes no encontro, espero que se portem todos bem...

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Teresa Vieira Pereira disse...
Em relação à fotografia do ERO ainda na Miguel Bombarda, reconheço o prof. à direita. É o Dr. Bruno - Luís Rosa Bruno. A rapariga à frente, com uma medalha grande por cima da gola, é a Margarida Calisto. A segunda à frente, à esquerda, é a Maria Augusta Novo. Atrás de todos, a afastar o cabelo da cara, creio que é a Sra. D. Alda Lopes. Não reconheço mais ninguém, pois são todas mais velhas que eu. Ainda não sei se poderei ir ao almoço.

Abraços, JJ, da Teresa Vieira Pereira

ENCONTRO DE ANTIGOS ALUNOS DO EXTERNATO RAMALHO ORTIGÃO NO PRÓXIMO DIA 14 DE NOVEMBRO ÀS 13 HORAS E 30 MINUTOS NO RESTAURANTE LAREIRA

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A partir de hoje vamos começar a preparar o Encontro. Contamos com todos.
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A Comissão Organizadora é constituída pelos leitores deste Blog. Todos contactarão todos os colegas de que têm os telefones, emails ou moradas e estes depois farão o mesmo. Dentro de um mês, no dia 14 de Novembro, todos estarão na Lareira há uma e meia da tarde. É um plano sem falhas e que só pode resultar bem, não vos parece?
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As inscrições poderão ser feitas pessoalmente ou por carta (+ cheque) para:
Audiomanias / Av 1º de Maio, 6
2500-081 Caldas da Rainha
ou por email para:
pagando depois a inscrição (25€ per capita) por transferência bancária.
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Informações e esclarecimentos por telefone para:
Júlia Ribeiro (966468378)
Laura Morgado (918170524)
JJ (962638683)
Audiomanias 262 845 539
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A VIDA DAS MINHAS CANÇÕES (TAKE 2)

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As notas lá se seguiam umas às outras, alinhavadas a muito custo após longos exercícios de reprodução auditiva com vários stop e muitas repetições, cansando o velho gravador GRUNDIG. E finalmente, após várias tentativas e muitos erros, lá estava o que aos meus ouvidos parecia ser a linha de baixo daquela notável música; de resto nada de muito especial, mas que por parecer absurdamente simples me fez acumular hesitações e massacrar os dedos e a escala da minha guitarra. O GRUNDIG seguramente já estava farto de reproduzir aquela simplicidade e, no seu intimo, devia escutar perplexo tamanho desatino supostamente musical …
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O GRUNDIG de bobinas foi um grande companheiro de tantas e tantas canções, das novidades gravadas do Página Um, misturadas com anúncios e tiradas dos locutores, arquivo diversificado do que eram o meu gosto e a minha falta de gosto da altura, amalgama de várias ondas; muitas horas dediquei à organização das minhas bobinas da BASF como se fossem episódios completos da minha rádio imaginária.
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Os ensaios na casa do Vitor estavam contudo a tornar-se enfadonhos, os nossos maus instrumentos tocavam mal e sobretudo baixo para quem ,como nós, ambicionava elevar-se à dinâmica dos grandes grupos e do som poderoso num imaginário palco infinito.
Acrescia que nem a familia nem os vizinhos do Vitor apreciavam os nossos esforços artisticos, antes pelo contrário apodavam-nos muito depreciativamente sem que, contudo, conseguissem esmorecer o nosso entusiasmo e a diligente procura dum som, digamos agora, relativamente musical.
Decidimos então levar a coisa para um plano mais sério.
Ir fazer uma sessão na Senófila.
Era um grande salto, era a electricidade pura e dura, era uma percussão credivel, eventualmente um orgão, foi com um misto de receio e curiosidade que por unanimidade e aclamação decidimos dar finalmente aquele passo.
Corria o ano de 1973.
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Para quem porventura esteja mais deslocado destas ondas, a Senófila era uma Escola de Música que proporcionava aos amadores condições técnicas e materiais para poderem exercitar os dotes que possuissem ou julgassem possuir. No recato das suas instalações, a salvo dos comentários jocosos dos ouvintes de ocasião, podiam os artistas dar então livre curso à sua creatividade ou, como era o nosso caso, reproduzirem o mais fielmente que conseguissem temas originais de outros.
Na época havia um grupo, Aranha, que era o paradigma desta forma de estar na música; tinham uma politica de covers de uma extrema fidelidade de reprodução, muito apoiada em condições técnicas excepcionais para a altura e, claro, no virtuosismo dos seus componentes, que nos arrasavam cada vez que os ouviamos, e que nos faziam aspirar a sermos cópias daqueles que já copiavam terceiros, o que em termos de originalidade era no minimo confrangedor, mas era realmente a nossa onda desse tempo.

Foi portanto com um misto de curiosidade e tremideira que, após uma cautelosa reserva telefónica prévia, entramos na Gonçalves Crespo interiorizando talvez uma qualquer porta de entrada em Abbey Road.
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Chegados à nossa sala, a descoberta dos instrumentos foi de uma ternura comovente; no fundo para nós qualquer coisa ligada à electricidade com aspecto de guitarra ou de orgão era uma Fender ou um Hammond em potência; juntar-lhe uma bateria era já entrarmos no dominio do surreal. E com pratos!
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O Carlos, o nosso baterista, era no entanto já um relativo veterano destas andanças. Tinha aprendido a tocar viola em Moçambique, por lá tocou com diversos grupos locais antes de voltar para a Metropole, refinou dotes incriveis para o instrumento temperados com aquele balanço africano de sentir a música antes de a tocar, uma espécie do que mais tarde vim a conhecer como swing, mas com um balanço tropical associado que não consigo descrever com palavras, mas que é impossivel não sentir percorrer-nos o corpo quando o ouvimos.
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Sentou-se atrás da bateria com um à vontade que nos descontraiu. Dois ou três toques de tarola e um abano de prato de choque mais tarde, incentivou-nos a começar.
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Foi então que deparei de chofre com mais uma dificuldade pessoal: o baixo era para direito, e um canhoto inexperiente como eu não precisava de mais este escolho. Todo o laborioso trabalho de levantamento da linha de baixo, tinha agora, inapelávelmente, de ser invertido ao momento; olhei para o braço da guitarra e mentalmente imaginei tudo ao contrário...estremeci quando pensei que não estava ali para barracadas...
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A auto estima sobrevive às vezes sobretudo nas piores condições, aprendi naquele momento embora da pior forma.
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Arrancámos com o riff inicial. E descobrimos logo como é absolutamente fascinante estarmos do outro lado da música; nós somos a fonte, as notas circulam electricamente à nossa volta, sentimos um progressivo envolvimento com a melodia, com o compasso, há um fluir de alguma coisa que nunca tinhamos conhecido antes com aquela dimensão nos nossos ensaios acústicos.
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Ouviamos o Quim, o vocalista, como nunca o tinhamos ouvido antes, como se ele nunca tivesse cantado; mesmo o seu inglês sofrível soava agora com uma musicalidade desconhecida.
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Lá atrás o Carlos manobrava nos timbalões a entrada para o refrão duma forma que até me pareceu musical; não lhe escapava nada do que nós os outros faziamos a reboque e parou várias vezes para corrigir toda a gente.
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O take final, com o à vontade próprio das muitas repetições prévias, soou-nos já como se saisse música de nós...Delicioso.
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Descobrimos nesse dia, que havia sempre um “Something” muito especial do outro lado do palco...
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Nunca mais me esqueci.
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Modigliani
(Agosto/09)

C O M E N T Á R I O S
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Manuela Gama Vieira disse...
Sou uma apreciadora de música,mas não uma "expert" no tema.Gostei muito deste texto,sente-se "A vida das minhas canções",pela vida e expressividade imprimidas pelo Autor.Os nervos,o sonho de pisar o palco,o rigor,a persistência para alcançar maior perfeição,o sentido da responsabilidade e...finalmente,o sonho aí estava..."interiorizando talvez uma qualquer porta de entrada em Abbey Road"!
"A auto estima sobrevive às vezes sobretudo nas piores condições, aprendi naquele momento embora da pior forma" - Uma excelente reflexão!
Ah,sempre gostei e gosto do intemporal "Something".
Manuela Gama Vieira
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Luisa disse...
Muito bom este post,com uma visão muito pessoal da música, a visão de quem toca...O que fará hoje este Modigliani? L
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Manuela Gama Vieira disse...
Oh Luis(L),cá para mim...cá para mim...até sei quem é....O que faz?Algumas "coisas" estão à vista...escreve,e bem!Há muitos anos que o não vejo.Que ele anda por aqui...lá isso anda.Modigliani,espero encontrá-lo no nosso Encontro do ERO.Até lá,e não deixe de nos ir oferecendo...Something!Manuela Gama Vieira
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Isabel Esse disse...
Gosto muito do Something,é uma das minhas músicas favoritas dos Beatles.
Gostei muito do texto,é muito interessante ler o que sente e como aprende quem toca o que nós gostamos de ouvir.
Não percebo,num tezto em que não há nada de polémico nem íntimo,porque é que o autor usa pseudónimo...
Isabel S
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