ALMOÇO / CONVÍVIO

ALMOÇO / CONVÍVIO

Os futuros almoços/encontros realizar-se-ão no primeiro Sábado do mês de Outubro . Esta decisão permitirá a todos conhecerem a data com o máximo de antecedência . .
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Setembro de 1964 (2)

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Este conjunto de fotografias, de que a publicada no post anterior também fazia parte, documentam uma reunião de professores no Vimeiro em Setembro de 1964. 
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Pelo que julgo saber estas reuniões destinavam-se a criar um espírito de grupo entre o corpo docente, promovendo um melhor conhecimento entre os diversos elementos e fomentando um relacionamento social entre eles, para além das suas relações de trabalho.
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Teríamos todos curiosidade em saber se eram alcançados esses objectivos e qual o espírito que presidia a estas reuniões.
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Anónimo C O M E N T Á R I O S
 
Jaime Serafim disse...
O Externato Ramalho Ortigão e o Seminário de Penafirme pertenciam ao Patriarcado de Lisboa. Por doís anos consecutivos, creio que em 64 e em 65, foram oferecidas estadas em Penafirme, no verão, aos professores e pessoal de secretaria do E.R.O. que o desejassem. Não recordo quanto tempo estive em cada uma das estadas, mas foi ainda bastante. Era solteiro, sem compromissos e ali tinha um bom quarto, excelentes refeições e a companhia sempre agradável de colegas, uns por mais tempo, outros por menos. Mas nunca estive só. Normalmente íamos à praia a Santa Cruz mas, uma vez por outra, dávamos uma voltinha a Mafra, a Torres Vedras ou à piscina do Vimeiro. À noite, depois do jantar, caminhávamos a pé até Santa cruz, para um cafezinho. Era sempre um passeio bem disposto e divertido. Lembra-me de cantarmos e de se chegar a fazer uma roda num dos miradouros do caminho. Outras noites ficávamos no salão do Seminário – grande, bem mobilado e muito confortável. Aí se conversava e ouvia música. Frequentemente cantávamos, com dicas de jovens padres que lá estavam de férias ou mesmo a morar. Tocavam guitarra e cantavam muito bem. Um deles, mais tarde, notabilizou-se no campo das cantigas de intervenção – o padre Fanhais. Era reitor do Seminário um jovem muito simpático, de trinta e poucos anos e que, já nessa altura, mostrava ser bastante promissor – era o actual Cardeal Patriarca de Lisboa, D. José Policarpo, nosso ilustre conterrâneo.

Setembro de 1964

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João Jales
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Esta fotografia é fantástica não só pelas qualidades técnicas que evidencia cinquenta anos depois, com uma luz, um contraste e um enquadramento sem paralelo nas restantes que fazem parte deste "lote" que agora recebi, como também pelas expressões dos retratados.
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O mais velho, que parecia aqui estar num intervalo das filmagens da Dolce Vita, é bem conhecido de todos, o mais novo é talvez um pouco mais difícil de identificar mas, nascido em Novembro de 1954, foi meu colega de turma durante a primária e os primeiros anos do Liceu no ERO. Em Outubro de 1971 reencontrámo-nos  em Lisboa, eu em Medicina, ele no Técnico.
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Sabem quem são eles?

comentários:



Anónimo disse...
Reconheço o Dario, como não podia deixar de ser. O mais novo não reconheço porque sou mais velha que ele. Mas, se me refrescarem a memória, sou capaz de lá chegar. O JJ é mais novo que eu e lembro-me perfeitamente dele no ERO, assim como da irmã. Aliás, nunca os deixei de ver pois, creio eu, estiveram sempre pelas Caldas, tal como eu. De facto, a fotografia está fabulosa!    Carmo Franco Lemos
Belão disse...
A foto é fantástica, sem dúvida. O mais velho é o Dario (Sr. Dario da secretaria). O mais novo penso que é o Zé Luís Azevedo. Acertei? Qual é o prémio?
Alentejano disse...
Conheço o mais velho pois claro mas o nome não me lembrava.
Anónimo disse...
JJ Eu, claro, não podia deixar de identificar ambas as personagens! Mas, há que reconhecer, os «concorrentes» a este acto de adivinhação, serão induzidos em erro, pois o mais novo NÃO foi teu colega de turma, NÃO se reencontrou contigo em Lisboa no Outono de 1971, e NÃO cursou o Técnico. Bom, e mais não digo para deixar algum suspense...    Zé Luis Veríssimo d'Azevedo

  • O Sr. Dario e um dos filhos do Dr.Azevedo.:-) Não me lembro do nome do pequenito..mas recordo-me bem daquela carinha traquinas...:-)
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    JJ disse...
    O mais velho é efectivamente o Dario, mas o Zé Luis tem razão, o mais novo não é ele. Calculei mal a idade, o Zé Luis era mais velho e mais alto nesta data.

Mondim de Basto, 1961 (João Jales)

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 João Jales
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Conforme já aqui relatei, mais do que uma vez, passei a maior parte dos meses de Setembro do meu tempo de aluno do ERO em Mondim de Basto, numa propriedade familiar, a Casa do Retiro, que confinava com o Rio Tâmega. Mantenho ainda hoje o hábito de lá passar três ou quatro dias de férias, com a família e o Rio, que são sempre os que mais ansiosamente espero e mais depressa passam...
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Esta é uma fotografia de 1961 (tem cinquenta anos !) que retrata um desses setembros. Estou acompanhado pelo meu primo Abel, também ele por um breve período aluno do Colégio. Alguém se lembra dele?
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Além dos dois primos e da lindíssima paisagem do vale do Tâmega, é possível rever aqui as imagens da roupa que era lavada no rio depois de ensaboada e posta a "corar".  
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Boas férias, para quem ainda as goza, bom regresso ao quotidiano para os que já as terminou (como é o meu caso). 
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JJ

C O M E N T Á R I O S
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Maria Manuela Gama Vieira  
Quanta roupa não foi "batida" (o passo seguinte ao ensaboar) nessas lindíssimas pedras,por fortes braços femininos!

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Anónimo disse...
Lembro-me bem to teu primo Abel. Até me espanta que não tenhas falado dele antes.
Também me lembro das tuas ausências das Caldas em Setembro para ires com os teus Pais e a Paulinha para Mondim. De resto, qualquer referência a Mondim de Basto me traz sempre (ainda) à memória a família Jales.
Guida Sousa disse...
Muito bonita esta imagem.Já tinha visto no Facebook,onde está uma fotografia mais recente do mesmo local mas sem os primos! Quanto à tua pergunta não me lembro de nenhum Abel Jales no ERO.Boas férias. ..... resposta: A foto que referes está aqui, basta clicar .

O SORRISO DO RUI HIPÓLITO (Jaime Serafim)








"O sorriso do Rui Hipólito"
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.Foi no final do ano lectivo 62/63. A minha mulher, que na altura nem sequer era ainda minha namorada, leccionava uma segunda classe. Nessa altura fazia uma prova de passagem, constituída por uma escrita e uma oral, muito embora a decisão da transição de ano já tivesse sido tomada. Mas ela entendia que era importante que os alunos fossem aprendendo a prestar provas de exame e a sentir, à sua maneira, o peso da responsabilidade.
Para tornar a prova oral num acto de certa solenidade, pedia ao Director que disponibilizasse um professor do Secundário para estar presente durante a tarde das provas orais. Para os alunos, a presença de uma segunda pessoa, para além da sua professora, tornava o acto mais solene e a responsabilidade era acrescida.
Nesse ano, o Director indicou-me a mim para componente do júri.
Foi uma tarde interessante, observando a reacção ansiosa, briosa e comprometida dos examinandos.
Mas de todos, apenas me lembro de um. Um rapazinho pequeno, magrinho, que, com grande empenhamento, dava respostas prontas e certas e sempre, mas sempre, com um sorriso que se estendia ao brilhar dos olhos e do qual resultou uma empatia extraordinária entre ele, a examinadora e o assistente.
Porque me impressionou tão positivamente a atitude, o comportamento e o sorriso daquele aluno, falei com a professora sobre ele. Disse-me que era sempre assim – colaborador, empenhado e bem-disposto. Que o sorriso dele era constante e um belo contributo para a serenidade e boa disposição da aula. Era o Rui Hipólito.
Embora nunca tenha falado nisto com ninguém, nunca me esqueci da prova oral do Rui e da sua forma de estar.
Fomos convivendo ao longo da vida e verifiquei que aquele sorriso se manteve inalterado. Um sorriso sereno, acompanhado pelo brilho do olhar, que só pode vir de uma boa alma, de alguém tranquilo, bom e amigo.
Reparemos nas fotos inseridas no blogue: em todas elas, mesmo na adversidade da doença, que certamente muito o preocupava, o seu belo sorriso lá está.
Guardo com muito carinho e muita ternura a lembrança da forma com que sempre me tratou – muito respeito e muita simpatia, sempre acompanhados daquele sorriso. Obrigado, Rui.
Cheguei agora de férias e não me foi possível acompanhar a família, nem exprimir-lhe o meu pesar e a minha solidariedade na dor. Não o podendo fazer pessoalmente, deixo um beijinho para a Arlinda, para a D. Euritze, para a Mafalda e um grande abraço para o João e para o Tó Zé.
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  Jaime Serafim
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 c o m e n t á r i o s

Paulinha Pardal disse:
Muito bonito o texto que o Dr. Serafim escreveu sobre o Rui é de uma enorme ternura. O sorriso do Rui foi sempre o mesmo até ao final da sua vida. Obrigado Rui por teres sido como foste e obrigado Dr. Serafim pelas suas palavras que nos fizeram recordar o " Sorriso do Rui".



Obrigado pelo seu belo texto, em que um simples episódio retrata uma pessoa e uma vida, de uma forma simples e emotiva !
Abraço
JJ
 
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sem comentários.......tudo o que possa dizer do Rui, é muito pouco para o tamanho de coração que ele tinha, a perca de um amigo de infância é sempre muito dolorosa e por vezes o silêncio fala mais alto...não tenho palavras.
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Carlos Pereira disse...
Caro Dr. Serafim Não sei se estarei a fazer uma grande confusão, mas tenho ideia que fomos colegas durante os estudos, no final dos anos 50, 6º.e 7º.anos (talvez até na mesma turma), no tempo do Padre António Emílio. Chamo-me Carlos Pereira e sou do Bombarral. Foram meus contemporâneos, entre outros, o Zé Carlos Nogueira (Tália), João Bártolo, malta da Nazaré e Alcobaça, como o Laborinho Lúcio, um moço que jogou futebol no Sporting e outros. Caso eu não esteja confuso (ao fim de tantos anos), deixo-lhe um abraço.
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Jaime Serafim disse...
Olá Carlos! Confusão nenhuma! Há quanto tempo... Pois lembro-me muito bem. Éramos muito amigos e conversávamos muito. Penso que chegámos a estudar os dois no E.R.O., prédio do Crespo, depois de terminarem as aulas. Eram nossos professores o Dr.Azevedo, a Dr.ª M. do Rosário Leal, o Dr. Fontinha, o Dr. Sanches e, até certo dia, o tenente Carlos Coelho (Serôdio). O rapaz de Alcobaça era o Moura, mas no Sporting ficou conhecido como Lourenço. Foi um prazer enorme saber de ti. Não faltes ao próximo encontro em Outubro. Até lá, um grande abraço. Jaime Serafim