ALMOÇO / CONVÍVIO

ALMOÇO / CONVÍVIO

Os futuros almoços/encontros realizar-se-ão no primeiro Sábado do mês de Outubro . Esta decisão permitirá a todos conhecerem a data com o máximo de antecedência . .
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PERSONALIDADES (3)

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Depois de vasculhar aqui uns jornais antigos, e a propósito do depoimento sobre o Externato Ramalho Ortigão na Miguel Bombarda, decidi mostrar mais uma caricatura do Dr. Leonel Cardoso, originalmente publicada em 1958.
Tal como há cinquenta anos, o nome é para os leitores adivinharem. Interrogo-me se será tão fácil hoje como era nessa altura, quando o Dr. Leonel dizia "Pois por todos é lembrado / O que fez p’la nossa terra!"...
Quem será esta figura
Que se impõe pelo seu passado,
Que tamanha obra encerra?
O mistério não perdura,
Pois por todos é lembrado
O que fez p’la nossa terra!

Sacrificou-lhe a saúde,
O seu tempo precioso
E…até os seus interesses…
Com esta grande virtude:
Nunca ter sido vaidoso…
Nem aspirando a “benesses”!

Neste “cantinho” pacato,
“O Caldense”, desta vez,
Pondo em destaque o labor
Deste homem bom e sensato,
Que p’las Caldas tanto fez…
Não lhe faz nenhum favor!


LEONEL CARDOSO

(O Caldense, 9 de Outubro de 1958)


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COMENTÁRIOS

jorge disse...
estou a ver que tens razão jj,ninguém consegue identificar o caricaturado....eu conheci-o mal mas quem viveu nas caldas antes de 1960 sabe que ele devia ser a pessoa mais importante da terra!
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Fernando Santos disse:
Não será o Dr. Júlio Lopes, que creio ter sido Presidente da Câmara na década de 50?Fernando Santos

António José Figueiredo Lopes (O Professor)




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O António José Figueiredo Lopes (aluno do ERO) escreveu o artigo anterior. Aproveito para relembrar que o Dr. António José Figueiredo Lopes (o professor) já foi aqui amplamente evocado no Blog a propósito da homenagem de que foi alvo pela Câmara Municipal de Caldas da Rainha em 15 de Maio de 2008 e do subsequente almoço de que foi "vítima", em Junho do mesmo ano, por parte um grupo de amigos e antigos alunos seus.


Aqui recordo a caricatura que a São Caixinha desenhou para a ocasião e deixo os Links para os diversos artigos e comentários que acompanharam esses acontecimentos.
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António José Figueiredo Lopes


ANTÓNIO JOSÉ FIGUEIREDO LOPES



ANTÓNIO JOSÉ FIGUEIREDO LOPES - 2



Mensagem de A J F Lopes



O almoço de homenagem e as fotografias



Já nesta série foi-lhe dedicado O PROFESSOR DE GEOGRAFIA

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OS PROFESSORES EM 1945-51 (Miguel Bombarda)

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por António José Figueiredo Lopes
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Caro J.J.




Falar sobre professores de outras eras, do meu tempo de muito jovem, não é fácil. Passaram-se muitos anos, a noite do tempo esbateu nomes e recordações e a minha idade também vai cobrando o seu tributo, apagando imagens e nomes que ainda ontem estavam mesmo ali.

Meditando sobre essas épocas, apercebo-me de que teria havido uma certa rotatividade dos docentes, sendo que alguns, terão passado pelas nossas vidas de jovens sem deixar qualquer lembrança ou marca que se tivesse mantido até hoje. Foram apenas mais um professor/a. Isto pelo menos no que me toca, outros haverá com quem estabeleceram alguma empatia e que ainda os conservam nas suas recordações.

Tentando corresponder ao pedido do J.J., vou citar alguns nomes, sem qualquer pretensão de ser exaustivo, nem menor consideração por outros. São simplesmente os que na altura em que escrevo me vieram à memória.

As minhas matemáticas liceais, se bem me lembro, tiveram o seu início com o Dr. Abrunhosa, que recordo como homem austero que tentava impor disciplina, a um grupo um tanto ou quanto avesso a semelhante coisa.

A Dra. Lídia que tudo fez para me ensinar Latim e Português. Terá tido um sucesso relativo no Português… mas no latim foi uma desgraça, não por ela, claro.

A Dra. Alda Lopes, que bem tentou, com uma dedicação e competência a toda a prova que eu aprendesse Inglês. Infelizmente não teve um grande sucesso, o aluno era uma catástrofe, mas anos mais tarde foi bem vingada, quando ao chegar ao Canadá aprendi em seis meses o dobro do que deveria ter aprendido em três anos. Claro que era uma questão de pura e simples sobrevivência, mas não só, uma das provas para entrada na universidade obviamente era … Inglês.

O Maestro Carlos Silva, pessoa de grande cultura e educação, com uma paciência sem limites para aturar todas as nossas brincadeiras. Colaborador incansável em tudo o que fosse preparação de grupo coral.

O Dr. Silveira, que não tinha grande jeito para manter alguma disciplina nas aulas.

O Tenente Alves, mais tarde major Alves, pessoa com quem contactei ainda por muitos anos, e a sua Geografia, matéria insípida, mas da qual, não sei bem como, nos conseguiu fazer aprender alguma coisa.

O Dr. Melo que na minha opinião não teria grande jeito para ensinar História e ainda menos para lidar connosco.

O Dr. L. M. Rosa Bruno, excelente professor, com um jeito muito especial para lidar com a malta, conseguindo simultaneamente camaradagem e disciplina, que me conseguiu ensinar matemática, física/química e desenho. Poeta. Um pouco controverso para as convenções sociais da época. Nunca me esquecerei da sua reacção, quando acabado de chegar ao Colégio, foi para o laboratório dar a sua primeira aula prática de química tentando impressionar os seus novos alunos. Claro que alguns (a minha modéstia impede-me de dizer quem foi) tinham conseguido acesso ao laboratório, (era fácil) e mudado os rótulos de diversos frascos com reagentes etc. Foi um fracasso total.

Encarou-nos a todos, riu com gosto e disse: óptimo, verifico que existe um grande interesse pela química e agora toca a emendar tudo, e não repitam, porque pode ser perigoso.

E por aqui termino em definitivo, desejando que isto sirva de arranque para outros dizerem de sua justiça, relembrando um passado já distante, mas que, para quem o viveu, é sempre agradável recordar.

A. J. F. Lopes


ERO Miguel Bombarda 1948/49 - Da esquerda para a direita:
Dr. Bruno, Mário Braga,D. Anita,Dra. Lídia,Dra. Alda Lopes e Dr. Azevedo.
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COMENTÁRIOS
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Nani Barosa disse:
Gostei muito de ler o artigo do Dr. Lopes. O meu professor favorito era não só um bom educador, como também um homem bonito!
Ele tinha o dom de trazer a irreverência para a sala de aula de tal forma que toda a irreverência dos alunos se tornava irrelevante! Ele também sabia ser "duro" e sarcástico, mas isso era um mal necessário...
Investia dedicadamente nos seus alunos, a sua presença era muito positiva e transmitia sabedoria duma maneira que seduzia. Não, não estava apaixonada por ele... era mais uma espécie de ídolo! E nem sequer ensinou as minhas disciplinas favoritas, pelo contrário, nunca fui boa a desenho e muito menos a matemática. Imaginem se todos os professores tivessem sido como ele?
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Luis disse:
Há aí pelo meio deste depoimento algumas travessuras e indisciplina, pareceu-me... como é que uma dúzia de anos depois andava este senhor a impôr disciplina e a mandar calar os seus alunos? Ele devia ser pior comportado do que a maioria dos alunos que teve, confesse...
Tenho muitas saudades das aulas e do convívio com o Dr. Lopes!!! Daqui envio um abraço. Luis M
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Júlia Ribeiro disse:
Que delícia ler este artigo do Dr. Lopes !Reviver a sua época de estudante, e os seus professores, gostei particularmente da maneira como a descreve.Que delícia ver fotos do ano em que eu era um bébé ...que ainda usava fraldas e continuei a usar.....de pessoas que seriam mais tarde meus professores também(estou a referir-me à D. Anita,ao Dr. Lopes e ao Dr. Azevedo). Em 1964/65 , estava eu quase a sair, mas o destino estava marcado, encontrámo-nos todos no ERO. Eu, aluna, com 3 professores e 3 grandes Amigos.
Não posso deixar de fazer aqui um reparo.Conheci o Dr. Azevedo em 1958 e nunca imaginei como seria ele 10 anos mais cedo. Que engraçado... tão diferente! A postura,a toilette ... e o cabelo para onde teria ido??
Ao meu querido Professor e Amigo Dr.Lopes um muito obrigado e um grande beijinho. Júlia R
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João Jales disse:
Tem razão o Luis, há realmente um "cheiro" de irreverência, um travo de rebeldia e não-conformismo, neste aluno António José que explicam muita da cumplicidade que caracterizou o professor Dr. Lopes. Muito do humor e da ironia que me lembro de serem típicos nele, tiveram origem no facto de, ao contrário de outros, quando foi colocado "do outro lado da sala", ainda não se ter completamente esquecido do que era estar "do lado de cá".
Hoje temos o depoimento do aluno mas já, em devido tempo, muitos aqui recordaram o professor. Vou recuperar alguns desses testemunhos para integrar nesta série.
Hoje é ao nosso colega António José Figueiredo Lopes que deixo um grande abraço. JJ
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João Ramos Franco disse...
A minha memória ERO Miguel Bombarda não é uma realidade vivida, mas contada pelos mais velhos, vindos das antigas instalações e que comigo no ERO “prédio do Crespo”, situado no nº 91 da R. Capitão Filipe de Sousa, conviveram.
Dos professores mencionados só o Maestro Carlos Silva foi meu professor. Conheci o Dr. L. M. Rosa Bruno e Dra. Alda Lopes, mas não como professores.
É bastante provável que conheça António José Figueiredo Lopes mas se te disser que neste momento não estou a ligar o nome à pessoa, é uma realidade.Todas as palavras dos que passaram pelo ERO são bem vindas, mas os do meu tempo continuam sem dar noticias fazendo com que seja mais difícil recordá-lo. João Ramos Franco
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Isabel Esse disse...
Este aluno é a mesma pessoa bem disposta e jovial que me deu aulas vinte anos depois. Está "muy guapo" na fotografia o nosso António José, também deve ter destroçado uns corações naquele tempo. Mas ele disso não fala... Isabel S
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PERSONALIDADES - DR. MÁRIO DE CASTRO (por Vasco Trancoso)

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Já agora, nesta curta homenagem ao Dr. Mário de Castro, acrescento a caricatura de Vasco Trancoso, publicada em 1992 no seu Álbum de Figuras Caldenses. A biografia que a acompanhava foi escrita pelo Dr. Ernesto Moreira.

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Podem ver melhor a caricatura e ler o texto, clicando sobre eles. Continuamos abertos a comentários sobre esta Personalidade.

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. DR.MÁRIO DE AZEVEDO E CASTRO
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PERSONALIDADES - DR. MÁRIO DE CASTRO

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Como todos adivinharam o caricaturado em 1958 era efectivamente o Dr. Mário de Azevedo e Castro. Mas há uma curiosidade: dez anos depois o Dr. Leonel Cardoso desenhou e publicou, desta vez na Gazeta, uma nova caricatura do mesmo médico.
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Fazem hoje, dia 25 de Janeiro de 2009, precisamente 40 anos.
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Sabedor e competente,
estimado por toda a gente,
ganhou um prestígio tal
que, sem o menor favor,
é agora o director
do nosso Hospital Termal.

Às Caldas se dedicou
E aqui se radicou!...
E agora, creio eu,
P’las Caldas tem tal interesse
Que, por vezes, lhe parece…
Que aqui nas Caldas nasceu.

É certo que aqui nasceram
Os filhos que aqui cresceram
E, em miúdos, brincaram!...
Agora, já homens feitos,
No Ultramar, p’los seus feitos
Esta nossa terra honraram!

LEONEL CARDOSO

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C O M E N T Á R I O S

Amélia Teotónio disse:
Tenho do Dr. Mário de Castro as melhores recordações, como médico e como pessoa. Para além do tratamento de gripes e outras maleitas no seu consultório, ali para os lados da Zaira, quero ainda salientar a sua disponibilidade e o seu humanismo quando do acompanhamento de tempos difíceis, a nível de saúde, de um idoso avô.
Foram algumas as vezes que o Dr. Mário de Castro se deslocou à Usseira, quando a última paragem do comboio chamado vida já se fazia anunciar. Recordo ainda, passados que foram cerca de quatro décadas, as suas caridosas palavras bem como sua expressão de desalento e tristeza, quando constatado que a medicina nada mais poderia fazer. É com saudade e ternura que recordo a sua figura distinta. Obrigado Dr. Mário de Castro por todo o seu profissionalismo, desvelo e amizade.
Para trás havia ficado o meu tempo de juventude, em que sua filha Papi nos dera aulas de Inglês no ERO. Sempre jovial, simpática e muito dinâmica, deixou em mim algumas marcas. Anos mais tarde, já casada, e nós a frequentar o ensino superior igualmente em Lisboa, seríamos convidadas (prima Bia e eu), para com ela tomarmos um simpático chá, em sua casa. Embora fosse muito jovem à data, conseguiu impor-se como pessoa e como professora e ser, ainda hoje, recordada com muito carinho.
Amélia Teotónio

João Ramos Franco disse:
As recordações são muitas, era meu Médico, sou amigo dos filhos, frequentava a sua casa e era tratado como família. O Dr. Mário de Castro e meu Pai (estudou três anos medicina humana antes ir para veterinária), tinham sido colegas durante esse tempo de Coimbra.
Muitas vezes no café Lusitano em amena cavaqueira entre os dois, eu os ouvi. O que poderia retirar do que ouvi e contar-vos é longo, mas é assunto para eu pensar
João Ramos Franco

João Jales disse:
“só graças a ele…muitos de nós estamos vivos!” (versos de Leonel Cardoso)
Eu sou um deles, literalmente. Foi no Volkswagen, também aqui “caricaturado”, que o Dr. Mário de Castro, em 1967, me transportou para o Montepio onde escapei, por uma unha negra, à sufocação provocada por um edema da glote. Graças à sua perspicácia, sangue frio e determinação, ainda aqui me têm a relembrar, com saudade e carinho, o médico e amigo da minha família.
Recordo também a D. Rita, companheira sempre paciente e jovial de uma vida sem horários e com interrupções constantes do sono e refeições, como era a de todos os médicos da altura (eu também vivi isso, embora talvez em menor escala).
A sua filha Papi foi professora no ERO e fazia parte de um animado grupo de amigos dos meus pais, como recordámos numa conversa há dias. Lembro ainda com muito carinho, embora a tenha “perdido de vista”, a sua neta Ritinha, mais nova que eu, mas com quem convivi muito na Foz do Arelho nesta época.
Obrigado Dr. Mário de Azevedo e Castro. JJ

Ana Carvalho disse:
Grande médico e graças a Deus que te salvou. O que seria de nós sem ti? Nem quero pensar... Bjs PP

jorge disse...
eu também consultei o Dr Mário, de quem tenho a melhor das recordações e revejo com saudade as caricaturas do Dr Leonel de que me lembro bem de sairem na Gazeta.de vez em quando o humor e a ironia são substituídos pela emoção e sentimentos à flor da pele...o comentário anterior é do mesmo JJ dos comentários cáusticos,das brincadeiras ligeiras e dos namoricos no ERO?meia dúzia de linhas comoventes e penso que comovidas.um abraço-Jorge

M.Fátima Gama Vieira disse...
Relativamente ao Dr. Mário de Castro e no que concerne às suas características humanas e profissionais depois do que li não encontro palavras. Nosso Médico de Família extremamente dedicado, a qualquer hora fosse qual fosse a aflição estava presente. Lembrar-se-ão a minha irmã e a querida amiga Anabela Miguel de uma dor de dentes horrível e que pelas 24h me pôs em parafuso, depois à minha irmã e a seguir à Anabela e seus.
Dr. Mário de Castro um grande Bem-Haja pela dedicação e carinho e pela madrugada descansada para mim e consequentemente de todos.
Maria de Fátima Gama Vieira
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PERSONALIDADES (2)

Mais uma figura para a nossa série personalidades. Repetindo o espírito da sua primeira publicação ("O Caldense", 1958) desafiamos os comentadores a adivinharem quem é e a escreverem umas palavras sobre ele.
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Eis outro vulto que marca
cá nos anais da Comarca
e por diversos motivos…
entre os quais avulta aquele
de que só graças a ele…
muitos de nós estamos vivos!

Sendo um médico distinto
podem crer que não lhes minto
ao vir aqui afirmar…
que, sejam ricos ou pobres,
tenham ou não tenham cobres…
ninguém fica por tratar!

Mas…quando chegam as férias,
põe de parte as coisas sérias
e chega-lhe a ele a “febre”…
de ir à caça das perdizes
ou de agrvar as varizes…
correndo atrás duma lebre!

LEONEL CARDOSO
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C O M E N T Á R I O S
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o das caldas disse:
O Dr. Mário de Castro está no meu coração para sempre. Sendo mesmo Delegado de Saúde não se eximiu, em 1966, passar-me um atestado médico (de doença inexistente) que me permitiu fazer exames no Liceu Nacional de Leiria que me garantiram habilitações suficientes para desempenhar a minha profissão - é que naqueles tempos não existia a figura juridica de trabalhador estudante, que era o meu caso.
Higino Rebelo
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Isabel X disse:
Fantástica esta caricatura! O Dr. Leonel Cardoso só pode ter sido, de facto, alguém de extrema sensibilidade para de modo tão particularmente expressivo saber captar o Dr. Mário de Azevedo e Castro! O cigarro eternamente aceso, o modo algo displicente, a generosidade com que atendia os doentes independemente de pagarem ou não, a paixão pela caça, tudo, mas mesmo tudo, aqui estão! Agradeço ao João Jales por nos avivar a memória deste modo tão justo e eficaz!
- Isabel Xavier -
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A L disse:
Era uma pessoa maravilhosa, um coração de ouro e um médico competentíssimo este nosso Dr. Mário de Castro. Uma grande saudade me bateu no peito quando vi esta caricatura!
Era um verdadeiro médico de família,conhecia pais,tios,irmãos e primos de todos os doentes e usava esse conhecimento na sua actividade.Tinha sempre uma palavra de conforto e tranquilidade,independentemente da gravidade das situações.
Um Homem que mereceria talvez uma homenagem mais formal e de maior dimensão.
esta ideia de mostrar aqui as caricaturas do Dr. Leonel é muito boa,este nosso blogue é um projecto cada vez mais ambicioso! Parabéns João. AL
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Manuela Gama Vieira disse:
Adivinhei de imediato! O Dr. Mário de Castro, dedicadíssimo médico de família que recordo com saudade. Zelou pela VIDA do meu irmão mais novo, até à minha “Tarde Extraordinária”, a do dia 25 de Abril de 1966!
Manuela Gama Veira
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MADAME INC

por José Carlos Faria


Desenho: São Caixinha



Volta e meia, meia volta, a coisa dava-se.

Tocava para a aula de Ciências e de súbito, desentranhava-se, do mais fundo de nós, uma inquietação gelada feita pressentimento sombrio. Ia-se em desalento tal como o rebanho de almas penadas na porta do Inferno de Dante: «Deixai toda a esperança, oh vós que entrais». E assim era de facto...

Com o ânimo escorraçado a errar lá fora pelos corredores desertos, os piores receios confirmavam-se - A Drª Cristina, temida por muitos, execrada por tantos mais (feitios!), fazia a sua entrada triunfal ao compasso tronitruante dos saltos altos e, camuflada por detrás do fumo de cigarro empunhado, encarava a turma expectante, numa antecipação do gozo (dela) iminente, qual caçador furtivo perante presa à mercê. Abria o livro de ponto com delongas estudadas de Diva e, talvez por «spleen», para espantar a modorra (sabe-se lá!), proferia a mais áspera e indesejada sentença:

- Chamadas!

(Era assim mesmo, duro e cru, sem quaisquer eufemismos didácticos de «revisão da matéria dada» ou veleidades pedagógicas de «experiências laboratoriais», aliás raras, com esta protagonista).

- Chamadas!

Pronto! Aí estava a condenação, sem apelo possível, apenas a perspectiva de um agravo implacável a pairar, inquietante e ameaçador, sobre as cabeças de todos, irmanados na desolação. A partir dali, a Vida jogava-se inteirinha nos três quartos-de-hora seguintes, numa prova de fogo levada ao limite e donde ninguém sairia incólume.

Começava então um longo ritual de sádicos preliminares. De caderneta em riste, folheava as fichas individuais abrilhantadas com o registo de cada um, mais a respectiva fotografia cadastral. A angústia e a ansiedade aumentavam progressivamente à medida do voltear de páginas, enquanto a contagem mental colectiva dos números identificadores acompanhava os avanços e recuos. Sim, porque a consulta não era linear: Os dedinhos sapudos iam marcando a sina de presumíveis vítimas, desde logo ali suspensas numa tortura prolongada e num desejo absurdo de asas para uma evasão impossível. Os que viam a sua posição ultrapassada, encontravam, por um momento, um ligeiro alívio. Ilusório engano! Uma inesperada inversão de sentido ou um qualquer inopinado retorno, voltava, de imediato, a colocá-los em risco.

As paredes estreitavam-se, opressivas. Névoa. O ar denso, irrespirável. Têmporas a latejar. Socorro!...

Aquela metade heróica que não há quem não tenha, incitava a uma loucura de gesta, um gesto temerário de ousar um grito de denúncia contra a prática do terror psicológico e, em paralelo, o lado sensato e racional (leia-se: acobardado) a sobrepor-se: «Está quieto, minha besta! Vê lá mas é se te fazes invisível». Qual o quê! O relógio parece imobilizado. Sufoca-se! As unhas ainda lá estão, de fora, a intercalar folhas, entretanto já com mais outros pressentidos para a tosquia; enquadrando a busca, abre-se uma careta sardónica, desenhada a bâton, quase parecida com um sorriso, mau, mau, os signos do verniz e bâton conjugados em acorde cromático com tons pálidos de rosa-anémica-desmaiada (ousar o rubi poderia ser demasiado escandaloso), constituem, nesta conjuntura, um alarmante sinal de perigo, ai, ai, tirem-me daqui, por favor... antes a morte que tal sorte. O revolver das folhas soava como um afiar de cutelos para a degola dos inocentes e a classe aguardava, de cerviz baixa, numa impotência resignada.

E num ímpeto, a escolha abatia-se, fulminante, sobre um qualquer, ao acaso, e podia até não recair em nenhum dos previamente seleccionados. O tal verniz apontava agora, ofuscante, para um/a desgraçado/a, o dedo curvado em anzol a acenar silencioso convite obrigatório de «vem cá, anda»! E a gente ia, que remédio, como um penitente arrastado, ainda vivos mas já arrolados nas baixas em acção, levando nas costas a compaixão solidária dos colegas, semelhante à piedade muda dos olhos das rezes no açougue. O abate era o destino inexorável e o estrado, o altar de sacrifícios onde aconteceria a imolação.

Tinha início nessa altura uma segunda etapa: a desmontagem por peças da criatura na berlinda.
Era colocada sobre a secretária uma caixinha de esmalte a servir de cinzeiro. O pequeno clic metálico de abertura da tampa ressoava como o gongo de assalto dum ringue de boxe, no qual só um dos contendores apanhava uma sova. Baforadas espessas de tabaco. Em frente estava um dragão, de perna traçada, exalando fumo pelas narinas. As chamas chegariam quando abrisse a boca para as primeiras perguntas. A Esfinge devorava quem não lhe soubesse responder. Aqui também e não havia S. Jorge que valesse. Nesta fase, a salvação era uma miragem remota. Onde o torcionário recorria às sevícias, a Drª Cristina usava as chamadas. Coincidiam ambos na eficácia do método utilizado e na peculiar curiosidade interrogatória sobre os mais ínfimos detalhes. O stress traumático aumentava com as gargalhadas de mofa e os comentários chocarreiros a propósito da inevitável e crescente falta de fiabilidade das respostas. Nada servia. Tudo era insuficiente. Houve até quem, em total desespero, tivesse empinado páginas e capítulos inteiros do Compêndio, debitando-as na perfeição. Nem mesmo assim conseguíam satisfazer. A perturbação provocada pela Grande Inquisidora, causava-lhe indesmentível prazer. Nos olhitos piscos vislumbravam-se cintilações deleitosas tão intensas que nem as lentes grossas e fumadas disfarçavam. O resultado final estava traçado há muito: Quase sempre um M a vermelho, não de Magnífico mas de Mau, nódoa infamante no caderno diário, que teria depois ser apresentado com a assinatura do encarregado de educação. Uma encrenca!...

Na correcção dos testes, a margem branca vinha crivada de encarnadas siglas - M. INC - (abreviatura de «Muito Incompleto»). Isto valeu uma alcunha: Madame Inc. E, desculpará, mas alcunha é nome de guerra, ganho no campo de batalha da sala de aula, cognome glorioso a garantir a imortalidade.

Ele há-os p'r'aí cada «princês» de quem se diz serem tão ruins que nem a dormir são bons. Não é o caso! Esta caríssima Dama devia ter uma ternura de soninhos encantadores, na plenitude da paz dos anjos (assexuados, 'taditos, mas também ninguém é perfeito, não é?). E que não haja a este propósito qualquer mal-entendido: Isto aqui é um sítio sério e de muito respeito. Não se querem cá poucas vergonhas e muito menos se pratica a calúnia moral nem a demolição de carácter. Admitamo-lo pois frontalmente: A boa da nossa Professora teria decerto as suas virtudes e qualidades, a querida Senhora. Eu é que agora (defeito meu, sem dúvida), assim de repente, não sou capaz de me lembrar de nenhuma, já viram?



José Carlos Faria
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C O M E N T Á R I O S
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oscoliv disse:
Num breve comentário, apenas quero dizer que me parece que a realidade ainda era bastante mais funesta do que a excelente prosa do Zé Carlos Faria conseguiu transmitir.A Dama em causa, como o ZCF lhe chama, ostenta a medalha de me ter dado um dos dois Maus que tive em chamadas nos sete anos de colégio (o outro foi bem merecido e foi com a Madame Nicole no "Au claire de la lune").Mas o Mau de Ciências começou com uma pergunta que eu verifiquei depois que tinha acertado, embora a resposta da inquisidora tivesse sido breve e directa: Está mal! Foi o princípio do descalabro daquela manhã.Reconheço não ter sido muito massacrado pela dita, mas sempre me custou ver o que alguns dos meus colegas sofriam.
Enfim, todos ao longo das nossas vidas nos cruzámos com outras Cristinas, embora dificilmente nas mesmas condições de subalternidade. Oscar
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Isabel X disse:
Momento altíssimo do blog ERO! Eu não vos avisei do talento do Zé Carlos Faria? Aqui muito bem acompanhado do igualmente altíssimo talento da São Caixinha: viram o ar sádico que ela tão subtilmente confere à Dra. Cristina? Era mesmo assim, não há como dizer bem.
Confirmo a impossibilidade já manifestada pelo Zé Carlos. A mim, antes das aulas da senhora, davam-me constantes e arrasadores ataques de catolicismo e ia, sistematicamente, rezar, cheia de devoção, para a capela do colégio. Eventualmente, não sendo chamada, ia depois agradecer a graça obtida. Mesmo eu que me esforçava por ser boa aluna, fui chamada, obtive má classificação e fui acusada de "ter passado pela matéria como gato pelas brasas!".
Num ano em que tivemos a desdita de ter a Dra. Cristina como directora de turma, ela destituiu-me de "chefe de turma", cargo para que havia sido democraticamente eleita pelos meus colegas (era sempre) porque, nas suas palavras, "era ainda pior do que os outros". Mas não era, juro que não era! Só me recusava a "entregar" os colegas que se portavam mal quando os professores nos deixavam a sós nas aulas!
Não me lembro de ela explicar qualquer matéria, apenas de ter que a estudar sozinha para me preparar para as suas "chamadas", método muito próprio de pôr os alunos a estudar! "Ganda" Zé, é assim mesmo! Muito grata!
- Isabel Xavier -
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Luisa disse:
Fantástico, era mesmo assim como o Zé Carlos descreve!!! E o desenho fica aqui a matar, grande artista é a São!!!
Parabéns, Zé Carlos, os teus posts são realmente muito engraçados. Luisa
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Manuel Agudo disse:
Brilhante... a caricatura da São Caixinha e a narração do Zé Carlos. Tenho lido alguns comentários sobre as diversas presonalidades ligadas ao ERO, mas como não o frequentei muitos anos, não me recordo muito delas, mas esta efectivamente avivou-me muito a memória.
A imagem de firmeza, do cigarro e dos óculos na caricatura está de facto a dar os pontos essenciais da Drª Cristina, mas a descrição/narração de uma aula tipo com "sumário-chamadas" e o silêncio dramático a preceder o encontro com a "tirana", é uma pequena obra d'arte litetrária!
Espero que recriem outros professores já que não me recordo da maior parte deles.
Continuem com essa veia, que ler isto ao fim do dia é bem melhor que as notícias da crise!Manuel Agudo
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João Jales disse:
Este filme de terror, que o Zé Carlos transformou numa comédia negra, é realmente um dos pontos altos deste Blog. Mas nem o humor do autor conseguiu evitar-me um estremecimento de medo, um arrepio na espinha, ao relembrar a tortura a que éramos sujeitos. A excelente ilustração da São ainda "piorou" esta sensação!
Quem não tenha, como eu, sofrido sete anos deste tratamento pensará que há aqui exagero, teatralização, liberdade artística. Nada disso, o clima era o descrito, mas sem o distanciamento humorístico que os anos tornaram possível. E eu ainda tive três anos (ou dois e meio) de Geografia, o que perfaz dez anos de "galés", não havia por onde fugir. Tenebroso.
O texto é magnífico, muito divertido, e obriga o autor a regressar, o Blog não seria o mesmo sem as contribuições do Z C Faria! Idem para o desenho da São Caixinha, felizmente temos já garantidas mais ilustrações dela para esta série. JJ
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João B Serra disse:
A descrição em cores fortes que o José Carlos faz desta personagem e o desenho impressivo que dela faz a São surgem tão vivos que eu, por momentos, senti uma espécie de ilusão de reconhecimento. Os traços desta professora – que julgo não ter conhecido – pareceram-me absolutamente familiares, o que, não correspondendo à realidade, ilustra bem a capacidade evocativa dos dois autores. Escrever e desenhar bem é afinal isto: tornar real uma personagem que se esbateu no tempo e é apenas agora um retrato feito de memórias. Se me permitem, fazendo minhas as palavras entusiasmadas dos leitores anteriores, bato palmas e não tenciono parar enquanto não nos prometerem ambos um (para já) “encore”.
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São Caixinha disse:
Que honra o meu desenho poder acompanhar este magnífico texto do JCF! E...oh...as memórias das chamadas da Dra. Cristina... que eu com tanto esforço consegui selpultar na cova mais funda do cemitério do esquecimento! Apanhou-me de surpresa a ressureição destes momentos que o JCF consegue descrever atenta e minuciosamente com extraordinário humor. Que talento!! Simplesmente sublime...parabéns José Carlos!!
Um beijinho, São
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Miguel B M disse:
Impecável texto do ZCFaria bem dentro do que já nos habituou.Mas mais uma vez peca por defeito e excesso de decoro.Ensinaram-me desde criança que não se deve dizer mal dos que já partiram e sendo assim vou ser comedido em relação a uma megera que nos infernizou durante sete anos a fio.Se a dita criatura ainda estivesse entre nós eu, pessoalmente, tinha motivos para a arrasar embora nunca tivesse sido lixado por ela pois nunca o conseguiu,embora levasse anos a tentar fazê-lo.
Não há dúvida que na vida surgem pessoas boas e más.Esta professora era o que se pode classificar como o exemplo bem conseguido de uma pessoa má .Creio que a história dos "inc" era exactamente prova disso mesmo,ou seja,mesmo que a resposta estivesse absolutamente correcta ela arranjava sempre maneira de nos prejudicar.Era uma questão de postura,o estatuto dos alunos era serem pura e simplesmente massacrados sob todas as formas possíveis.E nem sequer penso que fosse daqueles professores que gostavam de "achincalhar" os alunos.Eu dou alguns exemplos.O Zé Guerra foi impedido por ela de ir a exame no 7ºano, oficialmente via ERO,em Naturais (como ela própria designava a cadeira). Foi individualmente e dispensou da oral. A Cristina em pessoa foi dar-lhe os parabéns (ficámos incrédulos) o que seria improvável para um ser que não fosse apenas mau. A resposta foi ao nível "-ora,eu sabia aquilo tudo".Por outras palavras,"tentaste mas não conseguiste tramar-me". Outro exemplo. Quando distribuia os pontos, após a respectiva correcção, as negativas eram anunciadas com ênfase e especial prazer.Nessa mesma hora começavam as famosas chamadas.O que não fazia sentido nenhum era serem chamados os alunos que tinham tido as piores notas,os "mau".É claro que quem tinha tido "mau" no ponto voltava a ter outro "mau" dois dias depois.E assim,alegremente,o referido aluno levava para casa,para o pai assinar,dois "mau"seguidos e a certeza que a positiva no final do período já era.
As Ciências Naturais eram a minha cadeira preferida, e aquela de que eu mais sabia,estando de acordo com a minha vocação académica.Na hora da verdade,no exame do 5º ano e particularmente no 7º (em que precisava da nota para dispensar do exame da aptidão à Fac.), já não me lembro dos valores,mas ainda sei que foram altíssimos.No entanto durante o ERO cheguei a ter negas nos pontos e nas famosas chamadas nunca passei do "bom -". MBM
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jorge disse:
a cristina foi,pessoal e pedagogicamente,o pior professor que tive no colágio.não parece possível o serra não a conhecer,ela entrou seguramente bem antes dele sair.diziam alguns que as suas atitudes se deviam à sua infeliz vida pessoal e à sua falta de qualificações para dar aulas já que tinha estudado pouco mais do que o 7º ano.alguém sabe se é verdade?excelente texto do zcfaria com belo desenho da são caixinha-de ambos,só me lembro dos pais...jorge
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Ana Carvalho disse:
Olá Zé Carlos
Por momentos, ao ler o teu texto, achei que tinha voltado aos meus tempos de Colégio e senti um aperto no peito tal como acontecia há ...muitos anos, é melhor não dizer quantos, felizmente era mentira! Boa ZCF, excelente texto. Bjs PP
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António disse:
Há momentos neste blogue-e tem sido inesperadamente abundantes!-que são verdadeiras pérolas.Esta conjugação do retrato da São com o texto do Zé Carlos é sem dúvida um deles.Muito divertido e muito verdadeiro.Já alguém disse que queremos mais, não foi?Queremos mesmo.abraço,Tó
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Júlia Ribeiro e Joaquim Oliveira disseram:
Começamos por dar os parabéns à São pela caricatura da Drª Cristina que dá imediatamente a imagem dela! O cigarro...as unhas...a sua postura...
A Drª Cristina foi para o colégio a meio do ano lectivo de 63/64,após a saída do Dr. Nunes,portanto foi nossa professora durante algum tempo no 6º e no 7ºanos.Realmente não foi uma professora,ao contrário de outros,que nos marcasse tanto pela positiva,mas também não temos uma ideia tão negativa da senhora.Será que mudou?Piorou ao longo dos anos?Pomos francamente essa hipótese.
Como professora não teria sido das melhores,mas também não foi das piores.Fazia as ditas chamadas,como todos os professores que tivemos do 1º ao 7º ano,era um dos métodos de avaliação usados na altura e lembro-me dos cadernos diários das várias disciplinas cujo sumário muitas vezes era :Chamadas. Estas ditas chamadas realmente punham-nos em sobressalto ao vermos as folhas da caderneta para a frente e para trás e lá calhava a um desgraçado.....
Dela,ficaram-nos no ouvido aqueles gritos "estridentes" a mandar calar, por vezes a barulheira era tanta que dava cada grito que quase nos ensurdecia....mas havia alguns colegas que a tiravam do sério,como a outros professores,só que a atitude destes era diferente.
Com este comentário quisemos apenas tansmitir uma opinião porventura diferente da dos colegas mais novos, do que foi para nós a Drª Cristina.
Júlia R e Joaquim Oliveira
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Luis disse:
Tenho lido o blog, mas não tenho participado, quase sempre por preguiça mental. Desta vez não pude resistir a comentar esta peça deliciosa que o Zé Carlos aqui deixou com o seu habitual humor e talento literário. Texto absolutamente fabuloso!
Também fui chamuscado pelas chamas do dragão e por isso posso testemunhar a fidelidade e até alguma complacência com que descreve a barbaridade do acto. A tensão era tal que mesmo os sabichões pareciam ignorantes disléxicos. Estão ainda por apurar as consequências psicológicas daquela experiência. Sejamos benevolentes! Talvez a intenção fosse a de nos deixar mentalmente mais preparados para resistir às agruras da guerra colonial.
Parabéns Zé Carlos. Por favor continua a desenvolver o tema que sei que ainda tens muito para lhe dar e para nos divertires. Claro que também gostei do excelente desenho da São.
Luis Gouveia
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Laura Morgado disse:
Depois de tudo o que li sobre a Dr.ª Cristina, quero dizer aos meus colegas mais novos que a professora deve ter mudado muito ao longo dos tempos.E, como em tudo na vida (salvo raras excepções), a mudança é sempre para pior...
Tento perceber a razão dos vossos textos, faz-se um relato de uma professora completamente diferente daquela que eu conheci nos dois últimos anos do curso complementar.
Quanto às chamadas, éramos habituados às ditas cujas desde o 1º ano, era um dos métodos de avaliação usado por todos os professores.Pode-se questionar a pedagogia desse método, pois deixava-nos sempre com o coração nas mãos, o que era péssimo.Como professora que sou, não posso deixar de dizer que, por estranho que pareça, ainda se usa o inc.O que não me parece muito mal, pois o aluno sabe que aquela resposta, não está totalmente completa; e para qualquer um mais interessado é um alerta para, quando da correcção, tomar nota do que lhe falta. Laura
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Pedro disse:
O texto de Zé Carlos está bem escrito, como é hábito, mas eu também fui aluno da Dra. Cristina, do 1º ao 5º ano e devo dizer, em abono da verdade, que não guardei dela uma memória tão negativa como a da maioria dos outros comentadores, quer porque gostasse de Ciências ou porque tivesse caído nas suas "boas graças" o facto é que nunca me senti "torturado" ou fui para a aula com um "nó na garganta".
Também não tenho, de todo, a ideia de que fosse uma professora que não ensinasse (quanto a professores que não ensinavam lembro-me, isso sim, de uma professora de História que passava as aulas a fazer ditados...)Pedro Bandeira
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Manuela Gama Vieira disse:
O excelente texto e o não menos excelente desenho/caricatura da São Caixinha trouxeram-me à memória o que recordo da Dr.ª Cristina Marques.
Oh Zé Carlos Faria, a Drª Cristina não tinha as mãos “sapudas”, ao contrário, umas mãos lindíssimas, dedos esguios, nos anelares, anéis de muito bom gosto, unhas impecavelmente bem arranjadas. E o cabelo, lembram-se? Artisticamente “apanhado”, penteado pelas mãos de M.me Vasquez.
Quanto aos seus dotes de “tortura”…como era possível, a par do seu sentido estético, um interior tão inestético…para nós…as vítimas?!
Os capítulos de “a próxima vítima” estão tão bem descritos pelos meus colegas, que até senti um arrepio, como se tivesse regressado aos meus verdes 13, 14 e 15 anos…os que andei nas “unhas” da Drª Cristina.

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M.Fátima Gama Vieira disse...
Cheguei à nossa bela cidade com a minha família decorria o ano 1965, deixando a cidade de Faro e o Liceu onde completei o 1º ano. Não posso esquecer o dia da sessão solene que dava início do ano lectivo.A certo momento fomos informados que nos devíamos dirigir às nossas salas,todos correspondemos ao solicitado.Todos nós do 2ºano entramos na nossa sala de aula e fomo-nos sentando nas carteiras, eis que entra a nossa Directora de Turma a Dra.Cristina Marques e dá dois gritos que me assustaram deveras -" Quem vos mandou sentar?"-"Levantem-se imediatamente e encostem-se ao quadro".Silenciosamente obedecemos, uma colega olhou para mim reparou na minha expressão e tentou tranqilizar-me, segredou ao meu ouvido "não ligues que ela é sempre assim...".Acompanhou-me até ao 7ºano, pois segui a alínea F, e estou certa que o gosto pelas ciências foi muito importante.

PERSONALIDADES (1)

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Esta é uma série que se propôe recordar professores do ERO e personalidades caldenses da época do seu funcionamento. Tem-se falado muito dos primeiros e pouco dos segundos.

Usando as excelentes caricaturas do Dr. Leonel Cardoso vamos recordar algumas dessas figuras que todos conhecem. O espaço dos comentários está à vossa disposição.
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Cliquem na imagem para
a ver na sua dimensão original.
Tem medalhas aos montões,
Que já chegam aos calções,
Que o cobrem de lés-a-lés…
E se continua assim,
Inda um dia, quanto a mim,
Lhe chegam até aos pés!

Quanto a taças nem se fala!...
Tem-nas, aos montes, na sala,
No escritório e até no sótão!...
Tem-nas, até, na dispensa,
Porém nessas ninguém pensa,
Talvez porque não se notam!

O Governo, tendo em vista
A vida do desportista.
Resolveu-se a consagrá-la!
Deu-lhe mais uma medalha!
Porém, como o espaço falha…
Onde é que hão-de pendurá-la?
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LEONEL CARDOSO
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COMENTÁRIOS
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o das caldas disse...
Olá João
Foi uma ideia notável a que tiveste de abrir esta série com duas figuras emblemáticas que marcaram a nossa juventude.O caricaturado Dr. Calheiros Viegas - quer como professor na Escola Comercial, quer como desportista, quer como dirigente desportivo e ainda como advogado; e o caricaturista Dr Leonel Souto Mayor que para além de ter sido um cidadão de referência na sociedade caldense deixou uma vasta obra literária de que estou convencido que a maioria dos caldenses desconhece tendo mesmo o seu último livro "Farrapos D'Alma" sido editado pelo Sporting das Caldas. Higino Rebelo
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Zé Carlos Faria disse:
A figura do Dr. Calheiros Viegas é imediatamente reconhecível... É uma pena que a notável série de caricaturas que Leonel Sotto Mayor publicou na «Gazeta das Caldas» não possa ser finalmente editada em livro. A memória e a história da cidade também passa por aí.
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Miguel Bento Monteiro disse:
Excelente recordação do saudoso Dr F Calheiros Viegas,homem generoso e grande desportista.
A alusão à sua sala de troféus apenas dá a entender que havia muitos prémios.Tratava-se efectivamente de uma verdadeira galeria,que ocupava uma cave,com taças,medalhas,diplomas e todo o tipo de troféus que se possa imaginar.Tudo isto meticulosamente arrumado,catalogado (eram centenas e centenas) e devidamente identificado.
Tratou-se de um desportista de elite e multifacetado, pois foi eclético em termos de modalidades; na parte que me diz respeito destaco obviamente o ténis.Com ele aprendi essencialmente os fundamentos da competição e desenvolvi o espírito competitivo.
Brevemente vou enviar para o blog um artigo sobre o ténis nas Caldas nos anos sessenta e aí recordarei alguns duelos tenísticos que tive com ele.Recordo-me igualmente de grandes partidas de ténis de mesa, em que ele jogava pares com o meu pai, e em que tinham um score de n_vitórias-0_derrotas contra outros pares constituídos por jogadores muito mais novos.
Recordo por fim a noite em que foi agraciado com a medalha de mérito desportivo e que passou completamente ao lado dos caldenses.A cerimónia decorreu no ginásio da Escola; a sala estava praticamente deserta, o que foi incompreensível e muito desagradável, pois tratava-se de um prémio oficial a um caldense de gema.
Miguel B M
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J L Reboleira Alexandre disse:
Creio que todos os EX ERO ou EX Escola se lembram do Dr. Calheiros Viegas, e é mais que justa esta pequena homenagem do JJ.Nunca o tive como professor, mas notava que as aulas dele eram bem mais ligeiras (até nas exigências do traje) que as do Silva Bastos.Na altura invejava um pouco os meus colegas que se divertiam imenso com o Volei e o Andebol, e eu que sempre tive mais jeito para os jogos de bola jogados com os pés, que este detestava, lá tinha que me esforçar para não «chumbar» na Educação Fisica, mas nunca fui muito longe nos seus desportos favoritos. Quanto ao ténis, era espectador e o ping-pong só um pouco mais tarde.Daqui deixo uma singela homenagem ao pai do meu amigo João. Estive com ele a última vez, creio, no Hotel do Facho, na Foz, há cerca de 22 anos. Falàmos imenso daqueles tempos, dos nossos jovens rebentos (na altura)e da vida por estas paragens frias da América do Norte.
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Rolando... sempre disse:
É a primeira vez (há sempre uma) que entro, oficialmente, por esta porta franca e escancarada às recordações .. sou "freguês" diário!
Um pequeno contributo para "corrigir" os comentários do Higino e do Zé Carlos: o caricaturista e poeta é Leonel Cardoso, como bem refere o João Jales no "post"; Leonel Sotto Mayor, como todos sabem, foi Director da Escola Comercial e o seu jeito para o "risco" e para os versos, que eu saiba, nunca teve repercussão pública.Quanto ao Dr. Calheiros Viegas, quem não o recorda, nas suas múltiplas facetas ... cá por mim, ainda passaram alguns pastéis de nata, como recompensa de contributos(fracos) desportivos. Orlando Sousa Santos
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o das caldas disse:
Claro que é o Dr. Leonel Cardoso! Francamente nem sei de onde me surgiu o apelido Souto Mayor. E assim me penitencio pelo lapso cometido. Higino Rebelo
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José Carlos Faria disse:
Ups! Peço desculpa pelo erro.
Já agora, o que não era seria erro nenhum era a possibilidade de editar o livro. Parece que os originais se terão perdido. Mas a partir dos arquivos existentes, tratando as imagens com tecnologia digital para remover manchas espúrias, não seria viável? A Gazeta não estará interessada? E mesmo sendo manifestamente crispada a relação que a maioria da Vereação da Câmara Municipal mantém com o jornal, o Pelouro da Cultura não poderia ter também uma palavra a dizer? A qualidade da colecção de desenhos e versos justifica bem uma outra atitude que o desinteresse e o esquecimento.
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Quim Caldas disse:
Grande figura e muito bom homem o Dr. Calheiros Viegas. Desde desportista (de tudo!) a professor, passando por organizador de todo o tipo de eventos, concursos e provas (ténis,casino,escola), benemérito colaborador de todas as associações das Caldas, sempre me admirei como tinha tempo para ser advogado!!!
Um abraço ao João,amigo de muitas coboiadas nesses saudosos anos.
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João Ramos Franco disse:
Batem leve, levemente, como quem chama por mim. Será chuva? Será gente? Não, é Dr. Calheiros Viegas…
Quantas histórias me recorda este nome, a sua companhia e o empenho que partilhava com a Juventude nos seus anseios. Há uma que tenho para recordar (devia ter 16 anos), passada com o Dr. Calheiros Viegas, nas minhas memórias, o acampamento em S. Pedro de Muel com os Eclaireurs de France, eu mais três colegas do ERO, participámos no acampamento, para lá fomos com o Dr., mas o regresso a Caldas é que por nossa culpa não foi com ele… A família preocupada, enfim uma série de peripécias, mas regressámos a pé e à boleia dois dias depois. Estes dois dias têm que contar… João Ramos Franco
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Isabel X disse:
Espero que o João Ramos Franco conte as peripécias desses dois dias no seu blog! É um desafio...Quanto ao Dr. Calheiros Viegas, de quem me lembro muito bem, retenho a imagem de gentleman e, principalmente, o modo magnífico como dançava com a D. Emília Calheiros Viegas nos bailes do casino.
- Isabel Xavier -
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NOTA: O João Ramos Franco respondeu a este desafio da Isabel X e publicou, no seu blogue, o relato desse acampamento de Escuteiros e do regresso às Caldas. Está em:

ERA UMA VEZ...

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Era uma vez três meninas que eram muito amigas em 1963 e que se reencontraram quarenta e cinco anos depois

num jantar em Óbidos.
Eu fui convidado, jantei e tirei as fotografias.
Agora espero que alguém escreva como foi.

Ah, já me esquecia, o jornal mais lido
durante a refeição foi " O DESPERTAR".
JJ

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COMENTÁRIOS

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Laura Morgado disse:
Começo por fazer um pequeno reparo pois, na verdade, em 1963 eu a Manela e a Júlia éramos muito amigas: quarenta e cinco anos é o tempo que vai entre a fotografia da baliza e as restantes. Ao certo, eu e a Manuela Carvalheiro não nos víamos desde 1965, último ano em que estivemos juntas no ERO (vão 43 anos).
Eu e a Júlia há já algum tempo que tivemos a oportunidade de reviver a nossa amizade, tal como já foi testemunhado neste blog. Durante o jantar soube que o mesmo se tinha passado com a Manela e a Júlia.
Neste convívio do dia 17 de Janeiro em Óbidos recuperou-se um clima de cumplicidade, existente entre nós há décadas e perdido no tempo. Espero que continue a haver oportunidade para muitos encontros iguais a este.
Não posso deixar de salientar a presença do nosso professor de Físico-Química, Dr. Serafim, que muito gostei de rever e que, com a sua simpatia e boa-disposição, ajudou a criar um ambiente fantástico entre todos.
Terminámos este reencontro em casa da Júlia, acompanhados pela bela e maravilhosa Ginja de Óbidos feita pelo seu pai. Brindámos aos presentes e aos ausentes…
Um muito obrigado ao João Jales que nos acompanhou, fotografou e que, apesar de ser mais novo, tem sempre muita disponibilidade e boa-vontade para proporcionar estes momentos inesquecíveis para todos.
Laura
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Júlia Ribeiro disse:
Nunca pensei que o João, após ter ajudado, e de que maneira, a despejar umas garrafitas de vinho, ainda com uma gingita a seguir, continuasse com as suas insónias e fosse a horas tardias arranjar-me trabalho de casa para hoje !!!!!........
Perante estas fotos, e comentários anexos, mais uma vez se constata o seu entusiasmo e o papel que o blog tem desempenhado na reaproximação e convívio dos "ramalhões" e família.
Eu, a Manela Carvalheiro e a Laura fomos colegas e amigas do 1º ao 7º ano. Realmente em 1965 cada uma rumou à respectiva faculdade, e cidade, e assim nos perdemos. Eu e a Manela, passados muitos anos, reencontrámo-nos num Congresso algures (aqui aguardo que ela descreva esse reencontro, pois recorda-o muito bem). Posteriormente houve outros, mas muito esporadicamente e sempre de passagem.
Há uma semana, a propósito dos versos aos professores, em conversa por telefone decidimos encontrar-nos e irmos jantar. Tínhamos que convidar a Laura, não podia faltar, e teria que convidar outra pessoa, alguém muito especial, o grande responsável por todos estes encontros e reencontros. É assim que aparece o fotógrafo... não foi contratado!
Durante o jantar saiu da "pasta" da Manela um jornal: o nº1 do Despertar, o jornal do ERO, de 1959! Aí revimos artigos, redacções dos bons alunos de Português e poetas da altura (eu não tenho lá nenhum).Imaginem que descobrimos de onde vem a veia de escritor do Jales! Vimos um artigo cujo autor é um senhor Joaquim Jales… e eu perguntei:
- João, quem é este senhor?
- É o meu Tio! – respondeu ele, tão admirado como eu.
Tivemos o prazer da presença do Dr. Serafim que, sempre com a sua simpatia e boa disposição, nos proporcionou o reviver de momentos e estórias fantásticas.
João muito obrigado por nos teres acompanhado neste jantar/reencontro ao fim de 43 anos.
Um abraço, com muita amizade
Júlia R
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João Jales disse:
Impõem-se aqui alguns esclarecimentos e correcções. A sugestão de que eu terei “ajudado, e de que maneira” a despejar várias garrafas de vinho que vieram para a mesa é falsa. Eu e o Dr. Serafim fomos um exemplo de moderação e quase abstinência, até porque as duas garrafas que nos chegaram foram as que a fotografia acima comprova, uma de água e outra, já vazia, de tinto.
A ginja em casa da Júlia foi mais um pretexto para ajudar um marido em apuros a levar uma etilizada esposa para casa, tarefa que, entre todos os presentes, lá levámos a cabo. Não vou aqui referir nomes, claro, mas a verdade é só uma! Verdade também que a ginjinha era, novamente, excepcional.
Os exemplares nºs 1, 2, 3 e 5 de “O Despertar”, entre 1959 e 1963, foram as estrelas da noite; após digitalizados serão aqui partilhados com todos os bloguistas. Fiquei tão surpreendido como a Júlia ao ver o nome do meu tio no jornal, sabia que ele tinha sido aluno do ERO, um dos melhores jogadores de futebol do seu tempo (e um D. Juan, já agora), mas não lhe conhecia a veia de “escritor” (que eu não tenho, ao contrário do que é dito no comentário).
A presença do Dr. Serafim, que nos brindou com alguns saborosos episódios dos seus tempos de professor, foi realmente um privilégio. Mas não consegui saber quando teremos direito a uma intervenção sua aqui.
Não posso aceitar os agradecimentos e elogios da Laura e da Júlia, fui um feliz convidado, sou eu quem agradece o convite.
Bjs às três meninas, um abraço aos restantes convivas. Temos que repetir e até já sabemos onde… JJ
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Era uma vez três meninas...
O título e a fotografia dos anos 60 leva-me a evocar um poema Português do século XVI, que Almeida Garrett integrou no seu Romanceiro e que na altura nós e outras meninas e meninos tínhamos de aprender nas aulas de Português "A Nau Catrineta". Ora vejamos:

Lá vem a Nau Catrineta,
que tem muito que contar!
Ouvide, agora, senhores,
Uma história de pasmar."
….
- "Sobe, sobe, marujinho,
àquele mastro real,
vê se vês terras de Espanha,
ou praias de Portugal."
.....
- "Alvíssaras, senhor alvissaras,
meu capitão general!
Que eu já vejo tuas terras,
e reinos de Portugal
.......
Também vejo três meninas,
debaixo de um laranjal.
Uma sentada a coser,
outra na roca a fiar,
A mais formosa de todas,
está no meio a chorar."

….
Lá vai a Nau Catrineta,
leva muito que contar.
Estava a noite a cair,
e ela em terra a varar


Se na altura dos descobrimentos, século XVI, assim se versejava já no século XX nos anos 60 a realidade era outra. Também se viam as três meninas, não sentadas no laranjal, mas sim num campo de football (no campo da Mata presumo) escondendo-se atrás da baliza, muito vestidinhas com as batas do colégio e com meias (pormenor importante, lembram-se?) sem nada fazerem. Nem cosiam, nem fiavam nem choravam! RIAM e riam porque na altura as coisas eram mais fáceis a amizade era real e das pequenas coisas se fazia a vida.

Passados mais de 40 anos as três meninas, agora três senhoras balzaqueanas voltaram a estar juntas. Não no laranjal, não no campo de football a ver os rapazes, mas no restaurante com os maridos, com um antigo professor (o Dr Jaime Serafim, meu cunhado que muito estimo) e um amigo o João Jales, o Capitão General do Blog dos antigos alunos do ERO. No entanto e apesar da passagem dos anos, uma coisa muito importante há em comum às fotografias das três meninas.

A alegria e o riso, expressão da felicidade do reencontro e da vida

E assim
“a Nau Catrineta que ao vir tinha muito que contar”, (era a nossa juventude que ela então contava) quando “lá vai a Nau Catrineta (40 anos depois) muito leva para contar estava a noite a cair…." (contava da nossa vida actual, do bom, do menos bom, da família, dos amigos, das recordações…e da ginga na casa da Júlia)

"Alvíssaras, senhor alvíssaras, meu capitão general!" Obrigada João Jales

Um abraço a todos
Manuela Carvalheiro

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Isabel Vieira Pereira disse:
Que inveja! A Júlia ainda me desafiou, mas estou de partida para Itália e não me dava jeito nenhum ir até Óbidos — se fosse em Lisboa, teria sido mais fácil. Ainda por cima, não vejo a Manela há para aí 43 anos (!!!). Talvez se proporcione outra oportunidade que me apanhe mais disponível.
Fico à espera das histórias do jantar — Júlia, anima-te lá a escrever alguma coisa.
Isabel VP
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Júlia respondeu à Isabel V P:
Será um pouco dificil contar as histórias...algumas foi o João que contou e não estou autorizada....Falou-se de tanta coisa que não me recordo de momento......imagina das 20h à meia noite a conversar...e num jantar......
Eu até nem sabia que o JJ não tinha aptidão para o curso de Eng,de Electrotecnia no Técnico !!!!!!!!!
E falámos nos nossos "rebentos"....os nossos filhotes. Queres mais? Trata de combinar e marcar o próximo, ok? Foi pena não poderes acompanhar-nos.
Beijinhos
Júlia R
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Isabel Esse disse:
Estes encontros são motivos para grandes alegrias,estou certa,mas verifico que se realizam apenas com gente de gerações mais velhas do que a minha.Não seria possível o blogue organizar estas pequenas reuniõe também para os alunos mais novos que estiveram no colégio até ao início da dácada de 70?O JJ só saiu em 1972.Isto nada teria a ver com o já marcado almoço de Novembro deste ano.Isabel
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JJ respondeu:
O Blog propõs-se desde o primeiro dia apoiar a realização de encontros de alunos do ERO unidos por turmas, actividades (desportivas ou outras), interesses ou amizades, como neste caso e noutros aqui noticiados (homenagem Dr. Lopes, jantar/encontro de Verão, reunião com a Dra. Alda, etc.), mas deixando a organização a um grupo que se constitui para esse fim. Em todos eles estiveram presentes pessoas das mais diversas idades, como mostram as fotografias, e não apenas de "gerações mais velhas". Conta com o apoio do Blog se quiseres organizar qualquer evento.
Haverá uma reunião de colaboradores do Blog em Março, por exemplo, seguida de uma outra que nomeará duas pessoas por turma para convocar e organizar a próxima grande reunião de 14 de Novembro deste ano. Tudo isto o Blog apoia, mas não organiza.
Eu saí do ERO mais precisamente no final do ano lectivo de 1970/71, já que falas nisso.
Vai aparecendo. JJ
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João Ramos Franco disse:
Tento recordar as Três Meninas da foto, os nomes não me são estranhos, as caras estão presentes num álbum meu, a que chamo "Déjà Vu". A realidade da amizade que se perpetua ao longo dos anos e a sua continuidade, nestes nossos retratos e relatos de Antigos Alunos do ERO, mostra bem a cada momento o que fomos e o
que somos. João Ramos Franco
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M.Fátima Gama Vieira disse...
Manuela Carvalheiro, recordo-a da minha adolescência e juventude, vividas em Caldas da Rainha.Com emoção reencontrei-a em Coimbra, admiro-a: Humana, Carinhosa, Professora excepcional, Profissional de excelência e extremamente dedicada a todos que a procuram. um grande abraço.