ALMOÇO / CONVÍVIO

ALMOÇO / CONVÍVIO

Os futuros almoços/encontros realizar-se-ão no primeiro Sábado do mês de Outubro . Esta decisão permitirá a todos conhecerem a data com o máximo de antecedência . .
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O BORLÃO QUE VOCÊS NÃO CONHECERAM E OS COMENTÁRIOS AO BORLÃO QUE EU CONHECI...

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Estes são os comentários ao post A MINHA JANELA SOBRE O BORLÃO . Se ainda não o leu clique AQUI , se já o leu aprecie os comentários e as duas magníficas fotos do Borlão em duas épocas bem anteriores ao texto ...
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Júlia Ferreira disse...
Obrigada pelas fotografias de umas Caldas que eu também não conheci.
Tenho lido os «posts».
A crónica do João Serra é uma ternura. A narrativa de um episódio das tropelias do «suspeito do costume» mostra bem que, como diz algures o Drummond de Andrade, «mãe não tem limite». Boa escolha também da fotografia da janela, espaço de descoberta, espelhando nuvens, de onde o menino curioso espera «sinais».
Quanto à tua crónica sobre o Borlão (que memória e que boa escrita!), até a mim, que vivi tão pouco tempo nas Caldas, me trouxe memórias de alguns nomes e de alguns rostos conhecidos. Por isso, JJ, obrigada por me «presentificares» momentos da juventude!
Nesta «recherche du temps perdu», cada um escolheu a sua «madeleine» para ter o passado de volta.
Continuem a escrever, para me darem o prazer de boas leituras.
Júlia Ferreira
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Luis Machado disse:
Bolas, Jales, que memória. Lembro-me de quase toda a gente que falas.
Das escadas não te vou adiantar nada.
Mas recordo-me de um episódio, no Borlão, numa noite sem nada para fazer, eu, o João Lourenço e o Henrique Conceição.Andávamos às voltas à estátua do Carmona tecendo considerandos sobre as nossas colegas e amigas.Basicamente se nos tinham dado bola ou não.E a conversa lá se ia arrastando mais ou menos nesta base:
-É pá essa já andou com todos, só faltamos nós, e aqui o Carmona.
Acho que nós na altura curtíamos assim uma onda beat burguesa de esquerda folcloricó carnavalesca.E a ladainha lá continuava:
-É pá só faltamos nós e aqui o Carmona.
Até que se fala de uma bonita moçoila e o Henrique diz:
-Desculpem lá, mas agora ficam sozinhos com o Carmona...
Abraços
Luís Machado
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Inês disse:
JJ
Como não adorar este documento verdadeiramente histórico! Você é uma fonte a jorrar memórias dos que viveram nesta Praça do Areeiro das Caldas. Bebe-se cada gole desta sua fonte de águas santas e cristalinas que refresca saudades esquecidas. Humor, amor... reconstrução desse imaginário juvenil intocado. É um belo retrato do seu coração generoso guardador de pérolas.
Este não é mais um comentário, atenção. É apenas um beijo! De quem conheceu o Borlão quando você era ainda um bebé, e eu menina a olhar os presos que chegavam agrilhoados para construir o Tribunal, uma visão inédita. Agora entrei nos prédios em volta e conheci os inquilinos muitos dos quais revi com saudade e muitos sorrisos. Que belo, que divertido relato.
Agradeço-lhe por querer o meu nome na lista dos comentadores, e com vanitas!
Inês
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Luisa disse:
João,
Senti-me ao ler-te como que embalada por alguém que sabe tudo o que aconteceu e como tudo se passou.....no meio da confusão e do esquecimento há alguém que não está indiferente e traz de volta a nossa adolescência,como diz e bem a Isabel Xavier.Era assim que se afastavam os fantasmas e os medos quando éramos miúdos.
Só posso agradecer....e esperar por mais!!!
Beijos a todos.L
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Miguel Bento Monteiro disse:
Johny
A tua descrição é simplesmente magnífica e comovente, o que aliás se depreende dos diversos comentários já publicados.
Não me lembro de todo da observação feita pela minha mãe sobre o funcionamento dos intestinos da professora mas, por outro lado, lembro-me perfeitamente desse mesmo funcionamento,que era rítmico,regular e deveras oloroso. E para uma criança com a idade que eu tinha na altura, tornou-se quase uma vivência. Mas a verdadeira razão da minha ida para o ERO foi de ordem geográfica e, portanto, prática pois como disseste fui viver para muito próximo do ERO. Assim o meu pai não mais precisou de me ir buscar (?) à escola pois eu passei a regressar sozinho a casa. O (?) deve-se ao facto de ele se esquecer sistematicamente de mim e, na realidade, nunca me foi buscar, pois era sempre a minha mãe que acabava por passar a apanhar-me.
Mas seria também interessante entrar um pouco na residência Jales. Por exemplo, um dia fui lá jantar. Para além do arroz que a Maria Helena Jales fazia (eu trato-a aqui da mesma forma que o fazia directamente) e que era simplesmente divinal,fui servido de outro acepipe que de todo detestei,mas que degluti galhardamente. "Gostas?" pergunta a dona de casa, solícita. "Adorei" "Então toma lá mais"... bom,que remédio. Mas o pior ainda estava para vir,pois das vezes seguintes que lá fui jantar aguardou-me sempre o mesmo pitéu de que eu tanto tinha gostado,e com que a mãe Jales simpaticamente me presenteava.
Houve uma ocasião em que os pais do JJ se deslocaram por diversas vezes a Lisboa.Logo após a sua saída de casa tinham início umas batotadas (na altura era o king,o poker só surgiu mais tarde) mas o baralho utilizado tinha uma particularidade: os símbolos dos naipes e, em especial, as figuras eram nus femininos,o que baralhava completamente os jogadores.
Lembro-me ainda de ter ido à residência em questão buscar umas garrafas de vinho, isto porque o pessoal estava numa festa em casa do Rui Malaca,já bem bebidos,e por ser o único a não beber,fui nomeado voluntário para ir buscar os oxidrilos. Quando me viu de garrafas na mão,tipo saloon, o pai Jales ainda me mandou umas bocas no género "estás tocado"!,"andas nos copos a esta hora?",etc.
É claro que todas estas aventuras não passavam despercebidas, mas a Maria Helena apenas dizia fleumaticamente: "Espero, pelo menos, que ninguém vá dormir para a minha cama".
Um grande abraço para ti e muitos parabéns pelo texto.
Miguel B M
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Rosa disse:
Comecei a ler o teu texto sobre o Borlão e, efectivamente, tem um ritmo tal que não consegui parar senão mesmo no fim ... gostei muito.
E achei graça a uma referência que fizeste à família Pimenta de Castro, já que não imaginava que tinham vivido nas Caldas – se forem os mesmos que conheci, claro. Em Lisboa, na Escola Lusitânia (antiga escola tipica do Estado Novo, exclusivamente feminina, ao Arco-do-Cego, bem pertinho do Archote, lembras-te?), por volta de 1970, fui colega e amiga de uma Madalena Pimenta de Castro que morava em Cascais, salvo erro. Muito gira, alta, espertíssima... Vou procurar uma foto que suponho não ter ainda perdido, para veres se é mesmo ela (esperando que a possas reconhecer), feita numa excursão a Tânger.
Nunca mais soube dessas minhas colegas mas voltei a ver a Madalena há poucos anos, no Conservatório, enquanto esperávamos por audições das nossas crianças. Acho que tenho essas fotos nas Caldas. Faço um scan e mando-to, se a busca correr bem.
Bjs. Rosa
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Anabela disse:
Era muito miúda, mas recordo-me perfeitamente do descampado que era o Borlão e também da feira do 15 de Agosto ser lá realizada.Felizmente que se foi transformando, tornando-se numa zona habitável, senão não estaríamos a ler esta magnífica descrição feita através da janela do João, para não falar na sua incrível memória!!!
Olha meu querido João, quero-te dizer que aquela subida da rampa das Cinco Bicas foi feita a maioria das vezes a "butes".Aqui a tua memória falhou, desculpa lá… (Está bem, por vezes o meu Pai levava-me de carro, que não era azul, naquela altura seria talvez branco, mas era um Ford).
Fizeste-me recordar e com saudade as brincadeiras nas escadas de serviço do prédio dos Pimenta de Castro com a S.Luís e os seus irmãos, Fázinha e Jorge.
Confesso que sinto uma nostalgia quando passo pelo Borlão, pois já não é o Borlão da minha meninice…
Anabela Miguel
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Manuela disse...
Antes de mais, Jales, felicito-te pelo teu excelente texto, o Borlão, “visto” da tua Janela. Um perfeito documentário!
As palavras estão cá e elas próprias desencadeiam as imagens.Por momentos regressei à “minha” janela do Hemiciclo Frederico Ulrich. Vi as carinhas bonitas daqueles meninos que jogavam à bola atrás da Igreja e no descampado mesmo ao lado da "minha" casa. Percorri, tendo por guia a tua espantosa memória, todas aquelas ruas, até a toponímia me não escapou, já quanto aos andares e números de polícia das casas dos nossos colegas e Professores…A Benilde, a Anabela, a Mafalda, as colegas e amigas que me eram mais “próximas”. A a Benilde,"luminosa", como a definiste bem! Ainda hoje em dia mantém essa mesma "luminosidade".
"Há palavras que fazem bater mais depressa o coração…" disse Almada Negreiros.O meu bateu mais forte por não te teres esquecido de mim e dos meus irmãos e, muito especialmente, pelas palavras elogiosas com que te referes a meu Pai. A testemunha, com toda a certeza, não se sentia bem no “papel” de mentirosa. Quem pode gostar da mentira?
Manuela Gama Vieira
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SALETTE disse...
Olá,João
Que óptima memória e que descrição deliciosa!adorei rever o nosso querido Borlão...olha,quando da tua janela espreitavas a EngºDuarte Pacheco nunca avistaste o Nuno Mendes? Ele morava aí, no prédio em frente ao dos manos Hipólitos.
Eu,antes de morar no chamado prédio da Rocaltur, morei alguns anos na Duarte Pacheco,nº13, daí que recordo muito bem essa zona.Era emocionante a altura das feiras bem como a vinda ocasional de companhias de teatro que actuavam numa tenda junto á igreja.
Eu e a Benilde (que nessa altura era minha querida vizinha de prédio)chorámos baba e ranho a ver ''Amor de Perdição''.E as idas á Avenida da Estação para apanhar folhas para os nossos bichos da seda? Tantas memórias...
Beijinho
Salette
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Ana Luisa disse...Tanto ou mais do que a escrita admiro a tua memória. Por momentos lembrei um Borlão bem mais bonito do que estava na semana passada.
E da Ana Isabel por acaso sabes alguma coisa? Fomos muito amigas enquanto estive no ERO e claro também passávamos férias em S. Martinho, mas depois de alguns anos perdi o contacto.Algumas tardes ao lanchinho que a mãe dela nos preparava também íamos dando umas espreitadelas ao largo para "ver quem passava"...
Beijinhos
Ana Luisa
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Paulinha disse...
Olá João
Eu e a minha amiga Anabela Castro Afonso, inseparáveis como sempre, estamos a passar uns dias de férias aqui no Algarve e como habitualmente atentissimas ao nosso blog, lemos juntas mais um fantástico texto escrito por ti. Memória prodigiosa!!!! realmente brilhante como sempre, continuo a achar que devias escrever um livro...
Parabens João.

Bjs PP
jorge disse...a memória do jj é fantástica(ou eu estou muito mais senil do que julgava)mas o que mais me admirou foi a capacidade de transformar o que poderia parecer uma lista telefónica num documentário,como´disse a manuela.mas lembro-me também do nuno,do azevedo santos e da salette na duarte pacheco,quando estavam a ser construidos os prédios de que aqui se fala.
junto os meus parabéns aos muitos que já cá estão!j
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Isabel X disse...
Recém-construído e vaticinado para novo centro da cidade, era toda uma geração de colegas e amigos nossos que morava no Borlão e nas suas imediações.
A prodigosa memória do Jales e a forma quase fotográfica como descreve o que via, de umas e de outras janelas, com o pescoço mais ou menos esticado, fascinam-me!
A Paula Jales e a Tucha chegaram a ser minhas colegas no colégio, porque tiveram que repetir um ano; a Ana Salgado não, porque, em condições idênticas às das colegas, foi mandada para o Colégio Andaluz de Santarém, pelos pais.Lembro-me bem de frequentar a casa da Paula e a da Ana. Belas festas de aniversário!
A amiga da minha geração que mais cedo "me morreu", a Isabel Reis Vieira, também morava no Borlão e uma outra amiga da primária, a Célia, de quem nunca mais soube nada.
Não fazia a menor ideia de que a Eunice Muñoz tinha morado nas Caldas, mas achei graça. Pena nunca me ter apercebido...
Tal como o Xavier e a Mafalda Serrano, também o João Jales e a Ana Paula Gouveia continuam "vizinhos" hoje em dia, mas com o o importante "pormenor" de ser no mesmo bairro da adolescência. "O bom filho à casa torna" ou será antes "os bons filhos que tornam a casa?"
Muito gratificante encontrar este retrato tão vivo dos amigos antigos. Até parece que voltamos à adolescência.
Parabéns, JJ!
- Isabel Xavier -
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Luis Abel disse :
Vivi no Borlão desde 1964, conheci bem o autor da prosa meia dúzia de anos depois quando me tornei pau-de-cabeleira para que pudesse mamoriscar a minha irmã Paula e ainda melhor quando, muitos anos depois, se tornou meu cunhado oficial.
Por isso, não é para mim novidade nenhuma a sua impressionante capacidade de memorizar factos e de os relatar. Já a minha...enfim, acho que nunca me contaste que a Eunice Munoz vivia por cima de ti, essa foi nova para mim!
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Alfredo disse...
A sorte que o fotógrafo teve de apanhar apenas um carro estacionado frente ao Tribunal (ironia)!Se calhar era dos noivos!
Nesta data passava por aqui todos os dias rumo á Escola Comercial e Industrial, ía saír por um portão de ferro frente á Praça de Touros. Às segundas feiras havia um mercado de cebôlo e outros artigos de horta, ao longo da avenida que começava no Largo da Estação e se prolongava até ao Quartel dos Bombeiros.
Joaquim disse:
João, na segunda destas duas fotos mais antigas, olhando de frente está a igreja e já se vê no meio a "rotunda". Mais para a direita está uma velha arrecadação que julgo pertencia à Câmara e que permaneceu lá durante muitos anos.
Na Rua Fonte do Pinheiro, que fazia parte desse Largo do Borlão, havia um muro "cor avinhada" que se alongava talvez até à Rua do Jasmim, com umas "humildes" casas de rés do chão e nelas moravam duas figuras simples e populares da nossa pequena cidade: eram o nosso " Ti'Pacheco" dos gelados e das quentinhas e boas e o Ti'Sebastião que era o "bagageiro" de serviço das Caldas, que percorria a cidade com a sua carroça e a sua esposa ao lado para dar uma ajuda se tal fosse necessário Quaisquer comerciante da época e não só...se lembrarão deles.
Bem hajam
Joaquim
(Estou fora do nosso país há mais de quatro décadas ,o quer dizer posso estar a ver o filme um pouco mal focado. Espero que não)
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Meus Sonhos disse...
O centro das Caldas continuou a ser a Praça da Fruta,o Borlão era as Avenidas Novas ou o Arieiro das Caldas como diz o JJ.
A memória do autor é realmente invulgar e o seu relato um testemhnho único de um tempo que não volta.Ninguém referiu ainda a conclusão final,em que se diz que as famílias com crianças foram substituídas por escritórios e serviços,desertificando o centro da cidade.Isso é verdade em quase todas as cidades portuguesas.
Grande post.
Parabéns, Jales!
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Não vos dou a certeza do ano em que fui habitar no “Borlão”, mas parece-me foi em 1959, para a rua Coronel Santos Costa, que à data nem estava alcatroada.
Esta mudança de residência deveu-se ao detectar do problema cardíaco do meu Pai, e aos médicos o mandarem evitar todos os esforços, até subir escadas; devido a isso fomos habitar um prédio com elevador.
A Laura tem toda razão em eu me recordar de ser ali o recinto da feira, o primeiro ano que eu habito lá, é precisamente o último das feiras no “Borlão”, tudo o resto coincide com o que eu me recordo.
Pouco tempo habitei na R. Coronel Santos Costa, logo que os prédios dos Capristanos estão construídos, vou residir para lá.
“A MINHA JANELA SOBRE O BORLÃO”, aproveitando as palavras do João Jales, apenas a ocupei quatro anos, em 1963 o serviço militar colocou-me perante outras janelas.
João Ramos Franco
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Benilde disse...
Olá João,
Que memória prodigiosa...
Gostei muito!
Bjs
Benilde
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João Joaquim disse...
Boa memória a do João, saber aqueles nomes todos é de apreciar.
Antes do João por ali morar, eu deslocava-me muitas vezes à Rua das Flores, onde o meu pai tinha uma pequena oficina de serralharia com o Constantino (pai do conhecido ceramista Constantino ) e então corria toda aquela área para brincar e jogar à bola com a "malta" do Bairro do Viola.
Dizia-se que nas traseiras dos armazéns de ferro do T. dos Santos(Rua 31 de Janeiro) teriam sido ali fuzilados alguns locais que se teriam revoltado contra as forças francesas. Toda aquela área era de terra batida e ali, no Largo do Borlão, se fizeram as melhores feiras anuais que as Caldas conheceram, a do São João e logo a seguir a do 15 de Agosto. Depois veio o progresso e tudo isso desapareceu, a Igreja e esses prédios, alguns sem classe alguma (os primeiros, vá lá, vá lá, depois os outros foram apenas construção e mais construção) .
O João apesar de mais novo uns anitos ainda tem a visão de tudo que existia por detrás da igreja e que se manteve durante muitos anos. Não sei ao certo o que havia de verdade nisto mas dizia-se que para tirar o tráfego desde a Rainha à Praça da Fruta, a calçada 5 de Outubro seria alargada, desde o Largo C. de Fontalva, passava no lado esquerdo da antiga Praça do Peixe , até à presente rua Padre A. Emílio e por ai fora.... Seria ideias dos arquitectos de obras feitas (opiniões), ou seriam planos da Câmara de então?
Parabéns
João Joaquim
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Isabel X disse...
Houve mesmo fuzilamentos na cerca do Borlão, no período das Invasões Francesas. Eu já escrevi sobre isso para a Gazeta, mas o que é realmente relevante é saber que há lá um "monumento" de homenagem aos fuzilados que é da autoria do "nosso" Zéquinha Pereira da Silva!
E esta... ein? Uma "caixinha de surpresas", o Zéquinha!...
- Isabel Xavier -
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J.L. Reboleira Alexandre disse...
O João diz que escreveu isto de chofre e nós até acreditamos. A verve dele está toda aqui.
Afinal Caldas, cidade, nesta altura não se distinguia muito das aldeias circundantes, no que à vivência da miudagem diz respeito. A maioria dos garotos jogava a bola e só se distraia quando aparecia à janela uma daquelas «princesas» que alteravam o ritmo cardiaco daqueles.
Lá na minha aldeia tudo se passava da mesma forma, a única diferença estaria na mudança da identificação dos progenitores para:
- os filhos do Zé Mau, do Zé Sapateiro (da familia da avó dos meus netos Antoine e Coralie), do Zé Rato, do Zé da Quinta (pai daquele que segundo o nosso amigo Sanches, e eu concordo, era na altura o conterrâneo mais ilustre da terra) «et ainsi de suite».
Belo retrato de uma época.
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Isabel disse...
Olá Colegas,
Adorei ver o Borlão como ele era nos meus tempos de miúda. Quem disse algum dia que não vivemos de recordações? Eu prezo as minhas como se petiscos fossem!
Saudades dos outros tempos em todos nós tínhamos uma vidinha estudantil mais apetecível. Abençoados todos vocês que colocam fotos inexcedíveis no Blog do meu Colégio de excelência...
Mil abraços de Óbidos,
Isabel de Azevedo Noronha
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Alberto Pereira disse:
Um texto bem giro; lembro-me de ir à caça das rãs que existiam nos charcos de água que se formavam atrás do Tribunal ainda não havia prédios por lá.
Também me recordo do circo que se instalava no local onde agora é a Câmara; uma noite o urso fugiu pela R.Engº Duarte Pacheco e, partindo as vidraças, entrou na Mercearia Simão; os meus Pais chamaram a Polícia pensando tratar-se de um assalto e imaginem os guardas quando lá chegaram e viram que o assaltante era um urso que estava calma e tranquilamente a comer todos os rebuçados que o Sr. Simão tinha em stock.
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Belão disse...
Mas que memória, João!Ler o teu texto foi um mais um regresso ao passado e que me trouxe à memória tantos episódios...Éramos tantos e todos vizinhos!
Lembrei-me das brincadeiras nas escadas do tribunal enquanto esperávamos a carrinha do ERO, logo pela manhã.
Também me lembro da cena do urso, que o meu vizinho do 1º andar(o Alberto) aqui conta e que deixou sem palavras os clientes mais notívagos do Avenida, um deles, segundo consta, não sei se anestesiado pela cerveja,pensou tratar-se de uma senhora pela rua de casaco de peles.
Adorei.
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Antonio Hipolito disse:
Um pequeno apontamento que a prosa do JJ me atiçou a fazer, provocado talvez por ainda hoje lamentar não ter continuado a aprendizagem do piano, por a madame Palavicini se ter ido embora das Caldas ... sim eu tambem era uma daquelas crianças.
Falta na lista de nomes apresentada, quer pelo autor como pelos comentadores, e atendendo que se chegou práticamente à estação da então CP, em frente ao Zé Neto, na esquina do outro lado da avenida morava a nossa colega Cristina Rolim e o mano.
Abraço do Tózé H.
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Inês disse:
Parabéns, JJ. Como você escreve bem!
Inês
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Manuel Agudo disse:
Obrigado J Jales, por me ter recordado os tempos de miúdo. De facto naquele bairro habitacional vivíamos muitos colegas do ERO, dos quais o JJ tem uma lista quase completa. Se me recordar de mais alguns digo! Apenas para recordar que entre mim e a minha irmã Ana Luísa, há um outro irmão do ERO (Zé) e recordo-me também de a minha irmã ter uma colega - Ana Isabel que morava no quarteirão mais próximo do Tribunal .Parabéns pela recordação da "Burlópole"
Manuel Agudo
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JJ respondeu:
Faltava realmente o vosso irmão Zé, mas a Ana Isabel está no texto.
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Laura disse...
João,os meus parabéns, está um texto muito bom e elucidativo!As coisas que eu aprendo com as publicações deste blog! Adorei mesmo...
Por seres muito novinho não te lembras das feiras, que também poderias ver da tua Janela! Mas o João Ramos Franco deve lembrar-se...pois não foge muito da minha geração.Eram muito engraçadas as feiras do São João e do 15 de Agosto no largo do "Borlão".
Retenho na minha memória uma pombinha de madeira...que ao ser empurrada batia as asas...uma delicia!!! Coisas de criança...e prendas de um avô!!
Laura Morgado
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Luis disse...
Para completistas - Faltam que me lembre a Célia, Maine,Guilherme, Domingos Afonso (filho de sub-gerente do BES), Carlos e irmãos (filhos do juíz) no hemiciclo; Graciano e irmãos (da Sapataria Mário), na avenida; Meirim na transversal da av.; Luís Brito e João Pedro (família Correia), Paulo Moreira, Pedro Mil-Homens, na Eng. Duarte Pacheco. Eu e a família Castro, vizinhos na Heróis da Grande Guerra e com passagem pedonal das traseiras para o Hemiciclo, zona das oficinas do A. Flores. Há mais...
Luís Lamy
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Luis disse...E faltam tb os irmão Santos (filhos do chefe dos CTT), na Eng. Duarte Pacheco - Luís Lamy
PS: Põe o Manique na Eng. Duarte Pacheco - Lamy
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Artur Henrique Ribeiro Gonçalves no Facebook:Uma evocação muito viva do Borlão que eu ainda conheci, um pouco de raspão...
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Paulo Caiado no Facebook:Tantos nomes que me são próximos!
Faltam os da minha geração claro, como as manas Velhinho, Cristina Caramelo, Paula Melo, Bandeira Duarte, Tomás Marques, Costa Faro, os Ruas também conhecidos pelos ''Torralta'' (Sónia, Luis e Paulo) o Luis Correia (filho do Dr. João Correia) e mais tarde os Morgado (Nuno, Vasco e Marcelo), Rosário (Pedro e Sandra), os meus primos do outro lado da Praça, a Rosarinho Moreira, a Paula do tribunal , os Cabrais (Manuela, João Paulo e Tiago) e outra familia que viviam no prédio da Telstar (Manuela e dois rapazes, um já falecido) e toda a troupe da Raul Proença que são tantos que encheriam o blog!
(Na sua maioria todos os ''habitantes do Borlão e Avenida e perpendiculares'' dos anos 70 estão enunciados na crónica ''Cruzando os Anos em Poucos Dias - Diário de um Estudante''.)Paulo Caiado (Facebook)

1 comentário:

Anónimo disse...

Obrigada pelas fotografias de umas Caldas que eu também não conheci.

Tenho lido os «posts».

A crónica do João Serra é uma ternura. A narrativa de um episódio das tropelias do «suspeito do costume» mostra bem que, como diz algures o Drummond de Andrade, «mãe não tem limite». Boa escolha também da fotografia da janela, espaço de descoberta, espelhando nuvens, de onde o menino curioso espera «sinais».

Quanto à tua crónica sobre o Borlão (que memória e que boa escrita!), até a mim, que vivi tão pouco tempo nas Caldas, me trouxe memórias de alguns nomes e de alguns rostos conhecidos. Por isso, JJ, obrigada por me «presentificares» momentos da juventude!

Nesta «recherche du temps perdu», cada um escolheu a sua «madeleine» para ter o passado de volta.

Continuem a escrever, para me darem o prazer de boas leituras.

Júlia Ferreira