.Por Isabel S Silva
.
Visitar Madrid em Dezembro foi maravilhoso, apesar do frio e da chuva que teimou em marcar presença durante os quatro dias em que percorri a cidade, de arquitectura notável, repleta de movimento e, nesta época, mais iluminada que nunca.
Como convém, instalei-me num hotel da Gran Via, entre a Praça Cibeles (com a sua bela fonte e o imponente edifício do Palácio das Comunicações) e a Praça de Espanha (uma homenagem a Miguel de Cervantes através da escultura representativa de D.Quixote e Sancho Pança), a zona mais movimentada da capital, a partir das 5h da tarde e pela noite dentro.
A grande diversidade de propostas culturais que tão grande centro cosmopolita oferece, obrigou-me a definir prioridades de agenda : Museu Thyssen-Bornemisza, Museu Nacional Centro de Arte Rainha Sofia e Museu do Prado – O passeio da Arte.
Iniciei no Museu Thissen-Bornemisza uma autêntica viagem pela pintura: Renascimento, Maneirismo, Barroco, Romantismo, séculos XIX e XX e Pop Art. É aqui que se encontram algumas obras-primas de Rembrandt, Chagall, Gaugin, Caravaggio e Monet, entre outros. Um bom aperitivo, digamos.
Entrar no Centro de Arte Rainha Sofia é ficar a conhecer talvez o mais importante museu de arte moderna. Como diria um amigo meu “É só vedetas”: Picasso, Dalí, Miró, Goya, um não mais findar de maravilhas, desde “Guernica” de Pablo Picasso a “O Grande Masturbador” de Dalí, passando pela “Dançarina Espanhola” de Juan Miró. Definitivamente, a não perder.
Para o terceiro dia ficou o emblemático e imponente Museu do Prado, que alberga colecções de pintura espanhola (Velásquez, El Greco, Murillo), francesa (van Loo, Poussin), flamenga (Rubens, Van Dyck), alemã (Cranach, Mengs) e italiana (Rafael, Tintoretto), anteriores ao século XX e a título de exemplo. Passei lá o dia, de “audioguia” em punho e munida do mapa onde ia descarregando as salas à medida que as visitava. Na véspera adquiri um bilhete de um dia, que me permitiu sair para almoço e voltar a entrar, para além de me poupar à fila que, desde a hora de abertura dá a volta ao edifício. Para o fim deixei as esculturas, desenhos e estampas, a que dediquei menos tempo, confesso, dado que o cansaço, se apoderara fortemente de mim. Cansada, mas encantada.
No dia em que visitei o Centro de Arte Rainha Sofia, deixei a tarde para o City Vision e apanhei a “ruta roja” que me permitiu ter uma visão panorâmica de algo mais da Madrid Histórica: Teatro Real, Palácio Real, Catedral Almudena, Puerta de Alcalá, Plaza Colón.
A Gran Via é o centro do comércio desta bonita cidade, por onde passeei durante toda a manhã do dia em que regressei. Recheada de lojas, restaurantes e cafés, é onde toda a gente deambula entre umas tapas e cañas às 3h da tarde e uma paella às 10h da noite.
O hotel, antigo mas simpático, fica entre dois teatros com dois magníficos espectáculos em cena e para os quais não consegui bilhete: O musical “Chicago” e o “Quebra Nozes” pelo Ballet Clássico de Moscovo.
Muito ficou por ver e rever, mas ficou a certeza de, em breve, querer voltar a esta cidade aberta, moderna e tão rica em património histórico e tradições culturais.
.
Bom Ano para todos!
.
.
J L Reboleira Alexandre disse...
Na minha primeira visita a Madrid, já lá vai um bom par de anos, a Gran Via foi igualmente o local escolhido para pernoitar. Como a visita era de trabalho, os momentos livres foram poucos. No entanto uma noite lá fomos, três ou quatro, jantar a um dos inúmeros bons restautantes da zona. Depois dos digestivos,já a noite ia alta e como a nossa conversa se passava no francês tipico do Québec, a empregada não resistiu a perguntar qual o país da nossa origem. A França não era, disso estava ela segura. No meu espanhol de circunstância lá lhe expliquei que os meus colegas eram canadianos mas falavam a lingua de Molière.
Na minha primeira visita a Madrid, já lá vai um bom par de anos, a Gran Via foi igualmente o local escolhido para pernoitar. Como a visita era de trabalho, os momentos livres foram poucos. No entanto uma noite lá fomos, três ou quatro, jantar a um dos inúmeros bons restautantes da zona. Depois dos digestivos,já a noite ia alta e como a nossa conversa se passava no francês tipico do Québec, a empregada não resistiu a perguntar qual o país da nossa origem. A França não era, disso estava ela segura. No meu espanhol de circunstância lá lhe expliquei que os meus colegas eram canadianos mas falavam a lingua de Molière.
Mas como o meu espanhol seria tudo menos isso, a senhora atreveu-se a perguntar: mas o senhor fala uma lingua parecida com a minha. Pois é, respondi: é que eu sou seu vizinho!Começou então um jogo curioso. A senhora a tentar descobrir de que país seria este vizinho que não era francês, nem italiano e falava uma lingua que lhe era familiar. De que país seria este cliente? Como boa conhecedora das linguas latinas até mencionou a Roménia, como hipótese.Ao ver que a senhora estava quase a desistir de saber qual a minha origem, não a deixei partir sem antes lhe mencionar que era português. Não pareceu muito surpreendida com a revelação e até me informou que normalmente passava as férias na linda praia da Nazaré.Mas para se justificar disse-me:
- para ela Portugal, não era como os outros países !
Depois deste episódio a minha relação com a Espanha alterou-se. Como seria diferente a Ibéria, se o velho rei Afonso tivesse ficado bem tranquilo, ou mais tarde, um conhecido fidaldo não tivesse esta saída de mestre:
- mais vale ser Rei uma hora do que Duque toda a vida. Será ?
Bom Ano para todos!
PS: Mas eu também aprendi que o Miguel de Vasconcelos, qual traidor, é que ficou conhecido pelo Renegado. Todos aprendemos.
.
Belão disse...
Também já me questionei várias vezes em relação ao que seria a Península Ibérica se D.Afonso Henriques tivesse estado quietinho, ou se não tivéssemos acabado com os Filipes.
Também já me questionei várias vezes em relação ao que seria a Península Ibérica se D.Afonso Henriques tivesse estado quietinho, ou se não tivéssemos acabado com os Filipes.
Passou-se comigo, nesta estadia, um episódio parecido com o do JLRAlexandre, num café onde me abriguei da chuva. O empregado perguntou-me se era italiana (já é costume passar por italiana em Espanha). Respondi-lhe que era portuguesa, de uma linda cidade a poucos quilómetros de Lisboa e ele contou-me que há 2 anos passara férias em Sesimbra. Falei-lhe de Óbidos, das praias da nossa zona (semi portunhol, semi espanholês) e ele agradeceu as dicas para umas futuras férias.
2 comentários:
Na minha primeira visita a Madrid já lá vai um bom par de anos, a Gran Via foi igualmente o local escolhido para pernoitar. Como a visita era de trabalho, os momentos livres foram poucos. No entanto uma noite lá fomos, três ou quatro, jantar a um dos inúmeros bons restautantes da zona.
Depois dos digestivos,já a noite ia alta e como a nossa conversa se passava no francês tipico do Québec, a empregada não resistiu a perguntar qual o país da nossa origem.
A França não era, disso estava ela segura. No meu espanhol de circunstância lá lhe expliquei que os meus colegas eram canadianos mas falavam a lingua de Molière. Mas como o meu espanhol seria tudo menos isso, a senhora atreveu-se a perguntar: mas o senhor fala uma lingua parecida com a minha. Pois é, respondi: é que eu sou seu vizinho!
Começou então um jogo curioso. A senhora a tentar descobrir de que país seria este vizinho que não era francês, nem italiano e falava uma lingua que lhe era familiar. De que país seria este cliente?
Como boa conhecedora das linguas latinas até mencionou a Roménia, como hipótese.
Ao ver que a senhora estava quase a desistir de saber qual a minha origem, não a deixei partir sem antes lhe mencionar que era português. Não pareceu muito surpreendida com a revelação e até me informou que normalmente passava as férias na linda praia da Nazaré.
Mas para se justificar disse-me: - para ela Portugal, não era como os outros países !
Depois deste episódio a minha relação com a Espanha alterou-se. Como seria diferente a Ibéria, se o velho rei Afonso tivesse ficado bem tranquilo, ou mais tarde, um conhecido fidaldo não tivesse esta saída de mestre:
- mais vale ser Rei uma hora do que Duque toda a vida. Será ?
Bom Ano para todos!
PS: Mas eu também aprendi que o Miguel de Vasconcelos, qual traidor, é que ficou conhecido pelo Renegado. Todos aprendemos.
Também já me questionei várias vezes em relação ao que seria a península Ibérica se D.Afonso Henriques tivesse estado quietinho, ou se não tivéssemos acabado com os Filipes.
Passou-se comigo, nesta estadia, um episódio parecido com o do JLRAlexandre, num café onde me abriguei da chuva. O empregado perguntou-me se era italiana (já é costume passar por italiana em Espanha). Respondi-lhe que era portuguesa, de uma linda cidade a poucos quilómetros de Lisboa e ele contou-me que há 2 anos passara férias em Sesimbra. Falei-lhe de Óbidos, das praias da nossa zona (semi portunhol, semi espanholês) e ele agradeceu as dicas para umas futuras férias.
Enviar um comentário