ALMOÇO / CONVÍVIO

ALMOÇO / CONVÍVIO

Os futuros almoços/encontros realizar-se-ão no primeiro Sábado do mês de Outubro . Esta decisão permitirá a todos conhecerem a data com o máximo de antecedência . .
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COMENTÁRIOS (À Luz das Estrelas - Lhasa de Sela)

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Fátima Clérigo disse...

É difícil ficar indiferente a este post…A Laurinda prestou aqui a sua homenagem a Lhasa de Sela e gerou o efeito multiplicador em nós…
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Recordei o poema de Fernando Pessoa :
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“Deus costuma usar a solidão
Para nos ensinar sobre a convivência.
Às vezes, usa a raiva para que possamos
Compreender o infinito valor da paz.
Outras vezes usa o tédio, quando quer
nos mostrar a importância da aventura e do abandono.
Deus costuma usar o silêncio para nos ensinar
sobre a responsabilidade do que dizemos.
Às vezes usa o cansaço, para que possamos
Compreender o valor do despertar.
Outras vezes usa a doença, quando quer
Nos mostrar a importância da saúde.
Deus costuma usar o fogo,para nos ensinar a andar sobre a água.
Às vezes, usa a terra, para que possamos
Compreender o valor do ar.
Outras vezes usa a morte, quando quer
Nos mostrar a importância da vida.”
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De facto, nos momentos em que perdemos “alguém” ou “algo” importante na Vida, reflectimos sobre a atitude tida e a ter perante os mesmos, e atribuímos significante valoração nesse momento, à real perda.
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A morte é algo de difícil aceitação… por mais que tentemos encontrar um sentido para ela, a argumentação parece não ser convincente…
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Quando a morte acontece quando uma pessoa “cumpriu” 100 anos, ainda que não bem vinda, “aceita-se” que “ o sonho dê lugar ao sono “ e o que o “eterno descanso” possa advir…
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Mas antes de viver quase tudo? Quando ainda os sonhos se acotovelam na mente, em fila de espera, aguardando “mergulho vigoroso” em “águas límpidas” ??? Quando tanto ficou por realizar???As mortes “antecipadas ao tempo” são inaceitáveis! São transgressões à lei natural da vida… Há “multas” aplicadas “por menos”…
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De facto ainda, há que viver “tudo” o “mais possível” e não relevar o irrelevante…
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Aproveito a oportunidade para desejar a todos nós, que ainda por cá estamos, um Feliz Ano Novo !
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Um Abraço a todos
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Fátima
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Vasco Trancoso disse:
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Não posso deixar de me solidarizar vivamente com este “post” e dar os parabéns à autora por ter evocado uma cantora de grande qualidade que era, ao mesmo tempo, um ser humano extraordinário. É inesquecível “o choque emocional” que me provocou o seu excepcional 1º CD (La Llorona) - que lhe grangeou de imediato uma onda de admiração em todos os países. Aliás, gravados entre 1998 e 2009, os três álbuns de Lhasa - La Llorona, The Living Road e Lhasa - venderam cerca de um milhão de exemplares em todo o mundo.
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Portanto a notícia do falecimento (cancro da mama), em 1 de Janeiro deste ano, de Lhasa de Sela (n. 27 de Setembro de 1972 no estado de Nova Iorque) não deixou de provocar uma grande tristeza em todo o mundo mas com particular incidência em Portugal - onde possuía muitos amigos e admiradores não só do seu talento mas também da sua personalidade muito afável, simpática e humilde. Era uma artista de culto, tendo-se apresentado numerosas vezes nos palcos nacionais. De ascendência mexicana e americano-judeu-libanesa era pouco convencional. Percorreu os EUA e o México na infância, de maneira nómada, juntamente com os pais e as suas três irmãs e a sua obra musical mescla tradição mexicana, klezmer e rock é cantada em três idiomas : espanhol, francês e inglês.
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No comunicado assinado pelo manager de Lhasa de Sela, escreve-se ainda que a autora de La Llorona deixa o companheiro Ryan, os pais, a madrasta, nove irmãos e irmãs, 16 sobrinhos e sobrinhas, um gato e "incontáveis amigos, músicos e colegas que a acompanharam ao longo da carreira, para não falar dos inúmeros admiradores em todo o mundo"… "A sua família e os seus amigos puderam fazer o luto pacificamente nos últimos dois dias. O funeral realiza-se em breve. Nevou mais de 40 horas em Montreal desde a partida de Lhasa ", termina o comunicado.Por seu turno, Vasco Sacramento, da promotora de espectáculo Sons em Trânsito, escreveu num emocionado comunicado que, das centenas de concertos com artistas estrangeiros que já organizou, "Lhasa de Sela foi claramente a que mais [o] marcou". "Não só pela sua voz única ou pela qualidade óbvia das suas canções, mas antes pela sua atitude desprendida e diferente do que é habitual assistir em muitos artistas", explica Vasco Sacramento. "Lhasa de Sela não estava interessada no estrelato, na fama ou no dinheiro. Não que quem aspire a isso seja menos válido. (...) Porém, a Lhasa era diferente. Parecia que cantava apenas por imperativo de consciência, sem grandes preocupações com estratégia de mercado. Vasco Sacramento lembra ainda a "inesquecível ligação" de Lhasa a Portugal: "Amava o fado, principalmente, claro, Amália, que cantou nos seus concertos em Portugal. Lembro-me das ovações em pé que a sua interpretação de 'Meu amor, Meu amor' lhe rendeu. Foi emocionante. Lhasa adorava Lisboa! Bairro Alto, Alfama, mas também Sintra, Coimbra, etc. Falava-me sempre do bacalhau que gostava de comer em Xabregas, quando cá estava. E o público português sempre lhe dedicou enorme afecto, esgotando todas as salas onde a Lhasa actuou no nosso país".
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"Fora .dos palcos, Lhasa de Sela era simples e densa. Simples no trato, na forma como lidava carinhosamente com todos. Densa pela profundidade e maturidade que revelava, provavelmente fruto do nomadismo que marcou toda a sua vida", acrescenta ainda Vasco Sacramento, terminando da seguinte forma a sua mensagem: " A Lhasa partiu como sempre viveu. Sem grandes alaridos. Partiu livre. Como sempre viveu".
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Bem haja Laurinda… vamos ouvir muitas vezes Lhasa de Sela.
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VT
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laurinda disse...
Fui menina de “pé descalço” até aos sete anos. Criada ao “Deus dará”, vadiava pela Serra de Minde dias inteiros. Era a minha Serra.
De vez em quando, a serra era invadida pelos adultos, que a desciam com braçados lindíssimas flores cor-de-rosa. Procurava, procurava, mas nunca as encontrei! Não entendia como é que na minha serra havia flores tão extraordinárias e tão impossíveis de alcançar.
O mesmo aconteceu com Lhasa de La Sela. Estava numa loja, quando a ouvi a primeira vez. Cantava La Llorona, canção que apenas conhecia cantada por António Calvário. Era tão fundo e tão sentido aquele canto! Foi paixão imediata.
Investiguei a lenda que despoletou a canção e consegui quase todas as suas canções editadas, mas nunca encontrei aquela que me fez despertar para a sua voz. Agora vou continuar à procura. Para sempre.
E, por vezes, o “para sempre” é demasiado curto.
É enorme a minha tristeza!...
Laurinda
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Mais um voz que se vai de entre nós, mais uma voz que fica entre nós....
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Luis disse:
Esta artista era uma norte-americana criada no Mexico e que acabou a viver e a gravar no Canadá. Fazia uma música difícil de definir mas a sua voz e a sua forma de cantar estão talvez próximas do Jazz.
Morreu com 37 anos a ser verdade a pequena biografia que li na net e deixa gravados três grandes discos.
Obrigado Laurinda por este sentido post,L.

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J L Reboleira Alexandre disse...
Mulher do Mundo, adoptou Montreal para viver como poderia ter adoptado outro local. Filha de casal com vivências nómadas, desde muito cedo, com os irmãos, recitava uma peça teatral antes da noite cair, na beira de uma estrada qualquer situada entre o Norte do Canadá e o Sul do México. Os únicos espectadores eram os pais. A casa e o meio de transporte era a roulotte.
Podia cantar em Inglês, como em Espanhol ou Francês.
Uma voz diferente com hábitos diferentes que se calou demasiado cedo.
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Guida Sousa disse...

Lhasa não tem classificação,a música que fazia é só dela e tem a ver,como diz o José Luis,com o México,a América e o Canadá.Ela cantava em espanhol,inglês e francês o que hoje se chama World Music.
Adorei os seus cds e gostei de ver aqui esta referência à sua triste morte com um cancro da mama aos 37 anos.Tem razão a Laurinda,a melhor forma de a recordarmos é ouvir a sua musica!

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2 comentários:

laurinda disse...

Fui menina de “pé descalço” até aos sete anos. Criada ao “Deus dará”, vadiava pela Serra de Minde dias inteiros. Era a minha Serra.
De vez em quando, a serra era invadida pelos adultos, que a desciam com braçados lindíssimas flores cor-de-rosa. Procurava, procurava, mas nunca as encontrei! Não entendia como é que na minha serra havia flores tão extraordinárias e tão impossíveis de alcançar.
O mesmo aconteceu com Lhasa de La Sela. Estava numa loja, quando a ouvi a primeira vez. Cantava La Llorona, canção que apenas conhecia cantada por António Calvário.
Era tão fundo e tão sentido aquele canto! Foi paixão imediata.
Investiguei a lenda que despoletou a canção e consegui quase todas as suas canções editadas, mas nunca encontrei aquela que me fez despertar para a sua voz.
Agora vou continuar à procura. Para sempre.
E, por vezes, o “para sempre” é demasiado curto.
É enorme a minha tristeza!...
Laurinda

Fátima Clérigo disse...

É difícil ficar indiferente a este post…A Laurinda prestou aqui a sua homenagem a Lhasa de Sela e gerou o efeito multiplicador em nós…
Recordei o poema de Fernando Pessoa :

“Deus costuma usar a solidão
Para nos ensinar sobre a convivência.
Às vezes, usa a raiva para que possamos
Compreender o infinito valor da paz.
Outras vezes usa o tédio, quando quer
nos mostrar a importância da aventura e do abandono.
Deus costuma usar o silêncio para nos ensinar
sobre a responsabilidade do que dizemos.
Às vezes usa o cansaço, para que possamos
Compreender o valor do despertar.
Outras vezes usa a doença, quando quer
Nos mostrar a importância da saúde.
Deus costuma usar o fogo,
para nos ensinar a andar sobre a água.
Às vezes, usa a terra, para que possamos
Compreender o valor do ar.
Outras vezes usa a morte, quando quer
Nos mostrar a importância da vida.”

De facto, nos momentos em que perdemos “alguém” ou “algo” importante na Vida, reflectimos sobre a atitude tida e a ter perante os mesmos, e atribuímos significante valoração nesse momento, à real perda.
A morte é algo de difícil aceitação… por mais que tentemos encontrar um sentido para ela, a argumentação parece não ser convincente…
Quando a morte acontece quando uma pessoa “cumpriu” 100 anos, ainda que não bem vinda, “aceita-se” que “ o sonho dê lugar ao sono “ e o que o “eterno descanso” possa advir…
Mas antes de viver quase tudo? Quando ainda os sonhos se acotovelam na mente, em fila de espera, aguardando “mergulho vigoroso” em “águas límpidas” ??? Quando tanto ficou por realizar???
As mortes “antecipadas ao tempo” são inaceitáveis! São transgressões à lei natural da vida… Há “multas” aplicadas “por menos”…

De facto ainda, há que viver “tudo” o “mais possível” e não relevar o irrelevante…

Aproveito a oportunidade para desejar a todos nós, que ainda por cá estamos, um Feliz Ano Novo !

Um Abraço a todos

Fátima