A quantidade e qualidade de comentários a "1975" obriga a que constituam posts autónomos, como já aconteceu noutras ocasiões.
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Ana Braga disse:
Gostei muito do teu texto, João!
Aparentemente simples, mas carregado de sentido, é um interessante retrato de uma época, nos seus mais pequenos pormenores - adorei a referência aos Porfírios, à moda, ou o detalhe das lojas de discos, onde escolhíamos as músicas que depois escutávamos, numas cabinas minúsculas, em que nos enfiávamos aos magotes, durante tardes inteiras, também me tocou a nostalgia das tardes de Setembro à beira de um rio.
Mas o conto é muito mais do que isso. É um texto sério que sintetiza as vivências, o modo de pensar, os preconceitos e os mitos de uma época que marcou muitos de nós.
Li-o de um fôlego e agora faltam-me as palavras para o comentar – até porque corro o risco de repetir muito do que sobre ele já foi dito neste blog.
Gostei deste conto, tão desassombrado, de um Jorge “posto a nu”, sem complexos, num período caracterizado por um maniqueísmo absurdo – como são aliás todas as atitudes maniqueístas -, tantas vezes incómodo, em que as posições extremas levavam a afastamentos, politicamente correctos, de acordo com a regra então vigente em certos meios, mas que deixavam a cabeça cheia de dúvidas e o coração a doer. Quantas vezes me senti incomodada, numa luta interior, inconfessável… Era tão nova, tão insegura, tão imatura e depois… era tão importante a aceitação do grupo. Foram precisos alguns anos para me afirmar sem medos.
Vai longe o “Verão Quente de 1975”.
Ana Braga
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Ana Braga disse:
Gostei muito do teu texto, João!
Aparentemente simples, mas carregado de sentido, é um interessante retrato de uma época, nos seus mais pequenos pormenores - adorei a referência aos Porfírios, à moda, ou o detalhe das lojas de discos, onde escolhíamos as músicas que depois escutávamos, numas cabinas minúsculas, em que nos enfiávamos aos magotes, durante tardes inteiras, também me tocou a nostalgia das tardes de Setembro à beira de um rio.
Mas o conto é muito mais do que isso. É um texto sério que sintetiza as vivências, o modo de pensar, os preconceitos e os mitos de uma época que marcou muitos de nós.
Li-o de um fôlego e agora faltam-me as palavras para o comentar – até porque corro o risco de repetir muito do que sobre ele já foi dito neste blog.
Gostei deste conto, tão desassombrado, de um Jorge “posto a nu”, sem complexos, num período caracterizado por um maniqueísmo absurdo – como são aliás todas as atitudes maniqueístas -, tantas vezes incómodo, em que as posições extremas levavam a afastamentos, politicamente correctos, de acordo com a regra então vigente em certos meios, mas que deixavam a cabeça cheia de dúvidas e o coração a doer. Quantas vezes me senti incomodada, numa luta interior, inconfessável… Era tão nova, tão insegura, tão imatura e depois… era tão importante a aceitação do grupo. Foram precisos alguns anos para me afirmar sem medos.
Vai longe o “Verão Quente de 1975”.
Ana Braga
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Manuela G V disse:
Era uma vez....dois jovens que orbitavam entre dois mundos e grupos de pertença diferentes.
O Jorge, “menino bem”, citadino, que ia passar férias à aldeia onde tinha raízes familiares e a Irene regressada, entre os “seus”, com inquietações à flor da pele fruto das drásticas mudanças operadas na sua vida, prevendo para os seus dias um longo, difícil e desafiador caminho.
"Alcança quem não cansa".
Atrevo-me a vaticinar que ambos alcançaram!
Só que uns têm necessidade de ostentar uma marca exterior que assinale o sucesso, a ascensão…outros não.
Por estas e por outras, a crescente descaracterização urbanística do nosso espaço rural…“cada um tem a sua vaidade, e a vaidade de cada um é o seu esquecimento de que há outros com alma igual.”
Devo dizer que a arrebatadora paisagem nas margens do Tâmega, ajudou-me a “ouvir” este diálogo.
Sentei-me no chão coberto de ervas, enxotei as irritantes moscas que “adivinhavam” trovoada, ouvi os trovões de Setembro, senti o fantástico odor do mosto e da terra quente quando a chuva começou a cair.
Parabéns, Jales, gostei imenso da tua tarde na aldeia, à beira rio!
Manuela Gama Vieira
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Luis disse...Extraordinário texto,retrato de uma época em mais do que um aspecto...Mas como é que logo tu não te lembraste de acrescentar este video:
"Alcança quem não cansa".
Atrevo-me a vaticinar que ambos alcançaram!
Só que uns têm necessidade de ostentar uma marca exterior que assinale o sucesso, a ascensão…outros não.
Por estas e por outras, a crescente descaracterização urbanística do nosso espaço rural…“cada um tem a sua vaidade, e a vaidade de cada um é o seu esquecimento de que há outros com alma igual.”
Devo dizer que a arrebatadora paisagem nas margens do Tâmega, ajudou-me a “ouvir” este diálogo.
Sentei-me no chão coberto de ervas, enxotei as irritantes moscas que “adivinhavam” trovoada, ouvi os trovões de Setembro, senti o fantástico odor do mosto e da terra quente quando a chuva começou a cair.
Parabéns, Jales, gostei imenso da tua tarde na aldeia, à beira rio!
Manuela Gama Vieira
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Luis disse...Extraordinário texto,retrato de uma época em mais do que um aspecto...Mas como é que logo tu não te lembraste de acrescentar este video:
Estivemos todos em Cascais em 1975 para um dos espectáculos das nossas vidas,concordarás???L
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João Ramos Franco disse...
Sabias que a mim é difícil arrancar palavras de muito gosto em falar da época a que te referes no teu conto. Não pondo de modo nenhum em causa o teu conto, e até gostar do modo como abordas o assunto, no entanto a minha sensibilidade com tudo o que se refira à guerra no ultramar é grande e tocar no assunto de um modo destrutivo seria estúpido…
Sabias que a mim é difícil arrancar palavras de muito gosto em falar da época a que te referes no teu conto. Não pondo de modo nenhum em causa o teu conto, e até gostar do modo como abordas o assunto, no entanto a minha sensibilidade com tudo o que se refira à guerra no ultramar é grande e tocar no assunto de um modo destrutivo seria estúpido…
- Talvez algum dia conte algo da realidade que passei… - É melhor que seja visto como está no teu conto…
Um abraço amigo do
João Ramos Franco
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1 comentário:
Sabias que a mim é difícil arrancar palavras de muito gosto em falar da época a que te referes no teu conto. Não pondo de modo em causa o teu conto e até gostar do modo como abordas o assunto, no entanto a minha sensibilidade com tudo o que se refira à guerra no ultramar é grande e tocar no assunto de um modo destrutivo seria estúpido…
- Talvez algum dia conte algo da realidade que passei…
- É melhor que seja visto como está no teu conto…
Um abraço amigo do
João Ramos Franco
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