ALMOÇO / CONVÍVIO

ALMOÇO / CONVÍVIO

Os futuros almoços/encontros realizar-se-ão no primeiro Sábado do mês de Outubro . Esta decisão permitirá a todos conhecerem a data com o máximo de antecedência . .
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À JANELA DO JOÃO CALHEIROS

O meu primeiro encontro com o João Calheiros Viegas, por Ana Braga
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O meu reencontro com o João Calheiros Viegas, no almoço dos antigos alunos do ERO, após longos anos sem o ver, chegando-me apenas notícias através de amigos comuns, levou-me a recordar outros tempos e confesso que me senti emocionada. No forte abraço que lhe dei perpassou toda a amizade que ligava os nossos pais, as vivências paternas, comuns e longínquas, que eu, na infância, apenas conhecia através dos relatos que ouvia lá em casa - os assanhados jogos de ténis entre o meu pai e o Dr. Calheiros Viegas, a que eu nunca assisti, as peripécias, os encontros na Zaira, a vida animada das Caldas da Rainha, os serões no Casino, a encenação de uma peça polémica... Fiquei a pensar com nostalgia no meu passado quando, ainda muito pequena, mas atenta e sensível, gostava de ouvir histórias felizes dos meus pais. E essas simples histórias familiares, passaram a fazer parte integrante de mim. Achei, por isso, curioso, recordar aqui como foi o meu primeiro encontro com o João.

Durante a minha infância e juventude vivíamos nos arredores de Coimbra, a cerca de oito quilómetros da cidade, numa pequena aldeia, implantada junto à linha de caminho de ferro do Norte, mas onde também circulavam os comboios da linha do Oeste, os que ligavam a cidade do Mondego à Figueira da Foz e até o Sud, esse comboio ultra rápido, para nós fascinante, capaz de um dia nos poder levar até longínquos países além fronteiras.

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Tanto eu como os meus irmãos frequentámos a escola primária na aldeia, o que nos permitiu usufruir de uma meninice absolutamente ímpar, pelo menos vista à distância, quando ainda se vivia ao sabor das estações do ano e o tempo que nos restava, uma vez concluídas as tarefas escolares, se esgotava em brincadeiras loucas, onde dominava a criatividade, longe ainda que estávamos da era do pronto a comer, do pronto a vestir e do pronto a brincar/estragar.

Mas chegada a altura de ir para o liceu, começavam as viagens diárias, e quase sempre, assaz atribuladas, entre a nossa aldeia e Coimbra, feitas em transportes públicos, já que nesse tempo os pais, por norma, não se davam ao trabalho de sacrificar uma horinha que fosse do seu precioso sono para levar os meninos à escola – fazia parte das normas e ajudava-nos a crescer. Pelo menos, o meu nunca o fez, e no único dos anos em que tive aulas de tarde e apenas precisava de ir para o liceu duas vezes por semana de manhã, num horário compatível com o do meu pai, ia reprovando por faltas a Canto Coral, graças aos habituais atrasos do meu progenitor. Pelo que, a partir desse dia fatídico, me recusei a aceitar as suas boleias, nem que ele me pedisse de joelhos. Ainda hoje estou convencida que este episódio contribuiu para que desde muito cedo tivesse lutado ferozmente pela minha autonomia e me habituasse a contar sobretudo comigo própria.

Como ia dizendo, aos dez ou aos onze anos passávamos a ser frequentadores diários dos transportes públicos, desde o comboio - mais caro e menos directo (tinha de ir primeiro à Estação Velha), aos dois tipos de autocarro: um camarário, amarelo, do género urbano, e outro do tipo “camioneta da carreira”, de uma empresa privada, onde o rádio estava invariavelmente ligado em altos berros, jorrando canções de gosto muito duvidoso, do reportório designado por “nacional cançonetismo”. Algumas dessas canções parecem ressoar ainda aos meus ouvidos, é o caso do “Ó tempo volta pra trás” ou de alguns fados da Hermínia Silva, muito do agrado de alguns utentes daquele transporte, nomeadamente uma corpulenta peixeira, de grandes argolas e cordão de ouro, com lugar reservado na primeira fila, logo atrás do motorista, e notória tendência para pontificar acerca dos mais diversos temas, enquanto fazia crochet.

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Outro dos suplícios dessas viagens matinais era o cheiro a “mata-ratos”, (para quem não saiba, era o nome que se dava a um tipo de cigarros baratuchos que se vendiam, salvo erro, em pacotes de riscas encarnadas e amarelas) – não nos esqueçamos que naquela época se fumava desalmadamente nos transportes públicos. Esse cheiro, entranhado na roupa, à mistura com a humidade dos dias de inverno, colava-se a nós de manhã à noite, o que me valeu algumas situações deveras humilhantes, sobretudo nas aulas de uma irónica professora de Geografia, que adorava tecer considerações jocosas acerca do estranho odor que de mim emanava, para gáudio do resto da turma.

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Era por motivos de peso, como este, que preferíamos, de longe, viajar de comboio. Mas essa alternativa, bem mais confortável, traduzia-se numa outra carga de trabalhos, pois a hora tardia a que chegava a Coimbra obrigava-nos a correrias absolutamente desvairadas, logo à saída da estação até ao Largo da Portagem, de modo a conseguirmos apanhar um trolley superlotado que nos depositasse à porta do liceu às 8h30 em ponto. Lembro-me que num desses trajectos de trolley viajei com a mão a segurar a pasta, do lado de fora da porta, que entretanto se fechara de supetão – só não me magoei porque havia umas borrachas a rodear a dita porta. Mas da risota dos transeuntes não me livrei eu. Pensando em tudo isto, agora, à distância, pergunto-me como conseguíamos, no meio desta turbulência matinal, ter sucesso escolar, embora nem sempre brilhante, convenhamos.

Mas, voltando ao comboio, isso é que era um luxo! Eu e a minha irmã Isabel, um pouco mais velha, minha companheira de infortúnio, arranjávamos por vezes, artimanhas de viajar, munidas de bilhetes de 2ª classe, em carruagem de 1ª, onde num determinado compartimento, sempre o mesmo, viajava um grupo de senhores que muito amavelmente nos guardavam lugar, mal nos viam entrar no comboio. Tratava-se de gente conhecida da família - todos eles ciosos funcionários públicos, como atestavam as gravatas, os bigodes bem aparados ou os cabelos penteados com brilhantina -, que nos achavam imensa piada, vá-se lá saber porquê?! Eram homens muito formais, pelo menos aparentemente, que faziam vagas reflexões acerca das condições atmosféricas e de outros temas pouco comprometedores, numa época em que havia agentes da PIDE infiltrados em todos os grupos. Para nós, filhas de um homem que era contra o regime vigente, habituadas a ouvir conversas sem rodeios, aquilo cheirava-nos um pouco a “conversa mole”, mas isso pouco interessava, o certo é que o ambiente da carruagem era acolhedor, estava quentinho, havia no ar um cheiro agradável a after shave, o tabaco deles não cheirava a “mata ratos” e, last but not the least , não se ouviam aquelas horrendas vozes esganiçadas a sair de roufenhas colunas de som.

O regresso a casa, ao fim do dia, era bastante mais tranquilo, fazia-se a maior parte das vezes de comboio, sem pressas. Desta feita, já não nos cruzávamos com os senhores enfarpelados, assim como nem sempre viajávamos juntas, eu e a minha irmã, pelo que as companhias variavam, sendo múltiplas as experiências que cada uma de nós colhia, a enriquecer o nosso quotidiano, o qual era muitas vezes esmiuçado, mais tarde, à mesa do jantar. Somos quatro filhos, embora não me tenha referido até agora a dois deles, a um, por ser rapaz e mais velho, o que o levava a afastar-se o mais possível de nós - às vezes julgo que até fazia de conta que não nos conhecia -, coisas próprias daquela idade parva; e a outra, por ser muito mais nova, encontrando-se, nessa altura ainda em estado de graça, no remanso do lar. Julgo que nos habituámos, os meus irmãos e eu, a estar muito atentos ao que nos rodeava, havendo em todos nós uma tendência para captar o lado caricato das situações – até hoje, quando nos costumamos encontrar soltamos umas boas gargalhadas.

Voltemos pois ao comboio, numa tarde de regresso a casa. Dessa vez, se bem me lembro, entrei num compartimento onde já se encontrava uma amiga nossa, uns bons anos mais velha do que eu, aluna da Faculdade de Letras, e um rapaz desconhecido, também ele aparentando ter mais idade. Lá começámos as duas a conversar, não me lembro se tentando, de certo modo, impressionar o desconhecido – pelo menos a minha amiga, segundo rezavam as crónicas, não se fazia rogada a impressionar conhecidos ou desconhecidos. Enfim, o certo é que não tardou muito e já o dito rapaz dava as suas sentenças, todo charmoso, enquanto a outra, mais à vontade, a enrolar uma madeixa rebelde com os dedos, num tique que lhe era característico, se sentia encorajada a fazer olhinhos – era ultra míope e recusava-se a usar óculos, o que lhe conferia um ar sui generis e enigmático. E eu, nos meus treze ou catorze anos, de lado, a topar tudo. Não me recordo do tema da conversa em que se entretinham - já lá vão tantos anos -, mas sei que a certa altura o rapaz referiu que tinha vindo a Coimbra, em cuja Faculdade de Direito estava a fazer umas cadeiras e que era das Caldas da Rainha.


Alto aí, esta informação fez soar campainhas e resolvi tomar eu a palavra. Falei então das Caldas, não por conhecer a cidade, mas de tanto ouvir falar nela. Referi as belas recordações que os meus pais guardavam dessa terra, onde o meu pai dera aulas de Filosofia num colégio (por sinal, o Externato Ramalho Ortigão) e das saudades que eles tinham desses dias tão felizes. Falei daquele marco importante da história da família, de como o meu irmão aprendera a zurrar nas Caldas, mesmo antes de articular palavra, pois a casa onde viviam ficava perto do logradouro onde os burros estacionavam, enquanto os donos iam ao mercado. Falei-lhe de como eles falavam das idas ao casino, do são convívio, dos jogos de ténis com o grande amigo Calheiros Viegas adepto tão ferrenho daquele desporto como o meu pai…

- Será que o conhece? Acho que é uma família conhecida das Caldas – concluí eu.

Foi então que o desconhecido, em silêncio, se pôs de pé, para procurar a carteira e, num gesto teatral, abre-a e saca do B.I., para exibir o seu nome. Ali, bem escarrapachado, podia ler-se: João Manuel Quental Calheiros Viegas (se a memória não me falha).

Bem, fiquei sem fala! Exultámos, pois também ele sabia perfeitamente quem eram os meus pais. Também lá em casa se falava muito do Mário Braga e da Maria Isabel.
Cheguei a casa eufórica com tal novidade, e com muito para contar. Naquela noite, ao jantar, consegui ser o centro das atenções e logo a seguir houve conversas telefónicas entre os meus pais e os pais do João.
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Claro, que a partir daquele dia, sempre que o João vinha a Coimbra, aparecia lá em casa – e era sempre bem-vindo. Mais velho do que nós, sabia mais coisas e tinha muita piada a contar histórias, com aquela voz ligeiramente rouca, que lhe conferia um charme especial. Depois, também fomos às Caldas em passeio turístico, - para os meus pais, uma espécie de romagem de saudade -, viagem que para nós, adolescentes, teve o seu ponto alto, à noite, numa boite (como então se dizia), chamada o Inferno da Azenha.
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Ah, é verdade, o João e a minha irmã encantaram-se muito um com o outro e até encetaram um namoro que durou, pelo menos, aquele Verão.
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Ana Braga

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C O M E N T Á R I O S

Meus Sonhos disse...
O João Calheiros Viegas é aqui um pretexto para a descrição de uma infância invejável pela liberdade e imaginação que emana da sua recordação.

Extraordinários os diferentes cheiros e sons dos diversos meios de transporte,que ajudam a compor quadros por onde vamos passeando não só o olhar mas todos os sentidos.

São estes momentos,como já tinham sido o Borlão e a Rainha,que tornam este blogue uma visita obrigatória.Parabéns.

J.L. Reboleira Alexandre disse...
Ah, é verdade, o João e a minha irmã encantaram-se muito um com o outro e até encetaram um namoro que durou, pelo menos, aquele Verão, conta-nos Ana Braga. Como tudo seria diferente se este namoro continuasse....

Como muitos de nós que fizemos, fazemos ainda, no meu caso, a nossa vida activa bem longe desse pequeno cantinho, o que pensará o João ao ler este post de Ana Braga, que mais uma vez nos transporta de uma forma tão ligeira quanto agradável à sua meninice e adolescência.

Mais velho que a Ana, mais velho que eu, o João, que vinha da cidade e do ERO e eu que vinha do Chão Da Parada e da Bordalo foi, praticamente desde a minha chegada a estas nórdicas paragens um amigo e cliente da primeira hora. Através dele, conheci de forma mais intima o Dr Calheiros Viegas e a esposa, quando há cerca de 28 ou 29 anos o Miguel (adversário no ping-pong) e o meu Olivier eram apenas bebés.

Os anos passaram, nunca de forma igual para todos, mas continua a ser para mim um prazer imenso quando o telefone toca e do outro lado do oceano ouço a voz do João, talvez menos segura agora, mas ainda de timbre muito particular.

Obrigado Ana Braga por trazer esta pequena história do meu amigo João Viegas. E a ele cá o espero brevemente.

Abraço. Zé Luis

J J disse...
Não podia deixar de comentar este excelente texto, não pela sua (previsível) qualidade, nem pelo João Calheiros (que o "comentem" os contemporâneos) mas porque me diz respeito nalguns aspectos.

Os jogos de Ténis do Dr. Calheiros Viegas eram sempre "assanhados" (como escreve a Ana), incluindo os que o opunham ao filho; assisti e até arbitrei muitos, como já aqui descrevi numa crónica de Verão.

A vida cultural das Caldas era realmente naquela época, muito rica e variada, quando comparada com o panorama do resto do País. Hoje é ao contrário.

Estou de acordo que a criação de hábitos de autonomia nos jovens (como acontecia connosco) faz parte da educação dos jovens, mas penso que a nossa geração não fez o mesmo, fomos hiper-protectores... estarei errado?

Os "mata-ratos" chamavam-se Definitivos, Provisórios e Kentucky: eram cigarros sem filtro, mais finos (em espessura, não em qualidade!)e mais baratos do que os outros.

A passagem do pai da Ana pelo ERO já aqui foi referido numa crónica da nossa colega Mila Marques. Lembro que Mário Braga nos deu o prazer da sua presença no nosso Encontro de 2009.

Se o namoro do João com a irmã da Ana durou, pelo menos, aquele Verão foi, pelos standards do J P Belmondo caldense, quase um noivado, os seus romances eram abundantes mas breves (reza a lenda...).

Obrigado por estes deliciosos momentos a ler este post, daqui envio, para a Ana e o Virgílio Ruy, um abraço. JJ

jorge disse...
o joão calheiros(ou o joão paulo belomundo,segundo o jj)é mais velho do que eu mas lembro-me bem dele e do pai,jogador de ténis e ping-pong e entusiasta da ginástica e outras formas de cultura física.gostei muito do texto da ana braga que já anteriormente aqui nos tinha mostrado que sabe escrever.boas férias para todos.j
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Guida Sousa disse...
Este post deliciou-me porque conheço bem o João e estou mesmo a vê-lo no meio do comboio a exibir o seu BI.Nunca tinha ouvido essa do Jean Paul Belmondo caldense mas é bem achada!!!Uma perguntinha só:e a irmã não tem nada a dizer sobre o "assunto"?Gostaria de saber...!!!GSousa

.João Ramos Franco disse...

Gostei muito da história da Ana Braga,passada em Coimbra, bem escrita, aliás como sempre. O J.L. Reboleira Alexandre falou-nou do João Callheiros Viegas no Canadá, o J.J. recordou uma parte da juventude dele e disse que : "comentários, que o comentem os contemporâneos"; e eu, contemporâneo, digo-vos apenas o João é um amigo como um irmão.
Um abraço para todos os que escreveram sobre ele, do vosso amigo
João Ramos Franco

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6 comentários:

J.L. Reboleira Alexandre disse...

Ah, é verdade, o João e a minha irmã encantaram-se muito um com o outro e até encetaram um namoro que durou, pelo menos, aquele Verão, conta-nos Ana Braga. Como tudo seria diferente se este namoro continuasse....

Como muitos de nós que fizemos, fazemos ainda, no meu caso, a nossa vida activa bem longe desse pequeno cantinho, o que pensará o João ao ler este post de Ana Braga, que mais uma vez nos transporta de uma forma tão ligeira quanto agradável à sua meninice e adolescência.

Mais velho que a Ana, mais velho que eu, o João, que vinha da cidade e do ERO e eu que vinha do Chão Da Parada e da Bordalo foi, praticamente desde a minha chegada a estas nórdicas paragens um amigo e cliente da primeira hora. Através dele, conheci de forma mais intima o Dr Calheiros Viegas e a esposa, quando há cerca de 28 ou 29 anos o Miguel (adversário no ping-pong) e o meu Olivier eram apenas bebés.

Os anos passaram, nunca de forma igual para todos, mas continua a ser para mim um prazer imenso quando o telefone toca e do outro lado do oceano ouço a voz do João, talvez menos segura agora, mas ainda de timbre muito particular.

Obrigado Ana Braga por trazer esta pequena história do meu amigo João Viegas. E a ele cá o espero brevemente.

Abraço
Ze Luis

J J disse...

Não podia deixar de comentar este excelente texto, não pela sua (previsível) qualidade, nem pelo João Calheiros (que o "comentem" os contemporâneos) mas porque me diz respeito nalguns aspectos.

Os jogos de Ténis do Dr. Calheiros Viegas eram sempre "assanhados" (como escreve a Ana), incluindo os que o opunham ao filho; assisti e até arbitrei muitos, como já aqui descrevi numa crónica de Verão.

A vida cultural das Caldas era realmente naquela época, muito rica e variada, quando comparada com o panorama do resto do País. Hoje é ao contrário.

Estou de acordo que a criação de hábitos de autonomia nos jovens (como acontecia connosco) faz parte da educação dos jovens, mas penso que a nossa geração não fez o mesmo, fomos hiper-protectores... estarei errado?

Os "mata-ratos" chamavam-se Definitivos, Provisórios e Kentucky: eram cigarros sem filtro, mais finos (em espessura, não em qualidade!)e mais baratos do que os outros.

A passagem do pai da Ana pelo ERO já aqui foi referido numa crónica da nossa colega Mila Marques. Lembro que Mário Braga nos deu o prazer da sua presença no nosso Encontro de 2009.

Se o namoro do João com a irmã da Ana durou, pelo menos, aquele Verão foi, pelos standards do J P Belmondo caldense, quase um noivado, os seus romances eram abundantes mas breves (reza a lenda...).

Obrigado por estes deliciosos momentos a ler o teu post, daqui envio, para ti o o Virgílio Ruy, um abraço. JJ

jorge disse...

o joão calheiros(ou o joão paulo belomundo,segundo o jj)é mais velho do que eu mas lembro-me bem dele e do pai,jogador de ténis e ping-pong e entusiasta da ginástica e outras formas de cultura física.gostei muito do texto da ana braga que já anteriormente aqui nos tinha mostrado que sabe escrever.boas férias para todos.j

Guida Sousa disse...

Este post deliciou-me porque conheço bem o João e estou mesmo a vê-lo no meio do comboio a exibir o seu BI.Nunca tinha ouvido essa do Jean Paul Belmondo caldense mas é bem achada!!!
Uma perguntinha só:e a irmã não tem nada a dizer sobre o "assunto"?Gostaria de saber...!!!GSousa

Meus Sonhos disse...

O João Calheiros Viegas é aqui um pretexto para a descrição de uma infância invejável pela liberdade e imaginação que emana da sua recordação.
Extraordinários os diferentes cheiros e sons dos diversos meios de transporte,que ajudam a compor quadros por onde vamos passeando não só o olhar mas todos os sentidos.
São estes momentos,como já tinham sido o Borlão e a Rainha,que tornam este blogue uma visita obrigatória.Parabéns.

João Ramos Franco disse...

Gostei muito da historia da Ana Braga,passada em Coimbra, bem escrita, aliás como sempre. O J.L. Reboleira Alexandre falou-nou dele no Canadá, o J.J. recordou uma parte da juventude do João Callheiros Viegas e disse que comentários (que o "comentem" os contemporâneos)e eu contemporâneo digo-vos apenas o João é um amigo como um irmão.
Um abraço para todos os que escreveram sobre ele, do vosso amigo
João Ramos Franco