ALMOÇO / CONVÍVIO

ALMOÇO / CONVÍVIO

Os futuros almoços/encontros realizar-se-ão no primeiro Sábado do mês de Outubro . Esta decisão permitirá a todos conhecerem a data com o máximo de antecedência . .
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BRANCA DE NEVE E OS SETE ANÕES

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Esta carta, escrita por uma garota após ter ido pela primeira vez ao cinema, é um documento precioso para esta série. Fiquem pois com as impressões da Aninhas sobre a Branca de Neve e os Sete Anões:

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Querida prima:

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Espero que te encontres bem na companhia dos teus pais. Não pergunto pelo teu irmão porque ele ainda não me pediu desculpa de me puxar as tranças na festa de Natal. Nós por cá todos bem.

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A minha mãe levou-nos ontem ao cinema. Eu e o meu irmão nunca tínhamos ido ao cinema e ela disse que era como uma televisão grande.

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Não era bem verdade porque as pessoas e os animais são a cores, a sala é MUITO maior que lá em casa, estava muita gente que eu não conhecia e eu apanhei um susto logo no princípio porque faltou a luz. A luz só apareceu outra vez a meio da história.
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Além do susto da luz detestámos tudo o resto. Imagina que a Branca de Neve era filha de uma bruxa horrível e andava toda contente vestida de trapos a varrer o jardim. Não sei porquê, mas estava tão alegre que até cantava e falava com os passarinhos. Se eu andasse toda rota e descalça não me apanhavam de certeza a cantar nem a falar com os passarinhos.

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A Rainha Má tinha um espelho falante que lhe dizia que ela não era a mais bonita do mundo. Não sei para que é que alguém quer um espelho falante que diz que há outras pessoas mais bonitas. Mais valia ser mudo, como o meu.

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A Rainha deixou-se convencer pelo espelho falante a matar a menina. Mas o motorista (ou jardineiro) teve pena dela e matou antes o Bambi. O meu irmão Luís desatou a chorar. Com razão, porque o bruto do homem matou o pobre bicho só para lhe tirar o coração. Ainda berrou mais quando a tal Branca de Neve fugiu e apareceram uma quantidade de monstros na floresta.

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Pior ainda foram os anões que andavam a cavar um buraco no chão para apanhar pedrinhas. Mais valia irem à Foz, sempre andavam ao Sol! Mesmo tendo aquele trabalho horrível, também cantavam muito. Lembraram-me logo os anões que eu vi a dar chapados uns nos outros no Circo e aí chorou o meu irmão e chorei eu, porque detestámos os anões do Circo! A minha mãe estava danada e também não parecia estar a gostar nada daquele Cinema. Acho que ela também não sabia bem ao que ia.

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As luzes acenderam-se e tivemos o melhor do Cinema: os caramelos que a minha mãe comprou para calar o meu irmão. Eu também comi, claro.

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Mas quando as luzes se apagaram a Madrasta (que é uma espécie de Mãe, mas ainda mais chata) deu uma maçã podre à Branca de Neve e ela morreu. Aí é que ninguém calava o meu irmão! E eu disse logo à minha mãe que nunca mais comia fruta, diga ela o que disser. A minha mãe ainda começou a discutir comigo mas não conseguiu porque entretanto zangou-se com as outras pessoas à nossa volta por causa da nossa conversa e da choradeira do Luis. Mas a culpa era da história, que só melhorou quando um senhor deu um beijinho na morta e ela ressuscitou. Eu já tinhas visto alguns meninos mais velhos andarem a ressuscitar as meninas mais velhas no Parque quando ando lá de bicicleta e espreito para a fonte junto ao Ténis.
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Acabou a história com mais uma cantoria. Muito se canta no cinema, é muito aborrecido. Salvaram-se os caramelos.

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A minha mãe prometeu:
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- NUNCA MAIS vêm comigo ao Cinema, o vosso paizinho, que queria tanto que vocês viessem, que vos traga para a próxima!

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Por isso acho que tão cedo não volto ao Cinema.

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Não te esqueças que faço anos no dia 10. No ano passado esqueceste-te e não recebi nenhuma prenda. Beijinhos da prima amiga


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Ana


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