ALMOÇO / CONVÍVIO

ALMOÇO / CONVÍVIO

Os futuros almoços/encontros realizar-se-ão no primeiro Sábado do mês de Outubro . Esta decisão permitirá a todos conhecerem a data com o máximo de antecedência . .
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O CONDE DE ABRANHOS






por Manuela Gama Vieira






















Eça de Queirós foi um dos autores que li na minha juventude.Que Eça é intemporal, é indiscutível. Relê-lo, ainda hoje, me dá imenso gosto.
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Poderia recordar aqui qualquer outra obra mas, se a memória não me falha, “O Conde de Abranhos” foi um dos seus primeiros livros que li e revelou-se-me uma aventura, “abrindo-me os olhos” para o mundo da hipocrisia que grassa em certos meios, designadamente o da política.Com efeito, o Conde de Abranhos afigura-se como o arquétipo daquele outro nobre titulado que, em “Os Maias”, continuaria a sátira acutilante de Eça sobre os políticos seus contemporâneos - o Conde de Gouvarinho.
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Nascido numa família humilde, que à primeira oportunidade renega por já não se de adequar à sua elevada condição, Alipinho vai construindo um “cursus honorum” que não deixa de ser comum a todos os caciques da época com igual sorte.Entre muitas peripécias que se contam neste livro, recordo com especial prazer dois ou três episódios, aqui brevemente resumidos: Alípio Abranhos pouco versado em quase tudo o que é necessário a um servidor da res publica, afirma que se Moçambique fica na Costa Oriental de África ou na Costa Ocidental, isso pouco interessa, pois não diminui a sua dedicação em levar o progresso para tais paragens, com Portugal sempre orientado no sentido da civilização e da evangelização dos povos nativos que aí habitam sob domínio luso.
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E como Portugal não pudesse abandonar a dianteira das nações civilizadas da Europa, promove, como seu primeiro acto de governação como Ministro da Marinha, uma expedição ao Pólo Norte.
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Tudo isto a apimentar a imagem de um homem capcioso que consegue sempre perceber, por via de um instinto prático, mesquinho e arrivista, para onde sopram os ventos da Câmara dos Pares e, em última medida, de um Império que, para todos os efeitos, se deixou adormecer à sombra de uma visão pacóvia e pequena do Mundo, como se o mesmo se pudesse resumir ao pequeno círculo eleitoral de Freixo-de-Espada-à-Cinta, por onde Abranhos foi eleito sem nunca lá ter ido…em jeito de campanha eleitoral….
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Encontrar paralelismos entre o Portugal de hoje e o de oitocentos é, de facto, pura coincidência… ou a maior delícia?
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Manuela Gama Vieira

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C O M E N T Á R I O S
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Artur R. Gonçalves disse...
A excelência literária de Eça de Queirós mede-se, de certo modo, pela capacidade que tinha em criar grandes e pequenas obras-primas, de as tornar imunes à voragem do tempo, de as encaminhar à presença do leitor com toda a frescura de um fruto acabado de colher. «O Conde d’Abranhos. Apontamentos biográficos e reminiscências íntimas por Z. Zagallo, seu secretário particular» cabe, perfeitamente, nesta classe de obras: pequena em tamanho, grande em qualidade. Escrita a lápis em Dinan, uma das mais aristocráticas cidades balneárias da Bretanha, corria o ano de 1879, o manuscrito manteve-se inédito até 1925, quando é encontrado no Rio de Janeiro, entre uns papéis de Ramalho Ortigão. Esse mesmo. As informações são da responsabilidade de José Maria d’Eça de Queirós, filho do romancista, que de imediato o transcreve (como sabia, podia ou queria) e o publica nos prelos da Lello & Irmão Editores, do Porto, com um nota introdutória.
A designação genérica de «romance realista» cabe à perfeição para definir o teor do livro, não só por ter sido composto por um dos inventores/introdutores dessa estética narrativa entre nós, mas por ser um digno herdeiro da «Vida de Lazarillo de Tormes y de sus fortunas y adversidades» (1554), dessa outra pequena/grande obra-prima, onde cabe a sátira social de toda uma época, dando origem a uma das séries mais bem sucedidas da primeira modernidade e que a posteridade baptizará de «novela picaresca».
Sem entrar em pormenores de categorização genérica, digamos que Alípio Abranhos não é um anti-herói pícaro, uma vez que o regime absoluto do renascimento-barroco, ao transformar-se no regime constitucional do romantismo-realismo, viabilizara a entrada na História e na Literatura de uma nova entidade social, o «barão», disfarçado, como é o caso, de Conde d’Abranhos. Neste sentido, Z. Zagallo teria poucos argumentos para nos apresentar o ilustre biografado como um mero e mísero «pícaro» do ancien régime, um perdedor nato, um ser desonrado desde o berço até à tumba. É que o «barão» do liberalismo será sempre (e por definição) um vencedor nato, um ser sem o menor sentido de honra, mas, na aparência, o mais honrado dos cidadãos.
Os paralelismos entre os políticos corruptos de ontem e de hoje são fáceis de detectar. Basta ler com atenção os textos de sátira literária compostos em todos os idiomas, desde a mais remota antiguidade até à actualidade. Não é aí que reside o problema. A dificuldade, nos nossos dias, é saber onde param os pícaros-barões da pós-modernidade, os condes d’abranhos do terceiro milénio. Bem vistas as coisas, talvez até nem seja um exercício muito difícil de realizar e a solução de encontrar. Basta estar minimamente atento.
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J.L. Reboleira Alexandre disse...
Depois do comentário do meu amigo Artur G, que finalmente decidiu aparecer por aqui, que poderemos nós acrescentar sobre a obra de Eça? Nada.Afinal, cada vez mais, este blog deixou de ser um blog dos antigos alunos do ERO, para se tornar um blog dos jovens caldenses, onde quer que hoje se encontrem, da nossa juventude.Abraço
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João Ramos Franco disse...
Na medida em que publiquei no meu blogue, VIAGEM À RODA DA PARVÓNIA, um retrato dado por Guerra Junqueiro e Guilherme de Azevedo - (Comendador Gil Vaz) na mesma época em que O CONDE DE ABRANHOS é escrito por Eça de Queirós, coloco as duas obras em paralelo sobre o mesmo assunto, “encontrar paralelismos entre o Portugal de hoje e o de oitocentos é, de facto, pura coincidência…”
Um abraço,
João Ramos Franco
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Luisa disse:
A ideia da Manuela de escrever sobre Eça resultou num bom texto em que a "actualidade" do retrato de um político continua a ser uma realidade. Mérito do Eça e da Manuela, ao escolher o tema.
Veio depois muito a propósito o comentário do Artur que gostei muito de ler. São momentos destes e não só os momentos das recordções do nosso tempo que fazem valer a pena vir regularmente ao Blogue. BJS L
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luisfilipe_vieira disse...
Excelente texto da minha irmã Maria Manuela, cirurgicamente apontado aos numerosos condes de Abranhos (mais "de Abrunhos") que, de forma transversal a todas as classes, posses, importâncias e diplomas, tornam o nosso País um dos campeões da pacovice, inveja e hipocrisia ("prepotente para baixo, subserviente para cima").
Apesar disso, por muitas outras razões (essas, das boas), o único a ter sabido inventar a palavra SAUDADE.
Luis Filipe Gama Vieira
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Manuela Gama Vieira disse...
Agradeço imenso todos os comentários.Cá de longe permito-me abraçar,de forma muito especial,o meu irmão Luís Filipe- Caldense,de nascimento-e dizer-lhe o quanto gostei da forma tão sentida como disse a palavra, SAUDADE!
Manuela Gama Vieira
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jorge disse:
num momento em que estamos fartos de abranhos(e abrunhos,é verdade!)esta evocação faz realmente sentido.
os bons textos provocam bons comentários,realço o do artur que não conheço embora sejamos da mesma idade.
abraços,boas férias,parabens pelo nivel do blogue.
jorge
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VT disse...
A Manuela está de parabéns por nos trazer um texto muito interessante sobre a actualidade de obras anteriores de autores nacionais (neste caso Eça) sobre uma das características negativas deste povo de pobres com manias de ricos (como dizia Eduardo Lourenço).
Muitos destes “maus costumes” serão talvez fruto de uma das Inquisições mais duradouras da História. De facto, talvez tenha sido durante o século XVI, com a instauração da Inquisição, em 1536, que foram nascendo as raízes principais do que viria a ser esta " esta estranha forma de vida".
Para sobreviver no reino da injustiça, o povo português respeitou, num primeiro momento, o jogo das aparências, como defesa.
Mais tarde, após séculos de assimilação, a aceitação de simulacros e simulações, como se da realidade se tratasse, passou a padrão comportamental assumido na rotina diária – mesmo sem necessidade de qualquer tipo de autoprotecção. Essas características principais foram agravadas pelos governos monárquicos que vigoraram após a abolição de 1821 da Inquisição, mantidas na 1ª Republica, aprofundadas durante a ditadura do Estado Novo e desenvolvidas, com maior sofisticação, após o 25 de Abril de 1974.
É muito oportuno o texto da Manuela, porquanto verificamos, nos tempos que hoje sopram pelo país, que quer a hipocrisia quer a corruptela quer a conquista do Poder pelo Poder por influência partidária ou de “amigos” sem ser credibilizada pela competência qb, quer ainda outros defeitos que Bordalo Pinheiro tão bem caricaturou... e que sempre existiram, estão em alta, tendo crescido exponencialmente nos últimos anos.
A principal “batalha” em Portugal continua a ser a da mudança de mentalidades.
Obrigado e um abraço para a Manuela.
Vasco Trancoso
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Maria do Rosário disse:
Parabéns,Amiga,por tão bem teres sabido falar-nos de uma obra,em que EÇA faz,porventura,uma das mais impiedosas caricaturas literárias dos costumes políticos portugueses da sua época.Da sua actualidade,já falaram os bons e merecidos comentários anteriores.
Um abraço de saudade,Luis Filipe,mas quanto a abrunhos...aprecio muito esse tipo de ameixa!
Felicito,também,João Jales, pelo bom nível deste Blogue.
MRosário Pimentel
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Ocean disse...
Parabéns, Manuela, por esta singular revisitação de uma das mais marcantes obras de Eça.
Depois de todos os comentários que me antecedem, pouco há -naturalmente - a acrescentar sobre o brilhantismo da escrita queirosiana ou sobre os incontornáveis paralelismos com o contexto actual.Mas para não deixar de responder ao simpático desafio/repto/estímulo da autora do texto, acrescentaria apenas - e talvez em jeito de complemento às valorosas palavras do Luís Filipe - que este povo luso sempre envolto em costumes de corrupções e hipocrisias (são as "abranhices" das quais não consegue nem parece que alguma vez conseguirá libertar-se: dirão "é cultural", "é nosso") ainda consegue surpreender-nos a cada dia que passa com coisas fantásticas, com pessoas cheias de qualidade, que infelizmente continuamos a não ser capazes de valorizar devidamente (são as "abranhices" das quais não consegue nem parece que alguma vez conseguirá libertar-se: dirão "é cultural", "é nosso").Para quando um verdadeiro CHOQUE DE CIDADANIA?
Não queria concluir a primeira participação activa de um fiel seguidor das passadas deste espaço sem deixar de dar os mais sinceros parabéns a TODOS os que fazem deste blogue (como é que eu costumo dizer?) uma "experiência sociológica única", mesmo para um puto de vinte e tal anos sem ligação às Caldas... Bem, sem ligação agora já não direi...
Obrigado, ERO.
Ricardo

8 comentários:

João Ramos Franco disse...

Na medida em que publiquei no meu blogue, VIAGEM À RODA DA PARVÓNIA, um retrato dado por Guerra Junqueiro e Guilherme de Azevedo - (Comendador Gil Vaz) na mesma época em que O CONDE DE ABRANHOS é escrito por Eça de Queirós, coloco as duas obras em paralelo sobre o mesmo assunto, “encontrar paralelismos entre o Portugal de hoje e o de oitocentos é, de facto, pura coincidência…”
http://jramosfranco1.blogspot.com/2009/07/viagem-roda-da-parvonia-guerra.html
Um abraço,
João Ramos Franco

Artur R. Gonçalves disse...

A excelência literária de Eça de Queirós mede-se, de certo modo, pela capacidade que tinha em criar grandes e pequenas obras-primas, de as tornar imunes à voragem do tempo, de as encaminhar à presença do leitor com toda a frescura de um fruto acabado de colher. «O Conde d’Abranhos. Apontamentos biográficos e reminiscências íntimas por Z. Zagallo, seu secretário particular» cabe, perfeitamente, nesta classe de obras: pequena em tamanho, grande em qualidade. Escrita a lápis em Dinan, uma das mais aristocráticas cidades balneárias da Bretanha, corria o ano de 1879, o manuscrito manteve-se inédito até 1925, quando é encontrado no Rio de Janeiro, entre uns papéis de Ramalho Ortigão. Esse mesmo. As informações são da responsabilidade de José Maria d’Eça de Queirós, filho do romancista, que de imediato o transcreve (como sabia, podia ou queria) e o publica nos prelos da Lello & Irmão Editores, do Porto, com um nota introdutória.
A designação genérica de «romance realista» cabe à perfeição para definir o teor do livro, não só por ter sido composto por um dos inventores/introdutores dessa estética narrativa entre nós, mas por ser um digno herdeiro da «Vida de Lazarillo de Tormes y de sus fortunas y adversidades» (1554), dessa outra pequena/grande obra-prima, onde cabe a sátira social de toda uma época, dando origem a uma das séries mais bem sucedidas da primeira modernidade e que a posteridade baptizará de «novela picaresca».
Sem entrar em pormenores de categorização genérica, digamos que Alípio Abranhos não é um anti-herói pícaro, uma vez que o regime absoluto do renascimento-barroco, ao transformar-se no regime constitucional do romantismo-realismo, viabilizara a entrada na História e na Literatura de uma nova entidade social, o «barão», disfarçado, como é o caso, de Conde d’Abranhos. Neste sentido, Z. Zagallo teria poucos argumentos para nos apresentar o ilustre biografado como um mero e mísero «pícaro» do ancien régime, um perdedor nato, um ser desonrado desde o berço até à tumba. É que o «barão» do liberalismo será sempre (e por definição) um vencedor nato, um ser sem o menor sentido de honra, mas, na aparência, o mais honrado dos cidadãos.
Os paralelismos entre os políticos corruptos de ontem e de hoje são fáceis de detectar. Basta ler com atenção os textos de sátira literária compostos em todos os idiomas, desde a mais remota antiguidade até à actualidade. Não é aí que reside o problema. A dificuldade, nos nossos dias, é saber onde param os pícaros-barões da pós-modernidade, os condes d’abranhos do terceiro milénio. Bem vistas as coisas, talvez até nem seja um exercício muito difícil de realizar e a solução de encontrar. Basta estar minimamente atento.

J.L. Reboleira Alexandre disse...

Depois do comentário do meu amigo Artur G, que finalmente decidiu aparecer por aqui, que poderemos nós acrescentar sobre a obra de Eça? Nada.

Afinal, cada vez mais, este blog deixou de ser um blog dos antigos alunos do ERO, para se tornar um blog dos jovens caldenses, onde quer que hoje se encontrem, da nossa juventude.

Abraço

Unknown disse...

Excelente texto da minha irma Maria Manuela, cirurgicamente apontado aos numerosos condes de Abranhos (mais "de Abrunhos") que, de forma transversal a todas as classes, posses, importancias e diplomas, tornam o nosso Pais um dos campeoes da pacovice, inveja e hipocrisia ("prepotente para baixo, subserviente para cima"). Apesar disso, por muitas outras razoes (essas, das boas), o unico a ter sabido inventar a palavra SAUDADE.

(nota: texto escrito em computador Yankee - por isso vai sem acentos).

Luis Filipe Gama Vieira

Manuela Gama Vieira disse...

Agradeço imenso todos os comentários.
Cá de longe permito-me abraçar,de forma muito especial,o meu irmão Luís Filipe- Caldense,de nascimento-e dizer-lhe o quanto gostei da forma tão sentida como disse a palavra, SAUDADE!
Manuela Gama Vieira

VT disse...

A Manuela está de parabéns por nos trazer um texto muito interessante sobre a actualidade de obras anteriores de autores nacionais (neste caso Eça) sobre uma das características negativas deste povo de pobres com manias de ricos (como dizia Eduardo Lourenço).
Muitas destes “maus costumes” serão talvez fruto de uma das Inquisições mais duradouras da História.
De facto, talvez tenha sido durante o século XVI, com a instauração da Inquisição, em 1536, que foram nascendo as raízes principais do que viria a ser esta " esta estranha forma de vida".
Para sobreviver no reino da injustiça, o povo português respeitou, num primeiro momento, o jogo das aparências, como defesa.
Mais tarde, após séculos de assimilação, a aceitação de simulacros e simulações, como se da realidade se tratasse, passou a padrão comportamental assumido na rotina diária – mesmo sem necessidade de qualquer tipo de autoprotecção.
Essas características principais foram agravadas pelos governos monárquicos que vigoraram após a abolição de 1821 da Inquisição, mantidas na 1ª Republica, aprofundadas durante a ditadura do Estado Novo e desenvolvidas, com maior sofisticação, após o 25 de Abril de 1974.
É muito oportuno o texto da Manuela, porquanto verificamos, nos tempos que hoje sopram pelo país, que quer a hipocrisia quer a corruptela quer a conquista do Poder pelo Poder por influência partidária ou de “amigos” sem ser credibilizada pela competência qb, quer ainda outros defeitos que Bordalo Pinheiro tão bem caricaturou... e que sempre existiram, estão em alta, tendo crescido exponencialmente nos últimos anos.
A principal “batalha” em Portugal continua a ser a da mudança de mentalidades.
Obrigado e um abraço para a Manuela.
Vasco Trancoso

Anónimo disse...

Parabéns,Amiga,por tão bem teres sabido falar-nos de uma obra,em que EÇA faz,porventura,uma das mais impiedosas caricaturas literárias dos costumes políticos portugueses da sua época.
Da sua actualidade,já falaram os bons e merecidos comentários anteriores.
Um abraço de saudade,Luis Filipe,mas quanto a abrunhos...aprecio muito esse tipo de ameixa!

Felicito,também,João Jales, pelo bom nível deste Blogue.

MRosário Pimentel

Unknown disse...

Parabéns, Manuela, por esta singular revisitação de uma das mais marcantes obras de Eça. Depois de todos os comentários que me antecedem, pouco há -naturalmente - a acrescentar sobre o brilhantismo da escrita queirosiana ou sobre os incontornáveis paralelismos com o contexto actual.

Mas para não deixar de responder ao simpático desafio/repto/estímulo da autora do texto, acrescentaria apenas - e talvez em jeito de complemento às valorosas palavras do Luís Filipe - que este povo luso sempre envolto em costumes de corrupções e hipocrisias (são as "abranhices" das quais não consegue nem parece que alguma vez conseguirá libertar-se: dirão "é cultural", "é nosso") ainda consegue surpreender-nos a cada dia que passa com coisas fantásticas, com pessoas cheias de qualidade, que infelizmente continuamos a não ser capazes de valorizar devidamente (são as "abranhices" das quais não consegue nem parece que alguma vez conseguirá libertar-se: dirão "é cultural", "é nosso").

Para quando um verdadeiro CHOQUE DE CIDADANIA?

Não queria concluir a primeira participação activa de um fiel seguidor das passadas deste espaço sem deixar de dar os mais sinceros parabéns a TODOS os que fazem deste blogue (como é que eu costumo dizer?) uma "experiência sociológica única", mesmo para um puto de vinte e tal anos sem ligação às Caldas... Bem, sem ligação agora já não direi... Obrigado, ERO.

Ricardo