ALMOÇO / CONVÍVIO

ALMOÇO / CONVÍVIO

Os futuros almoços/encontros realizar-se-ão no primeiro Sábado do mês de Outubro . Esta decisão permitirá a todos conhecerem a data com o máximo de antecedência . .
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A PROPÓSITO DO NOSSO ALMOÇO / CONVÍVIO DE 14-11-2009

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A propósito do Almoço / Convívio de dia 14 de Novembro recebi uma mensagem que faço questão de partilhar com todos. O autor é um habitual e oportuno comentador do nosso Blog e do Blog da Escola, onde foi aluno. JJ
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Caríssimo JJ,
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........O Armando Silva Carvalho, que frequentou o Externato Ramalho Ortigão por volta dos anos 40/50, trocou durante alguns meses com a Maria Velho da Costa uma correspondência de revisitação à infância, a que deram o nome de O Livro do Meio (2006). As vivências nos Colégios estão presente nos dois testemunhos de um modo muito vivo. O excerto abaixo descreve um desses encontros restritos feito à distância de muitos anos. Afinal, que memória é que o ERO guarda desses colegiais tão discretos que as páginas de um livro (302-303) trouxeram ao nosso convívio de leitores atentos e curiosos?

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«Toca o telefone. Atendo. É a Natália do Ramalho Ortigão. E eu respondo-lhe, tendo na ponta da língua o nome e apelidos. Anda à minha procura há muito tempo. Quer rever antigos colegas do colégio. Em Macau, onde viveu muito tempo, comprou O Homem que Sabia a Mar, por acaso, mandou-me correio especial para Olho Marinho que eu nunca recebi.
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Combinámos encontro.
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Veio ela e veio a Palmeirinha, uma outra colega.
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São avós, têm netos, parecem-me felizes.
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É a primeira vez que tenho um encontro destes, passados mais de cinquenta anos. Quando voltei costas ao colégio, estive mais de dez anos sem pôr os pés nas Caldas. E nunca mais vi ninguém, nem vontade de ver. Afinal não foi difícil.
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Os três temos cada um em cima o peso de uma vida.
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Lembro-me bem da Natália, na sua bata preta e colarinhos brancos, de goma, como todas as outras, mas com uma camisola azul-claro, e óculos leves, sem armação de massa. Perfeitamente: o seu ar reflectido, um tanto etéreo, a sua timidez, o seu rosto claro quase transparente, o seu modo de andar, quase imperceptível.
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Já da Palmira, não, ela é ligada a Óbidos. Não era do nosso ano. E com aquela idade, era a permanência na sala comum, as aulas, os curtos intervalos, os incidentes sérios, os ridículos, o que iria ficar.
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Da Natália, sim, lembro-me como se fosse ontem. Da sua camisola azul-claro, leve, vestida por cima da bata e do seu meio sorriso indecifrável que a senhora de hoje, sentada ao meu lado, me lembra, muito vagamente.»
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Artur Gonçalves
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COMENTÁRIOS
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maria teresa disse...
Li o "Livro do Meio" e a imagem que o autor deixa da sua passagem pelas Caldas e pelo Ramalho Ortigão não é muito lisonjeira. Fala com simpatia do Machadinho, o JJ Machado (da pastelaria, sim senhor)e de pouco mais. Tudo o resto, a cidade, os professores, os colegas, é referido com ressaibos amargos, sabe-se lá porquê. Enfim, cada um colhe da vida o que quer.

1 comentário:

maria teresa disse...

Li o "Livro do Meio" e a imagem que o autor deixa da sua passagem pelas Caldas e pelo Ramalho Ortigão não é muito lisonjeira. Fala com simpatia do Machadinho, o JJ Machado (da pastelaria, sim senhor)e de pouco mais. Tudo o resto, a cidade, os professores, os colegas, é referido com ressaibos amargos, sabe-se lá porquê. Enfim, cada um colhe da vida o que quer.