ALMOÇO / CONVÍVIO

ALMOÇO / CONVÍVIO

Os futuros almoços/encontros realizar-se-ão no primeiro Sábado do mês de Outubro . Esta decisão permitirá a todos conhecerem a data com o máximo de antecedência . .
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VIAGEM DE FINALISTAS DO ERO A ESPANHA EM 1965

VIAGEM DE FINALISTAS EM 1965, por Júlia Ribeiro
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O texto é da autoria da excursionista Júlia Ribeiro, com a colaboração da sua "empresa", aqui retratada em plena laboração...

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Como recordar é viver..... aqui vai

A nossa excursão terá sido uma das primeiras viagens ao “estrangeiro”....
Para mim foi .....e para muitos dos meus caros colegas também, pois naquela altura era mais difícil sair do País porque....... era necessário ter passaporte....!!!!!..

Assim, lá fomos com passaporte colectivo (se alguém fugisse ficava tudo preso na fronteira....) e durante uma semana lá andámos por terras espanholas (nunca havíamos visto tantos “hermanos” e “hermanitas” juntos..!!!!.).
Eu não tenho o Roteiro da viagem (será que alguém tem ?) mas recordo Madrid, Toledo, Segóvia, Escorial, Vale dos Caídos como locais principais do nosso itinerário.
Lembro com alegria alguns episódios engraçados que aproveito para partilhar com os colegas (nessa altura as Ramalhonas e os Ortigões ainda não tinham sido criados....)

Iniciou-se a excursão no Largo da Igreja. Os lugares foram distribuídos pelo Director Padre Albino, com indicação expressa de não haver trocas..... Na frente ficaram o Director e Professores (Dª .Anita, Dr. Azevedo, Padre Xico, Drª Regina e Drª Cândida) logo seguidos pelas raparigas, sendo os lugares do fundo reservados aos rapazes (nada de misturas...).

Houve colegas do sexo masculino que, com muita mágoa deles e nossa, não puderam ir por terem sido “apanhados” pela papeira e havia que tomar cuidados... com a papeira não se brinca ....
Como ilustram algumas fotos, podemos ver que há um “menino” de cachecol bem enrolado ao pescoço.... situação que nos leva a supor, passados estes anos todos, ter sido uma medida de prevenção para qualquer recaída.......!!!!!!!!!!

Segundo indicações da Direcção, os horários teriam que ser cumpridos à risca, as meninas só poderiam sair à noite quando acompanhadas pelos professores. Os rapazes já o poderiam fazer, provavelmente sem tantas restrições....
Não me recordo de alguma vez ter saído à noite, será que alguém se lembra?, dêem uma ajuda...
Aliás, saí sim... mas apenas no regresso.... foi no último dia e graças ao meu paizinho, que “morto de saudades da sua filhinha”, estava em Badajoz à nossa espera e me levou, depois do jantar, a dar uma volta pela cidade com algumas colegas.
Diga-se a propósito, que a comida em Espanha era horrível e esta foi uma das poucas refeições em que se comeu bem, porque.... era cozinha à boa maneira portuguesa......

Em Segóvia também almoçamos bem, tão bem que todos os colegas com quem falei se lembram da "Mesón de Cándido" (obrigada sr. Cândido...).
Neste restaurante a determinada altura foram avistadas umas canecas estrategicamente colocadas num tabuleiro, em local de passagem. Alguns mais atrevidos não se contiveram e desviaram uma para o bolso....mas ao chegarem à camioneta, qual não foi a sua decepção quando descobriram que, por baixo dos preciosos objectos, estava escrito “Roubado na Mesón de Cándido"......

Na cidade de Madrid, ficaram instaladas as meninas num hotel e os rapazes noutro, sitos na Calle José António, os dois frente a frente para melhor controlo não fosse alguém escapulir-se para a noite espanhola. ...
Dessa estadia, consta que os rapazes no regresso de uma saída à noite, ao chegarem ao hotel, depararam-se com a porta já fechada, provavelmente os horários tinham sido esquecidos ... Pernoitariam na rua se alguém não tivesse tido a brilhante ideia de começarem todos a bater palmas. Foi sorte serem ouvidos pelo porteiro que lhes abriu a porta, safando-os assim de um provável ralhete do Padre Albino.
Conclusão, a sorte estava com eles, sempre foi foi melhor dormir em cama dura do que dormir ao relento.

Esta nossa deslocação a terras de Espanha teve um cariz essencialmente cultural e histórico pois não houve igreja, sé ou catedral que não fosse visitada ... mas não ficou por aqui... também os museus do Oriente e do Prado, em Madrid, constaram no roteiro.
Estas visitas muitas vezes prolongavam-se no tempo sem que houvesse respeito pelo horário dos nosssos estômagos......o que nos valia eram uns chocolatitos e uns caramelos que iam mitigando a nossa fome ......

As fotografias disponíveis não são da minha autoria pois na época poucos seriam os que teriam máquina fotográfica. Muitos dos nossos Pais também não, e se a tivessem não nos entregariam um objecto tão valioso. O fotógrafo de serviço foi o Padre Xico, não me lembro se mais alguém terá contribuido para esta reportagem, mas se algum dos colegas as encontrar no baú, partilhem-nas ......
Filmes ??? oh oh ..... será que alguém já dispunha de tal equipamento ????? (só se fosse o João Jales que pela certa estaria já a dar os primeiros passos nesta área .....!!!!!!!!!!)

E por falar em filmes, chegámos ao fim deste... que se calhar nem existiu .... ou então existirá apenas nas nossas cabeças
Vendo as fotografias será mais fácil cada um de nós idealizar o seu próprio.
Pelo menos, estou certa de que nesse filme, as imagens mais marcantes serão as da alegria, amizade, companheirismo e saudades duns ”pedacitos” das nossas vidas.

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comentários :
2008-03-03
Isabel V P disse:
Obrigada, Júlia & Cia., pelo vosso relato; fez-me voltar atrás e acabou por me recordar episódios esquecidos. Por exemplo, em relação à comida, o nosso primeiro jantar, em Salamanca: como prato principal, feijão verde cozido acompanhado de cenouras cozidas (ou vice-versa) e, para sobremesa, os imprescindíveis e omnipresentes "melocotones".
No almoço de Segóvia, estando todos sentados à mesa, um criado tentava passar por entre as cadeiras dos comensais e, aproximando-se do Pe. Albino, disse qualquer coisa como: "Por favor, Señor puede apretar su silla?". Resposta: uma gargalhada geral. É que todos associaram aquela "silla" à cilha que passa por baixo da barriga do animal de carga e serve para segurar a sela ou a albarda; nem nos passou pela cabeça que ele se referia à cadeira do Pe. Albino, que o impedia de passar. Até o próprio Pe. Albino achou graça!
Agora só falta mesmo é identificar as pessoas. É que há caras em quem já não consigo pôr nome.

Vale dos Caídos

Vale dos Caídos

Pico da Serra de Guadarrema

Talavera de La Reina
Escorial

Toledo

Madrid

Madrid-Jardim botânico

Madrid

Aranjuez
Ávila


Segóvia

Vale dos Caídos

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