ALMOÇO / CONVÍVIO

ALMOÇO / CONVÍVIO

Os futuros almoços/encontros realizar-se-ão no primeiro Sábado do mês de Outubro . Esta decisão permitirá a todos conhecerem a data com o máximo de antecedência . .
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MASCULIN , FÉMININ

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“Este filme é dedicado aos filhos de Marx e da Coca-Cola”
É com esta provocação, entre dois capítulos do filme, que Goddard caracteriza e celebriza este retrato de uma geração, esta verdadeira “cápsula do tempo” em que ele encerrou a juventude parisiense dos anos 60, juntamente com Charles de Gaulle, André Malraux, James Bond, Jane Birkin, Bob Dylan, Brigitte Bardot (filmada enquanto ensaia um papel para outro filme)…
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Claramente baseado em dois contos de Maupassant, o enredo é frequentemente acrescentado com factos aparentemente dele desligados: um assassinato conjugal, a famosa interrupção de um filme pornográfico sueco por um espectador que se dirige ao projeccionista discutindo aspectos técnicos da projecção, o intercalar de entrevistas reais sobre amor, sexo e política, um apontamentos de “Dutchman” do muito controverso Amiri Baraka (na altura conhecido por LeRoi Jones). Claro que o filme foi proibido para menores de dezoito anos, perante a decepção do realizador que garantia que era precisamente para essas pessoas que o filme tinha sido feito!
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A utilização de uma verdadeira estrela do Ye-Ye francês (Chantal Goya), que nem sequer era actriz, ao lado de Jean Pierre Léaud (na sua melhor forma como jovem romântico e idealista aspirante a escritor de sucesso) e Marlene Jobert, é uma daquelas combinações que poderia resultar num desastre. Mas o realizador fez disso um enorme trunfo, ajudando a enfatizar as enormes diferenças entre os gostos e as convicções dos personagens.



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“Masculin, Féminin”, realizado por Jean Luc Goddard em 1966, é decididamente um dos filmes da minha vida.
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JJ
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C O M E N T Á R I O S
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João Ramos Franco disse...
Talvez por actualmente não ir tanto às salas ver cinema e o veja em casa em DVD, recordo com uma certa facilidade os bons filmes Franceses e Italianos que vi, como o "MASCULIN, FÉMININ" em que o retratar dos problemas sociopolíticos, utilizando o cómico ou o drama, como neste caso, era normal.
Jean-Luc Godard neste filme consegue trazer-nos mais um fiel retrato de geração de que o JJ nos fala, mas mostra-nos também, ao vermos o filme, como um grito do que queríamos para nós.
O amigo
João Ramos Franco
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Luis disse:
Grande lembrança,quando chegámos a Lisboa no final da década de 60 via-se muito cinema francês e italiano.Todos os filmes do JLGodard desta época são excelentes,do que me lembro sem excepção.E do cinema italiano,ninguém recorda Fellini,Pasolini,Antonioni,De Sica,Rosselini...???
Há muito por dizer sobre o cinema desta época.
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J L Reboleira Alexandre disse...
Para ser mais preciso que o Luis diria:quando chegámos a Lisboa em 69, havia muito cinema francês, e italiano, etc etc... E ali perto da minha escola, logo ao lado do largo de Camôes, havia um salão famoso frequentado pelas pessoas do Bairro Alto. Chamavamos-lhe O Piolho, mas o nome era Salão Ideal, ao lado da rua da Emenda, que era especialista noutro tipo de filmes, os Western Spaghetti, de que eu também gostava, e não era o único. Deixávamos os livros na pastelaria Emenda (ainda existe) e lá iamos atraídos pelas coboiadas e não só.
Como eu sei que as miúdas do meu tempo não vêm ler isto, aqui vai uma indiscrição. Era o inicio da imigração dos caboverdianos, e sotretudo das caboverdianas, que eram algo de exótico para os adolescentes acabadinhos de chegar da provincia à grande cidade.Fico por aqui e deixo a vossa imaginação trabalhar. Dos westerns ainda hoje gosto.

2 comentários:

João Ramos Franco disse...

Talvez por actualmente não ir tanto ás salas cinema e o ver em casa em DVD, recorde com uma certa facilidade os bons filmes Franceses e Italianos que vi, como o MASCULIN , FÉMININ, em que o retratar dos problemas sociopolíticos, utilizando o cómico, ou drama como neste caso, era normal.
Jean-Luc Godard neste filme consegue trazer-nos mais um fiel retrato de geração de que o JJ nos fala, mas mostra-nos também, ao vermos o filme, como grito do queríamos para nós.
O amigo
João Ramos Franco

J L Reboleira Alexandre disse...

Para ser mais preciso que o Luis diria:
quando chegàmos a Lisboa em 69, havia muito cinema francês, e italiano, etc etc... E ali perto da minha escola logo ao lado do largo de Camôes havia um salão famoso frequentado pelas pessoas do Bairro Alto. Chamavamos-lhe O Piolho, mas o nome era, Salão Ideal, ao lado da rua da Emenda, que era especialista noutro tipo de filmes, os Western Spaghetti, de que eu também gostava, e não era o único. Deixávamos os livros na pastelaria Emenda (ainda existe) e lá iamos atraídos pelas coboiadas e não só.Como eu sei que as miudas do meu tempo não vêm ler isto, por isso aqui vai uma indiscrição. Era o inicio da imigração dos caboverdeanos, e sotretudo das caboverdeanas, que eram algo de exótico para os adolescentes acabadinhos de chegar da provincia à grande cidade.
Fico por aqui e deixo a vossa imaginação trabalhar. Dos westerns ainda hoje gosto.