por Anabela Miguel
.
A Guerra Colonial é um tema que muito me toca. Uma época que me acompanhou e nunca pude esquecer, como filha de militar que fez 2 comissões em Angola e 1 em Moçambique.
A Guerra Colonial é um tema que muito me toca. Uma época que me acompanhou e nunca pude esquecer, como filha de militar que fez 2 comissões em Angola e 1 em Moçambique.
.
Mueda, nome que soou muitas vezes aos meus ouvidos, como Tête, Nangololo, Montepuez........Zonas qualificadas de "muito quentes", termo usado para zonas muito perigosas, onde a querra estava em força.
Mueda, nome que soou muitas vezes aos meus ouvidos, como Tête, Nangololo, Montepuez........Zonas qualificadas de "muito quentes", termo usado para zonas muito perigosas, onde a querra estava em força.
.
O belo poema que Alfredo Justiça partilhou connosco, transportou-me ao ano de 1961/1962, Catete em Angola. Uma vila, que se podia dizer estar calma, mas mesmo assim protegida por arame farpado e com uma enorme vigilância. Era miúda, mas tive a autorização do meu Pai para distribuir a correspondência aos nossos jovens e bravos militares que tinham regressado de zonas muito más como Pedra Verde e Nanbuangongo.Poder dar-lhes um pouco de felicidade, com esta pequena atitude, fazia-me sentir muito bem.Quantas cartas de amor não terei distribuído????? Não tenho palavras para descrever as suas caras de alegria quando recebiam uma carta, era o melhor que lhes podia acontecer, naquela terra tão longínqua e desconhecida !!!!
O belo poema que Alfredo Justiça partilhou connosco, transportou-me ao ano de 1961/1962, Catete em Angola. Uma vila, que se podia dizer estar calma, mas mesmo assim protegida por arame farpado e com uma enorme vigilância. Era miúda, mas tive a autorização do meu Pai para distribuir a correspondência aos nossos jovens e bravos militares que tinham regressado de zonas muito más como Pedra Verde e Nanbuangongo.Poder dar-lhes um pouco de felicidade, com esta pequena atitude, fazia-me sentir muito bem.Quantas cartas de amor não terei distribuído????? Não tenho palavras para descrever as suas caras de alegria quando recebiam uma carta, era o melhor que lhes podia acontecer, naquela terra tão longínqua e desconhecida !!!!
.
Viviam ansiosamente o dia de chegada da correspondência, uma euforia mesmo, impossível esquecer... Não havia correio azul, eram os célebres aerogramas...Beijinhos
Viviam ansiosamente o dia de chegada da correspondência, uma euforia mesmo, impossível esquecer... Não havia correio azul, eram os célebres aerogramas...Beijinhos
.
Anabela Miguel
Anabela Miguel
Posteriormente, ao enviar as fotos, acrescentou:
.
Aqui vão as fotos que são quase uma relíqua, pois têm perto de 50 anos, meu Deus...como é possível!!!
.
Duas delas são no pequeno jardim que existia em Catete e a terceira no aquartelamento. Só aqui para nós (claro, sou um túmulo - JJ), lembro-me que a minha Mãe me fazia andar sempre de calções, como se vê numa foto. Aquelas em que estou de vestido é porque era Domingo, ia à missa e então largava mesmo os ditos calções. Fiquei traumatizada, pois nunca mais vesti tal género de coisa.
.
Põe a fotografia que achares melhor, ok? (e eu publiquei as três, seria um crime não o fazer- JJ)
C O M E N T Á R I O S
.
Manuela Gama Vieira disse...
Gostei de ver a nossa "princesa",claro.Para além de colegas no ERO,éramos vizinhas,convivíamos bastante.Tive o ensejo de lhe dizer,há bem pouco tempo,que se mantém como a conheci,já lá vão os tais 40 anos-bom coração, simpática, amiga, aquele tom tom de voz mavioso. Recordo igualmente a angústia da Anabela sempre que o Pai se encontrava em missão. Gostei imenso de ver na fotografia a Srª D. Ana Maria que sempre dispensou a maior amabilidade a mim,meus irmãos e meus Pais.
Gostei de ver a nossa "princesa",claro.Para além de colegas no ERO,éramos vizinhas,convivíamos bastante.Tive o ensejo de lhe dizer,há bem pouco tempo,que se mantém como a conheci,já lá vão os tais 40 anos-bom coração, simpática, amiga, aquele tom tom de voz mavioso. Recordo igualmente a angústia da Anabela sempre que o Pai se encontrava em missão. Gostei imenso de ver na fotografia a Srª D. Ana Maria que sempre dispensou a maior amabilidade a mim,meus irmãos e meus Pais.
Quanto aos calções, Anabela, também eu embirrava solenemente com calções... mas,se bem te lembras, naquele tempo vestíamos o que as nossas Mães "ordenavam" e... ponto final!
Manuela Gama Vieira
.
vasco disse...
Muito bem Anabela. Finalmente qualquer coisa sem o complexo da guerra nas colónias.
Muito bem Anabela. Finalmente qualquer coisa sem o complexo da guerra nas colónias.
V.B.
.
Luis disse...
Há muitas histórias aqui para contar mas,passados tantos anos, parece que ainda não há o à vontade suficiente para o fazer.Muito bonitas as fotografias,concordo que mereciam todas ser mostradas.L
.
J J disse...
A Anabela tem colaborado com o Blog e mostrado sempre um empenhamento e um entusiasmo em relação a este projecto que dá muita satisfação sentir.
.
Luis disse...
Há muitas histórias aqui para contar mas,passados tantos anos, parece que ainda não há o à vontade suficiente para o fazer.Muito bonitas as fotografias,concordo que mereciam todas ser mostradas.L
.
J J disse...
A Anabela tem colaborado com o Blog e mostrado sempre um empenhamento e um entusiasmo em relação a este projecto que dá muita satisfação sentir.
As suas fotos, e as vivências que estão por trás delas, mostram que a nossa "Princesa" tem certamente mais memórias para partilhar e, já que o Blog continua mais algum tempo, vamos ter de a convencer a fazê-lo...
Bjs. JJ
.
Joaquim disse:
Anabela, não fui aluno do ERO mas sim da E.B.Pinheiro e é a primeira vez que digo algo neste "blog".
Anabela, não fui aluno do ERO mas sim da E.B.Pinheiro e é a primeira vez que digo algo neste "blog".
A vida militar para mim tem sempre uma certa nostalgia, não porque eu tivesse de amores com a tropa mas sim a camaradagem que nela ficou para todo o sempre.
Fala em Nambuangongo e esse nome leva-me ao ano 63/64, onde passei doze meses da minha juventude,em que as "picadas" entre Namb. e Zala eram sempre uma aventura, passando pela Mata do Café e a Camioneta Vermelha. Já na estrada que ia para Carmona andei pela Pedra Verde e sempre passava no Ucua e Quibaxe.
Como estive em Luanda no Grafanil uns três meses percorria a estrada que ia para Catete todos os dias pois estava hospedado em Luanda "cidade linda" com os outros dois Furrieis e o Alferes. Nunca fui a Catete, mas cheguei perto e pelo caminho num dia muito quente e com sede paramos para apanhar uns belos "cajus" porque embora o dia estivesse quente o seu sumo é sempre fresco.
Falando de Angola e das três cidades que eu mais conheci nestes meus anos de vida: Caldas da Raínha, Luanda e Toronto no Canadá, para mim Luanda teve algo de especial e uma atracção que é difícil explicar.
Sem mais, quero dizer que as fotos são lindas
Joaquim
.
Isabel Esse disse...
São realmente muito bonitas as fotografias da Anabela e ela fica bem de calções ou de saias...
São realmente muito bonitas as fotografias da Anabela e ela fica bem de calções ou de saias...
Gostei do poema do A. Justiça e pelo que vejo despertou muitas memórias.Ainda bem!IS
.
6 comentários:
muito bem Anabela. Finalmente qualquer coisa sem o complexo da guerra nas colónias.V.B.
Há muitas histórias aqui para contar mas,passados tantos anos, parece que ainda não há o à vontade suficiente para o fazer.
Muito bonitas as fotografias,concordo que mereciam todas ser mostradas.L
A Anabela tem colaborado com o Blog e mostrado sempre um empenhamento e um entusiasmo em relação a este projecto que dá muita satisfação sentir.
As suas fotos, e as vivências que estão por trás delas, mostram que a nossa "Princesa" tem certamente mais memórias para partilhar e, já que o Blog continua mais algum tempo, vamos ter de a convencer a fazê-lo...
Bjs. JJ
Anabela, não fui aluno do ERO mas sim da E,B,Pinheiro e é a primeira vez que digo algo neste "blog".A vida militar para mim tem sempre uma certa nostalgia, não porque eu tivesse de amores com a tropa mas sim a camaradagem que nela ficou para todo o sempre. Fala em Nambuangongo e esse nome leva-me ao ano 63/64, onde passei doze meses da minha juventude,em que as "picadas" entre Namb. e Zala eram sempre uma aventura, passando pela Mata do Café e a Camioneta Vermelha. Já na estrada que ia para Carmona andei pela Pedra Verde e sempre passava no Ucua e Quibaxe .Como estive em Luanda no Grafanil uns três meses percorria a estrada que ia para Catete todos os dias pois estava hospedado em Luanda " cidade linda" com os outros dois Furrieis e o Alferes. Nunca fui a Catete mas, cheguei perto e pelo caminho num dia muito quente e com sede paramos para apanhar uns belos "cajus" que embora o dia estivesse quente o seu sumo é sempre fresco. Falando de Angola e das três cidades que eu mais conheci nestes meus anos de vida "Caldas da Raínha, Luanda e Toronto no Canadá, para mim Luanda teve algo de especial e uma atracção que é difícil explicar. Sem mais quero dizer que as fotos são lindas Joaquim
Sáo realmente muito bonitas as fotografias da Anabela e ela fica bem de calções ou de saias...
Gostei do poema do A. justiça e pelo que vejo despertou muitas memórias.Ainda bem!IS
Gostei de ver a nossa "princesa",claro.Para além de colegas no ERO,éramos vizinhas,convivíamos bastante.Tive o ensejo de lhe dizer,há bem pouco tempo,que se mantém como a conheci,já lá vão os tais 40 anos-bom coração,simpática,amiga,aquele tom tom de voz mavioso.Recordo igualmente a angústia da Anabela sempre que o Pai se encontrava em missão.Gostei imenso de ver na fotografia a SrªD.Ana Maria que sempre dispensou a maior amabilidade a mim,meus irmãos e meus Pais.
Quanto aos calções,Anabela,também eu embirrava solenemente com calções...mas,se bem te lembras,naquele tempo vestíamos o que as nossas Mães "ordenavam" e...ponto final!
Manuela Gama Vieira
Enviar um comentário