ALMOÇO / CONVÍVIO

ALMOÇO / CONVÍVIO

Os futuros almoços/encontros realizar-se-ão no primeiro Sábado do mês de Outubro . Esta decisão permitirá a todos conhecerem a data com o máximo de antecedência . .
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À JANELA DOS ANOS SESSENTA


Guida Carvalho da Silva
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ANOS SESSENTA (outros tempos)
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Quando eu tinha 15 anos, terminado o quinto ano, deixei o colégio e vim viver para Lisboa.
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O meu pai tinha tido um AVC, o meu irmão mais velho ia entrar na universidade e a minha mãe achou por bem agarrar nos trapos e voltar com todos nós para junto dos familiares.
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Não sei se terá sido uma decisão fácil para ela, eu não fui consultada, só sei que lá rumámos a Lisboa, onde eu vim terminar o liceu, num liceu só de raparigas, um liceu onde os rapazes estavam expressamente proibidos de entrar, ou mesmo de se aproximarem: menino que fosse buscar menina, tinha de a esperar pacientemente a mais de 50 metros da porta de entrada! Acabar o liceu e entrar na faculdade, com novos colegas, novas amizades, as festas dançantes nos sábados à tarde, as primeiras saídas à noite, as greves de estudantes com a consciencialização do Maio de 68 a chegar também às universidades portuguesas … “a pulga salta, a pulga grita, ora vai-te embora oh pulga fascista” ...


... o início do peace brother, peace e do flower power … os hippies com “if you’re going to S. Francisco, be sure to wear some flowers in your hair” …a partida do meu irmão Eduardo para Paris... os cursos de verão em Londres para aperfeiçoar o inglês... Para mim, a segunda metade dos anos sessenta foi um verdadeiro turbilhão de emoções, que acabou por apagar qualquer resto de saudade mais teimosa que eu pudesse ainda sentir por tudo e por todos os que tinham ficado para trás, em S Martinho do Porto ou nas Caldas da Rainha.
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Todos, sem excepção, acabaram guardados no fundo da minha memória, num canto meio desarrumado (e bem fechado à chave, por via das dúvidas!).
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E por lá teriam ficado para sempre bem guardados, não fosse o Blog do ERO , com os seus textos, fotos e links, ter começado a remexer nesse passado já tão esquecido!
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Oh maravilha das maravilhas…. aberta a caixa de Pandora., as recordações são mais que muitas a ficam cada vez mais claras: caras, lugares , situações, nomes e até cheiros e sabores de que nunca mais me tinha lembrado.

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A casa na Rua do Cinema, em S Martinho do Porto, a pacata vila piscatória para onde nos tínhamos mudado em meados dos anos cinquenta, as casas vazias no inverno numa terra que todos os verões se travestia de estância balnear da moda, trazendo não só os banhistas alfacinhas e caldenses mas também (já nessa altura) os turistas estrangeiros. Todos tinham em comum o facto de me parecerem estar quase sempre alegres, despreocupados e espantosamente divertidos.
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Cada verão as esplanadas da rua dos cafés e a praia se animavam e se enchiam de vida e de cor e cada verão eu ia aprendendo a nadar melhor, a andar de bicicleta mais rápido e cada verão fazia passeatas no cais de S.Martinho, via os barcos, a baía, comprava os barquilhos , pevides, bolas de Berlim, entrava nos concursos das construções na areia e caminhava até Salir, com o Eduardo e
os amigos dele, só para os ver pescar taínhas.
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Eu, que jogava ao prego ou ao ringue na praia e nadava até à velha jangada de madeira (que parecia sempre ser longe como o diabo), eu, que descia a rebolar as dunas de Salir à velocidade da luz para vir aterrar cá em baixo na ribeira, mais nódoa negra, menos nódoa negra, eu, que sonhava acordada no quintal da casa da rua do Cinema e coleccionava as fotografias dos Beatles que vinham nas pastilhas elásticas e ouvia Les Chats Sauvages “quand viens la fin de l´eté sur la plage il faut alors se quitter”… Cliff Richards… The Shadows … Silvie Vartan… Françoise Hardy… e, claro está, The Beatles …”love, love me do… you know I love you”… ah, o meu querido gira discos portátil , um Philips azul e beije, prenda por ter concluído o meu segundo ou terceiro ano, já nem me lembrava dele, o que lhe terá acontecido? Em que sótão, em que casa, em que prateleira, terá ficado arrumado e esquecido…
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Lembro-me, isso sim, de surripiar sempre «O Cavaleir Andante» ao meu irmão Eduardo, para poder ler as aventuras do Príncipe Valente, lembro-me de ficar estendida na relva do jardim, ou no areal da praia, absorta na leitura dos livros que invariavelmente ou eram da «Biblioteca das Raparigas» ou da «Biblioteca dos Rapazes» geralmente oferecidos pela titi, ou pela vovó, eu que via sempre o «Ivanhoe», o «Robin Hood» ou o «Get Smart» na TV (a preto e branco, tudo a preto e branco) e imaginava cavaleiros andantes em terras exóticas, enquanto esperava sem pressas por cada regresso às aulas, antecipando o reencontro com as amigas e os amigos do colégio.
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Nessa época cada viagem no comboio da linha do Oeste era uma pequena aventura, todos os dias o mesmo grupo de adolescentes brincalhões e despreocupados viajava de S.Martinho do Porto às Caldas da Rainha, em menos de 15 minutos (com direito a paragem no Bouro).
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E eis que, sem ser convidadas, começam a chegar as memórias do colégio: desde as aulas de ginástica onde as meninas se pavoneavam naquelas inestéticas saias de sarja branca que éramos obrigadas a vestir por cima dos calções (coisas da época) até aos napperons em ponto cruz nas aulas de Lavores Femininos da Dona Dora …
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Ui, e tal qual coelho tirado da cartola, aparecem desordenadas imagens das aulas com o professor Azevedo, o terror da matemática, a Dra Maria do Rosário, que eu achava tão elegante com os seus lenços sobre os cabelos… a Dra Irene “quand trois poules vont aux champs, la premiere marche devant”.... os directores: o tolerante e sorridente Padre António Emílio e o sisudo e inflexível (ui, que medo… ) Padre Albino!
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O padre Renato, que logo no primeiro ano, para minha grande desilusão, teve a bondade de me informar que eu desafinava demais, por isso o melhor seria ficar de boca fechada nas suas aulas de Canto Coral! Foram cinco os anos que eu passei no ERO, do primeiro ao quinto, de sessenta a sessenta e cinco e a cada novo ano lectivo o padre Renato ,sem sucesso, a tentar hipnotizar -me durante o recreio (dizia ele que o insucesso era derivado ao facto das solas dos meus sapatos serem de borracha …) e a cada novo ano lectivo eu voltava a tentar cantar e voltava a ser devidamente informada que desafinava demais por isso tinha de ficar fora do coro!
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A amiga irreverente, a Lena Figueira, que um dia, sem pré aviso, de morena passou a loura amarelo palha, num abrir e fechar de olhos, escandalizando a moral caldense mais puritana da época, a Ana Nascimento e o Carrilho , que tinham sempre boas notas e sabiam a matéria toda na ponta da língua (a Ana menina sempre bem comportada, o Carrilho nem tanto) e, claro está, as minhas duas companheiras nas viagens de comboio a Isabel Veiga (a verdadeira espalha brasas... ) e a Graciete (tão Françoise Hardy!).
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O meu irmão mais velho, o Eduardo Artur (1948/2003) , com todos os seus colegas de turma e o fascínio que os mais velhos exerciam invariavelmente sobre os mais novos, os famosos passeios ao parque durante a hora do almoço, o subir bem devagar a ladeira até ao colégio em amenas cavaqueiras, entre risadas e brincadeiras, os recreios onde as miúdas saltavam à corda, jogavam à macaca e espreitavam timidamente para o recreio dos rapazes… os «flirts» à distância…
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Cada novo ano lectivo as melhores amigas se entretinham em novas confidências e mais zanga menos zanga, continuavam a ser as melhores amigas e os rapazes, ah les garçons, esses eram infalivelmente umas verdadeiras pestes, que durante as aulas de físico-química, no anfiteatro, sopravam pequenas bolas de papel pelos tubos vazios das esferográficas, na tentativa de as fazer aterrar nos cabelos das meninas.
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Foram anos muito bons , esses anos em que eu frequentei o ERO. E, de repente, ooopppsss, bate a saudade!
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Hoje, aqui e agora, penso com alguma tristeza na Nani, essa colega que recentemente foi ao encontro dos outros que entretanto também já nos deixaram.
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Tantos anos passados, tantos anos vividos, tão longe que estão as nossas adolescências e agora unidos por um blog!
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Guida CS

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10 comentários:

Unknown disse...

Puxa ! e pensava eu que tinha boa memória. Parabéns Joaquim

jorge disse...

que bela prosa,que boa memória,que belas memórias!as músicas,s. martinho,a contestação universitária,embora um pouco mais novo passei por isso tudo.maravilhoso...j

J.L. Reboleira Alexandre disse...

Este é o tipo de post que mexe comigo. And you wear flowers in your hair....and you did it of course, Guida! Ao ver a primeira foto ainda antes de começar a leitura do texto, de repente disse para os meus botões: O quê, a Janis Joplin, a tal que cantava ou antes gritava «Me And Bobby McGee» também andou no ERO ?

Sequência maravilhosa de memórias que se lêem «d'un seul trait»

Lindo!

Unknown disse...

Guida
Deliciei-me a ler o teu post recordando passos e vivências de outrora bem como fotos desse tempo. Eras linda e o teu irmão, Eduardo, “um bom camarada” e quando caminhávamos para o rio de Salir não nos entretínhamos somente em pescar tainhas mas também, e sobretudo, a apanhar caranguejos, amêijoa e berbigão tão abundantes no rio desse tempo. No cimo das dunas apanhavam-se e comiam-se as camarinhas, descendo-as depois a rebolar, deslizar ou sentados ou deitados em cima das folhas largas das piteiras e só parava-mos dentro da água do rio, ás vezes com uns valentes trambolhões rebolando, ora de pé ora estatelados na areia e mazelas conquistadas nestas aventuras mas que acabavam em sonoras gargalhadas.
Deverás também lembrar-te do “ti Farinha”, sempre vestido de branco dos pés à cabeça com o seu apito a anunciar a sua chegada e passagem, e do “Catitinha” que vendia barquilhos na praia, da Rosa das “bolas de Berlim” e bem assim das sessões de teatro dos “Robertos” e as “Construções na Areia” com entrega dos prémios no Cinema com pompa e circunstância.
A Jangada em madeira, de dois pisos, que parecia tão longe da areia mas que em certos dias de marés grandes quase se alcançava “a pé” na baixa-mar, belos mergulhos e regresso a nado. Algo que também já pertence a esse passado e não mais regressou foram os viveiros de marisco “plantados” na baía e que também serviam para nadar até eles, descansar e regressar a nado até á praia.
Mais para os rapazes, foi o divertimento da abertura do túnel com os rebentamentos feitos com pólvora e a construção do paredão ao longo da Avenida, ainda recordo “os chorões” que cresciam no local desta construção e das marés grandes que levavam a água das ondas até á passagem de nível e ao Largo do Turismo até quase ao Café do “Marrofos”, hoje Café Baía do “Manel Careca”.
Sempre tive a vaga esperança de voltar a conversar convosco, mas reparei que colocaste duas datas quando referiste o teu irmão e senti “um baque” no peito e uma sentida desilusão por saber que isso se tornou impossível, “ele foi um bom companheiro”. Talvez não te lembres destes nomes, mas eles foram os que conviveram, brincaram, passearam e muito conversaram nesse tempo, José António Louro da Costa “vulgo Barbas d’Álho”, João Moura, Eldeberto Carreira “Beto”, Alfredo Justiça, José António G. Justiça, e outros que agora não recordo, mas estes foram os que continuaram a amizade até ao ERO e Escola Industrial e Comercial.
Muito mais há para recordar… e é bom recordar, embora por vezes doa e nos deixe melancólicos mas os anos 50s e 60s são o nosso orgulho e invocá-los sabe bem. Oh se sabe.
A.Justiça

J J disse...

Convictamente caótico, decididamente nostálgico, evidentemente sedutor, irresistivelmente soalheiro, este é o post que abre a época balnear no Blog.

Começou o Verão !

Guida Sousa disse...

Este texto jorra do fundo do coração,misturando pessoas,factos,músicas,memórias pessoais de uma forma arrebatadora e,como já escreveram,cativante e sedutora.
Maravilhosas as fotografias todas com um inigualável tom da época.
Não admira pois a quantidade de pessoas que têm pocurado o blogue para ler.Parabens!

Anónimo disse...

Guida Carvalho da Silva? Não conheço, mas escreve bem e é linda.

Parabéns e obrigada pelas recordações partilhados.

Cristina Ramos Horta (Facebook)

Artur Henrique Ribeiro Gonçalves disse...

Em 1960, ano do quinto centenário da morte do Infante D. Henrique, frequentava eu a 3.ª classe na antiga escola primária da praça do peixe. Pouco recordo dessas celebrações para além da cunhagem de uma moeda de prata comemorativa com a esfinge do desconhecido senhor do chapeirão, teimosamente identificado com o pretenso navegador. Para dar mais brilho à efeméride, os irmãos Quina também andaram a velejar pela baía napolitana e trouxeram consigo uma medalha de prata das olimpíadas romanas. A experiência junto a penicheiras e nazarenas foi rápida, porque regressei à escola do bairro da ponte onde ingressara no final da década anterior. Lembro-me de ver muitos meninos de pés descalços na sala de aula, geralmente sentados na fila dos burros, e de pensar com os meus botões o quão feliz eu era por me sentar na fila do meio e ter direito a umas botas no inverno e sandálias no verão. Os sapatos, claro está, eram o luxo dos feriados e dos dias de ir à missa ou à catequese. A fase seguinte foi passada na escola velha da mata e na nova da saída norte da cidade da rainha.
Os contactos com os/as meninos/as do colégio foram muito escassos e fugidios. Faziam parte de um outro universo que não o meu. Via-os a entrar sair do edifício situado na rua capitão Filipe de Sousa. Morava em frente, junto ao chafariz d’el-rei. Depois mudaram-se para a zona alta do burgo. Via-os passar junto ao chafariz das cinco bicas, a calcorrearem ladeira acima a caminho de um externato todo novinho em folha. Não me recordo de alguma vez ter visto passar a Guida ou de alguma vez me ter cruzado com ela. Nem nas CdR nem em SMdP nem muito menos em Lx. Teria sido impossível deixar de fixar o rosto e a figura, tão composto à medida da Françoise Hardy, a minha ídola de então. Até aos meus quinze anos, passei férias de verão noutras paragens mais meridionais da província estremenha. Só muito ocasionalmente dei umas escapadelas às praias do oeste caldense. As esplanadas, os cafés, as dunas, as passeatas, os areais, as águas paradas da baía e agitadas da costa, todas os ambientes referidos da vila piscatória são-me familiares mas guardo-os na memória de um modo bastante mais ténue. As idas ao cinema eram cumpridas nos defuntos Salão Ibéria e Pinheiro Chagas. Os bailes de fds faziam-se noutras garagens e os gira-discos pertenciam a outras mãosn que não as minhas.
Quando a janela dos anos sessenta se estava a fechar e dos setenta a abrir, mudei-me para a capital do império. O meu processo de autodeterminação e independência pessoal começou aí. Na altura ainda se ouvia toda essa discalhada juvenil cantada em inglês e francês, mas também em italiano e espanhol. As novas que vinham do maio parisiense e a queda do senhor das botas alterou um pouco o meu universo de referências musicais que começou a fazer-se muitíssimo em português. Pensando bem no assunto, os meus anos sessenta foram vividos no início dos anos setenta. São esses que eu continuo a recordar como os anos dourados da minha adolescência. Em comparação com esta fase alfacinha da minha vida a anterior parece-me demasiado insípida para recordar de uma forma particular. Estive lá e saltei para a vida. Curiosamente, é através de uma janela virtual que tive a oportunidade de olhar para a janela real aberta de par em par para os nossos verdes anos que convencionámos encaixilhar nessa década prodigiosa em que os rapazes conquistaram a liberdade de deixar crescer o cabelos e as meninas de fazer subir as bainhas até aos limites inconcebíveis das mini-saias. Época heróica essa também, berço em grande parte destes nossos tempos do dia de hoje...

Anónimo disse...

Muito querida Guida,

O teu post faz-nos jovens, tantas décadas passadas. Tu e eu estivémos na mesma turma, no 2º e no 3º ano. Tu, a rapariga de todos os sonhos, eu um pobre tímido de meia-tijela. Depois, voltei para Évora e perdi-te por uns anos. Voltei a encontrar-te quando já estavas em Lisboa, a acabar o Liceu. Para te perder, de novo, quando fomos para a faculdade. E voltámos ao contacto em 2000, quarenta anos depois. Eu havia dado a volta ao mundo, tu havias vivido a vida. Nessa altura falámos da hipótese de tentar reunir os antigos do nosso tempo. Por isso, é tão bom ver este blog em pleno funcionamento, ter a oportunidade de rever nomes que se haviam perdido nas nossas memórias, e, sobretudo, ler a tua crónica de um tempo que era mais simples e puro, mais genuino e inocente que os dias de agora. Muito obrigado, Guida.
Victor Angelo

Tina disse...

Com este texto saudavelmente nostálgico, a Guida trouxe-me recordações de uma década que muito me marcou.

Não pertenço ao grupo da ERO e a vivência foi diversa. Mas fez-me lembrar que também não fui consultada aquando da mudança da minha família de Cabo Verde para Lisboa, que foi muito sofrida em Dezembro de 1966, para os meus 14 aninhos acabados de completar. E que trouxe de lá, na ponta da língua, as letras das canções em voga na música britânica, francesa, italiana, espanhola e também brasileira, pois a cidade de Mindelo era um porto franco e as influências vinham de todo o mundo. Fui parar ao severo Liceu Maria Amália, mas de ensino exemplar, onde as sementes da luta pela vida foram plantadas.

Agradeço de novo ao José Luís Alexandre ter-me chamado a atenção para um artigo do Artur R. Gonçalves, que me trouxe novamente ao convívio do JJ, que conheci sendo eu já aluna do 1º ano do ISE, onde entrei em 1971.

Não tenho sempre oportunidade de acompanhar todos os posts no ERO, mas uma coisa salta logo aos meus olhos: a vossa juventude foi vivida de modo muito semelhante que a minha. Afinal, eu vim de Cabo Verde julgando que era genuinamente portuguesa, já que até as minhas canções de roda em criança foram maioritariamente exportadas do continente.

Foi um prazer encontrar o grupo ERO através deste blog com manutenção do JJ. Com certeza que desculparão esta invasão de uma ET. Ou antes de uma ES.

(Ernes)Tina Santos