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Ferreira da Silva
Quando um ramo de doze badaladas
se espalhava nos móveis e tu vinhas
solstício de mel pelas escadas
de um sentimento com nozes e com pinhas,
menino eras de lenha e crepitavas
porque do fogo o nome antigo tinhas
e em sua eternidade colocavas
o que a infância pedia às andorinhas.
Depois nas folhas secas te envolvias
de trezentos e muitos lerdos dias
e eras um sol na sombra flagelado.
O fel que por nós bebes te liberta
e no manso natal que te conserta
só tu ficaste a ti acostumado.
Natália Correia
O Dilúvio e a Pomba
Presépio
Armando Correia, 2006
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NATAL E NÃO DEZEMBRO
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Entremos, apressados, friorentos,
numa gruta, no bojo de um navio,
num presépio, num prédio, num presídio
no prédio que amanhã for demolido...
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Entremos, inseguros, mas entremos.
Entremos e depressa, em qualquer sítio,
porque esta noite chama-se Dezembro,
porque sofremos, porque temos frio.
Entremos, dois a dois: somos duzentos,
duzentos mil, doze milhões de nada.
Procuremos o rastro de uma casa,
a cave, a gruta, o sulco de uma nave...
Entremos, despojados, mas entremos.
De mãos dadas talvez o fogo nasça,
talvez seja Natal e não Dezembro,
talvez universal a consoada.
David Mourão-Ferreira
Cancioneiro de Natal
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Armando Correia
FALAVAM-ME DE AMOR
FALAVAM-ME DE AMOR
Quando um ramo de doze badaladas
se espalhava nos móveis e tu vinhas
solstício de mel pelas escadas
de um sentimento com nozes e com pinhas,
menino eras de lenha e crepitavas
porque do fogo o nome antigo tinhas
e em sua eternidade colocavas
o que a infância pedia às andorinhas.
Depois nas folhas secas te envolvias
de trezentos e muitos lerdos dias
e eras um sol na sombra flagelado.
O fel que por nós bebes te liberta
e no manso natal que te conserta
só tu ficaste a ti acostumado.
Natália Correia
O Dilúvio e a Pomba
Armando Correia, 2006
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Fotografias e post de Margarida Araújo,
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Manuela Gama Vieira disse...
Porque é Natal e não Dezembro,e no manso Natal se fala de Amor,lindíssimas "peças" estes Presépios,a (con)DIZER!
Porque é Natal e não Dezembro,e no manso Natal se fala de Amor,lindíssimas "peças" estes Presépios,a (con)DIZER!
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Julinha disse...
Lindas imagens! Lindos poemas!Obrigada, Margarida
Lindas imagens! Lindos poemas!Obrigada, Margarida
Júlia R
António J M disse...
Excelente ideia esta de fugir às estafadas imagens da net,usando peças de artistas caldenses e dois belos poemas.A fotografia do presépio de F da Silva é particularmente feliz.
Excelente ideia esta de fugir às estafadas imagens da net,usando peças de artistas caldenses e dois belos poemas.A fotografia do presépio de F da Silva é particularmente feliz.
Parabéns à Margarida,que não tenho o prazer de conhecer,por este artigo e pelo seu blogue.
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Inês disse...
O post perfeito, é este o post perfeito!
O post perfeito, é este o post perfeito!
Estes versos que apetecem dizer, iluminados com cerâmicas «da casa».
Boas Festas, Margarida!
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4 comentários:
Porque é Natal e não Dezembro,e no manso Natal se fala de Amor,lindíssimas "peças" estes Presépios,a (con)DIZER!
Manuela Gama Vieira
Lindas imagens! Lindos poemas!
Obrigada Margarida
Júlia R
Excelente ideia esta de fugir às estafadas imagens da net,usando peças de artistas caldenses e dois belos poemas.
A fotografia do presépio de F da Silva é particularmente feliz.Parabéns à Margarida,que não tenho o prazer de conhecer,por este artigo e pelo seu blogue.
O post perfeito, é este o post perfeito! Estes versos que apetecem dizer, iluminados com cerâmicas «da casa»
Boas Festas, Margarida!
Inês
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