ALMOÇO / CONVÍVIO

ALMOÇO / CONVÍVIO

Os futuros almoços/encontros realizar-se-ão no primeiro Sábado do mês de Outubro . Esta decisão permitirá a todos conhecerem a data com o máximo de antecedência . .
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OUTRA JANELA (São Caixinha)


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Com a bonita fotografia de uma invulgar janela vermelha e um aliciante texto sobre as suas vivências em criança, a uma outra janela, o Vasco incita-nos a um regresso ao passado e a um reencontro com as nossas próprias janelas! Esta é a minha.
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Eu tinha 5 anos quando deixámos Lisboa em direcção às Caldas da Rainha, onde o meu pai iria ser continuo e residente da Escola que simultâneamente ofereceria a minha educação. Como o edificio ainda se encontrava em construção foi-nos atribuida como residência temporária, uma casinha pequena e modesta nas redondezas da obra.
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Foi nela que encontrei a “janela da minha infância”! Era no sotão! Uma janela pequenina que se encontrava muito mais perto do chão do que qualquer janela que conhecia até ali, tão perto que de joelhos me podia debruçar sobre o seu parapeito. Esta atraente particularidade era, para a minha mãe, apenas um enorme motivo de preocupação, portanto preferia-a sempre fechada! Eu entendia que sabia avaliar e evitar os perigos inerentes e, confiante, abria-a em segredo, cautelosamente, sempre que podia. E era dificil de abrir, com os seus mecanismos enferrujados e a fragilidade oscilante dos caxilhos, ademais eu procurava a todo o custo evitar o ranger escraboso das suas dobradiças cansadas... A práctica, como frequentemente acontece, fez-me perita naquela operação delicada !
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A sedução da janela não se encontrava contudo no facto de ser convenientemente à minha medida nem certamente na simplicidade da vista que proporcionava, mas no contacto inédito que me permitia com a natureza! Era o ar fresco das manhãs do campo com o chilrear dos passáros e o ramalhar das árvores. Era o vento condutor de folhas secas, joaninhas e pirilampos (oh os pirilampos!!!). Era a fragância da terra molhada, das flores, das searas... carreiros de formigas!! Era a amplidão do céu com as suas nuvens passageiras ... e a chuva dos dias cinzentos ! A janela da minha infância iniciou-me na descoberta dos valores da natureza e descobriu em mim uma paixão, que mal suspeitava mas, sei entretanto, se irá prolongar até ao fim dos meus dias!
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Os meus parabéns ao Vasco pelo excelente post e os meus agradecimentos pelo mágico reencontro que ele provocou !
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São Caixinha
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C O M E N T Á R I O S
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Joaquim disse...
Para mim a janela da São Caixinha é a mais bela, pela sua humildade e modéstia e que mesmo fechada, enferrujada, aos poucos ela se foi abrindo e por vezes uma janela pequena traz-nos um mundo muito maior.
Joaquim
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Luis disse:
O relato de uma sonhadora,que olhava para o céu enquanto cheirava a terra.É uma atitude que por vezes origina uns tropeções...
São,estou a brincar,a tua janela é muito bonita e um dos bons posts desta série.Bem como a fotografia que adorei ver e que deve ter 50 anos.L
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Fernando Ribeiro disse...
Estas janelas da nossa infância vieram abrir uma janela enorme,vieram abrir a nossa memória adormecida e que despertou num clic.Formidável e que recordações nos vem trazer.Vamos continuar, que vos parece?Para a frente nao acham?
Bem hajam.
Fernando Ribeiro
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M Manuela Gama Vieira disse:
Que bonito "argumento" contém a Janela da São!Atrevo-me a dizer que o seu gosto pela Natureza e pelo Belo é inato em si,nasceu consigo.Por momentos associei a descrição da sua Janela ao sótão de Anne Frank, que mereceu aliás um excelente texto da sua autoria numa das séries do nosso Blog.
E como a sua Janela é tão genuína,tão pura,tão bela, é-me difícil encontrar mais palavras. Dou-lhe os meus sinceros Parabéns!
Manuela Gama Vieira
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Julinha disse:
Uma janela pequenina,quase junto ao chão.....com uma vista linda,o chilrear dos pássaros e a Natureza,tal com a São a viu e sentiu !
São,a maneira como descreves a tua janela toca-me profundamente...gostei muito !
Um beijinho
Júlia R
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Vasco Trancoso disse.
Fantástico! Dir-se-ia o milagre das janelas! Uma saudável epidemia que a todos contagiou.
Agradecendo a atenção de todos os que enviaram os comentários super-simpáticos não posso deixar de constatar também que se desencadeou um fenómeno de “reacção em cadeia” – atentos os números excepcionais, nunca recepcionados antes, de visitantes, em ambos os blogues. E foram comentários/janelas (originando outros “posts”) a chegar. E o mérito é todo das janelas (isto pode ser confirmado e analisado no quadro de estatísticas publicado no final desta página-JJ).
Há vários tipos de janelas na Vida e em cada pessoa, com significados/emoções diferentes mas de facto todos temos uma janela muito importante: aquela na infância (que mexe muito com a criança ainda em nós). E o que aconteceu foi cada um(a) abrir a sua própria janela e trazê-la para o blogue – que se transformou numa rua que ia crescendo à medida que se iam abrindo cada vez mais janelas.
Têm razão quando referem que o registo é mais “Amarcord” do que “8 e ½” – só que a música para os saltimbancos que “encaixava” perfeitamente era mesmo aquela do Nino Rota. Em resumo: os blogues estão muito bonitos com toda a gente à sua janela que dá, por sua vez, para as janelas dos outros – todas a abrirem-se para um largo comum, cada vez maior, onde se sente uma festa do “sentir”.
Bem hajam
VT
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M do Rosário Pimentel disse:
"Há males que vêm por bem". Confirma-se o ditado neste lindo e ternurento post. Naquela casinha, a menina teve a oportunidade precoce de descobrir a Beleza da Natureza, forçando,teimosamente,a abertura duma janelinha de sótão. Sem saber, estava a iniciar a descoberta de si própria.
Uma janela e um sótão - quanto fascínio e quanto mistério!
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F. Clérigo disse...
Muito Bonita a Janela da São...Muito Bonito igualmente o seu Texto, indubitavelmente Bem escrito, mas sobretudo o Cariz Sensitivo que lhe imprimiu...A Força da Descrição que a São nos revela, quase nos permite escutar os Sons da Natureza, o canto dos pássaros, o canto do vento, o restolhar das folhas, o brilho dos pirilampos, as diversas fragâncias da Natureza...Natureza Essa, ousaria dizer, que acompanhou a São e que ainda Hoje tem a mais Bonita Tradução no seu Blogue “Ambrosia”...senão cite-se o Seu próprio Sentir:
“A janela da minha infância iniciou-me na descoberta dos valores da natureza e descobriu em mim uma paixão, que mal suspeitava mas, sei entretanto, se irá prolongar até ao fim dos meus dias!”
Muitos Parabéns São pelo Belo Texto ! A Foto é Enternecedora!
Beijinho
Fátima
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4 comentários:

Unknown disse...

Para mim a janela da São Caixinha é a mais bela, pela sua humildade e modéstia e que mesmo fechada, enferrujada aos poucos ela se foi abrindo e por vezes uma janela pequena traz-nos um mundo muito maior. Joaquim

Anónimo disse...

O relato de uma sonhadora,que olhava para o céu enquanto cheirava a terra.É uma atitude que por vezes origina uns tropeções...
São,estou a brincar,a tua janela é muito bonita e um dos bons posts desta série.Bem como a fotografia que adorei ver e que deve ter 50 anos.L

Anónimo disse...

Estas janelas da nossa infância vieram abrir uma janela enorme,vieram abrir a nossa memória adormecida e que despertou num clic.
Formidável e que recordações nos vem trazer.
Vamos continuar, que vos parece?Para a frente nao acham?
Bem hajam.
Fernando Ribeiro

F. Clérigo disse...

Muito Bonita a Janela da São...Muito Bonito igualmente o seu Texto, indubitavelmente Bem escrito, mas sobretudo o Cariz Sensitivo que lhe imprimiu...A Força da Descrição que a São nos revela, quase nos permite escutar os Sons da Natureza, o canto dos pássaros, o canto do vento, o restolhar das folhas, o brilho dos pirilampos, as diversas fragâncias da Natureza...Natureza Essa, ousaria dizer, que acompanhou a São e que ainda Hoje tem a mais Bonita Tradução no seu Blogue “Ambrosia”...senão cite-se o Seu próprio Sentir:

“A janela da minha infância iniciou-me na descoberta dos valores da natureza e descobriu em mim uma paixão, que mal suspeitava mas, sei entretanto, se irá prolongar até ao fim dos meus dias!”

Muitos Parabéns São pelo Belo Texto ! A Foto é Enternecedora!

Beijinho

Fátima