Este Padre Renato em plena acção é o homem que todos recordam. Os que tiveram a felicidade de serem eleitos e todos os outros (pelos vistos uma imensa maioria) que ficando na plateia escutaram e aplaudiram e aprenderam a gostar do que ouviam.
Esta fotografia é um tira-teimas (sabemos agora quem efectivamente tinha sido dispensado no ano de 1964). É uma imagem carregada de memórias. Aquelas miudas no palco do ERO estavam ali por todos nós.
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COMENTÁRIOS / CONTRIBUTOS PARA A LEGENDAGEM DA FOTOGRAFIA
Se a foto foi tirada na festa de Natal de 1964 então eu estava no 5º ano e a Lena Arroz no 6ºano .
Completei a legenda da Lena:
Do lado da 1ªvoz e a contar da ponta mais à direita temos:
1ª- Fernanda(não me lembro do apelido, mas foi dona da loja de malas onde hoje é Bijou Brigite)
2ª- Umbelina
3ª- Lena Arroz
4ª- Ilda Lourenço (fila de trás)
5ª -Mª do Carmo Franco da Silva
6ª- Anabela Pimpão (fila de trás)
7ª- Mercês/ por trás até posso ser eu…pertencia à 1ª voz e , usava “soquetes”… mas não me lembro, queres ver que não fiz parte deste coro ???
8ª-Será a Luisinha Castro irmã do Zé e do Fernandinho?/ por trás talvez seja a Ema Botelho embora não veja lá a fita que ela usava…
9ª- Manuela Gama Vieira/por trás, pela altura, também posso ser eu… ou então a Isabel Corredoura
10ª-Fázinha, ou seja a Maria de Fátima Mendes Fernandes
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Do lado da 2ª voz a contar da ponta esquerda:
1º - Padre Xico
2º - Victor Proença Henriques
3ª - Olga Piedade de Sousa
4ª - Lena Vieira Pereira / por trás penso que é a Arnalda (não sei bem se ela se chama assim ,talvez a Fernanda se lembre mas não é a Ema Botelho embora tenha cabelo encaracolado e loiro)
5ª - Lisete Rebelo Palma./ Por trás a Gracinha Soeiro.
6ª ? esta não sei mesmo… passa-me ao lado .. ela que me desculpe. Ana Nascimento
Isabel Vieira Pereira disse:
Aulas de latim no edifício do Colégio? Mas que luxo! No meu tempo, eram numa casinha à esquerda deste. O frio ali também era intenso, até porque éramos só 3 alunas (a Fátima Rosado, a Pilar e eu), o que não dava para aquecer. Mas começávamos sempre com um exercício especial: correr à volta da diminuta sala a bater os pés e as palmas.Quanto aos dotes musicais do Pe. Renato, é de justiça lembrar que, além de exímio executante, era também compositor, creio que apenas de música sacra — pelo menos, nunca lhe conheci outro género.
As aulas extra em casa, também, já ele nos dava (a mim, quando não conseguia fugir antes de ele me ver através da janela).Mais tarde, já a estudar em Lisboa, quando ia às Caldas ao fim-de-semana, via-o com frequência passar por nossa casa na sua motoreta, a caminho de ou para Tornada. Tinha sempre o cuidado de parar para cumprimentar quem por ali andasse. E logo vinha o lamento obrigatório: «Minha filha, já não sabes nada do que te ensinei", ao que eu respondia com alguma declinação ou enunciação de algum verbo.
Apesar das suas fúrias, só tenho boas recordações do Pe. Renato, e sinto-me feliz por o ter conhecido e o ter tido como professor (ainda hoje me vêm à cabeça muitos dos seus ensinamentos).Lembro-me que só soube da sua morte no dia do funeral. E nesse momento senti que tinha perdido alguém. Isabel VP
Luís António disse:
Na primeira história entramos quase no domínio do para-normal, numa conversa que nos levaria longe. Gosto de ler um Historiador que não receia relatar o que viu, apesar de, provàvelmente, não ter qualquer explicação para os factos.
As outras histórias mostram-nos um Homem pouco comum, tem razão o autor em escrever que provavelmente nenhum de nós o conheceu bem.
É um privilégio ter o João Bonifácio Serra a escrever no nosso blogue. LA
Lena Arroz disse:
Gostei muito das histórias do Padre Renato, e até fiquei com pena de não ter tido latim. Como andava na alínea f, que era a que dava acesso às engenharias, medicina etc, enquanto os de letras estavam naquela salinha pequenina, estávamos nós, que éramos em número muito maior, na sala de aula com o Dr Azevedo ou o Dr Serafim...
A Foto do Padre Renato a dirigir o coro :
- Eu era uma das meninas que cantava neste coro (sou a mais alta do lado direito). Lá estou eu com a minha bata às risquinhas, a golinha branca a aparecer junto ao pescoço, muito direitinha.
Este grupo era constituído por pessoas de vários anos. Penso que nesta altura estaria eu no 7º ano, mas estão meninas muito mais novas que deviam andar ainda no 3º ou 4º.
Do lado da 1ªvoz e a contar da ponta mais à direita temos:
1ª- ?
2ª- Umbelina
3ª- Lena Arroz
4ª- Ilda Lourenço (fila de trás)
5ª -Mª do Carmo
6ª- Anabela Pimpão (fila de trás)
7ª- Mercês.
8ª-?
9ª- Manuela Gama Vieira
…..
Do lado da 2ª voz a contar da ponta esquerda:
1º - Padre Xico
2º - Victor
3ª - Lisete Palma
4ª - Lena Vieira Pereira
…..
Das outras meninas que se vêem, não me lembro dos nomes, embora as conheça a todas.
Na segunda fila dá para adivinhar a Graça Soeiro e a Ema (vê-se um pedacinho da fita que ela usava naquele cabelo louro, tão diferente do cabelo de todas nós).
Esta foto deve ter sido tirada numa daquelas festas de Natal no ginásio.
Gostei muito de saber o que sentiam os nossos colegas que não estavam no palco: “Aquelas miúdas no palco do ERO estavam ali por todos nós”
Na altura não tínhamos a certeza se cantávamos bem ou mal, embora me lembre de um pequeno texto publicado na Gazeta das Caldas pelo João, em que ele se referia ao nosso canto com algum agrado. Mas mais ninguém se pronunciava... e os nossos pais eram suspeitos.
Eu gostei tanto de cantar em coro que ainda hoje canto. O prazer de ouvir e sentir a harmonia das vozes misturadas é para mim, ainda hoje, enorme. Hoje canto no coro dos Pimpões.
Beijinhos para todos
Lena Arroz
Uma achega para legendar a foto do coro do P. Renato. À esquerda da Lena V Pereira é a Lisete Palma. Júlia R
João Jales disse:
A hipótese levantada pelo João Serra de um génio incompreendido e mal-amado ser desterrado para uma paróquia perdida na província, onde os seus invulgares dotes eram subaproveitados no ensino de cantores medíocres (nós: JJ, Laura, J Serra) e em missas assistidas só por meia-dúzia de idosos (J L Reboleira Alexandre) é uma teoria irresistível. Encanta-me e atrai-me como se uma sereia ma cantasse aos ouvidos … Mas depois vejo que é o sortilégio de uma escrita ascética mas rica em pormenores, só aparentemente seca e impessoal , que me arrasta numa aparente sucessão de puros factos muito bem narrados (as quatro estórias) para essa conclusão.
Julgo que a Igreja, não havendo questões políticas envolvidas, teria seguramente todo o interesse em usar os inegáveis talentos artísticos (principalmente musicais) se eles não existissem em alguém tão problemático como o Padre Renato.
Num comentário ao meu texto sobre ele a Paulinha recordou o quanto o Padre Renato gostava de nós e em mais de uma ocasião eu disse aqui quanto todos gostávamos dele. Mas era um homem atormentado e instável (bipolar, como hoje se diz?).
Os depoimentos do João são sempre assim, concisos e simples, e por isso tão difíceis de imitar. Preciso sempre de uma página para dizer o que ele escreve num parágrafo, por isso ele brinca com as minhas “novelas” e eu invejo as suas “short stories”. JJ
farofia disse...
Confesso que ainda ando um bocadito à toa, perdida no blog. Já tinha passado por aqui, mas não 'comentei' e retornei. Para dizer que estas 4 histórias do Padre Renato me encantaram.
Aliás, todas as entradas sobre o Pe Renato merecem 20 valores!
Se é aqui que deixo uma anotação, é porque a figura que conheci tinha, a par de uma grande humanidade, uma aura de mistério. E, de certo modo, este belíssimo texto responde a perguntas que gostaria de ter feito ao meu Amigo Padre Renato. Obrigada, João Serra!
2 comentários:
Aulas de latim no edifício do Colégio? Mas que luxo! No meu tempo, eram numa casinha à esquerda deste. O frio ali também era intenso, até porque éramos só 3 alunas (a Fátima Rosado, a Pilar e eu), o que não dava para aquecer. Mas começávamos sempre com um exercício especial: correr à volta da diminuta sala a bater os pés e as palmas.
Quanto aos dotes musicais do Pe. Renato, é de justiça lembrar que, além de exímio executante, era também compositor, creio que apenas de música sacra — pelo menos, nunca lhe conheci outro género.
As aulas extra em casa, também, já ele nos dava (a mim, quando não conseguia fugir antes de ele me ver através da janela).
Mais tarde, já a estudar em Lisboa, quando ia às Caldas ao fim-de-semana, via-o com frequência passar por nossa casa na sua motoreta, a caminho de ou para Tornada. Tinha sempre o cuidado de parar para cumprimentar quem por ali andasse. E logo vinha o lamento obrigatório: «Minha filha, já não sabes nada do que te ensinei", ao que eu respondia com alguma declinação ou enunciação de algum verbo.
Apesar das suas fúrias, só tenho boas recordações do Pe. Rrenato, e sinto-me feliz por o ter conhecido e o ter tido como professor (ainda hoje me vêm à cabeça muitos dos seus ensinamentos).
Lembro-me que só souybe da sua morte no dia do funeral. E nesse momento senti que tinha perdido alguém,
Isabel VP
Reconheço algumas caras, mas não sou capaz de lhes pôr nomes; a 2ª a contar da esquerda é a Lena VP e a 4ª a contar do Pe. Renato para a direita é a Mercês.
IVP
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