por João Jales
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- Embora também me chame Ana, nada tenho a ver com essa Karenina de que falas – disse despreocupadamente a garota, como se desconhecer Tolstoi fosse um assunto irrelevante – gostava era de saber o que é que vocês fazem por aqui na Páscoa? Disseram-me que o Casino nesta altura nem tem bailes!
Estavam realmente a começar as férias da Páscoa, que sempre foram, para mim, as mais desinteressantes. O Natal tinha festas e reencontros familiares (primos, tios, avós, gente que vivia longe), prendas, guloseimas doces e salgadas (sempre me perdi mais pelas últimas). O Carnaval era uma festa de cinco dias de bailes, máscaras, ausência de horários e, ao contrário do Natal, pouca ou nenhuma família… As férias de Verão (as Férias Grandes!) eram um sonho de todo o ano, uma miragem dos dias invernosos passados nas aulas subitamente transformada numa renovada promessa de todas as aventuras e felicidades (faço anos no fim de Junho, a minha festa de aniversário abria a temporada). A Páscoa eram apenas duas semanas em que eu ficava habitualmente nas Caldas, um cabrito era “sacrificado” no almoço de Domingo pelos comensais de todos os dias e na terça-feira havia aulas.
A minha conversa com a Ana caminhava no sentido de um lamento comum por uma quinzena pouco prometedora. Ela vivia e estudava em Lisboa e passava cá ocasionalmente duas ou três semanas na praia durante o Verão. Conhecíamo-nos bem, éramos da mesma idade, mas fazíamos parte de “grupos” diferentes, ela pertencia aos que moravam na Foz durante a época balnear. Mas esse grupo só existia no Verão, estávamos em Abril e ali estava ela sentada comigo numa mesa da Zaira. Eu esperava a minha namorada, a Luisa, ela esperava não sabia bem o quê…
- O Casino está aberto mas não há lá bailes nesta altura – expliquei-lhe – e o Ferro Velho está fechado, não sei quando reabre (só reabriria no Verão de 1972, com o Joca e o Pedro). Temos a Azenha, o “Much” da família Xavier e algumas casas de amigos onde se pode dançar, ouvir música e jogar cartas.
A Ana olhou demoradamente para mim, como se as minhas sugestões lhe tivessem aumentado o tédio, e respondeu:
- Logo vi que os meus pais deixarem-me com as minhas tias aqui nas Caldas, não era boa ideia. Agradeço-te a oferta dos livros e cassetes mas ainda não sei o que me apetece fazer … depois digo-te alguma coisa.
Tinha efectivamente posto à sua disposição os meus livros e referido a hipótese de irmos a minha casa gravar umas cassetes para ela ouvir enquanto cá estava. Pareceu mais interessada na música do que na literatura.
- Agora vou-me embora, antes que a tua Luísa fique com ciúmes! – disse, com inesperada vivacidade, e saiu.
A Luísa lá chegou, anunciando que ia passar a segunda semana de férias com os pais em casa da Avó, o que não melhorou nada a minha disposição. Demos uma volta pelos locais do costume, um passeio no Parque, gozando uma bela tarde de Primavera, lanche na esplanada, uma olhadela na R. das Montras e às sete horas levei-a a casa.
- Não posso sair à noite – disse-me à despedida – não estão cá os meus primos nem a Maria…
E era verdade, os pais dela não a deixavam sair só comigo, era necessário haver um pretexto e um grupo para a ir buscar. E estando ausentes alguns dos “cúmplices”, tudo era mais complicado. Havia uma conspiração contra as minhas férias da Páscoa!
- Falamos amanhã, talvez se organize alguma coisa no Much ou haja malta para ir ao cinema. Acho que passa o Easy Rider no Chagas, li no Rock & Folk que tem uma música fantástica! Embora o Ricardo me tenha dito que cá em Portugal o filme tem muitas cenas cortadas, deve valer a pena – respondi. E despedimo-nos com um discreto beijo, na esquina anterior à sua porta.
Jantei e saí para tomar um café e fumar um cigarro, o que ainda não me era autorizado fazer em casa. Entrei na Zaira que estava quase cheia, devido à noite primaveril e às férias. Quando me sentava na mesa de uns colegas ouvi:
- Não queres tomar um café connosco? – Era a D. Lurdes, uma das tias da Ana, velha amiga da minha mãe, que me convidava, inesperadamente, para a sua mesa. Aceitei e a Ana, conversando, aparentemente distraída, com a outra tia, só quando me sentei pareceu dar pela minha presença.
- Foi bom o passeio hoje? Ainda te vi na esplanada mas não me ligaste nenhuma – brincou ela.
- Não te vi, podias ter lanchado connosco!
- Deixa lá, não me pareceu que fizesse falta na mesa…
E a conversa continuou, neste tom irónico/amigável, até que a tia Fernanda interrompeu para me dizer:
- Em vez de estarem aí a embirrar um com o outro, devias ir apresentar uns amigos teus à Ana, ela não tem cá ninguém do grupo da Foz, eles só vêm no Verão… A tua namorada e a tua irmã também podem ajudar, conhecem toda a gente!
Prometi fazer o melhor possível para animar a estadia da sobrinha nas Caldas. E logo naquela noite ela foi ao casino jogar um King, acompanhando-nos depois ao Camaroeiro, onde escolheu uma Rical, por recomendação expressa do Mário, que lhe garantiu ser essa laranjada caldense a melhor do Mundo. Ela concordou, aceitando o excesso de gás e alguns grumos demasiado grandes de laranja como inegáveis vantagens do produto local sobre a Laranjina C… Pareceu-me sentir um tom de flirt, ou pelo menos de divertida provocação, da Ana em relação ao Mário. Tentei esclarecer isso quando fui levá-la a casa, um pouco depois da combinada meia-noite, mas ela respondeu com um evasivo – "Foi impressão tua!" – Despedi-me dela sob o olhar vigilante das tias, que nos esperavam à janela, despedindo-se de mim com sonoros – “Boa-noite e obrigada!” – mostrando assim à vizinhança a sua vigilância, e concordância, em relação à nossa chegada.
Fomo-nos encontrando cada vez com mais frequência, principalmente nas alturas em que eu não estava a namorar, durante essa primeira semana de férias. À noite era eu que a levava a casa, ela contestava perante as tias essa exigência, mas elas eram sempre inflexíveis: ou ia e vinha comigo ou não saía! À tarde, enquanto andava com a Luísa, via-a com frequência num grupo com o Mário e outros colegas e amigos, a quem a tinha apresentado. Como a nossa intimidade foi aumentando, sobretudo depois de um serão passado a escolher músicas para as tais cassetes que eu lhe tinha prometido, essa proximidade provocava-me inconfessáveis ciúmes. Uma noite em que os meus pais jantaram algures, enquanto ouvíamos em minha casa Dylan, Phil Ochs, Joan Baez, ela garantiu-me e mostrou-me que não havia qualquer motivo para isso...
Estavam realmente a começar as férias da Páscoa, que sempre foram, para mim, as mais desinteressantes. O Natal tinha festas e reencontros familiares (primos, tios, avós, gente que vivia longe), prendas, guloseimas doces e salgadas (sempre me perdi mais pelas últimas). O Carnaval era uma festa de cinco dias de bailes, máscaras, ausência de horários e, ao contrário do Natal, pouca ou nenhuma família… As férias de Verão (as Férias Grandes!) eram um sonho de todo o ano, uma miragem dos dias invernosos passados nas aulas subitamente transformada numa renovada promessa de todas as aventuras e felicidades (faço anos no fim de Junho, a minha festa de aniversário abria a temporada). A Páscoa eram apenas duas semanas em que eu ficava habitualmente nas Caldas, um cabrito era “sacrificado” no almoço de Domingo pelos comensais de todos os dias e na terça-feira havia aulas.
A minha conversa com a Ana caminhava no sentido de um lamento comum por uma quinzena pouco prometedora. Ela vivia e estudava em Lisboa e passava cá ocasionalmente duas ou três semanas na praia durante o Verão. Conhecíamo-nos bem, éramos da mesma idade, mas fazíamos parte de “grupos” diferentes, ela pertencia aos que moravam na Foz durante a época balnear. Mas esse grupo só existia no Verão, estávamos em Abril e ali estava ela sentada comigo numa mesa da Zaira. Eu esperava a minha namorada, a Luisa, ela esperava não sabia bem o quê…
- O Casino está aberto mas não há lá bailes nesta altura – expliquei-lhe – e o Ferro Velho está fechado, não sei quando reabre (só reabriria no Verão de 1972, com o Joca e o Pedro). Temos a Azenha, o “Much” da família Xavier e algumas casas de amigos onde se pode dançar, ouvir música e jogar cartas.
A Ana olhou demoradamente para mim, como se as minhas sugestões lhe tivessem aumentado o tédio, e respondeu:
- Logo vi que os meus pais deixarem-me com as minhas tias aqui nas Caldas, não era boa ideia. Agradeço-te a oferta dos livros e cassetes mas ainda não sei o que me apetece fazer … depois digo-te alguma coisa.
Tinha efectivamente posto à sua disposição os meus livros e referido a hipótese de irmos a minha casa gravar umas cassetes para ela ouvir enquanto cá estava. Pareceu mais interessada na música do que na literatura.
- Agora vou-me embora, antes que a tua Luísa fique com ciúmes! – disse, com inesperada vivacidade, e saiu.
A Luísa lá chegou, anunciando que ia passar a segunda semana de férias com os pais em casa da Avó, o que não melhorou nada a minha disposição. Demos uma volta pelos locais do costume, um passeio no Parque, gozando uma bela tarde de Primavera, lanche na esplanada, uma olhadela na R. das Montras e às sete horas levei-a a casa.
- Não posso sair à noite – disse-me à despedida – não estão cá os meus primos nem a Maria…
E era verdade, os pais dela não a deixavam sair só comigo, era necessário haver um pretexto e um grupo para a ir buscar. E estando ausentes alguns dos “cúmplices”, tudo era mais complicado. Havia uma conspiração contra as minhas férias da Páscoa!
- Falamos amanhã, talvez se organize alguma coisa no Much ou haja malta para ir ao cinema. Acho que passa o Easy Rider no Chagas, li no Rock & Folk que tem uma música fantástica! Embora o Ricardo me tenha dito que cá em Portugal o filme tem muitas cenas cortadas, deve valer a pena – respondi. E despedimo-nos com um discreto beijo, na esquina anterior à sua porta.
Jantei e saí para tomar um café e fumar um cigarro, o que ainda não me era autorizado fazer em casa. Entrei na Zaira que estava quase cheia, devido à noite primaveril e às férias. Quando me sentava na mesa de uns colegas ouvi:
- Não queres tomar um café connosco? – Era a D. Lurdes, uma das tias da Ana, velha amiga da minha mãe, que me convidava, inesperadamente, para a sua mesa. Aceitei e a Ana, conversando, aparentemente distraída, com a outra tia, só quando me sentei pareceu dar pela minha presença.
- Foi bom o passeio hoje? Ainda te vi na esplanada mas não me ligaste nenhuma – brincou ela.
- Não te vi, podias ter lanchado connosco!
- Deixa lá, não me pareceu que fizesse falta na mesa…
E a conversa continuou, neste tom irónico/amigável, até que a tia Fernanda interrompeu para me dizer:
- Em vez de estarem aí a embirrar um com o outro, devias ir apresentar uns amigos teus à Ana, ela não tem cá ninguém do grupo da Foz, eles só vêm no Verão… A tua namorada e a tua irmã também podem ajudar, conhecem toda a gente!
Prometi fazer o melhor possível para animar a estadia da sobrinha nas Caldas. E logo naquela noite ela foi ao casino jogar um King, acompanhando-nos depois ao Camaroeiro, onde escolheu uma Rical, por recomendação expressa do Mário, que lhe garantiu ser essa laranjada caldense a melhor do Mundo. Ela concordou, aceitando o excesso de gás e alguns grumos demasiado grandes de laranja como inegáveis vantagens do produto local sobre a Laranjina C… Pareceu-me sentir um tom de flirt, ou pelo menos de divertida provocação, da Ana em relação ao Mário. Tentei esclarecer isso quando fui levá-la a casa, um pouco depois da combinada meia-noite, mas ela respondeu com um evasivo – "Foi impressão tua!" – Despedi-me dela sob o olhar vigilante das tias, que nos esperavam à janela, despedindo-se de mim com sonoros – “Boa-noite e obrigada!” – mostrando assim à vizinhança a sua vigilância, e concordância, em relação à nossa chegada.
Fomo-nos encontrando cada vez com mais frequência, principalmente nas alturas em que eu não estava a namorar, durante essa primeira semana de férias. À noite era eu que a levava a casa, ela contestava perante as tias essa exigência, mas elas eram sempre inflexíveis: ou ia e vinha comigo ou não saía! À tarde, enquanto andava com a Luísa, via-a com frequência num grupo com o Mário e outros colegas e amigos, a quem a tinha apresentado. Como a nossa intimidade foi aumentando, sobretudo depois de um serão passado a escolher músicas para as tais cassetes que eu lhe tinha prometido, essa proximidade provocava-me inconfessáveis ciúmes. Uma noite em que os meus pais jantaram algures, enquanto ouvíamos em minha casa Dylan, Phil Ochs, Joan Baez, ela garantiu-me e mostrou-me que não havia qualquer motivo para isso...
Enfeitiçado, apaixonado e aparentemente correspondido, eu não sabia bem o que fazer.
A Luísa, vendo sempre a Ana perto do Mário (chegámos a ir no mesmo grupo ao cinema ver o Easy Rider), nunca desconfiou de nada; nem a minha família nem as tias dela, que me chegaram até a perguntar se entre a Ana e o Mário se passava algo…
Mas um dia decidi assumir abertamente a minha nova paixão, passando por cima do receio de estar a agir sob um impulso de que me arrependeria mais tarde. Mas um problema se punha: e a Luísa, que partira na véspera, sem que eu lhe dissesse nada? Escrevi-lhe nessa noite e entreguei a missiva à Isabel, amiga comum e intermediária da nossa correspondência, para que a despachasse logo que possível. Era um rompimento um pouco cobarde, mas eu achava que não podia nem devia manter a situação mais tempo. Na manhã seguinte fui, feliz, contar à Ana (depois falaria com o Mário, não andasse ele com ideias…).
- Mas tu és louco, o que foste fazer? – explodiu, irritada, a Ana – estragaste tudo para todos! As minhas tias deixavam-me andar contigo à vontade porque sabiam do teu namoro com a Luísa e vigiavam-me desconfiadas apenas quando me sabiam com o Mário. Mal se saiba que rompeste com a Luísa nunca mais me deixam sair, principalmente contigo! Nunca mais elas ou a tua família nos deixam sozinhos em casa a ouvir música, ler ou jogar cartas; a Luísa vai ficar tristíssima, sem necessidade, e nós vamos ter a semana que nos restava juntos completamente estragada. Como vocês, rapazes, são burros!
Olhei para ela, admirado e confuso, sem saber o que responder. Ela tinha toda a razão, claro; na semana seguinte, quando a Luísa voltasse, já ela estaria em Lisboa e o Verão era um longínquo e incerto futuro... Ainda por cima a gloriosa semana pascal que eu antecipara parecia irremediavelmente arruinada! Saí a correr.
Ela ainda me gritou, do cimo das escadas:
- Onde é que vais?
Mas já nem a ouvi, corria desesperadamente, só com um pensamento: encontrar a Isabel a tempo de evitar que ela pusesse no correio o seu envelope com a minha fatídica carta …
A Luísa, vendo sempre a Ana perto do Mário (chegámos a ir no mesmo grupo ao cinema ver o Easy Rider), nunca desconfiou de nada; nem a minha família nem as tias dela, que me chegaram até a perguntar se entre a Ana e o Mário se passava algo…
Mas um dia decidi assumir abertamente a minha nova paixão, passando por cima do receio de estar a agir sob um impulso de que me arrependeria mais tarde. Mas um problema se punha: e a Luísa, que partira na véspera, sem que eu lhe dissesse nada? Escrevi-lhe nessa noite e entreguei a missiva à Isabel, amiga comum e intermediária da nossa correspondência, para que a despachasse logo que possível. Era um rompimento um pouco cobarde, mas eu achava que não podia nem devia manter a situação mais tempo. Na manhã seguinte fui, feliz, contar à Ana (depois falaria com o Mário, não andasse ele com ideias…).
- Mas tu és louco, o que foste fazer? – explodiu, irritada, a Ana – estragaste tudo para todos! As minhas tias deixavam-me andar contigo à vontade porque sabiam do teu namoro com a Luísa e vigiavam-me desconfiadas apenas quando me sabiam com o Mário. Mal se saiba que rompeste com a Luísa nunca mais me deixam sair, principalmente contigo! Nunca mais elas ou a tua família nos deixam sozinhos em casa a ouvir música, ler ou jogar cartas; a Luísa vai ficar tristíssima, sem necessidade, e nós vamos ter a semana que nos restava juntos completamente estragada. Como vocês, rapazes, são burros!
Olhei para ela, admirado e confuso, sem saber o que responder. Ela tinha toda a razão, claro; na semana seguinte, quando a Luísa voltasse, já ela estaria em Lisboa e o Verão era um longínquo e incerto futuro... Ainda por cima a gloriosa semana pascal que eu antecipara parecia irremediavelmente arruinada! Saí a correr.
Ela ainda me gritou, do cimo das escadas:
- Onde é que vais?
Mas já nem a ouvi, corria desesperadamente, só com um pensamento: encontrar a Isabel a tempo de evitar que ela pusesse no correio o seu envelope com a minha fatídica carta …
João Jales
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COMENTÁRIOS
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As férias da Páscoa, para mim, foram sempre interessantes como as outras, pois a prática religiosa reduzia-se à observância de não comer carne e fazer pouco barulho na sexta-feira, por imposição de umas tias, verdadeiras e por afinidade. Com seis irmãos e uma quantidade enorme de primos, era uma alegria!
Parabéns, JJ, pela vivacidade com que descreves as tuas recordações. E obrigada pela partilha.
MPO disse...
Sempre engraçadas as suas memórias. Leio-as com um sorriso, mas deixa sempre o leitor em suspense - chegou a tempo ????? MPO
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João Ramos Franco disse...
Neste passear do João Jales nas memórias, vai-nos transportando ao viver de jovem numa Caldas da Rainha em determinada época.
Neste passear do João Jales nas memórias, vai-nos transportando ao viver de jovem numa Caldas da Rainha em determinada época.
Desta vez, coloca-nos na Páscoa, perante a sua evolvente, contrastando com os outros períodos de férias.
O que escreve consegue envolver-nos perante a realidade da sua juventude, ainda não pode fumar em casa (calculamos a idade), com os “flirts” naturais nas férias e a corrida final para não perder a namorada. Retrato com as normais condicionantes familiares (das duas partes), que acaba por transportar às nossas próprias memórias.
Mais, João, ficas bem nestes retratos…
Um abraço amigo
João Ramos Franco
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Luisa disse...
Uma delícia e um encantamento.
Mais uma história que nos mergulha num tempo e num local em que tudo era diferente ou em que nós víamos também as coisas de forma diferente...como se eu eu fosse a Peggy Sue do filme do Coppola!!!
Não sei bem se concordo com essa tua visão das meninas manipuladoras e calculistas que surgem na tua vida,mas não é isso que me retira o prazer de ler as tuas memórias. Parabéns e Obrigada!Boa Páscoa.Luisa
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Ana Carvalho disse:
Mais uma deliciosa história e que retrata muito bem aqueles tempos. Os Pais e as Tias sempre gostaram muito de ti e tinham imensa confiança no João, que era muito educado e muito ajuizado, enfim só coisas boas e verdadeiras claro! Eu tambem teria gostado muito de ter um "João" para tomar conta da minha filha aqui há uns anos.
Mas há outra coisa que eu tambem acredito,é que os nossos filhos teriam adorado ter umas férias da Páscoa como as nossas, com um Casino para passar tardes a jogar King, um Salão Ibéria e um Pinheiro Chagas para ver um qualquer filme, até podia ser o Easy Rider, com excelente música, ir a casa de alguem gravar umas cassetes...ir à Foz de bicicleta, tantas ciosas que nos divertiam imenso, flirts ...eu acho que eles nem sabem o que isso é, nem como se faz. Em relação às cassetes os nossos filhos talvez saibam o que é mas os nossos netos duvido, já estou a ver o meu Sebastião de olhos muito aberto a perguntar: - Titica o que é isso?
BOA PÁSCOA para todos. Bjs PP
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Isabel X disse...
Agrada-me este reconhecimento da superioridade feminina em medir o alcance exacto das situações. Então na adolescência isso é inevitavelmente assim. O pano de fundo da história, as Caldas daquele tempo, com "Much" e tudo, é-me bastante familiar.
Agrada-me este reconhecimento da superioridade feminina em medir o alcance exacto das situações. Então na adolescência isso é inevitavelmente assim. O pano de fundo da história, as Caldas daquele tempo, com "Much" e tudo, é-me bastante familiar.
Como já de outras vezes disse, mas nunca é de mais salientar, não é para todos saber recriar atmosferas, como o faz o JJ. Mais até do que contar histórias.
- Isabel Xavier -
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AntMor disse...
Tem razão a Isabel Xavier,é sempre credível e de acordo com as minhas recordações o ambiente em que decorriam estas iniciações sentimentais nestes escritos do Jales.
Tem razão a Isabel Xavier,é sempre credível e de acordo com as minhas recordações o ambiente em que decorriam estas iniciações sentimentais nestes escritos do Jales.
Esta história revela uma outra coisa,é que ele era habitualmente mais feliz nas suas aventuras do que os seus contos anteriores dão a entender......Penso que sei quem são a "Luisa" e o "Mário" mas não a Ana.Talvez num próximo almoço consiga descobrir,que é que achas?
O Faria propôs aqui editar um livro com um "Best Of" do blogue em que incluíria as caricaturas da São,eu acrescento os teus "Diários!!!
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São Caixinha disse:
Se não tivesses anunciado o autor do "Don't think twice, it's all right" eu tinha adivinhado que eras tu! Pela forma fluente e clara da escrita, pelo movimento e o enredo, entretanto tão caracteristicos das tuas estórias. Sabes transportar-nos aquele tempo com uma notável precisão! Volto a ver-te de calças à boca de sino, alto e elegante com o teu sedutor ar travesso a serpentear pelas ruas das Caldas!
Se a Luísa chegou a ler a carta suspeito que conseguiu perdoar-te!!!
Para todos, uma Pascoa Feliz!
Bjs, São
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António disse...
As férias da Páscoa,sem o ambiente do Natal nem o bom tempo do Verão eram sem dúvida as mais chochas...além de que se aproximava o final do ano,havia notas com que nos chateavam a cabeça,era preciso estudar...O triãngulo amoroso está muito bem descrito,o desenrolar do namoro é normalíssimo mas o final transforma os personagens e deixa o JJ tão admirado como os leitores da história!!!Mas eu sei que há mais histórias de onde esta veio,não é verdade? António
As férias da Páscoa,sem o ambiente do Natal nem o bom tempo do Verão eram sem dúvida as mais chochas...além de que se aproximava o final do ano,havia notas com que nos chateavam a cabeça,era preciso estudar...O triãngulo amoroso está muito bem descrito,o desenrolar do namoro é normalíssimo mas o final transforma os personagens e deixa o JJ tão admirado como os leitores da história!!!Mas eu sei que há mais histórias de onde esta veio,não é verdade? António
7 comentários:
Neste passear do João Jales nas memórias, vai-nos transportando ao viver de jovem numa Caldas da Rainha em determinada época. Desta vez, coloca-nos na Páscoa, perante a sua evolvente, contrastando com os outros períodos de férias.
O que escreve consegue envolver-nos perante a realidade da sua juventude, ainda não pode fumar em casa (calculamos a idade), com os “flirt” naturais nas férias e a corrida final para não perder a namorada. Retrato com as normais condicionantes familiares (das duas partes), que acaba por transportar às nossas próprias memórias.
Mais, João ficas bem nestes retratos…
Um abraço amigo
João Ramos Franco
Uma delícia e um encantamento.Mais uma história que nos mergulha num tempo e num local em que tudo era diferente ou em que nós víamos também as coisas de forma diferente...como se eu eu fosse a Peggy Sue do filme do Coppola!!!
Não sei bem se concordo com essa tua visão das meninas manipuladoras e calculistas que surgem na tua vida,mas não é isso que me retira o prazer de ler as tuas memórias. Parabéns e Obrigada!Boa Páscoa.Luisa
Sempre engraçadas as suas memórias. Leio-as com um sorriso, mas deixa sempre o leitor em suspense - chegou a tempo ?????
MPO
Agrada-me este reconhecimento da superioridade feminina em medir o alcance exacto das situações. Então na adolescência isso é inevitavelmente assim. O pano de fundo da história, as Caldas daquele tempo, com "Much" e tudo, é-me bastante familiar. Como já de outras vezes disse, mas nunca é de mais salientar, não é para todos saber recriar atmosferas, como o faz o JJ. Mais até do que contar histórias.
- Isabel Xavier -
Tem razão a Isabel Xavier,é sempre credível e de acordo com as minhas recordações o ambiente em que decorriam estas iniciações sentimentais nestes escritos do Jales.Esta história revela uma outra coisa,é que ele era habitualmente mais feliz nas suas aventuras do que os seus contos anteriores dão a entender......
Penso que sei quem são a "Luisa" e o "Mário" mas não a Ana.Talvez num próximo almoço consiga descobrir,que é que achas?O Faria propôs aqui editar um livro com um "Best Of" do blogue em que incluíria as caricaturas da São,eu acrescento os teus "Diários!!!
As férias da Páscoa,sem o ambiente do Natal nem o bom tempo do Verão eram sem dúvida as mais chochas...além de que se aproximava o final do ano,havia notas com que nos chateavam a cabeça,era preciso estudar...
O triãngulo amoroso está muito bem descrito,o desenrolar do namoro é normalíssimo mas o final transforma os personagens e deixa o JJ tão admirado como os leitores da história!!!Mas eu sei que há mais histórias de onde esta veio,não é verdade? António
Muito divertida esta tua aventura pascal! Não conheci as Caldas da Rainha de então, pelo que não reconheço os locais, mas a descrição é fantástica. Até me senti a acompanhar in loco o jogo de sedução entre os dois adolescentes. Há sempre uma inocente Luísa que não se apercebe das cartas a serem dadas debaixo do seu nariz...
As férias da Páscoa, para mim, foram sempre interessantes como as outras, pois a prática religiosa reduzia-se à observância de não comer carne e fazer pouco barulho na sexta-feira, por imposição de umas tias, verdadeiras e por afinidade. Com seis irmãos e uma quantidade enorme de primos, era uma alegria!
Parabéns, JJ, pela vivacidade com que descreves as tuas recordações. E obrigada pela partilha.
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