"ESTOU TÃO FELIZ POR TE TER TRAZIDO COMIGO!"
12 de Junho de 2009
Se Anne Frank fosse viva, completaria hoje 80 anos. Infelizmente faleceu aos 15 anos de idade, de tifo e subnutrição, no campo de Bergen-Belsen, nos finais da Segunda Guerra Mundial.
Fazia parte de uma família judaico/alemã, que em 1933 se tinha refugiado na Holanda fugindo às perseguisões nazis. Não tiveram dificuldade em estabelecer-se em Amsterdão, onde o pai constituiu com sucesso algumas empresas, enquanto Anne e a sua irmã Margo frequentavam uma escola de ensino holandesa. A família Frank sentiu-se segura na Holanda, até esta ser invadida pelas tropas Alemãs a 10 de Maio de 1940. Também aqui foi então imposto o “Entjuding” de Hitler, significando que os Judeus deviam usar uma estrela, não podiam possuír empresas, e os seus filhos podiam apenas frequentar escolas Judaicas.
Como prenda dos 13 anos Anne recebeu um diário onde, com enorme entusiasmo, imediatamente começou a escrever.
12 de junho de 1942
“Eu espero que a ti tudo te possa confiar, como nunca a ninguém pude fazer, e espero que tu para mim possas vir a ser um grande apoio”
Poucos dias depois decidiu dirigir as folhas do seu diário a uma amiga imaginária a quem deu o nome de Kitty.
Dentro em breve Otto Frank (o pai de Anne), sentiria a urgência de encontrar um esconderijo para a família e, em segredo, com a ajuda de alguns amigos (V.Kugler, J.Kleiman, Bep e Miep Gies, que mais tarde, arriscando a vida, lhes forneceriam alimentos, notícias e livros) organizou a mudança para um anexo desabitado, situado nas traseiras do edifício onde ainda funcionava a empresa que lhe tinha pertencido. Outro casal, os van Pels com o seu filho Peter (por quem Anne se viria a apaixonar) e Fritz Pfeffer, vieram pouco depois juntar-se-lhes, partilhando assim durante 2 anos a pequena habitação.
As cartas que Anne escreve no diário referem-se exclusivamente a este período. O seu extraordinário espírito de observação permite-lhe analisar o comportamento dos companheiros do anexo, e com a mesma precisão, o seu próprio.
“Querida Kitty: Quando agora me ponho a pensar na minha vida de 1942, tudo me parece tão irreal. Essa vida era vivida por uma outra Anne, diferente desta que é agora, mais ajuizada (...) Talvez queiras perguntar-me como conseguia eu que todos gostassem de mim. O Peter diz que era “carisma” mas isso não é bem assim. Os professores achavam as minhas respostas astutas, as minhas observações humorísticas , a minha cara sorridente e o meu olhar crítico, divertido e engraçado. Não era mais que isso; uma terrível brincalhona, alegre e divertida. Mas tinha também algumas boas qualidades que me davam a garantia de não cair em desgraça: era trabalhadora, honesta e sincera. ”
Denotando uma maturidade precose e possuidora de um invulgar espírito de observação, Anne escreve frequentemente sobre os sacrifícios da vida do dia a dia, o isolamento, a esperança e o medo.
Querida Kitty: (...) Hoje à tardinha, quando a Elli estava aqui, tocaram a campaínha permanentemente e com força. Fiquei logo pálida, tive dores de barriga, palpitações e muito medo. De noite deitada na cama tenho visões terriveis. Vejo-me na prisão, sózinha, sem o meu pai e a minha mãe. Por vezes ando a vaguear por qualquer parte, não sei onde, ou vejo o anexo a arder, ou eles vêm, de noite, para nos buscar. Sinto tudo isto como se fosse realidade e a ideia de que me vai acontecer alguma catástrofe não me larga.
Na primavera de 1944 Anne ouviu o Ministro da Educação, Bolkenstein, na Rádio Orange, falando do exílio. Ele dizia que, depois da Guerra, todos os testemunhos do sofrimento do povo Holandês durante a ocupação Alemã, deveriam ser coleccionados e tornados públicos. Considerando esta hipótese, Anne decidiu que depois da Guerra publicaria um livro. O seu diário servir-lhe-ia de base.
Foi este livro que li quando tinha aproximadamente 15 anos, e que me impressionou até aos dias de hoje. A atracção foi instantânea. Era uma estória real, retratando insólitas circunstâncias de uma guerra que me era alheia, mas onde se tratavam também abertamente questões de adolescência, glórias e fraquezas, com as quais eu me identificava. Folhas de um diário que, como um espelho, me permitiam ver-me a mim própria! Pareceu-me até, de início que, também eu habitava uma espécie de anexo, onde igualmente me faltava a liberdade.
Em 1976 ao chegar á Holanda, e receando que a minha estadia pudesse ser apenas temporária, quis de imediato visitar o anexo. Foi uma insólita experiência. Reconheci os postais ilustrados que Anne colara nas paredes do seu quarto, ingénuo testemunho da sua presença, e surpreendi-me com o tamanho das divisões, que supunha maiores. Mas o mais notável era o cerrado silêncio que invadia tudo. Foi a casa mais vazia onde alguma vez estive. Encontrava-me entre as paredes que a protegeram e de onde, impiedosamente, foi arrancada e transportada para Westerbork, para Auschwitz, para Bergen-Belsen. Ali escreveu a última folha do diário, mas a sua estória continuou por tortuosas paragens. Uma inquietante tristeza apoderou-se de mim. O que é que se teria passado verdadeiramente nos campos de concentração? A lealdade que lhe devia, obrigou-me a que a acompanhasse nessa última viagem. Li sobre Auschwitz...sobre o horror daqueles dias, entorpecida de assombro. Que tremenda catástrofe para a humanidade!
Em retrospectiva, este período marcou o final da minha adolescência. Os meus sonhos de menina tornaram-se súbitamente insignificantes, perante as dimensões das questões que então se me punham. Era preciso reorganizar valores e criar novas directivas. E assim foi.
Nunca se chegou a apurar quem denunciou os habitantes do anexo. Anne Frank e os restantes habitantes, foram deportados para Auschwitz-Birkenau no último transporte que saíu de Westerbork a 3 de Setembro de 1944. Anne viveu ainda cerca de 7 meses em campos de concentração. Faleceu duas semanas antes de Bergen-Belsen ter sido libertado pelas tropas Inglesas.
Otto Frank foi o único sobrevivente dos habitantes do anexo. Faleceu a 19 de Agosto de 1980.
Miep Gies foi quem tomou a iniciativa de salvaguardar o diário. Quis o acaso que tivesse o privilégio de a conhecer, ao ser distinguida com a Ordem de Mérito Alemã em 1994. Completou este ano a 15 de Fevereiro, 100 anos de idade.
"Never a day goes by that I do not think of what happened then." (Fragmento do seu site)
O Diário de Anne Frank tornou-se um dos símbolos do Holocausto.
Fire and Ice
Some say the world will end in fire,
Some say in ice.
From what I tasted of desire
I hold with those who favour fire.
But if it had to perish twice,
I think I know enough of hate
To say that for destruction ice
Is also great
And would suffice.
Robert Lee Frost 1874-1963
Se Anne Frank fosse viva, completaria hoje 80 anos. Infelizmente faleceu aos 15 anos de idade, de tifo e subnutrição, no campo de Bergen-Belsen, nos finais da Segunda Guerra Mundial.
Fazia parte de uma família judaico/alemã, que em 1933 se tinha refugiado na Holanda fugindo às perseguisões nazis. Não tiveram dificuldade em estabelecer-se em Amsterdão, onde o pai constituiu com sucesso algumas empresas, enquanto Anne e a sua irmã Margo frequentavam uma escola de ensino holandesa. A família Frank sentiu-se segura na Holanda, até esta ser invadida pelas tropas Alemãs a 10 de Maio de 1940. Também aqui foi então imposto o “Entjuding” de Hitler, significando que os Judeus deviam usar uma estrela, não podiam possuír empresas, e os seus filhos podiam apenas frequentar escolas Judaicas.
Como prenda dos 13 anos Anne recebeu um diário onde, com enorme entusiasmo, imediatamente começou a escrever.
12 de junho de 1942
“Eu espero que a ti tudo te possa confiar, como nunca a ninguém pude fazer, e espero que tu para mim possas vir a ser um grande apoio”
Poucos dias depois decidiu dirigir as folhas do seu diário a uma amiga imaginária a quem deu o nome de Kitty.
Dentro em breve Otto Frank (o pai de Anne), sentiria a urgência de encontrar um esconderijo para a família e, em segredo, com a ajuda de alguns amigos (V.Kugler, J.Kleiman, Bep e Miep Gies, que mais tarde, arriscando a vida, lhes forneceriam alimentos, notícias e livros) organizou a mudança para um anexo desabitado, situado nas traseiras do edifício onde ainda funcionava a empresa que lhe tinha pertencido. Outro casal, os van Pels com o seu filho Peter (por quem Anne se viria a apaixonar) e Fritz Pfeffer, vieram pouco depois juntar-se-lhes, partilhando assim durante 2 anos a pequena habitação.
As cartas que Anne escreve no diário referem-se exclusivamente a este período. O seu extraordinário espírito de observação permite-lhe analisar o comportamento dos companheiros do anexo, e com a mesma precisão, o seu próprio.
“Querida Kitty: Quando agora me ponho a pensar na minha vida de 1942, tudo me parece tão irreal. Essa vida era vivida por uma outra Anne, diferente desta que é agora, mais ajuizada (...) Talvez queiras perguntar-me como conseguia eu que todos gostassem de mim. O Peter diz que era “carisma” mas isso não é bem assim. Os professores achavam as minhas respostas astutas, as minhas observações humorísticas , a minha cara sorridente e o meu olhar crítico, divertido e engraçado. Não era mais que isso; uma terrível brincalhona, alegre e divertida. Mas tinha também algumas boas qualidades que me davam a garantia de não cair em desgraça: era trabalhadora, honesta e sincera. ”
Denotando uma maturidade precose e possuidora de um invulgar espírito de observação, Anne escreve frequentemente sobre os sacrifícios da vida do dia a dia, o isolamento, a esperança e o medo.
Querida Kitty: (...) Hoje à tardinha, quando a Elli estava aqui, tocaram a campaínha permanentemente e com força. Fiquei logo pálida, tive dores de barriga, palpitações e muito medo. De noite deitada na cama tenho visões terriveis. Vejo-me na prisão, sózinha, sem o meu pai e a minha mãe. Por vezes ando a vaguear por qualquer parte, não sei onde, ou vejo o anexo a arder, ou eles vêm, de noite, para nos buscar. Sinto tudo isto como se fosse realidade e a ideia de que me vai acontecer alguma catástrofe não me larga.
Na primavera de 1944 Anne ouviu o Ministro da Educação, Bolkenstein, na Rádio Orange, falando do exílio. Ele dizia que, depois da Guerra, todos os testemunhos do sofrimento do povo Holandês durante a ocupação Alemã, deveriam ser coleccionados e tornados públicos. Considerando esta hipótese, Anne decidiu que depois da Guerra publicaria um livro. O seu diário servir-lhe-ia de base.
Foi este livro que li quando tinha aproximadamente 15 anos, e que me impressionou até aos dias de hoje. A atracção foi instantânea. Era uma estória real, retratando insólitas circunstâncias de uma guerra que me era alheia, mas onde se tratavam também abertamente questões de adolescência, glórias e fraquezas, com as quais eu me identificava. Folhas de um diário que, como um espelho, me permitiam ver-me a mim própria! Pareceu-me até, de início que, também eu habitava uma espécie de anexo, onde igualmente me faltava a liberdade.
Em 1976 ao chegar á Holanda, e receando que a minha estadia pudesse ser apenas temporária, quis de imediato visitar o anexo. Foi uma insólita experiência. Reconheci os postais ilustrados que Anne colara nas paredes do seu quarto, ingénuo testemunho da sua presença, e surpreendi-me com o tamanho das divisões, que supunha maiores. Mas o mais notável era o cerrado silêncio que invadia tudo. Foi a casa mais vazia onde alguma vez estive. Encontrava-me entre as paredes que a protegeram e de onde, impiedosamente, foi arrancada e transportada para Westerbork, para Auschwitz, para Bergen-Belsen. Ali escreveu a última folha do diário, mas a sua estória continuou por tortuosas paragens. Uma inquietante tristeza apoderou-se de mim. O que é que se teria passado verdadeiramente nos campos de concentração? A lealdade que lhe devia, obrigou-me a que a acompanhasse nessa última viagem. Li sobre Auschwitz...sobre o horror daqueles dias, entorpecida de assombro. Que tremenda catástrofe para a humanidade!
Em retrospectiva, este período marcou o final da minha adolescência. Os meus sonhos de menina tornaram-se súbitamente insignificantes, perante as dimensões das questões que então se me punham. Era preciso reorganizar valores e criar novas directivas. E assim foi.
Nunca se chegou a apurar quem denunciou os habitantes do anexo. Anne Frank e os restantes habitantes, foram deportados para Auschwitz-Birkenau no último transporte que saíu de Westerbork a 3 de Setembro de 1944. Anne viveu ainda cerca de 7 meses em campos de concentração. Faleceu duas semanas antes de Bergen-Belsen ter sido libertado pelas tropas Inglesas.
Otto Frank foi o único sobrevivente dos habitantes do anexo. Faleceu a 19 de Agosto de 1980.
Miep Gies foi quem tomou a iniciativa de salvaguardar o diário. Quis o acaso que tivesse o privilégio de a conhecer, ao ser distinguida com a Ordem de Mérito Alemã em 1994. Completou este ano a 15 de Fevereiro, 100 anos de idade.
"Never a day goes by that I do not think of what happened then." (Fragmento do seu site)
O Diário de Anne Frank tornou-se um dos símbolos do Holocausto.
Fire and Ice
Some say the world will end in fire,
Some say in ice.
From what I tasted of desire
I hold with those who favour fire.
But if it had to perish twice,
I think I know enough of hate
To say that for destruction ice
Is also great
And would suffice.
Robert Lee Frost 1874-1963
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C O M E N T Á R I O S
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Isabel Esse disse...
O Holocausto e a crueldade que o envolveu estão para além da nossa capacidade de compreensão.Se pensarmos que se passou há relativamente pouco tempo e que envolveu crianças e meninas como Anne Frank torna-se ainda mais assustador e inexplicável.
O Holocausto e a crueldade que o envolveu estão para além da nossa capacidade de compreensão.Se pensarmos que se passou há relativamente pouco tempo e que envolveu crianças e meninas como Anne Frank torna-se ainda mais assustador e inexplicável.
Bem escolhido este dia para este post e bem feita a ligação que a autora faz entre o livro e as suas consequências nela,um bom momento desta série.Isabel
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farofia disse...
Junto-me à São Caixinha para celebrar o Happy Birthday de Anne Frank, inspiradora de gerações de jovens leitoras do seu «Diário».
Junto-me à São Caixinha para celebrar o Happy Birthday de Anne Frank, inspiradora de gerações de jovens leitoras do seu «Diário».
Obrigada, São, pela oportunidade que me dá de lembrar um dos livros da minha vida. Também ‘fui Anne Frank’ :) quando sonhei dizer como ela:
«Sinto-me cada vez mais independente dos meus pais. Embora seja muito nova ainda, sei, no entanto, que tenho mais coragem de viver e um sentido de justiça mais apurado, mais seguro do que a minha mãe. Sei o que quero, tenho uma finalidade, uma opinião, tenho fé e amor. Deixem-me ser eu mesma e estarei satisfeita. Tenho consciência de ser mulher, uma mulher com força interior e com muita coragem.
Se Deus me deixar viver, hei-de ir mais longe de que a mãe. Não quero ficar insignificante. Quero conquistar o meu lugar no Mundo e trabalhar para a Humanidade.O que sei é que a coragem e a alegria são os factores mais importantes na vida!»
(copio o texto em português de
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António Fialho Marcelino disse:
Ao ler o texto, diga-se magnífico, sobre o Diário de Anne Frank, veio-me à memória a sua leitura e dois grandes passos que eu dei, nas minhas deambulações pela Europa.
A ida a Amesterdão e à casa de Anne Frank, onde toda a leitura do livro vem à nossa memória e ao olhar “vemo-la” a escrever o seu diário e a olhar pela fresta da janela a ver as pessoas a passar na rua.
A minha outra lembrança é Praga com o cemitério judeu e aquela listagem de nomes que estão na parede da judiaria. É assustador olhar para as datas que lá estão gravadas e vemos a quantidade de crianças que foram devoradas pelas ideias hitlerianas.
Todos aqueles que hoje negam a existência do holocausto deveriam passar, pelo menos, por estes locais e fazerem a sua penitência.
Mais uma vez parabéns pelos textos que aqui são apresentados.
Tó-Quim
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João Ramos Franco disse...
A São escolhe o retrato feito por uma jovem da vivência diária durante um período do século XX (2ª grande guerra), durante a invasão da Holanda. Recorda uma obra que tem tanto belo da juventude de quem o escreve como do horror a que nos transporta…
A São escolhe o retrato feito por uma jovem da vivência diária durante um período do século XX (2ª grande guerra), durante a invasão da Holanda. Recorda uma obra que tem tanto belo da juventude de quem o escreve como do horror a que nos transporta…
Mas a descrição que a São nos faz leva-nos também aos locais que quis conhecer e que a transportaram para além do descrito em “O DIÁRIO DE ANNE FRANK”…
Estas palavras que a São escreve dizem-nos tudo: “Era uma estória real, retratando insólitas circunstâncias de uma guerra que me era alheia, mas onde se tratavam também abertamente questões de adolescência, glórias e fraquezas, com as quais eu me identificava.”
João Ramos Franco
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JJ disse...
Os textos da São, à medida que ela vai "desenferrujando" o seu português, têm vindo a ser cada vez mais conseguidos. Esta mistura de duas adolescentes, de épocas diferentes, em que o que uma escreveu se cruza com o que a outra sentiu, torna ainda mais intolerável o destino de Anne Frank, já que ela era alguém como a nossa amiga São e não um personagem trágico de um livro obscuro.
Os textos da São, à medida que ela vai "desenferrujando" o seu português, têm vindo a ser cada vez mais conseguidos. Esta mistura de duas adolescentes, de épocas diferentes, em que o que uma escreveu se cruza com o que a outra sentiu, torna ainda mais intolerável o destino de Anne Frank, já que ela era alguém como a nossa amiga São e não um personagem trágico de um livro obscuro.
Gostei muito e a divulgação deste texto na Net, fora deste Blog, mostra que não fui o único. JJ
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jorge disse...
excelente evocação do livro e descrição da importância de o ler.esta é a mesma são que faz aquelas excelentes caricaturas,não é?parabéns.JS
excelente evocação do livro e descrição da importância de o ler.esta é a mesma são que faz aquelas excelentes caricaturas,não é?parabéns.JS
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J. L. Reboleira Alexandre disse...
Este texto da São merecia mais que um rápido comentário, mas infelizmente o tempo não dá para mais.
Este texto da São merecia mais que um rápido comentário, mas infelizmente o tempo não dá para mais.
Só quem desde 1976 (creio ter lido isso) está sem usar a lingua de Camões no seu dia a dia sabe o que isso implica. A história todos a conhecemos, as caricaturas também. Pelo magnífico texto, bravo «miúda». Já avó, mas não faz mal.
4 comentários:
O Holocausto e a crueldade que o envolveu estão para além da nossa capacidade de compreensão.Se pensarmos que se passou há relativamente pouco tempo e que envolveu crianças e meninas como Anne Frank torna-se ainda mais assustador e inexplicável.
Bem escolhido este dia para este post e bem feita a ligação que a autora faz entre o livro e as suas consequências nela,um bom momento desta série.Isabel
Junto-me à São Caixinha para celebrar o Happy Birthday de Anne Frank, inspiradora de gerações de jovens leitoras do seu « Diário ».
Obrigada, São, pela oportunidade que me dá de lembrar um dos livros da minha vida.
Também ‘fui Anne Frank’ :) quando sonhei dizer como ela:
«Sinto-me cada vez mais independente dos meus pais. Embora seja muito nova ainda, sei, no entanto, que tenho mais coragem de viver e um sentido de justiça mais apurado, mais seguro do que a minha mãe. Sei o que quero, tenho uma finalidade, uma opinião, tenho fé e amor. Deixem-me ser eu mesma e estarei satisfeita. Tenho consciência de ser mulher, uma mulher com força interior e com muita coragem.
Se Deus me deixar viver, hei-de ir mais longe de que a mãe. Não quero ficar insignificante. Quero conquistar o meu lugar no Mundo e trabalhar para a Humanidade.
O que sei é que a coragem e a alegria são os factores mais importantes na vida!»
(copio o texto em português de http://www.eb23-diogo-cao.rcts.pt/Trabalhos/nonio/xx/div/diarioaf.htm
A São, escolhe o retrato feito por uma jovem da vivência diária durante um período do século XX, (2ª grande guerra), durante a invasão da Holanda.
Recorda uma obra que tem tanto belo da juventude de quem o escreve como do horror a que nos transporta…
Mas a descrição que a São nos faz, transporta-nos também aos locais que quis conhecer, e que a transportavam para além do descrito no “O DIÁRIO DE ANNE FRANK”…
Estas palavras que a São escreve dizem-nos tudo: “Era uma estória real, retratando insólitas circunstâncias de uma guerra que me era alheia, mas onde se tratavam também abertamente questões de adolescência, glórias e fraquezas, com as quais eu me identificava.”
João Ramos Franco
excelente evocação do livro e descrição da importância de o ler.esta é a mesma são que faz aquelas excelentes caricaturas,não é?parabéns.JS
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