ALMOÇO / CONVÍVIO

ALMOÇO / CONVÍVIO

Os futuros almoços/encontros realizar-se-ão no primeiro Sábado do mês de Outubro . Esta decisão permitirá a todos conhecerem a data com o máximo de antecedência . .
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Comentários Finais do Tio e do Sobrinho

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Este são os comentários finais aos artigos e comentários
anteriormente publicados, que poderão ser consultados em :
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1 - O TIO (César Pratas)
Obrigado bloguistas


Depois de lidos os comentários o que é para mim curioso é que os textos foram entendidos no preciso significado do que do está escrito e do que não está e se adivinha. Os meus Amigos viram por detrás dos textos e interpretaram os sentimentos e foi uma alegria de alma lê-los a todos. Mas devo fazer uma referência especial ao modo como o João Jales dissecou o meu texto e o tratou confrontando o João. Foi exímio e o resultado agora é que o João vai ter que explicar muito bem explicadinhas algumas contradições evidenciadas.

O tradicional conflito de gerações ( que no caso nem o chegou a ser) parecia muito mais evidente entre o tio e os Pais do João do que entre o João e o tio.

E por isso se adivinham outras histórias porque afinal a relação entre as duas gerações (tio e sobrinho) era complementar e não oposta. E na verdade tais histórias existem e até, se calhar, vale a pena contá-las.

Não consultei o João antes de remeter o texto. Quis fazer-lhe uma surpresa. O João disse-me, por SMS, que se lembrava das caldeiradas mas não do “Hula hup”. Mas que lhe tentei ensinar tal ritmo, lá isso tentei.

Quero ainda referir que o Pai do João, Eurico Bonifácio Serra que já não está entre nós mas cuja memoria guardo viva no coração, era um homem muito culto com quem tinha uma excelente relação. Usei e abusei da sua hospitalidade sendo sempre recebido com genuína alegria. Muitas vezes, à noite, deliciava-me a discutir com ele filósofos ou os clássicos da literatura. Escrevia correctamente e publicava os seus textos regularmente na Gazeta das Caldas. E do seu carácter ressaltava uma honradez quase feroz. Ao falar na sua reacção às lições de dança não ponho em causa a grande amizade e respeito mútuo que entre nós existia.

Finalmente se for entendido que mereço estar presente no jantar, pois que venha esse convite que mandarei o meu manager combinar as condições da deslocação sendo que metade da factura será depositada numa conta off shore. Estou a preparar um carnet para tomar nota das inscrições para o "Dança Comigo"... comigo.

Pedi a um amigo para me obter alguns arcos para o “Hula hup”, que após a dança serão sorteados pelos presentes, sendo o respectivo montante destinado a erigir uma estátua ao Dr. Fernando Costa quando comemorar o primeiro centenário como Presidente da Câmara em exercício.

Fiquei atento ao sorriso de Belão e não calculam o gozo que me deu ter descoberto que sobre tal sorriso não há incidência de IRS.

Se me derem licença voltarei certamente ao Blog. Afinal eu não fui aluno do Ramalho Ortigão mas frequentei assiduamente as suas proximidades o que não sendo a mesma coisa também ajuda.

E não se iludam senhores bloguistas quando pensam que o tio ensinou o sobrinho. Leiam outras histórias e verão.

Vosso
César Pratas
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2 - O SOBRINHO (João Serra)
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Caro João Jales, caro César, caros companheiros deste Ponto de Encontro: esta “short story” escrita, de cumplicidade com o JJ, com o único objectivo de preencher os tempos “mortos” do Verão, acabou por tomar um rumo imprevisto. Não posso correr o risco de fazer mais comentários. Que diz a 5ª emenda da Constituição americana, tantas vezes invocada nos romances policiais? – Posso permanecer em silêncio, para evitar que as minhas palavras possam ser usadas contra mim … Sem prejuizo, de, mais à frente, se aqui me quiserem acolher de novo, vir a contar mais histórias geradas por tão fértil imaginação como era a o meu Tio (e, a julgar pelo que agora conta, ainda é …)

Mas peço licença a todos para aqui publicar um texto relativamente antigo. Espero que ele nos ajude a perceber o que agora inesperadamente sucedeu. Endereço-o em especial aos bloguistas que mais se interessaram pelo tema da iniciação, a Guidó, o João Ramos Franco, a Manuela Gama Vieira, a São Caixinha.

RETRATO DE JOVEM TIO

“Num balanço sumário, só me lembro de um fracasso estrondoso: ensinar-me a dançar. As lições decorriam na sala de jantar, ambos de sapatos descalçados, enquanto ele entoava a música e procurava transmitir-me o sentido dos passos e a elegância das poses. Em vão: o pé de chumbo e a dureza de ouvido (meus) resistiram a tudo. Em contrapartida, um interminável conjunto de comportamentos, convicções, projectos foi o meu tio que soube inspirar, acarinhar, suscitar. Alguns exemplos: descobriu e incentivou em mim uma vocação literária; questionou as minhas conservadoras juvenis ideias feitas; orientou os meus contactos e preocupações intelectuais; conduziu-me à descoberta dos grandes valores do inconformismo face à prepotência e à injustiça e aliciou-me para o empenhamento no combate contra o autoritarismo.

Entre os 14 e os 17 anos, o meu jovem tio foi uma referência decisiva. Preencheu o espaço do irmão mais velho, do professor, do companheiro, do ídolo, do cúmplice, do mentor, do amigo. Tinha alguns anos mais, mas detinha sobretudo uma experiência intelectual e de vida que representavam uma segurança e uma força interior - tão reconfortantes para mim, pobre prisioneiro de dúvidas e inseguranças. A pequena diferença de idades facilitava a partilha do gosto da aventura (da caça e da pesca, por exemplo), da actividade física e desportiva (foi com ele que aprendi a nadar e a jogar pinguepongue), da irreverência da escapadela ou da mentirola inocente.

As alturas em que vinha passar férias connosco eram aguardadas com a maior das expectativas. Órfão de pai muito novo, o meu tio começara a trabalhar ainda na adolescência. Tinha sempre pouco dinheiro, mas a imaginação para tornear essa aparente dificuldade crescera em proporção. Lançando mão dos mais variados expedientes, o meu tio não deixava de ir à praia, de visitar as inúmeras e misteriosas namoradas, de ir às festas de alguns dos seus amigos e conhecidos das Caldas.

Para o adolescente rural que eu era, curioso mas relativamente isolado, aquele meu tio materno foi uma janela rasgada sobre um mundo fascinante: urbano, contestário, trepidante, agitado por combates arriscados e mobilizador de sentimentos fraternos. O contágio foi pois inevitável. O meu Pai presentiu-o, provavelmente inquieto perante a óbvia sedução que o perfume da grande metrópole, que se desprendia do cunhado, exercia sobre o filho. Viu-se, porém, derrotado pela jovialidade contagiante e a eficácia verbal do futuro advogado. A minha Mãe adivinhou-o igualmente, e certamente também se inquietou, mas como resistir à agitação efusiva e transbordante gerada por aquele meio-irmão mais novo, que em tantos momentos se confundia com o próprio filho?

O sebastianismo camponês alimentou o mito do tio que deixa inesperada fortuna. Ao meu jovem tio fico a dever muito mais do que isso: o encontro comigo próprio."

João Serra
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3 - Os Outros!
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Belão disse:
É sempre um gosto ler o João Serra, nos seus vários registos. Desde as suas obras, que fizeram parte da bibliografia que me foi aconselhada pelo orientador (Mestre Pedro Flor) do trabalho final do Complemento de Formação que concluí na Univ. Aberta, até estas pequenas delícias com que nos tem presenteado, consegue sempre prender a minha atenção e sei que assim continuará.
Quanto ao seu tio César, achei imensa piada não só ao facto de surgir no blog "a ajudar à festa", mas também ao humor que da sua escrita emanou. E é verdade que ri bastante! E quero poder continuar a fazê-lo. Por isso, amigo César, é mesmo bom que venha ao próximo almoço do ERO e que esse "Dança Comigo" aconteça! Eu alinho! Bjo ao tio e sobrinho.Belão
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João Jales disse:
Concluo que "...e aos costumes disse nada", porque essa da 5ª Emenda é dos americanos, nós por cá gostamos de tudo explicado, tintim por tintim, preto no branco...
Eu fico convencido que, em todas estas questões, é o tio que diz a verdade e o sobrinho que se esconde atrás de artifícios legais. Ficamos à espera de mais informações sobre esses tempos, para podermos tirar mais conclusões.
A presença do tio no próximo encontro ERO parece agradar a todos menos ao sobrinho, seguramente receoso dos "esqueletos no armário" que o tio poderá revelar. Caro César, duzentos pares de ouvidos ansiosos esperam por si!
JJ
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Manuela Gama Vieira disse:
O João Serra trouxe a lume a vertente afectiva que,de resto,o leitor pressente, quer em "As aulas do meu Sobrinho", quer em "As aulas do meu Tio".Penso que foi igualmente retratada uma época em que:
-A criatividade era estimulada;neste caso, com imenso talento e muito diversificado:da dança ao ping-pong, até a culinária tinha o seu lugar,sem compras no hiper-mercado...
-A juventude tinha preocupações de ordem ideológica e intelectual,estava atenta ou...adivinhava a mudança de que seria protagonista
-Os "preconceitos" familiares,ou seria uma questão de pudor entre gerações?Os Pais não acharam a dança adequada,mas o facto é que,segundo o Tio,o João também não se sentia muito à vontade "exibindo-se"frente a seus Pais.
-A solidariedade familiar,bem patente no caloroso acolhimento ao Tio que..."se fazia anunciar"
Em suma:Uma FAMÍLIA deliciosa!
Ao João:
-Acho muito bem que recorra à Quinta Emenda da Constituição dos USA;afinal, "o feitiço pode virar-se contra o feiticeiro"....Os Tios sabem sempre mais,bem se vê que não esqueceu as abençoadas lições de seu Tio;...gato escaldado...
Ao Tio:
-Como nos velhos tempos,pela mão de seu sobrinho,lá vai ao jantar do ERO!!!Água mole em pedra dura...O prazo combinado relativo à "compensação",com que seu sobrinho o brindava (de que fala no texto das Aulas),se calhar foi vitalício!!!!E é convencido,ainda por cima!!!Com que então aceita inscrições???
Por fim...nem calculam como sei avaliar o que vos une!Mantenho uma relação muito semelhante com o meu irmão Luís Filipe,(nascido nas Caldas),mais novo que eu 14 anos!!!
Então,João e Tio,ainda têm 1 ano para se treinarem...
Relativamente a mais histórias...elas que venham,eu bem dizia que o ano lectivo ainda agora havia começado,atento o estrondoso êxito destes dois excelentes "cuidadores"da língua portuguesa.
Ao João Jales,um BRAVOOO!!!
A todos,um abraço!
Manuela Gama Vieira
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Luisa disse:
Há realmente muita ternura e cumplicidade nesta "troca de galhardetes", que não é só familiar, diz-nos respeito e traz-nos recordações a todos. Twist, Hula-Hup, os rapazes a mirarem as raparigas (na Ladeira), as festas, a praia, os divertimentos (sempre inventados com muita imaginação e pouco dinheiro).... Obrigado!!! Bjs. Luisa
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São Caixinha disse:
Tendo em vista que não receio que o João Jales alguma vez nos vá privar dos seus divertidos e perspicazes comentários passo a dirigir-me ao João Serra, para que este sobretudo não se deixe intimidar e nos queira continuar a contar as suas estórias ... qual 5a Emenda da Constituição Americana qual quê... a arte é uma interpretação da realidade! O artista é um filtro a deixar passar o que a sensibilidade lhe impõe... e a recriar a vida! (...e as omissões neste caso até parecem ter sido quase completamente responsabilidade da memória!!)
Dirijo-me ainda ao tio, a quem não fiz justiça na escolha do adjectivo com que o anteriormente caracterizei, visto que são muitas mais as qualidades! Fico feliz por o saber participante neste blogue e espero poder ter um lugar na sua lista de dança no próximo almoço... já agora...eu preferia o Foxtrot ao Twist...mas se tiver a disposição e a amabilidade de me dar alguma orientação neste último tenho a certeza que fico em estado de fazer a Uma Thurman passar ao esquecimento!! Obrigada a todos por uns bons momentos!
São Caixinha

1 comentário:

Anónimo disse...

O João Serra trouxe a lume a vertente afectiva que,de resto,o leitor pressente, quer em "As aulas do meu Sobrinho", quer em "As aulas do meu Tio".
Penso que foi igualmente retratada uma época em que:
-A criatividade era estimulada;
neste caso, com imenso talento e muito diversificado:da dança ao ping-pong,e até a culinária tinha o seu lugar,sem compras no hiper-mercado...
-A juventude tinha preocupações de ordem ideológica e intelectual,estava atenta ou...adivinhava a mudança de que seria protagonista
-Os "preconceitos" familiares,ou seria uma questão de pudor entre gerações?Os Pais não acharam a dança adequada,mas o facto é que,segundo o Tio,o João também não se sentia muito à vontade "exibindo-se"frente a seus Pais.
-A solidariedade familiar,bem patente no caloroso acolhimento ao Tio que..."se fazia anunciar"

Em suma:Uma FAMÍLIA deliciosa!

Ao João:
Acho muito bem que recorra à Quinta Emenda da Constituição dos USA;afinal, "o feitiço pode virar-se contra o feiticeiro"....Os Tios sabem sempre mais,bem se vê que não esqueceu as abençoadas lições de seu Tio;...gato escaldado...

Ao Tio:
-Como nos velhos tempos,pela mão de seu sobrinho,lá vai ao jantar do ERO!!!Água mole em pedra dura...
O prazo combinado relativo à "compensação",com que seu sobrinho o brindava,(de que fala no texto das Aulas),se calhar foi vitalício!!!!
E é convencido,ainda por cima!!!Com que então aceita inscrições???

Por fim...nem calculam como sei avaliar o que vos une!Mantenho uma relação muito semelhante com o meu irmão Luís Filipe,(nascido nas Caldas),mais novo que eu, 14 anos!!!

Então,João e Tio,ainda têm 1 ano para se treinarem...

Relativamente a mais histórias...elas que venham,eu bem dizia que o ano lectivo ainda agora havia começado,atento o estrondoso êxito destes dois excelentes "cuidadores"da língua portuguesa.

Ao João Jales,um BRAVOOO!!!
A todos,um abraço!
Manuela Gama Vieira