ALMOÇO / CONVÍVIO

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Os futuros almoços/encontros realizar-se-ão no primeiro Sábado do mês de Outubro . Esta decisão permitirá a todos conhecerem a data com o máximo de antecedência . .
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MÁRIO BRAGA FAZ 90 ANOS ( post 1 )



MÁRIO BRAGA FAZ 90 ANOS

Completa noventa anos no próximo dia 14 de Julho o conhecido escritor e antigo professor do ERO, Mário Braga.O Blog associa-se à comemoração desta efeméride publicando nesse dia um post a propósito e convidando desde já todos os colaboradores e leitores a enviar uma saudação ao aniversariante e à família . Aguardamos o vosso email em:
ex.alunos.ero@gmail.com
ou na nossa página no Facebook.

Não há um site dedicado ao escritor, uma lacuna que admiradores, amigos e familiares deveriam pensar em colmatar. Reproduzo portanto aqui a informação que consta na Infopédia.
Nome: Mário Augusto de Almeida Braga

Nascimento: 14-7-1921, Coimbra

Escritor e jornalista português, Mário Augusto de Almeida Braga nasceu a 14 de julho de 1921, em Coimbra. Licenciou-se em Ciências Histórico-Filosóficas pela Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra e lecionou durante alguns anos. Foi diretor-geral da secretaria de Estado da Comunicação Social, membro do Conselho Consultivo das Bibliotecas Itinerantes da Fundação Calouste Gulbenkian e tradutor de várias obras literárias (Elsa Triolet, Vercors, entre muitos outros autores). Foi, também, editor da revista coimbrã Vértice, de 1946 a 1965, aderindo ao grupo de escritores neorrealistas a ela ligados. 

Estreou-se, em 1944, com o livro de contos Nevoeiro e, logo a seguir, a coletânea Serranos, vindo a confirmar a sua tendência para a narrativa breve, particularmente centrada nos dramas do trabalhador rural e nos seus conflitos sociais e económicos. Mais tarde, em Quatro Reis, O Livro das Sombras e Corpo Ausente, a temática dos contos evoluiu para um ambiente mais citadino, atingindo com O Reino Circular a alegoria e a sátira de feição ideológica. Nunca deixando de refletir no âmbito cultural e político, como testemunham os dois volumes de As Ideias e a Vida (1965), Braga escreveu ainda Momentos Doutrinais onde revela o seu percurso pela literatura e as ideias que juntou a partir das suas reflexões.

Como autor dramático, é autor de duas farsas em um ato (O Pedido e Café Amargo, 1966) e da peça em três atos A Ponte Sobre a Vida.


Bibliografia: 
Nevoeiro, 1944, Caminhos sem Sol, Coimbra, 1947; Mariana, Lisboa, 1957; Quatro Reis, contos, Coimbra, 1957; Histórias da Vila, Coimbra, 1958; O Cerco, novelas, Coimbra, 1960; O Livro das Sombras, Lisboa, 1960; Corpo Ausente, novelas, Lisboa, 1961; Viagem Incompleta, contos, Lisboa, 1963; Antes do Dilúvio: crónica romanceada das atribulações e das obras de Chiquinho Boavida, o Omnipotente Barbeiro do Reino de Vila Baixa, Lisboa, 1967; O Reino Circular, Coimbra, 1969; Os Olhos e as Vozes, Lisboa, 1971; O Intruso, Lisboa, 1980; Contos Escolhidos, s/l, 1983; Contos de Natal, Lisboa, 1995; Espólio Intacto, Lisboa, 1996; Serranos, Lisboa, 1996; O Pedido, peça em um acto, s/l, 1949; A Ponte Sobre a Vida, Lisboa, 1964; Camilo e o Realismo, Coimbra, 1956

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Mário Braga já foi aqui referido no Blogue em:

Uma época e três professores 

Comentário a uma foto 

Se escreverem "Mário Braga" no motor de busca do blog encontrarão todos os artigos.


1 comentário:

João Ramos Franco disse...

Não foi meu Professor, mas tive o prazer de conhecer o Dr. Mário Braga, no ultimo almoço de alunos do ERO. Foi-me apresentado pela prima Margarida Calisto que foi aluna dele, claro está que este conhecimento formal de um antigo Professor me retira um pouco o verdadeiro conhecimento do homem que é, para além do que contam os nossos colegas e pelo testemunho que me chega, tiveram o prazer de ser seus alunos.
A idade dá-nos a ver todo um caminho que percorremos e concretiza na nossa mente todo um sentido de vida que no caso do Dr. Mário Braga se cruzou em determinado momento com o Externato Ramalho Ortigão onde deixou marcada a sua presença. No seu aniversário, os votos das maiores felicidades na companhia de quem mais gosta.
Um abraço, respeitoso e de amizade do
João Ramos Franco
PS. Em anexo envio-lhe um pequeno texto retirado do “O Ofício de Viver” de Cesare Pavese e que penso ter sentido com a data.
Dar Significado ao Tempo
Um dos prazeres humanos menos observados é o de preparar acontecimentos à distância, de organizar um grupo de acontecimentos que tenham uma construção, uma lógica, um começo e um fim. Este é quase sempre apercebido como um acme sentimental, uma alegre ou lisonjeira crise de conhecimento de si próprio. Isto aplica-se tanto à construção de uma resposta pronta como à de uma vida. E o que é isto, senão a premissa da arte de narrar? A arte narrativa apazigua precisamente esse gosto profundo.
O prazer de narrar e de escutar é o de ver os factos serem dispostos segundo aquele gráfico. A meio de uma narrativa volta-se às premissas e tem-se o prazer de encontrar razões, chaves, motivações causais. Que outra coisa fazemos quando pensamos no nosso próprio passado e nos comprazemos em reconhecer os sinais do presente ou do futuro? Esta construção dá, em substância, um significado ao tempo. E o narrar é, em suma, apenas um meio de o transformar em mito, de lhe fugir.

Cesare Pavese, 'O Ofício de Viver'