MARIA EMÍLIA FRANCO HENRIQUES
Uma antiga aluna do Colégio Ramalho Ortigão
Na minha terra e para a minha geração, sou a Mila Marques, filha do José Marques Henriques. para a da minha filha, sou a mãe da Guidó e para a das minhas netas, sou a avó da Sara e Mariana Gouveia.
Nasci nas Caldas da Rainha no Ano de 1930, na Avenida da Independência Nacional, nº 29.Nesta época era habitual as crianças nascerem em casa dos seus pais e não nas Maternidades, sendo o parto assistido por uma parteira.
Estudei sempre na minha terra até vir para Lisboa para fazer o Curso Geral de Enfermagem.
Da 1ª à 4ª classe estive no ensino oficial, tendo tido sempre a mesma professora -Dona Antónia - de quem tenho a melhor recordação. Julgo que o apelido era Almendra.
Depois veio o Colégio Lusitano e o Colégio Ramalho Ortigão e é deste último que venho dar o meu testemunho, a pedido do João Jales, que em boa hora quer reviver o passado.
COLÉGIO RAMALHO ORTIGÃO
Nasceu da vontade e do empenhamento de alguns pais que queriam que os filhos continuassem a estudar mas sem partirem tão novos para outras cidades.
Uma antiga aluna do Colégio Ramalho Ortigão
Na minha terra e para a minha geração, sou a Mila Marques, filha do José Marques Henriques. para a da minha filha, sou a mãe da Guidó e para a das minhas netas, sou a avó da Sara e Mariana Gouveia.
Nasci nas Caldas da Rainha no Ano de 1930, na Avenida da Independência Nacional, nº 29.Nesta época era habitual as crianças nascerem em casa dos seus pais e não nas Maternidades, sendo o parto assistido por uma parteira.
Estudei sempre na minha terra até vir para Lisboa para fazer o Curso Geral de Enfermagem.
Da 1ª à 4ª classe estive no ensino oficial, tendo tido sempre a mesma professora -Dona Antónia - de quem tenho a melhor recordação. Julgo que o apelido era Almendra.
Depois veio o Colégio Lusitano e o Colégio Ramalho Ortigão e é deste último que venho dar o meu testemunho, a pedido do João Jales, que em boa hora quer reviver o passado.
COLÉGIO RAMALHO ORTIGÃO
Nasceu da vontade e do empenhamento de alguns pais que queriam que os filhos continuassem a estudar mas sem partirem tão novos para outras cidades.
.
E, talvez por ter nascido bem, era um colégio excelente, quer pelo ambiente, quer pelo ensino que nele se praticava. Pelo menos é esta a avaliação que eu faço á distância e passados tantos anos.
O ter sido criado sem separação de sexos permitiu uma convivência saudável entre adolescentes. Poderemos considerar que isto era avançado para a época dado que no ensino oficial havia Liceus para raparigas e outros para rapazes.
E, talvez por ter nascido bem, era um colégio excelente, quer pelo ambiente, quer pelo ensino que nele se praticava. Pelo menos é esta a avaliação que eu faço á distância e passados tantos anos.
O ter sido criado sem separação de sexos permitiu uma convivência saudável entre adolescentes. Poderemos considerar que isto era avançado para a época dado que no ensino oficial havia Liceus para raparigas e outros para rapazes.
.
Foi berço de grandes amizades, que ainda hoje perduram, apesar de da vida ter separado muitos de nós. Recordo em especial os colegas do meu 7º ano -Ciências, Jeca Lopes, Mário Gonçalves e Jorge Sotto-Mayor.
Foi berço de grandes amizades, que ainda hoje perduram, apesar de da vida ter separado muitos de nós. Recordo em especial os colegas do meu 7º ano -Ciências, Jeca Lopes, Mário Gonçalves e Jorge Sotto-Mayor.
Foi ainda berço de casamentos... Na minha época vi nascer os namoros da Bé Castro e do Zeca Mesquita, assim como da Ana Maria e do Mário Gonçalves.
Quero ressaltar ainda a preocupação que a Direcção do Colégio tinha na selecção de professores em relação à qualidade e sem olhar a credos políticos ou religiosos.
E como exemplo farei referência a 3 professores, que escolhi pela influência que tiveram na minha Vida.
PROFESSORES DO COLÉGIO RAMALHO ORTIGÃO
1. ANITA NASCIMENTO (29/02/1920)
Foi a minha professora de bordados, assim como deve ter sido de dezenas de raparigas caldenses. Tinha uma atitude maternal no modo como ensinava. Serena, perseverante, sorridente e cheia de paciência para que aprendêssemos bem a sua Arte. É assim que ainda hoje a vejo.
Foi um prazer aprender com ela o filet matemático e o ponto cruz, quase milimétrico e com avesso. Mas com ela aprendi também como é importante procuramos a perfeição em tudo o que fazemos. Assim, mais tarde, quando fiz o meu curso de enfermagem, era conhecida pela Pontinhos ou Pontos...
2. LUÍS ROSA BRUNO (Redondo, 1916 -?)
.
.
Licenciado em matemáticas pela Universidade de Coimbra , foi meu professor de química e era notável o modo como ensinava.
.
Alentejano, nascido no Redondo, possuía uma figura carismática e uma personalidade multifacetada, que tinha algo de quixotesco!
Bastante magro e com grandes olhos negros, fazia-me lembrar o Manolete, toureiro espanhol muito em voga nessa época. Fumava muito e tinha um jeito peculiar de agarrar no cigarro. Revejo-o com as mãos muito esguias, queimadas pelo tabaco e levantadas de um modo como se estivesse a declamar. Ele assim nas suas aulas: um Professor excelente, que gostava de ensinar. Relembro, que para além do trabalho no Colégio, tinha alunos a quem dava explicações.
Houve um período da sua vida que trabalhou na Secla, possivelmente na área de laboratório.
Adorava o seu Alentejo, mas as Caldas foram também um outro amor. Basta ler a poesia por ele escrita sobre a Praça da Fruta e que a Isabel Castanheira (Loja 107) divulgou num dia de Poesia!
Para além de ser para mim uma referência quanto ao seu método de ensino, a ele devo também o tanto ter gostado de Química, a ponto de ter pensado seguir esse rumo. Devo-lhe também o ter aprendido a escrever à máquina. E perguntarão porquê? Passo a explicar: ele pretendia editar um livro sobre Química e eu ofereci-me para o dactilografar. E assim, por tentativa e erro, lá fui escrevendo numa máquina que o meu pai me tinha oferecido – uma “Woodstock” – e que ainda hoje tenho como uma relíquia do passado! Lembro-me que era necessário 1 original e três cópias e que havia um lindo capítulo sobre os gases raros da atmosfera. Nunca soube se chegou a ser editado, como foram outros que podem ser consultados na Biblioteca Nacional (ver lista de publicações). Como eu gostaria de ter ficado com uma cópia desse meu primeiro trabalho.
Para terminar desejo fazer uma sugestão: uma rua das Caldas ter o seu nome, por aquilo que ele foi como Professor e Poeta e pela dedicação franca que tinha pela nossa terra.
Publicações
Acontecer poesia, Caldas da Rainha, 1957
A minha selecta – Fernão Lopes: útil aos estudantes do 4º e 5º anos liceais, Beja: [s.n.], 1955
O alumínio: conheça os metais. Beja: [s.n.], 1955
O lítio: conheça os metais, Beja: [s.n.], 1955
Poesia de Luís Rosa Bruno, texto policopiado / compil. Maria Alcina Rosa Bruno, [S.l.: s.n., 19--]
Sou d'além...: versos, S.l. : s.n.], 1945 (Montemor-o-Novo: -- Emp. Gráfica)
Tesoiro sem preço: a língua portuguesa, Lisboa: Editorial Ultramar, 1955
Um novo mundo nasceu, [S.l.: s.n., 1946] ([Estremoz: -- Tip. "Brados do Alentejo"]), colecção “Bocadinhos de física; 1”
Tríptico: a Santo Aleixo da restauração pelos seus heróis de 1641, 1644 e 1704, Beja: Minerva Comercial 1954
3. MÁRIO BRAGA (Coimbra, 1921)
Foi meu professor de Filosofia. Transmitiu-me o seu interesse por esta matéria e a paixão pela leitura. Passados tantos anos, foram talvez as suas aulas de que me fizeram entusiasmar a frequentar cursos organizados pelo Instituto de Filosofia Luso-Brasileira. O próximo será sobre a “Filosofia Portuguesa no século XVIII”.
Vim a encontrá-lo mais tarde, dado que fez o curso de Administração Hospitalar e assim os nossos destinos voltaram a cruzar-se.
É autor de vasta obra literária de reconhecido mérito e gostaria que tivesse uma página na Internet, onde se dando conta de trabalhos passados e futuros. De momento, sei que decorre uma exposição biobliográfica no Museu do Neo-realismo em Vila Franca de Xira, que procurarei ver.
Dirigiu a revista de cultura Vértice entre 1946 e 1965.
Publicações
Nevoeiro, 1944
Caminhos sem Sol, 1948
Serranos, 1948
O Pedido, 1949
Platão e a Poética, 1950
Camilo e o Realismo, 1957
Mariana, 1957
Quatro Reis, 1957
Histórias da Vila, 1958
Vale de Cangens, 1958
O Cerco, 1959
O Livro das Sombras, 1960
Corpo Ausente, 1961
Viagem Incompleta, 1963
A Ponte sobre a Vida, 1965
Café Amargo, 1966
Antes do Dilúvio, 1967
Os Olhos e as Vozes, 1971
Entre Duas Tiranias: Uma Campanha Pouco Alegre em Prol da Democracia, 1977
O Intruso, 1980
Contos Escolhidos, 1983
As Rosas e a Pedra, 1995
Contos de Natal, 1995
Espólio Intacto, 1996
Momentos Doutrinais, 1997
As Ideias e a Vida
O Reino Circular
.
Mila Marques
.
________________________________________________
COMENTÁRIOS
.
O meu Pai continuou até ao fim dos seus dias a pesquisar, a escrever, a experimentar, a pensar...muito haverá a dizer, a contar, a perguntar, a partilhar...agradeço contacto da Vossa parte.
Parabéns pelo vosso blogue e muito obrigada pela ALEGRIA que me proporcionaram. Joana Bruno
P.S.a minha mãe Maria Alcina R. Bruno continua a procurar textos e outros do meu Pai, eu quero ajudar e conto convosco.
Muito Grata
Joana Bruno
.
João Ramos Franco disse...
Foi com imenso prazer que li o que a Mila escreveu. Dos professores tive o prazer de conhecer o Dr. Rosa Bruno e a D. Anita que, apesar de não ser professora dos rapazes, é uma amiga que todos recordamos.
Apesar dos doze anos de idade que nos separam recordo-me dos colegas que cita e de si, o nome não me é estranho na memória, mas já fico grato pelo seu aparecimento neste espaço de são convívio. João Ramos Franco
.
João Jales disse:
Foi com enorme prazer que vi a nossa colega Mila aceder ao meu convite para colaborar com as suas memórias nesta série sobre os professores.
As nossas meninas se encarregarão de falar um pouco mais da D. Anita, gostaria eu aqui de realçar a enorme influência pessoal que Rosa Bruno teve em todos os que foram seus alunos, todos o descrevem com um enorme entusiasmo e um brilho nos olhos (ou nas palavras). Há poucos professores assim.
Mário Braga, de cuja passagem pelo ERO só tive conhecimento há um ano, é uma figura relevante no panorama das letras portuguesas no séc. XX e o facto de ter sido professor no Colégio uma prova da qualidade do seu corpo docente.
A forma clara e vibrante como tudo isto é exposto torna a informação não só útil mas um prazer de ler. Obrigado, Mila, ficamos à espera de mais!
.
Mário Gonçalves e Ana Maria disseram:
O depoimento da Mila Marques contém um precioso testemunho que traz à actualidade a recordação de uma época passada no ERO e que nós, os da sua geração, desejaríamos talvez menos distante. É escusado dizer que adorávamos a Mila, a suas qualidades de boa aluna e de excelente colega, ponderada, possuidora de uma capacidade de estima que nos contagiava e por vezes, serenava. As amizades que assim criou são profundas, perenes. Nós, cá em casa, é assim que a consideramos ainda mais por ter sido a nossa companheira de eleição no namoro que, de facto, viu nascer. Poderíamos até não estar longe, talvez ao lado, no momento em que foi tirada a fotografia que a identifica perante as juventudes que vieram depois.
São justas as referências elogiosas que faz aos fundadores do ERO que, um pouco contra a corrente, alcançaram juntar no mesmo Colégio, as raparigas do Lusitano e os rapazes do Caldense, com óbvias vantagens para elas e para eles, no aspecto pedagógico, está bem de ver.
Os três Professores que a Mila elegeu merecem bem o destaque que lhes foi concedido, amplamente confirmado pelas qualidades humanas e pedagógicas que justamente lhes foram atribuídas e pelos dados curriculares com que complementou os outros talentos literários que tão bem se revelam na poesia de Rosa Bruno e na vasta prosa do consagrado escritor Mário Braga.
Agradecemos à Mila por ter representado de forma tão admirável a geração dos primeiros alunos que frequentaram o ERO e que o recordam com compreensível saudade.
Muitos beijinhos para a Mila com aquela nossa Amizade.
Ana Maria e Mário
.
Guidó disse:
Por aqui se compreende parte dos laços que me unem ao Colégio Ramalho Ortigão (outra parte deve-se a tantos dos meus amigos por lá terem andado). Cresci a ouvir histórias de professores e colegas da minha mãe e do meu tio Cazé (Carlos José Marques Henriques). Soaram-me sempre a um bom tempo e a uma boa formação.
Da Anita um conhecimento amigo de uma vida.
Do Mário Braga o encontro de vários livros nas estantes lá de casa e do Rosa Bruno a história do livro de Química, dactilografado na "Woodstock" e na qual eu fiz os meus primeiros trabalhos na Faculdade.
Beijos amigos para todos
da Guidó (Margarida Araújo)
.
António José Figueiredo Lopes disse:
Muitos parabéns Mila, adorei ler a tua colaboração no “BLOG”, fez-me recuar no tempo e reviver um passado sem dúvida muito feliz.
A vida profissional e até o período de formação afasta muitas vezes os que nascem em pequenas cidades, separa convívios e cria novos contactos e novas amizades. Julgo que isso ainda acontece, embora em menor escala, dado que actualmente existem boas vias de comunicação.
Não foi o nosso caso de há mais de sessenta anos. A cidade era pequena, mas como isso era agradável, o nosso convívio intenso, permanente, havia um sentido de apoio entre todos. Acho que foi isso que cimentou os nossos sentimentos. Embora separados pelo nossos diferentes percursos, nem o tempo nem a distância conseguiram destruir as nossas amizades de adolescentes, que perduraram por toda a vida… até hoje.
Lembras-te de ser a minha comadre um ou dois anos. Brincadeira que infelizmente penso que se perdeu “o contratar, contratar, quem primeiro manda rezar”, e graças à qual posso garantir que fazias excelentes bolos.
Falando de professores e em relação ao Dr. L. Maria Rosa Bruno estou totalmente de acordo contigo, mas à tua lista de livros gostaria de acrescentar uma Aritmética Racional cujas provas tipográficas ajudámos a rever. Infelizmente desapareceu-me um exemplar do livro de versos “Eu sou d’além” com uma dedicatória do Dr. Bruno.
Continua a escrever e manda mais fotos A.J.F.L
.
Júlia Ribeiro disse:
Não há dúvida que o blog ,dia após dia,está a tornar-se mais interessante !Não sei onde irá parar.....Fiquei a saber coisas que não imaginaria,nomes de pessoas que me diriam algo, mas que não fazia a minima ideia que teriam sido professores do ERO. Assim,passo a passo, vamos sedimentando ideias e conhecimentos do colégio, e do ensino,que pelo que a Mila nos relata ,teria sido sempre de grande qualidade.Obrigada Mila
Julia R
.
Adorei! A neta orgulhosa,
Sara
.
Gostei muito do testemunho da Mila Marques, que eu só conheço de ouvir falar (Mila, lembra-se da Sra. D. Emília, costureira, que morava na Rua do Hospício? Era ela que nos falava muito de si).
Quanto aos professores referidos, a Sra. D. Antónia Almendra era nossa vizinha na Estrada de Tornada e também, em casa dela, foi minha professora e da Muki (filha do treinador do Caldas Szabo), 3ª classe, e da minha irmã Lena, salvo erro na 1ª. A Sra. D. Anita é o que todas sabemos e por quem todas temos uma imensa ternura. O Dr. Bruno, que também só conheci através de conversas do meu irmão, era para mim como uma lenda.
Apreciei imenso o seu retrato do ERO e das amizades (e amores) que por lá foram nascendo, afinal tão semelhantes às que foram nascendo mais tarde, no nosso ERO. Afinal de contas, mudam-se os tempos mas as vontades nem sempre se mudam tanto! Isabel VP
.
"Foi ainda berço de casamentos..." escreveu esta nossa colega(se posso tratá-la assim)que nos retrata um colégio de todos os tempos com um à vontade e uma ligeireza admiráveis!!!Tudo tão igual que até a D.Anita foi também minha professora! Estou a brincar,porque não tive a felicidade de conhecer o Dr.Luis Rosa Bruno que já aqui tinha sido citado,nem o Dr.Mário Braga,pelos vistos um escritor importante que passou pelo colégio.Parabéns Mila, pela sua contribuição.Isabel
.
Jaime Serafim disse:
Deliciei-me a ler o texto daquela Senhora (D. Maria Emília Henriques). Que belo testemunho e que texto tão bem escrito!
Um abraço Jaime
.
São Caixinha disse:
Adorei ler o relato da Mila sobre os tempos anteriores ao nosso e os professores que a marcaram. Felizmente conheci a D. Anita a partilho sobre ela a sua opinião! Que amoroso o bordado... e que curioso recordar ainda os documentos escritos á máquina com cópias feitas a papel químico! Como era importante não fazer erros!!! Uma verdadeira maravilha esta participação...os meus parabéns, e desejos para que nos volte a deliciar com mais estórias.
São Caixinha
.
António Delicado disse...
Minha querida amiga Mila.
Não acompanhei esta sua vivência tão carinhosa e precisamente descrita neste texto mas tive o grande prazer em ter partilhado, durante alguns anos da sua vida profissional já como enfermeira consagrada na Direcção Geral dos Hospitais e depois da Saude, momentos de árdua labuta e ao mesmo tempo de grande partilha.A sua disponibildade, empenho e alegria contagiante ficaram marcados profundamente em mim e, creia, que são coisas que sempre perdurarão.
Grande beijinho António Delicado
.
Isabel Caixinha disse:
Que surpresa tão agradável ler o texto da Mila Marques.Não só foi aluna do princípio do ERO que eu conheci, como também do ERO que eu nem tinha conhecimento que tinha existido, e que foi graças ao Blog que conheci!
Dos professores mencionados só a D. Anita me é conhecida e também eu tive a sorte de aprender nas suas aulas de lavores "pontinhos" que ainda hoje adoro fazer.
Que informação tão valiosa para a reconstrução da história do ERO!Ficam os desejos que a Mila nos venha mais vezes falar dum passado que eu não conheci mas que de certa forma nos é comum .
um beijinho
Isabel Caixinha
.
Apetece-me começar com um sorriso de frase que a Emília escreveu: "Lembro-me que era necessário 1 original e três cópias e que havia um lindo capítulo sobre os gases raros da atmosfera"
:))
Quando a Emília conta ...
o "COLÉGIO RAMALHO ORTIGÃO nasceu da vontade e do empenhamento de alguns pais que queriam que os filhos continuassem a estudar mas sem partirem tão novos para outras cidades. E, talvez por ter nascido bem, era um colégio excelente, quer pelo ambiente, quer pelo ensino que nele se praticava"...
fico a pensar como esta lição de 'querer é poder', de 'pôr as mãos à massa' e 'os pés ao caminho', é um clássico que precisamos reler nos dias que correm.
(ah! e adorei o seu post!)
Inês
.
Aquele professor de matemática tinha muito estilo, realmente! Não é de admirar que a Mila se tivesse oferecido para lhe dactilografar o livro. Ainda para mais sendo parecido com o Manolete!
A Mila é tão fidedigna na descrição que faz que até parece que o vemos a acender o cigarro. Agora a sério: gostei muito! Este blogue cada vez congrega mais e mais gerações do ERO. Um beijinho para a Mila.
- Isabel Xavier -
.
começa a surgir realmente uma panorâmica de toda a existência do colégio.excelente texto cheio de memórias interessantes e informações inéditas.parabéns.
.
Amélia Viana disse:
Que bom termos o testemunho de uma "jovem colega" ,nascida em 1930...É a prova de que o tempo ilumina as mentes interessadas e curiosas da vida...Que bela é a sua descrição e que bem escrito o texto, tem o dom de nos reportar áquela época e vivenciar um pouco das suas experiências, percursos e ambiências.
Já não era novidade, mas agora fica mais reforçada ainda, a ideia de que houve desde sempre uma grande preocupação em relação ao corpo docente do nosso ERO para que tivesse os melhores professores,os de topo. Muitos parabéns à autora e não deixe de nos brindar com os seus maravilhosos contributos.
Amélia Teotónio
.
A Tia Miloca que se tornou, para mim, muito mais que a avó da Sara e da Mariana! Só tenho mais uma vez a agradecer os miminhos que nos proporciona depois de uma noite de festa, não esquecendo a paciência!
Espero poder continuar a viver esta sua alegria durante muito mais tempo.Um grande grande beijinho, Rafinha.
.
Joana Bruno disse...
Muito grata aos digníssimos Mila Marques, João Jales e a todos os que partilham neste blogue o vosso Passado Comum, que traz conhecimento às gerações seguintes dos vossos tempos e tanto nos enriquece e inspira...
Joana Rosa Bruno
13 comentários:
Foi com imenso prazer que li o que a Mila escreveu. Dos professores tive o prazer de conhecer o Dr. Rosa Bruno e a D. Anita, que apesar de não ser professora dos rapazes, é uma amiga que todos recordamos. Apesar dos doze anos de idade que nos separam recordo-me dos colegas cita, de si, o nome não me é estranho na memória, mas já fico grato pelo seu aparecimento neste espaço de são convívio.
João Ramos Franco
Adorei! A neta orgulhosa, Sara
Gostei muito do testemunho da Mila Marques, que eu só conheço de ouvir falar (Mila, lembra-se da Sra. D. Emília, costureira, que morava na Rua do Hospício? Era ela que nos falava muito de si).
Quanto aos professores referidos, a Sra. D. Antónia Almendra era nossa vizinha na Estrada de Tornada e também, em casa dela, foi minha professora e da Muki (filha do treinador do Caldas Szabo), 3ª classe, e da minha irmã Lena, salvo erro na 1ª. A Sra. D. Anita é o que todas sabemos e por quem todas temos uma imensa ternura. O Dr. Bruno, que também só conheci através de conversas do meu irmão, era para mim como uma lenda.
Apreciei imenso o seu retrato do ERO e das amizades (e amores) que por lá foram nascendo, afinal tão semelhantes às que foram nascendo mais tarde, no nosso ERO.
Afinal de contas, mudam-se os tempos mas as vontades nem sempre se mudam tanto!
Isabel VP
"Foi ainda berço de casamentos..." escreveu esta nossa colega(se posso tratá-la assim)que nos retrata um colégio de todos os tempos com um à vontade e uma ligeireza admiráveis!!!Tudo tão igual que até a D.Anita foi também minha professora!
Estou a brincar,porque não tive a felicidade de conhecer o Dr.Luis Rosa Bruno que já aqui tinha sido citado,nem o Dr.Mário Braga,pelos vistos um escritor importante que passou pelo colégio.Parabéns Mila, pela sua contribuição.Isabel
Minha querida amiga Mila.
Não acompanhei esta sua vivência tão carinhosa e precisamente descrita neste texto mas tive o grande prazer em ter partilhado, durante alguns anos da sua vida profissional já como enfermeira consagrada na Direcção Geral dos Hospitais e depois da Saude, momentos de ardua labura e ao mesmo tempo de grande partilha.
A sua disponibildade, empenho e alegria contagiante ficaram marcados profundamente em mim e, creia, que são coisas que sempre predurarão.
Grande beijinho
António Delicado
Apetece-me começar com um sorriso de frase que a Emília escreveu:
"Lembro-me que era necessário 1 original e três cópias e que havia um lindo capítulo sobre os gases raros da atmosfera"
:))
Quando a Emília conta ...
o "COLÉGIO RAMALHO ORTIGÃO nasceu da vontade e do empenhamento de alguns pais que queriam que os filhos continuassem a estudar mas sem partirem tão novos para outras cidades. E, talvez por ter nascido bem, era um colégio excelente, quer pelo ambiente, quer pelo ensino que nele se praticava"
... fico a pensar como esta lição de 'querer é poder', de 'pôr as mãos à massa' e 'os pés ao caminho', é um clássico que precisamos reler nos dias que correm.
(ah! e adorei o seu post!)
Inês
Aquele professor de matemática tinha muito estilo, realmente! Não é de admirar que a Mila se tivesse oferecido para lhe dactilografar o livro. Ainda para mais sendo parecido com o Manolete! A Mila é tão fidedigna na descrição que faz que até parece que o vemos a acender o cigarro.
Agora a sério: gostei muito! Este blogue cada vez congrega mais e mais gerações do ERO. Um beijinho para a Mila.
- Isabel Xavier -
começa a surgir realmente uma panorâmica de toda a existência do colégio.excelente texto cheio de memórias interessantes e informações inéditas.parabéns.
A Tia Miloca, que se tornou para mim, muito mais que a avó da Sara e da Mariana! Só tenho mais uma vez a agradecer os miminhos que nos proporciona depois de uma noite de festa, não esquecendo a paciência!!
Espero poder continuar a viver esta sua alegria durante muito mais tempo.
Um grande grande beijinho, Rafinha.
A Tia Miloca, que se tornou para mim, muito mais que a avó da Sara e da Mariana! Só tenho mais uma vez a agradecer os miminhos que nos proporciona depois de uma noite de festa, não esquecendo a paciência!!
Espero poder continuar a viver esta sua alegria durante muito mais tempo.
Um grande grande beijinho, Rafinha.
Muito emocionada e feliz ao ler comentários sobre o meu querido PAI Luís Rosa Bruno, da parte de alunos amigos, que fizeram os meus olhos brilhar ao relembrar o meu adorado PAI,falecido, mas nunca esquecido, a 26 de Abril de 2002 aos 86 anos, na Marinha Grande, terra que não reconheceu o seu valor, dada a mentalidade das gentes...O meu Pai continuou até ao fim dos seus dias a pesquisar, a escrever, a experimentar, a pensar...muito haverá a dizer, a contar, a perguntar, a partilhar...agradeço contacto da Vossa parte. Parabéns pelo vosso blogue e muito obrigada pela ALEGRIA que me proporcionaram. Joana Bruno
P.S.a minha mãe Maria Alcina R. Bruno continua a procurar textos e outros do meu Pai, eu quero ajudar e conto convosco. Muito Grata Joana Bruno
Muito grata aos digníssimos Mila Marques, João Jales e a todos os que partilham neste blogue o vosso Passado Comum, que traz conhecimento às gerações seguintes dos vossos tempos e tanto nos enriquece e inspira...
Joana Rosa Bruno
Partilharei convosco curiosidades sobre o meu pai Luís Rosa Bruno, deixo-vos agora porém, com uma poesia de sua autoria "Quem é Malhoa"
Quem é Malhoa
Olhai, séculos, milénios,
Quem é Malhoa, irmão dos génios!
Da Lusa Grei,
Dos Lusos Chão e Céu,
A Luz, a Alma, a Cor,
A Graça, o Vinho, a Fé,
a Dor e a Ralé,
O Sangue e a sua Lei,
O Rictus e o Escarcéu,
Andavam sem Pintor...
Mas Ele nasceu e logo
Tornou-se Portugal maior!...
Que logo o Ser, o Parecer,
O Sentimento, a Crispação,
Os Simples, as Vélhinhas, os Heróis,
Por sua mercê - Ó divina mão! -
Tudo! Todos! Eia!
o Nosso Coração, Nós, a Nossa Gente,
Ele prendeu em Telas incontáveis,
Para eternamente...
Olhai, séculos, milénios,
Quem é Malhoa, irmão dos génios!
Enviar um comentário