ALMOÇO / CONVÍVIO

ALMOÇO / CONVÍVIO

Os futuros almoços/encontros realizar-se-ão no primeiro Sábado do mês de Outubro . Esta decisão permitirá a todos conhecerem a data com o máximo de antecedência . .
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D. JUAN ... MANUEL NUNES

Dr. João Manuel Nunes ...................................................por Júlia Ribeiro


Quando conversei com a Dra. Alda Lopes, soube que esta era prima do Dr. Nunes. Assim, consegui saber algo em relação a um professor que, embora tivesse estado muito pouco tempo no ERO, muitos recordarão, porque era natural das Caldas e porque foi um professor que julgo ter qualquer coisa de especial....... como se verá mais adiante......!!!

O Dr. Nunes era licenciado em Farmácia e tinha acabado de chegar de Angola, onde esteve a cumprir o serviço militar. Leccionou Ciências Naturais no início do ano lectivo de 1963, tendo permanecido no colégio apenas alguns meses, porque, entretanto, foi para o Laboratório Luso-Fármaco, em Lisboa.

Não há muito para dizer. Infelizmente, faleceu em 2006, e limito-me a transcrever o que a sua prima me disse: que ele gostou muito do contacto com os alunos.

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A Dra. Alda lembra as muitas vezes que entrava no café Lusitano e lá estava o Dr. Nunes a corrigir pontos e rodeado de meninas por todo o lado!!! Ela emitiu uma frase muito espontânea: “era um inspirador de paixões”…

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Como tínhamos a poetisa da turma que, já sabem, era a Manela Carvalheiro, guardámos uns versos, a ele dedicados, que acho transmitirem um pouco do que foi o Dr. Nunes.


Em Ciências, este ano
Há um professor sem par
E nem sei se houve engano
Em ele vir cá parar.

Anda sempre a querer dizer
Qualquer coisa que não diz
E para se entreter
Anda sempre com o giz.

Do cabelo, é um crime
Que a gente diga mal,
Pois só em Brilcream
Ele gasta sem igual.

O seu olhar, que colosso
Até nos faz sentir mal,
Com o seu anel d’osso
Que coisa fenomenal.

Para a São a coisa é rara
Nas aulas da criatura
Ao ver de perto a cara
Atingiu tal ventura.

A Lucilia bem quer ver
Se ele lhe liga alguma
Finge então não entender
Mesmo coisinha nenhuma.


Armanda, Alda Lopes, J M Nunes, Cremilde



(Após sair do ERO e ser substituído pela Drª Cristina)

Alma minha gentil que partiste
Tão cedo deste colégio, infelizmente,
Repousa no laboratório bem contente
Enquanto a gente fica nas Caldas sempre triste.

E se lá nesse lugar onde subiste
Memória das tuas alunas se consente
Lembra-te deste amor ardente
Que em todas nós tão puro viste.

E se acaso possa merecer-te
Alguma coisa, a dor que nos fica
Da tua partida de repente

Roga a quem esse emprego te arranjou
Que bem depressa nos deixe ver-te,
Tão depressa como de nós te levou.



Texto: Júlia Ribeiro(2008). A foto também é da sua colecção.
Versos: Manuela Carvalheiro (1963)
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COMENTÁRIOS
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Manuela Carvalheiro disse:
Como o tempo passa. Ao que parece ficámos todas embeiçadas pelo Dr Nunes e a sua brilhantina à Travolta ou mais exactamente pré-Travolta. Fico espantada! Quantos versos meus a Júlia ainda terá para tirar da cartola? Acreditem que, talvez por ser pouco saudosista (ou será Alzeimher?), não me recordo da figura nem dos versos. Sinto-me uma poetisa de meia tigela claro.
Já estou a pensar em editar um livro de poesia light mas com estilo. Que tal chamar-lhe "Poetry in the sixties. By Manuela Carvalheiro one of the Ex ERO". Foram bons tempos. A alegria e o convívio eram o nosso entretenimento. Tempos saudáveis, sem crises e com muita amizade.
Manuela Carvalheiro
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A J Figueiredo Lopes disse:
Acabo de ler o “Blog” e descobri duas coisas, uma das quais me deixou bastante triste. Descobri que o João Nunes tinha sido professor no Colégio e descobri que morreu. Com efeito reparo agora que já não o via há muito tempo, nem tinha qualquer contacto, mas nunca pensei que tivesse morrido. Julgo que sabem que ele foi aluno do Colégio Caldense/Ramalho Ortigão, e embora mais novo (e portanto de outro ano) fomos colegas de colégio, tendo sempre mantido ao longo dos anos algum contacto.Um abraço A. J. F. Lopes
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Isabel disse:
A história já eu conhecia, mas não a fotografia nem os versos. Lembro-me muito bem dele, filho do Sr. Nunes da Farmácia Branco Lisboa.Não tenho ideia nenhuma da Mª Armanda ter aquele aspecto; em compensação, reconheci logo a Dra. Cremilde — era mesmo qssim que me lembrava dela. E, já agora, parabéns à prosadora (que de nada fez uma história) e à nossa poetisa de serviço. Isabel VP
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JJ disse:
Já aqui escrevi que o êxito desta série deve mais à Júlia e ao seu contagiante entusiasmo do que a qualquer outro factor.
Concordo com a Isabel que a autora tem vindo, com cada vez mais facilidade, a conseguir cativar-nos com a forma como partilha as suas memórias connosco.
Desta vez percebi os versos todos sem qualquer dificuldade, evitando a indignação das amigas e colegas da poetisa...
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Laura disse:
Gostei muito de recordar o Dr. Nunes e as suas aulas. Foi um professor bom e jovem, que de certo não deixou nenhuma das suas alunas indiferentes.
A sua qualidade pedagógica e a motivação que incutiu no espírito dos seus alunos, foi excepcional. Estudei Biologia, com o maior empenho, para tentar chamar a atenção do professor e conseguir um pouco da sua admiração. Valeu a pena, pois aprendi mesmo a sério toda a matéria leccionada, apenas com o intuito de lhe agradar e impressionar.
Fiquei triste ao saber da sua morte precoce, pois foi uma grande perda.
Um muito obrigado à Júlia e ao João Jales, por nos proporcionarem recordações tão boas.
Laura

1 comentário:

Anónimo disse...

A história já eu conhecia, mas não a fotografia nem os versos. Lembro-me muito bem dele, filho do Sr. Nunes da Farmácia Branco Lisboa.
Não tenho ideia nenhuma da Mª Armanda ter aquele aspecto; em compensação, reconheci logo a Dra. Cremilde — era mesmo qssim que me lembrava dela.
E, já agora, parabéns à prosadora (que de nada fez uma história) e à nossa poetisa de serviço.
Isabel VP