Fomos sempre assim? Ou houve um tempo em que não um novo ano mas uma nova vida se estendia imaculada à nossa frente e a passagem de Ano era só mais uma festa, um pretexto para sair e beber um copo com os amigos já que não esperávamos do novo ano senão a continuação do anterior? É claro que tenho a ideia de desejar ter melhores notas e menos problemas no colégio, mas não me lembro de tomar nenhuma resolução de estudar mais ou comportar-me melhor nas aulas... É claro que desejava menos atritos familiares, mas nunca iniciei nenhum programa para chegar mais cedo a casa quando saía à noite ou adequar mais do que o estritamente necessário o meu comportamento às exigências e aspirações paternas... Fomos sempre assim? Penso que não, nessa altura esperávamos mudar o Mundo e não que ele nos mudasse a nós, isso é que era lógico! (como diria o Miguel BM)
Penso que já se tenham interrogado a que propósito é que estas reflexões surgem hoje, aqui (ou então estão a ler isto sem prestar atenção), porque realmente podem parecer desajustadas. Mas espero que não, já que a interrogação dicotómica sobre este ser um espaço de pura nostalgia ou de reflexão sobre um passado e uma identidade comum é, de forma mais ou menos explícita, sempre o tema deste Blog. A nossa forma de encarar 2008 é diferente daquela como encarámos 1948, 58, 68, 78? Aprendemos realmente alguma coisa, o ERO foi o início dessa aprendizagem e tudo faz sentido, ou as aspirações e os sonhos da adolescência foram o que de melhor produzimos e o dia-a-dia e a rotina vão calmamente anestesiando o menino que queria ser…
Ou esqueçam o que eu escrevi numa chuvosa tarde de feriado, tenham mas é um bom Ano de 2008, deixem de fumar, comecem aquela dieta, vão à ginástica e à natação, comecem a andar mais a pé e menos de automóvel e sejam mais felizes que em 2007. E peço desculpa por esta interrupção, o Blog segue dentro de momentos !
JJ
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Comentários:
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Margarida Araújo disse...
Boa reflexão, João. Eu comecei o meu ano a apanhar pinhas. Tarde triste, cinzenta, fria e chuvosa, esperando eu, que não seja pressagiadora de um ano triste. O mundo não anda bem, sabe-se. E não sei se é a idade que nos dá uma visão mais nítida das coisas, ou se de facto elas estão mesmo piores.De qualquer forma e como me tenho por optimista, enquanto apanhei pinhas soube-me bem a aragem e o fresco húmido deste primeiro dia do ano. Espero que este espaço seja um lugar de recordações e reflexões e de encontros e reencontros. Um grande e carinhoso abraço para todos, que mesmo não tendo sido meus colegas, foram e sei que são meus amigos. Fica também a promessa da minha colaboração sempre que seja solicitada pelo "Estado Maior" e sinceramente a minha amizade. Guidó
Parabéns ao João Alvorninha que faz hoje anos.
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