Já anteriormente datado entre 1966 e 1970, não há nada nesta folha do Diário que permita alterar esse período.
Os profs referidos são os da altura, de 65 a 70. Dra. Cristina Marques (um terror a Ciências e Geografia), Dr. António José Lopes (eficaz e bem disposto nas aulas de Matemática e Desenho), Dr. Jaime Serafim (empenhado professor de Físico-Químicas e Matemática). O prof Silva Bastos (Ginástica) defendia abertamente a guerra colonial nas suas aulas. Estranhamente, e num incidente motivado por uma discussão sobre o assunto, a hierarquia do ERO não subscreveu as suas teses, para grande espanto (e alívio) do aluno e indignação do professor.
O 31 desapareceu dos cafés caldenses, mas eu lembro-me de ser omnipresente. Cada jogador escolhia dois números que escrevia num papel escondido. Cada um, à vez, riscava, num impresso fornecido pelo café, um número (que não podia ser dos seus, claro). Iam sendo dispensados aqueles cujos números eram riscados pelos adversários. O último pagava as bicas.
O "chá frio" como forma de beber vinho branco nalguns locais era uma realidade, aliás testemunhada em alguns depoimentos aqui publicados nesta série, nomeadamente o último do Dr. Lopes. Mas o autor tem razão, nunca se sabia quais as senhoras que também usavam este expediente, um exemplo de que o "sigilo profissional" dos empregados de Cafés e Pastelarias existia!
O truque de usar a data como parcela da conta, adicionando-a ao valor dos bifes e das cervejas, garantia bons proventos a alguns empregados de mesa, muito mal pagos e vivendo de gorgetas. Na segunda metade da década de sessenta já só "pegava" com turistas e veraneantes.O Silva a que o autor se refere deverá ser um dos dois irmão que foram empregados e empresários em vários estabelecimentos da restauração caldense.
O tacho era um jogo de bilhar normal com um pires (tacho) no centro da mesa. Tinha o jogador que "dar bola" sem tocar no pires. Cada vez que tocava, colocava uma multa pré-estipulada no tacho, onde o dinheiro em jogo ficava à vista. O vencedor "limpava o tacho".Vi jogar muito no Marinto, Central, Maratona e Camaroeiro, mas nunca fui pessoalmente grande entusiasta.
O desconhecimento e o obscurantismo sobre a sexualidade era na altura quase total. Não havia ninguém disponível para fornecer (in)formação nessa área. Não se vendia um preservativo a um adolescente, era proibido.
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JJ
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