ALMOÇO / CONVÍVIO

ALMOÇO / CONVÍVIO

Os futuros almoços/encontros realizar-se-ão no primeiro Sábado do mês de Outubro . Esta decisão permitirá a todos conhecerem a data com o máximo de antecedência . .
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Os Locais de Acácio Leite





Acácio Leite








Amigo João



Eu sou um ex-aluno (1957/8/9 ) do IVS ( Instituto de Voos Supersónicos, como lhe chamávamos, ou Instituto Vaz Serra, como era oficialmente conhecido), de Cernache do Bonjardim e fazia também parte da equipe de futebol que anualmente defrontava o E.R.O. , salvo erro um ano em Cernache e outro nas Caldas .

Passávamos o ano à vossa espera. O nosso colégio também era misto e daí acontecerem cenas giras, com o esmero nas recepções a ser recíproco.

Eu, infelizmente, não tenho fotografias dessa época já que fui apanhado pela descolonização de Angola, onde presentemente vivo, e quando daqui saí tudo deixei.

Foi uma história que me marcou profundamente ao longo da vida e que me farto de contar , quer no seio da minha família quer no seio dos meus amigos É uma história que hoje talvez fosse impossível ser vivida já que os valores, quer se queira quer não, são outros. Tanto me marcou que, de tudo quanto vivi em comunhão com a malta do ERO, apesar de ter lembranças gerais no pormenor apenas ficou um nome, já lá vão 50 anos e não me lembro se a M. era alta ou loira, bonita ou feia, gorda ou magra. Era linda por dentro.

O caso passou-se numa recepção que nos foi feita nas Caldas da Rainha em 57 ou 58 do século passado.

Ao chegarmos às Caldas, no ponto de encontro pré estabelecido, estavam alguns membros do ERO, na sua grande maioria meninas, e nós éramos para aí 50 alunos do IVS. Qual o nosso espanto quando à saída do autocarro fomos logo ali condecorados com os "bordalinhos" de gravata e ainda por cima pelas meninas. Eu era dos novos e calculem como fiquei vermelho de vergonha, mas depressa me passou, ao aperceber-me que as meninas agiam com a maior naturalidade do mundo, embora algumas com um pouco de maldade.

Falou-se no almoço (nós tínhamos recebido dinheiro para nos desenrascarmos) e alguém me deu o braço e disse: “tu vais almoçar comigo” .

Era a M . A seguir a mim, deu o braço a outro colega meu e o que é certo é que não ficou ninguém sem ser convidado para ir almoçar.

Depois do jogo (não me lembro do resultado), onde a M e outras meninas andaram com umas capas negras a fazer o peditório pelas bancadas, lá fomos nós para o que eu julgava que era o Casino, mas pelos vistos era o Turismo, para o célebre e esperado lanche e baile

Era regra, nos nossos lanches quer no ERO quer no IVS, primarmos por patifarias, principalmente no campo das bebidas. No Turismo a ratoeira foi uma enorme taça de cup, que nunca chegou ao fim, e cheia de octanas.

A farra estava muito boa e, já com o cup a fazer efeito, pedi namoro à M. Ela aceitou de imediato e eu fiquei nas nuvens.

No fim da festa o nosso autocarro encostou à porta do Turismo e o nosso director, mais o director do ERO e um ou outro colega em melhor estado, ajudaram a meter os em pior estado dentro do autocarro.

Chegados a Cernache, logo nos primeiros intervalos de segunda-feira, começámos a contar uns aos outros as nossas aventuras amorosas e rapidamente chegámos á conclusão que a M. tinha aceite propostas de namoro de 4 ou 5 ou 6 ou 7 , não me lembro bem .

Ficámos fulos e estávamos nós a preparar uma resposta à altura da situação quando começamos a receber cartas da M.

Era ela a desfazer o namoro com cada um de nós e a explicar porque é que tinha aceite: nós não estávamos em condições de ouvirmos um não e em defesa do bom ambiente e da camaradagem, ela decidiu aceitar namoro de toda a gente que lhe pedisse, para que nós, em caso de recusa, não tivéssemos pretexto para arranjarmos problemas e estragarmos o ambiente .

Não me lembro se outras meninas do ERO fizeram a mesma coisa pelas mesmas razões.

É esta a história do meu " namoro " com a M.

Como vês João não há maldade nenhuma. Acho que ao escrever esta história estou a prestar uma respeitosa homenagem a uma pessoa que admirei quiçá pelo seu físico ou sua aparência, mas fiquei a respeitar pelo seu íntimo.

Para ti um abraço

Acácio Leite

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