ALMOÇO / CONVÍVIO

ALMOÇO / CONVÍVIO

Os futuros almoços/encontros realizar-se-ão no primeiro Sábado do mês de Outubro . Esta decisão permitirá a todos conhecerem a data com o máximo de antecedência . .
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AS PRAÇAS DA JÚLIA

por Júlia Ribeiro





Hoje não resisto a comentar, ou antes a testemunhar as minhas vivências nas praças das Caldas, quase desde que nasci....

Havia 3 Praças nas Caldas: a actual e que permanece, a Praça do Peixe, mas junto a esta última, havia a Praça da Criação, localizada no actual local das esplanadas.

Nesta última a minha mãe ia vender os coelhos, galinhas, ovos, perus e também patos ou mais alguma espécie de criação criada na Quinta por ela. E, aqui, estou a rever as ninhadas de coelhos pequeninos, que sempre me repugnaram mexer por se assemelharem a ratos ,os bicos dos pintainhos a picar a casca do ovo para saírem, enfim, a vivência do campo em que fui criada. Não sei quando acabou a praça da Criação, pois segundo o que o Jales descreve, já estaria tudo misturado quando andou a correr à volta da Igreja a apanhar os coelhos.

Quanto à Praça da Fruta, assim chamada na altura, o meu avô paterno foi um desses vendedores que não tinham lugar marcado, durante muitos anos! Recordo-me, à 2ª feira, vê-lo chegar na carroça que o tinha levado de madrugada. Quando eu tinha 4 anos o meu pai teve o seu 1º carro- uma furgoneta Austin HF-17-31 verde (provavelmente graças ao árduo trabalho do meu avô Romão).A carroça foi então substituída pelo carro em 1952, e assim a viagem tornava-se menos penosa....

Ao entrar para o Colégio, sendo o meu meio de transporte habitual Óbidos - Caldas a camioneta dos Capristanos, à 2ªfeira ia juntamente com as peras, maçãs, batatas, cebolas, etc.

Penso que durante os anos que frequentei o Colégio o meu avô frequentou a praça e vou contar um facto que para mim, e provavelmente quase todos da minha geração, demonstra a evolução do tempo e o que para mim foi tão marcante : após o almoço passava pela praça dar um beijinho ao avô e ele dava-me 25 tostões para ir à Frami comprar um bolo, habitualmente um pastel de nata.

Com todo o esforço e trabalho do MEU AVÔ e dos MEUS PAIS, estudei, fui para a Faculdade, tirei um curso e aqui estou no BLOG convosco, a relembrar tempos fantásticos.....

UM MUITO OBRIGADA ao MEU AVÔ ROMÂO aos MEUS PAIS e a VOCÊS “que foram à PRAÇA”.
VIVA a PRAÇA!!!

Júlia R



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COMENTÁRIOS
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João Jales disse:
Este é um dos textos mais bonitos que tive o prazer de publicar no Blog. Se, como acredito, escrever bem é transmitir emoções aos outros, este texto é imbatível.
Tens mais surpresas destas para nós, Júlia? Espero que sim. JJ
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Manuela Gama Vieira disse:
Amor, Partilha, Ternura e Gratidão!
Não encontro mais palavras...e as palavras valem o que valem!
Muito obrigada. Manuela Gama Vieira
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Isabel Esse disse:
São realmente palavras que parecem brotar do coração.Embora não conheça a Julia, que deve ser mais velha pelo que diz,daqui lhe envio sinceras felicitações por esta bonita prosa.Beijinhos.Isabel
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João B Serra disse:
Excelente. Mais um momento alto do blog, e certamente dos mais tocantes e genuinos.
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São Caixinha disse:
Adorei o teu texto sobre a praça, Júlia! Escreveste com o coração e tocaste-nos! Um beijinho para ti. São
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António Fialho Marcelino disse:
Júlia:
Quase que me puseste a chorar. Fizeste-me lembrar os sacrifícios que o meu pai e a minha mãe fizeram para que eu estudasse no ERO. Com descrições como aquela que escreveste no blog, estamos a fazer a grande história do que foi o Ramalho Ortigão.
Não nos esqueçamos das assimetrias existentes entre os alunos que, justiça seja feita, não era visível, pelo menos eu nunca a senti. Obrigado pela prosa. Tó-Quim
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Isabel Cx disse:
O texto da Júlia é admirável!Brilha pelo valor de sentimentos e pela honestidade dos mesmos.E que querido o reconhecimento da Júlia pelo esforco e trabalho do avô e dos pais!Sem dúvida notável tarefa da parte deles, onde empenharam muita energia e muito trabalho. E, tal como eles sentiram, tal empenho não podia estar entregue em mãos mais responsáveis e capazes! Uma jóia esta 'nossa' Júlia...
Junto-me ao JJ no pedido de que ela se vá revelando em mais destes maravilhosos textos. Beijinho com saudades à Júlia! Isabel
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João Ramos Franco
As recordações da tua vivência, estão no meu conto A Praça. Foi para todos vós, que dependiam do que nela vendiam, que eu o escrevi.
A alegria de quem lá comprava eram os cestos e o conteúdo do que lhe interessava comprar; tudo o resto que nos contas não estava lá para venda.
Um abraço amigo do João Ramos Franco
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Anabela Miguel disse:
Quantas saudades das minhas idas à praça com a minha Mãe!!!!
Todo aquele cheiro e cor que me encantava e pensar no sacrifício de todas aquelas pessoas para que nós, os citadinos, pudéssemos ter todos os dias os produtos fresquinhos e saudáveis.
Um texto lindo o que escreveu a Júlia com muita ternura, muita gratidão e principalmente com muita HUMILDADE. Bjs. Anabela M
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Ana Nascimento disse:
Julinha
Dizes tu que não tens grande queda para a escrita !!!!! Fizeste-o com o coração e…. lá fiquei eu a chorar ,cachopa !!!!!!
Sempre soube que és uma miúda muito bem formada, mas não pensei que tivesses uma alma tão grande ….
Agora é a minha vez de dizer um obrigada ao teu Avô e aos teus Pais por seres a mulher que és …
Beijinhos amiga
Ana
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Laura disse:
Júlia não podia deixar de escrever umas palavrinhas sobre o teu maravilhoso texto.
Foi escrito com o coração nas mãos, e isso tocou-me muito.
Recordaste e agradeceste o melhor que te aconteceu desde criança.
Fizeste-me lembrar todos os pais como os teus e os meus, que tantos sacrifícios fizeram para que os seus filhos pudessem ter uma vida diferente da deles.
Conseguiste também mostrar que os alunos do Colégio não pertenciam todos a uma classe elitista, e por isso, o meu muito obrigado.
Se bem me recordo, pois morava perto da praça da criação, foi já depois de 1977, que essa praça acabou.
Então sim, a partir daí ,o Jales podia correr à volta da Igreja enquanto os bichos estavam misturados com a hortaliça na Praça da Fruta.
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Fernando Santos disse:
O texto da Júlia é sem dúvida uma demonstração de ternura e boa memória. Em 1952 ela tinha 4 anos e eu 19. Portanto lembro-me muito bem da Praça da Criação, que segundo creio só se realizava ás segundas-feiras tal como o mercado do gado no Largo da Feira Velha ao fundo da Rua da Ilha.
Também a minha mãe costumava discutir o preço de tudo o que comprava, não só na praça, mas também nas lojas de roupa e sapatarias.
Mas voltando à Praça do Peixe. Por acaso haverá por aí no Blog alguém que se recorde dos Ouriços do Mar e dos Percebes que se vendiam no lado direito próximo da Rua do Sacramento ? Só apareciam na altura das chamadas Marés Vivas, e eram trazidos por vendedores da Serra do Bouro que os apanhavam nas Arribas quando o mar permitia.E as enguias do Nadadouro e do Bom Sucesso? Que belos ensopados!
Um beijinho para a Júlia e o meu obrigado por trazer para o Blog memórias que recordo com tanta saudade.Fernando Santos.
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JJ disse:
A memória do Fernando Santos é excelente e confirma que o mercado da criação se realizava junto ao Pinheiro Chagas, mas semanal e não diariamente.
Está pois correcta a memória, minha e de vendedoras com quem falei, de coexistirem na Praça fruta, hortaliça e animais de criação na década de sessenta.
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A. Justiça disse:
Para além destas Praças existia ainda, salvo erro de memória às segundas-feiras, o mercado de produtos hortícolas que se estendia desde o Largo da Estação da CP até junto ao antigo Quartel dos Bombeiros. A.Justiça
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Ana Nascimento disse:
Tens razão, essa feira às 2ªs., vulgo, A feira das Caldas, teve "assento" na Avª. durante algum tempo e depois passou para os terrenos onde hoje está a Biblioteca. Aí, além das hortaliças, encontrávamos outros "produtos" como os "atoalhados" e o calçado... Era o máximo ter uns sapatos de carneira com atacadores !!!! a Betinha (Bicho)mandou fazer uns que eram um espectáculo. E agora pergunto eu : Oh Betinha será que ainda tens os sapatos? BjinhosAna
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JJ disse:
Estou à espera de uma resposta da tua amiga Betinha Bicho desde Agosto... Será que ela te vai responder a ti?

3 comentários:

Anónimo disse...

Amor, Partilha, Ternura e Gratidão!

Não encontro mais palavras...e as palavras valem o que valem!

Muito obrigada
Manuela Gama Vieira

Isabel Esse disse...

São realmente palavras que parecem brotar do coração.Embora não conheça a Julia, que deve ser mais velha pelo que diz,daqui lhe envio sinceras felicitações por esta bonita prosa.
Beijinhos.Isabel

Anónimo disse...

Para além destas Praças existia ainda, salvo erro de memória às segundas-feiras, o mercado de produtos hortícolas que se estendia desde o Largo da Estação da CP até junto ao antigo Quartel dos Bombeiros.
A.Justiça