O “Sinaleiro”
(uma noite de Setembro de 1966)
(uma noite de Setembro de 1966)
- Tens onde ficar? perguntou-me o Zé Tó, já devia ser perto das 2 da manhã. O “Inferno” acalmara. No piso inferior, havia três grupos na cavaqueira. O dos professores primários, um grupo de amigos e familiares dos donos da casa e o dos estudantes universitários, aqueles dois lá atrás, mesmo no pé do sem-fim.. Eu deambulara entre eles. Tinha vindo com o capitão Aventino Teixeira, que encontrara na Zaira ao fim da tarde e com quem combinara ir à noite à Azenha. Tema da conversa: a Faculdade de Direito de Lisboa, onde ambos acabáramos de entrar. Como aluno voluntário, o Aventino queria saber se eu já tomara contacto com os programas e adquirira sebentas e códigos. Estávamos em Setembro. Dentro de pouco tempo a minha vida sofreria uma grande mudança.
O Aventino tinha relações familiares com o Luis Barreto, o proprietário daquele espaço, uma velha azenha do século XVIII, desactivada em 1945 e recuperada em 1964, funcionando desde o ano seguinte como clube particular aberto a “amigos e amigos dos amigos”.
No grupo dos professores todos me eram familiares, a começar pela Branquinha, que residia em casa dos meus Pais, no Carvalhal Benfeito, a Melita e o Tó. Com eles estava também Alice Pimentel, Joca Sales, e o irmão deste, Zé Maria, pintor e escultor. O Ferreira da Silva dançava sozinho no espaço central, em terra batida. Era uma figura impressionante, com a boina preta por baixo da qual despontavam madeixas rebeldes, e uma camisa de quadrados com as mangas enroladas. A certa altura parou e desafiou Alice para cantar, mas não havia ninguém com guitarra. No outro grupo estavam antigos alunos do Externato Ramalho Ortigão, que tinham feito o 7º ano em anos anteriores e estavam em Coimbra ou Lisboa, na Universidade. O Zé Tó estava com eles.
- Desta vez fico nas Caldas – respondi. Vais sair agora? Tens lugar para mim no carro?
Nas férias, ficava muitas vezes em casa do Zé Tó, na Quinta de S. José, em Óbidos. Tinhamos frequentado juntos o 7º ano da alínea e), do Direito, os únicos a fazê-lo no Colégio nesse ano, e na circunstância tornámo-nos amigos. Mas o Zé Tó necessitava de repetir uma cadeira para completar a alínea f), se quisesse ingressar em Agronomia. Eu sabia que ele estava ocupado a estudar para os exames e não quisera desafiá-lo a saír naquela noite.
- Levo-te. Onde dormes?
- Em casa do Dr. Leonel Cardoso. O Néné emprestou-me a chave.
O Zé Tó, um pouco mais velho do que eu, tinha carta e conduzia um velho Woseley que fora do avô.
Despedi-me dos professores e do Ferreira da Silva. Acenei ao Aventino e ao Luis Barreto. Subi as escadas com o Zé Tó. Os outros membros do grupo dos antigos alunos já tinham saído. No piso de cima, havia um grupo a comer pão e chouriço. Ouviam-se vozes no exterior.
- Quanto vais deixar? – perguntei. Na Azenha, cada um pagava o que lhe parecia adequado ao consumo que fizera. Eu tinha bebido uma aguardente e o Zé Tó um copo de vinho.
- Podemos deixar uma nota de 20 escudos – sugeriu ele. Introduziu a mão no porco sem fundo concebido pelo Ferreira da Silva e onde cada um depositava o que achava justo, enquanto eu reunia os 10 escudos da minha parte para lhe entregar.
Dirigiamo-nos para o carro, passando pelos rapazes que continuavam a conversa cá fora, quando dois deles pediram para vir connosco. Eram o João Mário Anjos, que terminara o 7º no ano anterior e entrara em Coimbra, e o João Branco Lisboa, que estava a terminar Farmácia em Lisboa. O João Mário contava histórias delirantes sobre a vida académica em Coimbra. Na sua voz grave, os episódios narrados tinham uma graça irresistível.
- Onde é que os deixo? perguntou o Zé Tó. Todos declararam que iam levar o futuro caloiro a casa.
A Casa do Dr. Leonel Cardoso era um 1º andar da Rua das Montras, para o qual se entrava pela mesma porta que dava acesso à “Tertúlia Artes e Letras”. O Zé Tó saiu da Quinta de Santo António e apanhou a estrada de Tornada, seguiu depois para o interior da cidade, parando na Rua das Montras, junto ao “Turita”. Saímos. O João Mário continuava entusiasmado com as lembranças de Coimbra. Toda a gente se ria.
Vindo da praça, pelo meio da rua, aproximaram-se dois outros retardatários. Um deles era o Nené.
- Encontrei o Luis, meu amigo de Lisboa, que está a passar férias nas Caldas, Tem uma garrafa de whisky para a malta beber. Mas para onde havemos de ir? O meu avô a esta hora já está a dormir. É muito surdo, mas não quero correr o rsico de o acordar.
Entreolhamo-nos com desolação. Tínhamos uma garrafa, ainda por cima de whisky, mas não sabíamos que fazer com ela. Poderíamos ficar sentados no passeio - àquela hora não passava ninguém - mas não tínhamos copos.
Foi então que o João Branco Lisboa se adiantou para dizer:
- Eu resolvo. Vamos à farmácia.
Trotámos animados até à Farmácia do João, um pouco mais adiante. Passamos para lá do balcão, entrámos na área reservada. Havia uma mesa de pedra escura, com embalagens de cortiça e uma balança. O João trouxe os copos improvisados. Toda a gente celebrou a primeira vez que bebia whisky por tubos de ensaio.
Quando a garrafa acabou e saímos para a rua, a cidade, definitivamente dormecida, estava à nossa mercê. A euforia tornara-nos mais afoitos. Talvez afinal pudéssemos ousar mais do que até então. Quem nos iria impedir? O João Mário correu à frente. Seguimo-lo, sem perguntas. Uma certa urgência tomara conta de nós.
No fim da Rua das Montras, encostado aos Armazéns de Vinho do Dr. Julio Lopes, jazia, inútil, um tamborete de polícia sinaleiro. O João Mário arrastou-o para o centro do cruzamento e subiu para o estrado. Deu um assobiu estridente. Rapidamente, distribuimo-nos pelas restantes ruas: a Heróis da Grande Guerra (Norte e Sul) e a Miguel Bombarda. Apitávamos ruidosamente à aproximação do cruzamento. O sinaleiro, de luvas calçadas, fazia “alto” com uma mão e acenava com a outra. O Nené, conduzindo um carro dos Bombeiros, exigia prioridade. Luis, o forasteiro, pretendeu discutir as regras e foi mandado de castigo para o fim da fila. A minha carrinha Volkswagen tinha o pisca pisca da direita fundido. O Zé Tó queria mudar de direcção, sempre que se aproximava do centro da rotunda improvisada. O sinaleiro lembrava-se de uma nova história e mandava parar o trânsito para que o pudéssemos ouvir. O Carlos Gil (ou seria o Manuel?), vindo de um ensaio tardio no CCC, entrou na operação para corrigir a postura do sinaleiro. Juntaram-se mais dois carros vindos ninguém sabia de onde, conduzidos pelo João Morais e pelo jornalista F. Marques Pereira, da Gazeta. Andavam ambos em zigue-zague e o do jornalista ia-se abaixo sempre que travava e só pegava de empurrão.
Eram 4 da manhã. A cidade continuaria ainda por mais algum tempo adormecida. Por momentos, tinhamos estado no seu posto de comando.
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João B. Serra
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(Esta história, que dedico a todos os EROs, é imaginária. Qualquer semelhança com a realidade não é, porém, mera coincidência)
(Esta história, que dedico a todos os EROs, é imaginária. Qualquer semelhança com a realidade não é, porém, mera coincidência)
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COMENTÁRIOS
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26-05-2008
J B Serra disse;
Comentário final aos comentários anteriores
A todos agradeço as notas benevolentes (e estimulantes) que dedicaram a este texto – que o João Jales surpreendeu uma noite na sua caixa de correio e já não deixou sair … a não ser para o blogue. Ele compreendeu cedo, talvez até antes de mim, que esta era uma história “destinada” a um blogue, cujo sentido só se revelaria plenamente no espaço interactivo de um blogue. O João também deve ter antecipado o efeito de uma narrativa na primeira pessoa de alguém que escreve normalmente sobre outras personagens. E divertiu-se certamente ao prever os comentários que iriam apontar esse momentâneo desvario de alguém “habitualmente tão sisudo e institucional” como é este vosso colega…
Mas vamos ao ponto de encontro. Durante semanas, recordamos aqui os locais onde fomos felizes. Todos eles locais pré-existentes, que não inventámos, mas que usamos de uma forma particular. E, com raras excepções, todos os depoimentos relataram a memória individual que foi retida de um local que era evidentemente de uso colectivo. A minha história fala de um local efémero, criado numa madrugada e nela desfeito, um local onde ser ergueu um poder imaginário que não resistiu nem à inconsequência bem humorada de um bando de teenagers nem aos primeiros sinais da manhã.
Naquele tempo em que a Rua das Montras, como a Rua Miguel Bombarda, tinham trânsito nos dois sentidos, em que o piso térreo do prédio onde hoje está uma perfumaria e a loja Giovanni Galli era um armazém de vinhos, em que o mundo rural se fazia ainda transportar até à cidade em burros com canastas e charrettes puxadas a cavalos ou machos, o polícia sinaleiro daquele cruzamento exercia uma função de ordem e regulação. Pois bem, por umas fugidias dezenas de minutos, aquele grupo de rapazes um pouco eufóricos apoderou-se o local e fez dele um ponto de encontro…
Perguntar-se-ão alguns dos “eros” onde acaba a verdade e começa a ficção. Tempo perdido, caros amigos. Parafraseando o poeta, quem escreve uma história imagina-a tão fielmente que chega a relatar os factos, os factos que deveras aconteceram.
Até breve. JBSerra
A todos agradeço as notas benevolentes (e estimulantes) que dedicaram a este texto – que o João Jales surpreendeu uma noite na sua caixa de correio e já não deixou sair … a não ser para o blogue. Ele compreendeu cedo, talvez até antes de mim, que esta era uma história “destinada” a um blogue, cujo sentido só se revelaria plenamente no espaço interactivo de um blogue. O João também deve ter antecipado o efeito de uma narrativa na primeira pessoa de alguém que escreve normalmente sobre outras personagens. E divertiu-se certamente ao prever os comentários que iriam apontar esse momentâneo desvario de alguém “habitualmente tão sisudo e institucional” como é este vosso colega…
Mas vamos ao ponto de encontro. Durante semanas, recordamos aqui os locais onde fomos felizes. Todos eles locais pré-existentes, que não inventámos, mas que usamos de uma forma particular. E, com raras excepções, todos os depoimentos relataram a memória individual que foi retida de um local que era evidentemente de uso colectivo. A minha história fala de um local efémero, criado numa madrugada e nela desfeito, um local onde ser ergueu um poder imaginário que não resistiu nem à inconsequência bem humorada de um bando de teenagers nem aos primeiros sinais da manhã.
Naquele tempo em que a Rua das Montras, como a Rua Miguel Bombarda, tinham trânsito nos dois sentidos, em que o piso térreo do prédio onde hoje está uma perfumaria e a loja Giovanni Galli era um armazém de vinhos, em que o mundo rural se fazia ainda transportar até à cidade em burros com canastas e charrettes puxadas a cavalos ou machos, o polícia sinaleiro daquele cruzamento exercia uma função de ordem e regulação. Pois bem, por umas fugidias dezenas de minutos, aquele grupo de rapazes um pouco eufóricos apoderou-se o local e fez dele um ponto de encontro…
Perguntar-se-ão alguns dos “eros” onde acaba a verdade e começa a ficção. Tempo perdido, caros amigos. Parafraseando o poeta, quem escreve uma história imagina-a tão fielmente que chega a relatar os factos, os factos que deveras aconteceram.
Até breve. JBSerra
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23-05-2008
Júlia Ribeiro disse:
Oh Bonifácio!
Fui reler novamente o "Sinaleiro" e duvido que seja estória imaginária!!!!! É que estou mesmo a imaginar-vos naquela correria toda.....eu quase me sinto a percorrer aqueles locais todos, até a beber "ginginha por um tubo de ensaio"", porque de Whisky não gosto......Nunca imaginei que tubos de ensaio dessem para tanta coisa... servir de jarra para flores,servir de copo, e até para experiências!!!!!!!!!!!!!.Adorei também essa tua outra" face" da escrita. Aproveito para te dar os parabéns pelas tuas novas funções, mas não te esqueças do ERO...ERO...ERO. Um abraço Júlia Ribeiro
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22-05-2008
Ana Nascimento disse:
Olá Bonifácio
Como eu gostei de ler o teu artigo sobre o Sinaleiro ou melhor …sobre uma noite de copos !!!!…Fiquei deliciada pelo modo como o fizeste… de uma forma solta, mostrando uma faceta nada formal do rapaz que eu conheço há tantos anos…E a tua descrição é tão clara que eu me senti ali ao pé de vocês a viver cada momento… (bem gostava de ter ido também para a farmácia do João beber wisky pelos tubos de ensaio !!!!….. ) Beijinhos e um abraço de parabéns pelas tuas novas funções. Ana
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18-05-2008
João Jales disse:
Graças a Deus temos ainda um texto da Belão (pelo menos), senão o que seria desta série, terminando assim, às quatro da manhã, entaramelada e claudicante, perdida na Rua das Montras e a tresandar a whisky!
Felizmente a sugestão final de se tratar de ficção (embora com uma preocupante semelhança com a realidade) deixa-nos a esperança que o João Bonifácio Serra continue, apesar de tudo, a ser um garante de bom-senso, sobriedade e ponderação neste Blog, e que este tenha sido apenas um momento de fortuito desvario! (Pese embora o muito prazer que deu a todos quantos o leram…)
João Jales disse:
Graças a Deus temos ainda um texto da Belão (pelo menos), senão o que seria desta série, terminando assim, às quatro da manhã, entaramelada e claudicante, perdida na Rua das Montras e a tresandar a whisky!
Felizmente a sugestão final de se tratar de ficção (embora com uma preocupante semelhança com a realidade) deixa-nos a esperança que o João Bonifácio Serra continue, apesar de tudo, a ser um garante de bom-senso, sobriedade e ponderação neste Blog, e que este tenha sido apenas um momento de fortuito desvario! (Pese embora o muito prazer que deu a todos quantos o leram…)
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17-05-2008
João Ramos Franco disse:
João Ramos Franco disse:
("Esta história, que dedico a todos os EROs, é imaginária. Qualquer semelhança com a realidade não é, porém, mera coincidência" João B Serra)
Há semelhança entre a realidade desta história e as histórias reais passadas no meu tempo (com o célebre Joaquim “21”, o “polícia mau”, coitado do homem, nem tenho a certeza de quem era o mau da fita, se ele se nós). Se em vez das que indicas, colocarmos outras personagens do ERO, é real. Por simples acaso, não estavam a fazer de “Sinaleiro”, estavam a tomar banho no tanque da Quinta da Boneca. Mas nenhum de nós pensou na lei da propriedade privada, quando a polícia aparece (Joaquim “21”) e isto só termina na esquadra com uma repreensão porque aquilo “não era atitude de meninos estudantes”.
A realidade e a mera coincidência estão de braço dado neste retrato, bem o podes dedicar a todos os EROs.
João Ramos Franco
Há semelhança entre a realidade desta história e as histórias reais passadas no meu tempo (com o célebre Joaquim “21”, o “polícia mau”, coitado do homem, nem tenho a certeza de quem era o mau da fita, se ele se nós). Se em vez das que indicas, colocarmos outras personagens do ERO, é real. Por simples acaso, não estavam a fazer de “Sinaleiro”, estavam a tomar banho no tanque da Quinta da Boneca. Mas nenhum de nós pensou na lei da propriedade privada, quando a polícia aparece (Joaquim “21”) e isto só termina na esquadra com uma repreensão porque aquilo “não era atitude de meninos estudantes”.
A realidade e a mera coincidência estão de braço dado neste retrato, bem o podes dedicar a todos os EROs.
João Ramos Franco
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17-05-2008
Margarida Araújo disse:
O que eu já me ri com a história. Conheço bem o autor e não estou nada a ver a beber pelo tubo de ensaio uma bebida de elevado teor alcóolico. Também não o estou a ver nestas andanças e tão despudoradamente contá-las. Está mais solto o João, é certo. Certo é também que continua a contar-nos histórias "imaginadas realmente" (ou será que é "realmente imaginadas"?) de uma forma bonita, interessante, engraçada, viva. Faz-nos fácilmente actores daquele acontecimento. E que acontecimento. Se fosse hoje, por certo passariam por alunos da ESAD em qualquer instalação urbana.
Acabei de chegar da Azenha. Sempre que lá vou revivo outros tempos, como agora também o fiz ao ler gostosamente o tua históra ficcionada (???!!!!!). Será que ainda existem sinaleiros?
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17-05-2008
Belão disse:
É sempre agradável ler o João Bonifácio Serra. Mas neste registo, delirei.Que história fantástica!E que personagens!"E como diz a Guidó, faz-nos sentir actores do acontecimento.Lindo, mesmo.
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17-05-2008
Luis Santos disse:
Este texto é diferente dos outros que têm aparecido do João Serra, e fiquei sem saber se faz parte das Crónicas ou não. Gostei de ler e revi-me nestas noites de sessenta numas Caldas adormecidas....
2 comentários:
É sempre agradável ler o João Bonifácio Serra. Mas neste registo, delirei.Que história fantástica!E que personagens!"
E como diz a Guidó, faz-nos sentir actores do acontecimento.
Lindo, mesmo.
Esse Sinaleiro parece a meias,há ai escrita do João serra mas tem dedo do Jales! É por isso que se referem a realidade e ficção, é porque é um pouco dos dois. E o diário também deve ser assim! Aceretei ou não? Jorge
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