A Drª Deolinda tinha uma maneira castiça de dizer Fi-filosofia. Tão querida!


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Belão disse:
A Super era fantástica!
Não fui sua aluna no ERO, mas sim mais tarde, na Escola do Magistério, onde leccionou Pedagogia e Psicopedagogia.Dela guardo muito boas recordações, como professora e como amiga. Ao longo do tempo que com ela privei tive várias almoçaradas de alunos, para as quais ela era convidada e eu fazia questão de me sentar a seu lado. Era sempre mais interessante. Não me esqueço de um episódio, penso que passado na Manjedoura (restaurante que existia em Vale de Maceira). Quando nos sentámos e surgiu o empregado para tomar nota dos pedidos,eu solicitei uma gasosa, para misturar com o vinho tinto. Ai meu Deus! O que eu fui fazer!
" Estás maluca, rapariga! Isso não se faz! Vais estragar o vinho e vais estragar a gasosa que, já de si, só faz mal."
E foi a partir daí que passei a beber vinho tinto sem gasosa. Hoje partilho da sua opinião, claro está.
Durante o estágio, assistiu a várias aulas minhas. Muitas das vezes eu pedi a sua presença. Não sei porquê, dava-me segurança. E ela, que não era obrigada a ir, não só nunca faltou, como fazia sempre questão de comigo reflectir sobre a aula dada e enriquecer-me com os seus conselhos.
Uma grande mulher!
Belão

Manuela Gama Vieira disse:
Jales, um pormenor que recordo da Drª Deolinda, era o facto de usar sempre a sua pasta de pele. Raramente a vi com uma carteira como aquela que a São lhe "pôs" no braço. Das poucas vezes que a vi entrar de carteira no Colégio, logo de seguida, quando saía da sala dos Professores, já a trazia "metida" dentro da pasta. Recordas-te disso?
Não sendo, embora, uma apreciadora de futilidades, desde sempre fui observadora de toilletttes…. Era-lhe característico um "ar" (uma maneira de vestir e pentear) muito pouco feminino, que em nada desabona quanto às suas qualidades humanas e profissionais, como é óbvio!Uma boa Professora mas, confesso, de quem tinha algum "medo"...quando me chamava, com aquela voz que recordo como se fosse hoje:
"- Menina Gama Vieira, diga lá...." - eu até tremia!
MGV
J L Reboleira Alexandre disse...
Tenho lido imensas coisas sobre a Super e a sobrinha Dra. Margarida Ribeiro. Ambas foram nossas professoras, e de quase todos os participantes nos blogs da Escola e do ERO. Também já referi quanto me marcaram qualquer delas.
Anabela Miguel disse:
É bem verdade o que diz o Zéquinha quanto à grande paixão da Dra. Deolinda por automóveis.E posso confirmar, pois lembro-me muito bem de o meu Pai contar das conversas interessantes que tinha com a Dra. Deolinda.Conversas essas quando se encontravam na mesma oficina e claro que o principal tema era sobre automóveis, ambos apaixonados por estas máquinas. E mais, imaginem, os dois tinham carros damesma marca e cor......
Um dia o meu Pai chega a casa e conta que tinha tido uma situação embaraçosa com a minha professora,pois não sabia bem, sem ser indelicado, como devia alertá-la que tinha a perna suja de óleo.O engraçado é que a mancha de óleo era um sinal grandinho que a senhora tinha desde sempre na perna.Mas lá está que a Dra. Deolinda desdramatizou a situação, segundo o meu Pai, com bastante graça e descontracção.
Isto é uma pequenina história que mostra que esta Senhora tinha também um grande sentido de humor.
Anabela Miguel
1 comentário:
A Drª Deolinda tinha uma maneira castiça de dizer Fi-filosofia. Tão querida!
Adorei como a descreveram e a foto que nos mostra o Serafim é bem o retrato do prazer com que recebia os amigos. Com aquele seu ar sacudido de mulher independente, quase bravia, ela cultivava a amizade.
Quem quer que se deliciasse a escutar o tanto que ela sabia, da História, dos Arquivos ou da vida do campo, ficava seu amigo.
A ela me prende uma 'novela' de caracóis... Um dia de Primavera disparou: 'olhe lá, ó Inês, você se vem do Algarve gosta de caracóis!', 'pois gosto!', 'então vou-lhe arranjar uns caracóis'
Aí eu não tive coragem de dizer que não sabia cozinhar, muito menos preparar caracóis...
A Drª Deolinda cumpriu a promessa e fez-me chegar a casa uma sacada de caracóis que ela própria andara a apanhar, imagino com o maior carinho!
Só me ocorreu limpá-los, dar-lhes um bom banho. Quando voltei para os cozinhar, eles tinham fugido em todas as direcções. As paredes da cozinha, os armários, até o tecto estavam cobertos de caracóis!
Ainda hoje, quando chega a época do 'petisco' eu e o meu marido recordamos a história daqueles caracóis fugitivos e a amizade da Drª Deolinda.
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