ALMOÇO / CONVÍVIO

ALMOÇO / CONVÍVIO

Os futuros almoços/encontros realizar-se-ão no primeiro Sábado do mês de Outubro . Esta decisão permitirá a todos conhecerem a data com o máximo de antecedência . .
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A SUPER - outras visões

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Alberto Reis Pereira disse:
Tive o privilégio de ser aluno da Dra.Deolinda e, anos mais tarde, seu colega na Escola Bordalo Pinheiro.
Como seu aluno de Filosofia no 6º ano confesso que inicialmente me intimidou um pouco; no início do ano lectivo eu ainda só tinha 14 anos, sentava-me na fila da frente e sofria por isso "de perto" algumas das reacções mais zangadas da nossa Professora; e, convenhamos, esses momentos não eram fáceis. Sendo o mais novo da turma não deixava de ser curioso o facto de eu ser o único na sala a ser tratado por senhor; mas não era por senhor Alberto nem por senhor Pereira mas sim por senhor Reis, um dos meus apelidos do meio, vá lá saber-se porquê. Claro que eu nunca tive coragem de lho perguntar, nem mesmo anos mais tarde quando leccionávamos as mesmas turmas; e aí tratava-me por Reis Pereira ... e sem o "senhor".
As turmas onde nos cruzávamo-nos eram, invariavelmente, o 8º e o 9º ano de Agro-Pecuária (só podia...), cursos estes já há muito extintos. Eu gostava de ter Conselhos de Turma com a Dra. Deolinda; confesso que vária vezes nos "pegámos" por termos opiniões diferentes e a Dra. não gostar muito de ser contrariada, mas era engraçado que, quando a reunião acabava, saía sempre comigo da sala e queria saber coisas a meu respeito e da minha família, com aquele seu jeito aparentemente "zangado" mas que escondia uma amizade que era recíproca.
Onde a Dra. Deolinda estiver, o meu sincero respeito.
Desculpem ter-me alongado. Cumprimentos para todos
Alberto Reis Pereira
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miniprofa disse...
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A Drª Deolinda tinha uma maneira castiça de dizer Fi-filosofia. Tão querida!
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Adorei como a descreveram e a foto que nos mostra o Serafim é bem o retrato do prazer com que recebia os amigos. Com aquele seu ar sacudido de mulher independente, quase bravia, ela cultivava a amizade.Quem quer que se deliciasse a escutar o tanto que ela sabia, da História, dos Arquivos ou da vida do campo, ficava seu amigo.
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A ela me prende uma 'novela' de caracóis... Um dia de Primavera disparou: 'olhe lá, ó Inês, você se vem do Algarve gosta de caracóis!', 'pois gosto!', 'então vou-lhe arranjar uns caracóis'Aí eu não tive coragem de dizer que não sabia cozinhar, muito menos preparar caracóis... A Drª Deolinda cumpriu a promessa e fez-me chegar a casa uma sacada de caracóis que ela própria andara a apanhar, imagino com o maior carinho!Só me ocorreu limpá-los, dar-lhes um bom banho.
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Quando voltei para os cozinhar, eles tinham fugido em todas as direcções. As paredes da cozinha, os armários, até o tecto estavam cobertos de caracóis!
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Ainda hoje, quando chega a época do 'petisco' eu e o meu marido recordamos a história daqueles caracóis fugitivos e a amizade da Drª Deolinda.
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Inês
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Jaime Serafim disse:
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A Dr.ª Deolinda adorava estar com amigos, conversar, partilhar com eles um café, uma refeição e era uma óptima anfitriã. Uma das fotos foi tirada em sua casa, no Chão da Parada, por ocasião de um almoço que nos ofereceu.
Na outra foto, a entrada para um jantar de professores, está a D. Dora, a D. Rosa, a D, Clarisse (que foi uma grande amiga muito “cusca”, como se pode comprovar) a Dr.ª Deolinda, a Dr.ª Noémia, a minha mulher e eu.
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Já agora, permitam-me uma rectificação – a Dr.ª Deolinda não era filha única. Tinha uma irmã mais velha, a mãe da Dr.ª Margarida.
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Jaime Serafim
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Isabel X disse:
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Julgo não estar enganada ao fazer aqui uma correcção ao Dr. Serafim, que não me vai levar a mal. Penso que era o pai (e não a mãe) da Dra. Margarida quem era irmão da Dra. Deolinda, embora muito mais velho do que ela. Daí a maior proximidade de idades entre tia e sobrinha e, daí também, terem o mesmo apelido: Ribeiro. Também fui várias vezes confraternizar em casa de ambas, à volta de uns "comes" e "bebes". Coitada da Dra. Margarida é que tinha todo o trabalho...
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- Isabel Xavier -
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Jaime Serafim respondeu:
Pois, Isabel, contrariamente ao costume, está enganada. Eu conheci a Mãe da Dr.ª Margarida, que era a única irmã da Dr.ª Deolinda e mais velha, com uma notável diferença de idade. E o apelido da Dr.ª Margarida é Rodrigues - Margarida Ribeiro Rodrigues.
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Isabel X respondeu:
E eu com a mania de querer corrigir quem sabe mais do que eu... Que é como quem diz: "querer ensinar a missa ao padre!", salvo seja. Fui induzida em erro pelo "Ribeiro".
Beijinho.
- Isabel Xavier -
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Belão disse:
A Super era fantástica!
Não fui sua aluna no ERO, mas sim mais tarde, na Escola do Magistério, onde leccionou Pedagogia e Psicopedagogia.Dela guardo muito boas recordações, como professora e como amiga. Ao longo do tempo que com ela privei tive várias almoçaradas de alunos, para as quais ela era convidada e eu fazia questão de me sentar a seu lado. Era sempre mais interessante. Não me esqueço de um episódio, penso que passado na Manjedoura (restaurante que existia em Vale de Maceira). Quando nos sentámos e surgiu o empregado para tomar nota dos pedidos,eu solicitei uma gasosa, para misturar com o vinho tinto. Ai meu Deus! O que eu fui fazer!
" Estás maluca, rapariga! Isso não se faz! Vais estragar o vinho e vais estragar a gasosa que, já de si, só faz mal."
E foi a partir daí que passei a beber vinho tinto sem gasosa. Hoje partilho da sua opinião, claro está.
Durante o estágio, assistiu a várias aulas minhas. Muitas das vezes eu pedi a sua presença. Não sei porquê, dava-me segurança. E ela, que não era obrigada a ir, não só nunca faltou, como fazia sempre questão de comigo reflectir sobre a aula dada e enriquecer-me com os seus conselhos.
Uma grande mulher!

Belão

Desenho de São Caixinha

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Manuela Gama Vieira disse:

Jales, um pormenor que recordo da Drª Deolinda, era o facto de usar sempre a sua pasta de pele. Raramente a vi com uma carteira como aquela que a São lhe "pôs" no braço. Das poucas vezes que a vi entrar de carteira no Colégio, logo de seguida, quando saía da sala dos Professores, já a trazia "metida" dentro da pasta. Recordas-te disso?

Não sendo, embora, uma apreciadora de futilidades, desde sempre fui observadora de toilletttes…. Era-lhe característico um "ar" (uma maneira de vestir e pentear) muito pouco feminino, que em nada desabona quanto às suas qualidades humanas e profissionais, como é óbvio!Uma boa Professora mas, confesso, de quem tinha algum "medo"...quando me chamava, com aquela voz que recordo como se fosse hoje:

"- Menina Gama Vieira, diga lá...." - eu até tremia!

MGV

J L Reboleira Alexandre disse...

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Tenho lido imensas coisas sobre a Super e a sobrinha Dra. Margarida Ribeiro. Ambas foram nossas professoras, e de quase todos os participantes nos blogs da Escola e do ERO. Também já referi quanto me marcaram qualquer delas.

No entanto nem tudo foi ainda dito. Para os habitantes do Chão da Parada, estas duas professoras eram conhecidas pelas «bueras». Tentei ingloriamente averiguar junto dos meus pais a origem deste nome que na minha opinião mais não é que o aportuguesamento do termo «the Boers», famosos emigrantes holandeses que povoaram a África do Sul e que, após a guerra com os Zulus, abandonaram o continente africano. Como os pais da «nossa» Super não eram naturais da zona e ficaram conhecidos por se terem estabelecido no inicio do século passado na zona da Estrada Nacional 8, perto da velha ponte sobre o Rio Tornada, poderá alguém com mais tempo fazer uma pesquisa sobre as origens da Dra. Deolinda ? É que nenhuma delas gostava de falar com os mais jovens sobre as suas origens, apesar de eu muitas vezes ter abordado o tema nas imensas conversas que tinha, sobretudo com a Dra. Margarida, fosse lá na terra ou quando a encontrava inúmeras vezes na praia de Salir.Trata-se afinal de figuras que marcaram a vivência de toda uma geração de jovens caldenses.
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José Luis Reboleira Alexandre

Anabela Miguel disse:

É bem verdade o que diz o Zéquinha quanto à grande paixão da Dra. Deolinda por automóveis.E posso confirmar, pois lembro-me muito bem de o meu Pai contar das conversas interessantes que tinha com a Dra. Deolinda.Conversas essas quando se encontravam na mesma oficina e claro que o principal tema era sobre automóveis, ambos apaixonados por estas máquinas. E mais, imaginem, os dois tinham carros damesma marca e cor......

Um dia o meu Pai chega a casa e conta que tinha tido uma situação embaraçosa com a minha professora,pois não sabia bem, sem ser indelicado, como devia alertá-la que tinha a perna suja de óleo.O engraçado é que a mancha de óleo era um sinal grandinho que a senhora tinha desde sempre na perna.Mas lá está que a Dra. Deolinda desdramatizou a situação, segundo o meu Pai, com bastante graça e descontracção.

Isto é uma pequenina história que mostra que esta Senhora tinha também um grande sentido de humor.

Anabela Miguel


1 comentário:

if disse...

A Drª Deolinda tinha uma maneira castiça de dizer Fi-filosofia. Tão querida!

Adorei como a descreveram e a foto que nos mostra o Serafim é bem o retrato do prazer com que recebia os amigos. Com aquele seu ar sacudido de mulher independente, quase bravia, ela cultivava a amizade.

Quem quer que se deliciasse a escutar o tanto que ela sabia, da História, dos Arquivos ou da vida do campo, ficava seu amigo.

A ela me prende uma 'novela' de caracóis... Um dia de Primavera disparou: 'olhe lá, ó Inês, você se vem do Algarve gosta de caracóis!', 'pois gosto!', 'então vou-lhe arranjar uns caracóis'

Aí eu não tive coragem de dizer que não sabia cozinhar, muito menos preparar caracóis...

A Drª Deolinda cumpriu a promessa e fez-me chegar a casa uma sacada de caracóis que ela própria andara a apanhar, imagino com o maior carinho!

Só me ocorreu limpá-los, dar-lhes um bom banho. Quando voltei para os cozinhar, eles tinham fugido em todas as direcções. As paredes da cozinha, os armários, até o tecto estavam cobertos de caracóis!

Ainda hoje, quando chega a época do 'petisco' eu e o meu marido recordamos a história daqueles caracóis fugitivos e a amizade da Drª Deolinda.