ALMOÇO / CONVÍVIO

ALMOÇO / CONVÍVIO

Os futuros almoços/encontros realizar-se-ão no primeiro Sábado do mês de Outubro . Esta decisão permitirá a todos conhecerem a data com o máximo de antecedência . .
.
.

Os Locais do Nuno Mendes








1. Cafés da Praça
. Lusitano
. Flor de Liz
. Zaira – a referência (a partir de 68), ponto de encontro, excelentes pregos no pão, o João e o Romão ...
. Invicta
. Bocage
. Central

2. Outros cafés
. Capristanos/Claras – onde ia ver, às quartas feiras, televisão (...) – O homem invisível, Danger Man ("My name is Drake, John Drake...."), ...
. Maratona, a pista dos minimodelos, onde se destacou o "Cucaracha" do Miguel BM

3. Cervejarias
. Marinto
. Camaroeiro – a melhor imperial, um copo exclusivo "o Camaroeiro", equivalente a 1,5 imperiais (em 68, era a novidade), bom bife

4. Pastelarias, Esplanadas
. Machado – era pelos "Russos" que lá ia
. Bar-Restaurante do Parque
. Casino

5. Tascas
.Ginginha
. Floresta – ver 9.1


6. Noite
. Inferno d'Azenha
. Ferro Velho referência nocturna e pós nocturna

7. Livrarias/papelarias
. Tália – era a referência, até 1966 - o ponto de encontro a seguir ao fim das aulas, os últimos discos (EP) dos Beatles, Stones – LPs só mandando vir de Lisboa
. Parnaso – penso que era a melhor livraria
. Silva Santos – surrealista (o dono e o estabelecimento – "espaço", como agora se diz), dava um filme do João César Monteiro (?)
. Tertúlia – onde ouvi pela 1ª vez o "Satisfaction"
. Turita – era a única que tinha miniaturas da "Solido" – em 63, a Tália ainda estava pelos Dinky Toys
. Jornália

8. Encontros/ bailes
. Casino – referência, ponto de encontro no Verão – em plena Primavera marcelista, também houve uma "abertura" no Casino – Sócios de Verão; em 6 de Maio de 1967, baile de finalistas, no meu 6º ano – fomos graduados em "finalistas" por decisão do Sr. Padre Albino Cândido Lopes.
. Lisbonense
. Bombeiros (também conhecido pelo Casino da Mangueira)

9. Jogos "finos"- bilhar, cartas
. Casino
. Clube de Inverno
. Central
. Marinto
. Camaroeiro

9.1 Jogos populares – laranjinha, matraquilhos
A Floresta- do Sr. António, a catedral dos matrecos e único local em que vi jogar laranjinha


10. Cinema/teatro
. Pinheiro Chagas – onde vi pela 1º vez um filme para maiores de 17, tendo 12 ou 13 – "Os 7 Magníficos", para os mais curiosos
. Salão Ibéria
. CCC – O "Caldas dia-a-dia" deu mesmo que falar, ao que constava, especialmente na Zaira...


11. Foz do Arelho (Verão)
. Café Caravela
. Fnat (café e esplanada)
. Felix (restaurante Lagoa bar)
. Facho (bar do hotel)

12. Óbidos
. Ibn Errik Rex
. Mansão da Torre
. Cave do Vale (hoje Toupeiro) – era o nosso "escritório" aos fins-de-semana, antes de seguir para o Ferro Velho
. Biquinha



.Nuno Mendes


----------------------------------------------------------------------------------------------------------

COMENTÁRIOS

2008-04-03
Isabel Caixinha disse:
Os inesquecíveis russos do Machado!!!Também eu me lembro deles...será que ainda existem com todas as suas qualidades???Uma verdadeira delicia!
.
2008-04-04
Luís Manuel disse:
Muito somítico nas palavras este jovem… E estou com o JJ, então e o Poker?

.
2008-04-05
Zequinha Pereira da Silva disse:
Tenho imensa pena de não ter mais tempo para poder contribuir para esta magnífica iniciativa do blog sobre a reconstituição dos lugares de lazer da juventude caldense. No futuro, esta recolha de grande interesse etnográfico, há-de constituir um acervo documental incontornável para uma História local.
Interrompo a análise de um texto notável de Edgar Morin ,que recomendo a todos os que se interessem pela educação, professores ou não, e pelos cenários da sua evolução no quadro da globalização: Morin, Edgar (1999). Seven complex lessons in education for the future. Paris: Unesco. Em
http://unesdoc.unesco.org/images/0011/001177/117740Eo.pdf)
E interrompo para, com todo o gosto, deixar o meu pequeno contributo.
O testemunho do Nuno sugere-me algumas breves notas com o tal recorte etnográfico:

1 - Sobre as medidas do Camaroeiro, a hierarquia era:
- "Ratinha" = 1/2 imperial. Um lanche, muito popular entre nós, era constituído por uma "ratinha" e uma "fatia dourada", ensopada, excelente, de que ainda hoje tenho saudades.
- "Imperial"
- "Camaroeiro"; aceito a correspondência fornecida pelo Nuno de imperial e meia
- "Caneca"
- "Girafa", julgo que semelhante à da Portugália .

2 - Para além do bife, o prego no prato e os combinados eram peças gastronómicas fantásticas. Seria excelente podermos recuperar os autores dessas maravilhas. Lembro-me do Sr. Júlio e da mulher, mas houve um cozinheiro, de cujo nome não me recordo, que era excelente.
3-Lembro-me que havia uns campeonatos de "camaroeiros". Eu era muito fraquinho, o meu máximo foram 9, mas havia umas avantesmas que tinham números absolutamente incríveis, tipo 20 ou mais, era giro ter uns registos dessas “marcas olímpicas”.

4-Outra coisa interessante foi a introdução do vinho verde à pressão, pelo Camaroeiro, uma "ratinha" de vinho verde fresquinho também foi um "número" giro naquela altura. E os croquetes quentinhos? Mete lá os croquetes....

(O Zequinha enviou, juntamente com este comentário, uma completíssima
peça sobre a Laranjinha, os seus mistérios e alegrias. Um texto notável
de arqueologia etnográfica que terá publicação em separado. JJ)

.
2008-04-06
São Cx disse:
Sostei muito da descrição do Zequinha das delícias que serviam no Camaroeiro! Fiquei que pareço uma mulher grávida com desejos! Tenho que comer um croquete quente o mais depressa possivel! E a palavra "avantesma" tinha desaparecido do meu vocabulário! Que felicidade reavê-la! Bjs São Caixinha
.
2008-04-06
Miguel B M disse:
A propósito do Nuno Mendes e o poker (é sempre um excelente assunto de conversa) quero acrescentar que o Nuno tinha a alcunha de "Mijinhas" devido a apostar sempre cinco tostões em cada jogada (quando o fazia…) e de se "sentar" em cima dos lucros (isto é linguagem de jogadores), logo que se apanhava a ganhar. Lembro-me de uma noite em minha casa em que logo que esteve a ganhar 7$50 nunca mais foi a jogo, isto apesar de faltar mais de uma hora para o final, perante o desespero dos perdedores, que não tiveram a oportunidade de recuperar as apostas perdidas. Miguel
.
2008-04-06
Isabel disse:
Isabel Caixinha disse:
Concordo em absoluto com a São, sobre os croquetes que o Zéquinha menciona. Yammie! Agora, de vinho verde à pressão nunca tinha ouvido e então de "ratinha" fresquinha nunca iria adivinhar o que seria!
.
.
.
BREVES NOTAS E COMENTÁRIOS A "OS LOCAIS DO NUNO"
,
.

Em1968, na Zaira, o Romão era o empregado mais antigo, já lá estava quando o Manuel saiu, em 1966. O João tinha acabado de entrar, substituindo o Franco, julgo. Estas “transferências” mereciam um artigo, mas precisamos de alguém com melhor memória que eu.

O Homem Invisível era uma série britânica (1958) em que um cientista, que se tornara acidentalmente ……. invisível (lembraram-se!), aproveitava essa pouco desportiva vantagem para combater espiões que tentavam prejudicar o governo de S. Majestade.

Danger Man (Secret Agent no original) era de outro campeonato. Ninguém, a não ser o Nuno, se lembra mas "My name is Drake, John Drake" é realmente anterior a “My name is Bond, James Bond”. Esta série, produzida em 1960/61, precedeu e inspirou claramente os primeiros filmes de James Bond (o 1º é "Dr. No", de 1962). Como era feito para TV tinha menos armas e garotas, mas já dispunha de muitos dos “truques” do famoso 007. De origem inglesa, teve também grande sucesso nos EUA, beneficiando do facto do actor ser um norte-americano emigrado na Irlanda (!), com um sotaque que era aceite como nativo tanto nos EUA como no Reino Unido. Da 2ª para a 3ª série o herói mudou de nacionalidade (inglês para americano) sem que, aparentemente, ninguém reparasse (excepto o Nuno, claro). O actor, Patrick McGoohan (extraordinário actor, diga-se, lembram-se do Rei Longshanks em “Braveheart”?) cansou-se depressa e, apesar do enorme sucesso, Danger Man não chegou a durar dois anos. A música, acrescentada posteriormente nos EUA, era do Johnny Rivers (desta nem o Nuno se lembrava!).

O “Cucaracha” do Miguel (ou do Pai?) era realmente um carro muito rápido, mas havia outros na Maratona… E com grandes mafiosices nos motores …. Mas essas estórias da Maratona deixo para o Neco, João Lisboa, Chico Vieira Lino, Zé Manel Pais & Cª.

Saber, e recordar-se, da equivalência 1 Camaroeiro = 1,5 Imperial , só mesmo o Nuno… quem o conhece sabe do que estou a falar.

O Ferro Velho "pós nocturno" não sei bem o que é… Será uma referência ao facto de, antes da gerência mais profissional do Joca Sales e Pedro Dias a partir de 1972, o F V ser um clube privado onde a malta mais nova ia à tarde? Referi isso no depoimento do Chico Cera.

Só havia EPs na Tália? Penso que não. Em 8 de Junho de 1967 comprei lá o meu primeiro Long Playing, “Sgt. Pepper’s” dos Beatles. A crédito, porque fazendo anos no fim desse mês, só nessa altura teria os 188$50 para o pagar. Pensam que era pouco? Esse dinheiro comprava, na altura, 100 cafés, 188 jornais, 10 belíssimas refeições nos melhores locais das Caldas, 50 maços de tabaco ou pregos no pão, 188 jogos de matraquilhos. Pensem outra vez.
Nesse mesmo ano, no fim de Setembro, comprei lá um outro 33 RPM, dos Spencer Davis Group ("I’m a Man", "Keep On Running" , "Gimme Some Lovin"). Havia LPs na Tália.


Ouvir, na Tertúlia, o "Satisfaction" (dos Rolling Stones) pela 1ª vez foi, para o Nuno, uma experiência mística, ele devia ter explicado isso! Foram anos e anos a fio, longas noites de conversa, ele com os “seus” Stones e Clapton (e o seu “fraseado rigoroso”), eu com os “meus” Beatles e Hendrix (e o seu genial caos sonoro). Ele acabou por ceder no Clapton vs Hendrix, mas nunca nos Stones… Tenho a memória de a Tertúlia ter mais discos de Jazz e Clássica do que de Pop/Rock, embora lá tenha comprado, em 68/69, o meu primeiro disco da Janis Joplin.


Sobre o problema da aquisição das miniaturas, Solidos e Dinky Toys, não sei escrever nada, desconheço o assunto. Mas gostava de saber mais sobre esta apaixonante questão, voltou a ser aqui o autor demasiado lacónico.

Sócios de Verão no Casino – A “abertura saudável” do Casino (como lhe chamou o Chico Cera) acontece no final da década de 60 quando, por iniciativa do Zé Augusto, foi decidido pedir aos Sócios mais jovens que propusessem amigos para Sócios de Verão por um preço simbólico, independentemente de as suas famílias serem ou não associadas. Foi um enorme sucesso e uma lufada de ar fresco e animação nos Verões do Casino.

A Floresta era realmente a Catedral dos Matraquilhos, nunca conheci melhor "estádio" do que aquela famosa mesa junto à parede. O Nuno era um praticante empenhado, com um meio-campo muito sólido (embora não tanto como ele diz…), um adversário sempre difícil. Fomos parceiros muitas vezes, ele jogava ao ataque e eu à defesa.

"Caldas Dia-A-Dia" foi uma espécie de revista do CCC, em que se retratava a vida diária caldense. A Zaira foi incluída e, naturalmente, criticada, bem como os seus frequentadores. Tenho ideia de ver isso nos Pimpões, será possível?

Faltou aqui uma referência ao Poker, de que o Nuno era um jogador viciado (como eu), tanto no Casino como em sua casa, quando os pais estavam ausentes. Até horas inconfessáveis!
JJ
.
COMENTÁRIOS:
.
2008-04-04
Nuno Mendes respondeu:
Viva! Parafraseando o ex-presidente Américo Tomaz: "Só tenho um adjectivo para exprimir relativamente ao que li: Gostei". Apanhaste-me novamente! Sempre pensei que seria para incluir num doc conjunto. Ainda bem que optei pelo registo "contidinho"... Abraço
PS: Sobre a Maratona e os minimodelos, terá que aparecer tb o António Medina.
.
15-04-2008
Isabel disse:
João:quero dizer o quanto admiro como tens disposto os assuntos e o "datómetro"que nos vai elucidando nos enigmas mais complicados.

Sem comentários: