ALMOÇO / CONVÍVIO

ALMOÇO / CONVÍVIO

Os futuros almoços/encontros realizar-se-ão no primeiro Sábado do mês de Outubro . Esta decisão permitirá a todos conhecerem a data com o máximo de antecedência . .
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Breves notas e comentários a "O Locais do A. J. F. Lopes"


Permitam-me uma breve nota pessoal para, com a compreensão de todos os outros colaboradores, dizer que este foi o depoimento que recebi com mais prazer. Recordo com saudade os tempos em que foi meu professor, um homem sempre jovial, em paz com a vida e com os outros, que tem estado sempre disponível para o nosso Blog e com "pachorra" para os meus constantes e impertinentes pedidos. Obrigado.
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A distância Caldas-Lisboa diminuiu bastante em termos rodoviários, ainda há dias trocava impressões com um amigo sobre a facilidade com que hoje vamos a Lisboa jantar com os nossos filhos, por exemplo. Em termos ferroviários não melhorámos nada, na década de 70 também demorei muitas vezes duas a três horas de comboio, não tenho notícias que hoje seja melhor .

A sazonalidade dos locais de encontro Foz do Arelho e Parque é exactamente o relato que encontro nos depoimentos das décadas seguintes, o fascínio por estes dois locais é perene para os caldenses. Mas…

"Pena que tudo isso se perdeu e o Parque se desertificou em termos humanos (sobretudo nas noites de Verão) talvez acompanhando, solidário, a ruína do Casino." Esta é a frase que, para mim, marca este depoimento e mostra que ele relata o passado a falar do presente. Lamentável uma cidade que não é capaz de revitalizar e transformar num local seguro a sua sala de visitas nem de encontrar uma solução para o que já foi um centro de convívio e atracção de forasteiros, hoje transformado num monte de escombros: o Casino. Isto enquanto nascem elefantes brancos.
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Os cinemas também desapareceram, ambos, e nunca foram verdadeiramente substituídos. O Ibéria ainda há a desculpa que se “suicidou”, mas não o Pinheiro Chagas.

A sede do sindicato na R. do Jardim já merecia aqui uma menção mais alargada. Além do Ping Pong era também um local onde havia sempre um jornal para ler, uma bica mais barata e uma biblioteca onde era possível encontrar muitos “clássicos”. Num ambiente simpático, que contrastava com o tom “carregado” da palavra sindicato na altura.

A leitura de clássicos e obras contemporâneas marcantes da literatura mundial, ou a sua falta, eram sem dúvida um factor que definia e caracterizava, também no meu tempo (vinte anos depois), os nossos interlocutores. Havia uma linguagem cifrada dos que falavam de Swan e Albertina como se falassem de colegas e amigos, enquanto líam o Proust mais ou menos em simultâneo. Mas já na altura a música Rock começava a ocupar um pouco esse espaço cultural, e aí a separação era entre os apreciadores de Tom Jones, Herman´s Hermits ou Petula Clark olhados com desprezo pelos“conhecedores” de Jimi Hendrix , Cream e Byrds.

Curiosamente os mesmos bailes no Casino e Lisbonense, assaltos “surpresa” em casas ou garagens de amigos, apareceram aqui no artigo anterior (Diário - Carnaval ), num relato referente a acontecimentos passados vinte anos depois.
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A Cazeta, apesar de ser, na época, muito longe do centro das Caldas (ou talvez por isso…) era um local de convívio muito popular e concorrido entre 45 e 65. Não há por aí umas estórias?
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JJ
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A fotografia que ilustra este texto é da colecção particular
do autor e foi tirada em 1948 na praia de Sta. Cruz.
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MAIS COMENTÁRIOS
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2008-04-08
Júlia Ribeiro disse:
Não podia deixar de escrever umas palavras à pessoa do Dr. Figueiredo Lopes.Foi meu professor em 1963/64 e 1964/65;não mais deixámos de ter contacto,pois foi uma pessoa sempre presente em todos os encontros do colégio.A sua disponibilidade,companheirismo e jovialidade estão sempre presentes.....Tenho acompanhado o Blog,os depoimentos com imensa graça,mas este realmente foi o que me tocou mais:aqui o revi como aluno e lembrei como Professor....
Obrigado .Um beijinho .Júlia R.
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2008-04-08
Isabel Caixinha disse:
Olá João!
Gostei imenso de ler o depoimento do Dr.J.F.Lopes.Tive o prazer de o ter como professor de matemática. Se eu tivesse, então, aprendido matemática com o mesmo entusiasmo com que li o artigo, estaria hoje numa Estação Espacial, algures na Galáxia!!!
Que pena que já não conheci as Caldas como Dr Lopes as descreve, e que não pude desfrutar desse ambiente calmo divertido e familiar. Mais pena ainda que hoje em dia não há nada que se lhe assemelhe ou substitua. Desta forma se perdeu muito do convívio e da vida social na Cidade.
Gostei de saber que se tocava música no Coreto e que o Parque era a sala de visitas das Caldas.
Fiquei também impressionada com a criatividade com que é consumido o vinho branco em Portugal,servido em chávenas de chá...Vinho Verde à pressão..."Ratinha" de Vinho Verde...
Um afectuoso abraço ao Dr.Lopes e família.
BjsIsabel Caixinha

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2008-04-09
Miguel Bento Monteiro disse:
Foi com o mesmo agrado com que o ouvia nas aulas há quarenta anos, que li o artigo do excelente Dr F.Lopes a propósito dos locais frequentados pela juventude caldense. E que, justamente, poderia ser conhecido como o Homem de Calgary (ou o tipo que nos queria despachar para Uagadugu). Tive o prazer de o reencontrar no almoço de 17-11 e verificar que mantém intactas as suas características de lucidez, jovialidade, simpatia e boa comunicação. Espero que continue a colaborar no blog (e este deveria continuar a incentivá-lo para tal), pois é sempre uma boa recordação para nós, que privámos com ele e um exemplo para as gerações mais novas. Desejo-lhe muita saúde e uma longa vida, muitas felicidades e envio-lhe um grande abraço. Miguel
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2008-04-09
Jorge disse:
Foi bom ir às aulas dele e é bom ler agora isto que escreve, quando fui aluno dele entre 1964c e 1968 nunca soube que ele tinha sido aluno do E.R.O. Daqui lhe mando um abraço!
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2008-04-11
João Ramos Franco disse:
Nasci em 1942, tenho presente a imagem do Parque que o A. J.Lopes retém na memória e concordo quando ele nos diz: Pena que tudo isso se perdeu e o Parque se desertificou em termos humanos ( sobretudo nas noites de Verão) talvez acompanhando, solidário, a ruína do Casino João Ramos Franco
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2008-04-12
Ana Nascimento disse:
Este é para o nosso Antonio Zé Lopes….Oh meu querido doutor seja bem aparecido no blog…. Foi muito engraçado constatar que alguns locais, nomeadamente o Silva Santos, o Parque, o Casino também fazem parte da minha geração e que as nossas recordações são tão semelhantes….E não posso deixar de lhe dizer que a foto está giríssima …(o trio continua com o mesmo ar….). Quem diria que, 17 anos depois, o sr. foi meu professor … meu e de tantos “ortigões” que graças a si trouxeram para as Caldas as melhores notas de geometria descritiva, do Liceu de Leiria……( que orgulho tão grande …. nas pautas os vintes eram nossos !!!!!!! ). Não deixe de remexer no seu baú das recordações pois, pela amostra, deve ter mais tesouros para partilhar connosco. Beijinhos e obrigada. Ana

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