ALMOÇO / CONVÍVIO

ALMOÇO / CONVÍVIO

Os futuros almoços/encontros realizar-se-ão no primeiro Sábado do mês de Outubro . Esta decisão permitirá a todos conhecerem a data com o máximo de antecedência . .
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Notas e comentários a "Os Locais do Miguel B M"




Pedi uma datação mais rigorosa ao autor e recebi a seguinte resposta:

Floresta- 1969 a 1971
Tália- 1966-71
Bolos e pão quente +- 68-71
Casino +- 68-71
Futebol- sempre - desde o ínicio do liceu até 71 ( mata e praia)
Ginástica dos bombeiros - 66-69

Tudo termina para o autor em Outubro de 1971 porque é a data em que nos inscrevemos na Universidade em Lisboa. Mas, ao contrário do que o esclarecimento do Miguel pode dar a entender, continuámos a jogar matraquilhos e futebol, a ir à Zaira e ao Casino, ao pão quente e à Tália. A diferença é que o fazíamos apenas ao fim-de-semana e nas férias.

Os locais referidos são todos bem conhecidos e estavam incluídos na lista original. Sair à noite no Sexto Ano, mesmo durante as aulas, concorda com o que está no DIÁRIO - 9 de Janeiro , relatado por um colega um pouco mais velho e que foi posto em causa por alguns leitores. O quinto ano representava efectivamente, nessa altura, a posse a chave de casa para muitos jovens (rapazes, claro). E isso era uma liberdade importante.

O Poker sintético, ou aberto, é uma variante jogada com duas cartas na mão e cinco abertas na mesa. Todos usam as cartas da mão e três da mesa. É considerada a mais científica das variantes de Poker, porque é aquela em que estão expostos mais elementos para análises e cálculo de probabilidades. A possibilidade de bluff continua presente mas envolve mais capacidades do que o simples poder económico ou o domínio de emoções. A referência à transferência do jogo para Lisboa é relativa à casa onde o Miguel vivia com a Avó naquela cidade. (Mas onde só o Miguel é que jogava Poker.)

O Ténis e o Futebol eram os "vícios" do Miguel, porque ele não fumava, não bebia, não ... Isto pode até dar uma fraca imagem da nossa geração que, garanto, fumava, bebia e ...... fazia tudo, tinha vícios (sem aspas) como todas as outras!

Não descobri quem era o Muller, nem a que banda pertencia. (Esta nem o Chico Carrilho sabia.)

Paulo de Carvalho actuou no Casino no Verão de 1971. Chegou atrasadíssimo e cantou meia-dúzia de músicas. O Zé Augusto não lhe pagou, e fez bem, porque o contrato obrigava-o a estar no local às 18 horas para ensaiar e testar o som e garantir a noite de baile. Chegou depois da meia-noite, preparado para despachar meia-dúzia de músicas. Deu-se mal...

Os Objectivo eram uma das grandes bandas portuguesas da altura. Pedi ao Chico Carrilho ajuda e fiquei a saber que: "O grupo Objectivo formou-se a partir da extinção de grupos como os Ekos e os Showmen, nos anos 60. Era um grupo português, mas que tinha a particularidade de incluir no seu seio músicos norte-americanos e ingleses. A sua primeira formação só tinha músicos portugueses: Mário Guia (bateria), Zé Nabo (baixo), Tó Gândara (guitarra) e Luís Filipe (guitarra e teclas) (...)O nome do grupo foi escolhido por votação dos telespectadores do lendário programa de televisão "Zip-Zip" (...)O grupo toca no Festival de Vilar de Mouros, em 1971, e obtém muito boas críticas da imprensa especializada (...) o grupo colocava anúncios na imprensa inglesa, tentando recrutar músicos, mas eles não paravam cá muito tempo porque o meio musical português, bem ao contrário do inglês, não lhes permitia a sobrevivência (...)Hoje todos os seus registos discográficos são consideradas verdadeiras raridades e procuradas por coleccionadores. Julgo que estiveram no Casino em 71." É verdade, estiveram no Casino em em Abril de 1971, dando aí o seu primeiro concerto com o nome votado no Zip-Zip, dias antes. Foi numa Quinta-Feira, com muito pouca gente presente na sala.

Julgo que já falei aqui do Faraó, uma espécie de roleta nas em que a mesa tem um baralho de cartas desenhado em vez da habitual numeração. As apostas são em cartas em vez de números, depois o croupier tira duas cartas: uma perde e outra ganha. Acrescentem muito fumo e alguma batota (ou vice-versa) e ficam com uma ideia do que se passava na sede do Caldas, ali no 1º andar junto à Igreja de S. Sebastião.

O Xaranga Beat era um conjunto da Nazaré que, ao longo de meia-dúzia de Verões (mas também Carnavais e Passagens de Ano), não só tocaram como fizeram muitos amigos no Casino. No meio de um baile (julgo que com os Charruas), tocaram Venus dos Shocking Blue, sendo imediatamente contratados para o Verão. O seu reportório era pouco mais que essa canção, por isso passaram os dias de baile mais "mortos" (3ª e 4ª feira) dessa primeira época a ensaiar novas músicas. Lembro-me de "I'm Missing You" dos Sheiks (cantado pelo baterista), de uma versão de "All My Loving" dos Beatles...



Numa fase posterior, a execução de "America" (de Leonard Bernstein, num arranjo de Keith Emerson) por parte do Rui Reis, pianista, envolvia microfones colocados dentro do velho piano do casino, que ameaçava desfazer-se enquanto ele o martelava furiosamente!


O vocalista (Rui Burguete) morreu no desastre de automóvel que vitimou toda a família Reis Vieira, e foi substituído pelo Carlos Cavalheiro. O Porfírio, viola-baixo, ficou paraplégico devido também a um acidente rodoviário. Daí a observação do Miguel sobre a "amaldiçoada" banda.

Júlio Pereira, viola-solo do grupo, deu cabo de dois LPs meus (Santana e Chicago Transit Authority) ao tentar aprender a tocar músicas "de ouvido" ("Evil Ways" e "Listen", respectivamente). Quando descobri que o fazia num gira-discos portátil, recuando a agulha sem qualquer cuidado e riscando o vinil, nunca mais viu nenhum disco da minha colecção! Privado dos meus LPs para "tirar" músicas Rock, acabou por se dedicar à música portuguesa e ao Cavaquinho.

A Belão vai ter aqui um artigo sobre o Casino e o Xaranga Beat esta semana. Não percam!

Ao contrário do que diz o Miguel, não é verdade que o Casino fosse um local de Verão. Eu frequentava-o durante todo o ano. Durante a semana, só à noite, mas todo o dia ao fim de semana. Jogávamos King e aprendíamos uns rudimentos de Bridge (com o Luis Saudade) enquanto as nossas mães se envolviam em longas maratonas de Canasta. Mais tarde tivémos uma sala só para nós, do outro lado do Céu de Vidro, onde havia até um gira-discos para pequenos bailes. Depois passou a sala de jogo e aí se evoluiu do King para o Poker. Nós íamos todo o ano ao Casino.
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O Casino e as suas estórias, que começaram aqui a ser contadas, é efectivamente um local inesquecível para várias gerações, que lá conviveram em simultâneo. Chegaram a estar lá avós , pais e netos da mesma família nos mesmos bailes ou simplesmente a jogar cartas e a conviver. Hoje não há nenhum local onde isso aconteça, não sei se nos Pimpões e Columbófila, nessa altura, se passaria algo semelhante, gostaria de ouvir testemunhos.

Lê-se no final: "o JJ que, já entornado, chamou...". O JJ era um gentleman, bebia moderadamente e não insultava colegas (só os intransigentes princípios democráticos deste Blog permitiram que esta passagem fosse publicada).
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Já o episódio do Tó Zé é, infelizmente, verídico. Julgo que sucedeu no nosso Baile de Finalistas. O facto de o Whisky ser Red Label, e não Black Label, também não abona nada em favor do "herói" deste episódio..

A omissão das "antigas namoradas e outras horríveis recordações" terá, seguramente, beneficiado toda a gente.
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COMENTÁRIOS
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21.04-2008
Belão disse:
Oi menino Miguel!Mas que boa memória!Gostei e ri-me a valer. Será que a senhora da lanterna é a mesma que quando se apagavam as luzes gritava: " Meninos, todos a bater palmas!"? Não fossem as mãozinhas dos rapazinhos entrar por terrenos proibidos. A fotografia é excelente, de facto. Nem sei como só a mostraste agora. Estavas mesmo a posar,não? E o mail que ficaste de me enviar?Bjocas Belão
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21-04-2008
JJ disse:
A propósito da fotografia devo esclarecer que julgo que o Miguel só a conheceu, como tu, no Blog. Foi tirada por mim, sem qualquer pose, em meados de 70.
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21-04-2008
São Caixinha disse:
Finalmente uma referência muito completa sobre o casino! Gostei de ler!
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21-04-2008
Anabela disse:
Quero agradecer-te Miguel, primeiro porque com o teu comentário fiquei a saber que a minha memória não está má de todo e, segundo porque conseguiste fazer na perfeição o perfil da dita Senhora da Zaira. Ela era mesmo como a descreveste, só que eu não tive a coragem suficiente para entrar em pormenores………….. Já agora aproveito para dizer que estás uma “brasa” na foto. Bjs.AMiguel
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25-04-2008
Isabel Knaff disse.
Se a fotografia do Miguel tivesse sido tirada hoje em dia, tinha grandes hipóteses de ser utilizada, para anúncio de uma marca de artigos para ténis! Tanto o Modelo como o Fotógrafo tiveram aqui um momento bem conseguido.
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25-04-2008
Miguel BM respondeu:
É sempre agradável revermo-nos passados tantos anos e, ainda por cima, aparentando bom aspecto. E é como dizes, nunca tinha visto antes a foto. Agradeço à Anabela e Isabel os lisonjeiros comentários.

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