ALMOÇO / CONVÍVIO

ALMOÇO / CONVÍVIO

Os futuros almoços/encontros realizar-se-ão no primeiro Sábado do mês de Outubro . Esta decisão permitirá a todos conhecerem a data com o máximo de antecedência . .
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Os Locais da São Caixinha





São Caixinha








Lembro-me das estórias que contaste, os namoros na Mata, os encontros no confessionário e na biblioteca. Tocaram-me exactamente pela tua sinceridade e abertura, e provocou-me um invulgar conjunto de emoções! Surpresa e uma pontinha de inveja, em primeiro lugar, ao tomar conhecimento de todos aqueles maravilhosos lugares para encontrar namorados, que a mim nem me chegaram a ocorrer como possibilidade, por medo talvez, pois se o teu pai te considerou, e muito bem, um adolescente normal, o meu ter-me-ia nas mesmas circunstâncias, condenado á pena de morte ou coisa semelhante! Mas oh meu Deus como eu gostaria de poder dizer que como adolescente encontrava um namorado no confessionário da escola! Todos os locais onde realmente os encontrei caem na banalidade por comparação! Estou sem palavras...e eu a vender batatas fritas!!!

Pois bem, aqui vai a minha lista de lugares de encontro:

Pastelaria Machado, por ser sossegado e os bolos uma delicia!

Bar-Restaurante do Parque, por estar rodeado de verde, por ser sossegado e por ter uma juke box onde, por exemplo, adorava ouvir o "Giving It All Away” do Roger Daltrey.

Tália: por ter sempre as últimas novidades de muitos artigos.

Silva Santos: pelo cheiro dos livros, porque havia tanto que ver e o senhor era simpático!

Casino: Adorava o ambiente sofisticado. Fui a alguns bailes e só me lembro que o tempo passava, nessas ocasiões, extraordinariamente depressa!

A Estalagem do Convento, pela exclusividade e bom serviço.

O Castelo de Óbidos, adorava vaguear pelo castelo.

Cinema- Creio que foi no Salão Ibéria que vi, entre outros, o Love Story, com o Ryan O'Neil e a Ali McGraw.

Foz do Arelho.



Satisfazendo o teu pedido, envio então uma estória, ainda que fragmentada pela falta de memória, que ocorreu lá.
A convite da minha querida amiga Filomena Félix passei naquele tempo alguns fins-de-semana na Foz do Arelho. A sua personalidade carismática e o seu contagiante entusiasmo por aventuras, deu origem a que passássemos momentos muito divertidos.
Numa ocasião decidimos, com duas amigas, fazer um piquenique no campo. Precavidas de lanche e música, e saindo pelas traseiras da FNAT, fizemo-nos alegres ao caminho! Nada de moradias de férias, eram só mesmo campos verdes que nos rodeavam, e não tardou muito tempo até nos depararmos com um moinho em ruínas! Decidimos imediatamente que a magnifica descoberta era digna de uma exploração. Lembro-me que o tempo lhe tinha levado o telhado e a natureza invadido o interior com vegetação. Ao entrar, descobrimos ao longo das paredes altas, vestígios de degraus que nos levaram ao cimo. Permaneciam intactas as paredes de pedra, e eram tão surpreendentemente espessas, sólidas e compactas que nos pareceram o local ideal para improvisar... uma pista de dança! Não se poderia certamente desejar prelúdio mais estimulante para um piquenique e, acompanhadas pelos Manfred Mann no “Ah Ah Said The Clown”, dançámos felizes (até cair para o lado) no cimo das paredes do velho moínho. Ainda hoje tenho vertigens ao som da canção!
É preciso ser-se jovem...Se fosse hoje, imagino que teríamos que ser socorridas pelo INEM!
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Com um grande beijinho de saudades para as três amigas!
(Uma delas era a Ana Lamy, a outra creio que era a Ana Couto que, por coincidência, também está na fotografia do blog, mas desta não tenho bem a certeza)

São Caixinha
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BREVES NOTAS E COMENTÁRIOS


Quase todos os locais no texto estão já referenciados e descritos. Excepto o Castelo de Óbidos, onde eu também gostava de passear.

Um piquenique aparece pela primeira vez, porquê? Não havia piqueniques? Claro que sim, participei em vários. Lembro-me de umas "burricadas" na Foz, organizadas por uma geração mais velha. Alguém se lembra?

Tenho que realçar, por motivos diferentes, duas recordações da São em relação ao Silva Santos: o cheiro dos livros e o proprietário ser simpático.

"Datómetro" em acção:

A São "confessou", aqui no Blog, ter nascido em 1954. Estas recordações referem-se aos seus teens, de 1967 a 1974. Vamos conferir com as referências do texto:

1 - "Ah Ah Said the Clown" dos Manfred Mann, é uma "pérola" composta pela velha raposa da pop inglesa, Tonny Hazzard. Esta versão, de grande sucesso, faz a transição deste grupo de Rythm'n'Blues para um Pop/Rock com um tom jazzy, mais de acordo com o gosto e a evolução musical da altura. É de 1967.

2 - "Love Story" - Tragédia romântica, com Ryan O'Neal e Ali MacGraw, que inundou os cinemas da altura. Não só de espectadores mas também de lágrimas quando, a meio do filme, se descobria que a rapariguinha ia morrer de uma doença desconhecida. Não ficou na história do Cinema, mas deixou-nos um "lugar comum" muito usado nos EUA: "Love means never having to say you're sorry". É verdade, este "clássico" é de "Love Story", de 1970.

3- "Givind It All Away", de Leo Sayer, foi um sucesso na versão de Roger Daltrey. Um dos mais carismáticos cantores de Rock de sempre, habitual vocalista dos The Who, Daltrey manteve uma errática carreira a solo, de que esta balada é o maior sucesso. Em 1973.

4 - A Ana Lamy sai do Colégio em 1970, portanto o episódio da Foz tem que ser anterior. Nem a São, nem a própria Mena Félix,
conseguem precisar, mas o ano lectivo é 1968/69 ou 1969/70.
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COMENTÁRIOS
13-04-2008
Miguel B M disse:
Comentário ao comentário sobre o artigo da S Caixinha:
Continuam a ser brilhantes os comentários do JJ sobre os artigos publicados. Realço particularmente os comentários às diversas músicas que surgem no blog e a ideia de as tornar audíveis quando são referenciadas ( como no caso da São ) é notável.As apreciações que o bloguista faz quando comenta qq música não me surpreendem em termos de conhecimentos, que sempre foram enciclopédicos nesta matéria, mas fá-lo com uma emotividade mto especial que revela ela própria uma nostalgia que o acompanha desde aqueles já distantes anos. Espero que não desista desta missão e continue a iluminar o blog com a sua "poesia ". MBM
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14-04-2008
Ana Nascimento disse:
Muito rapidamente é só para te dizer que eu adoro as tuas notas e comentários…realmente tu és um investigador por excelência…. vais até à exaustão….
(…) Continua a dar-nos o prazer da tua música, das investigações e dos teus “escritos”….
Beijinhos. Ana
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14-04-2008
São Caixinha disse:
Já vi o artigo e adorei! Está óptimo...tu és genial a fazer a disposição dos assuntos! As canções foram uma agradável surpresa que me enviou numa inesperada viagem, um "rollercoaster" de emoções!!! (Creio que rollercoaster é montanha russa em português mas, se publicares, deixa em inglês, não vá a pobre da minha irmã pensar que isto também é um bolo!!) Acho fantástica a ideia de incluir as canções mencionadas nos textos! Ajudam poderosamente a memória a reconstruir as histórias...e a reviver as emoções que nos iam na alma!
Obrigada, eu ADOREI!!!
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14-04-2008
Fernando Santos disse:
Não fui aluno do ERO e, como tal, tenho consciência que não devo invadir terreno alheio. Porém, extra inquérito, devo dizer-lhe que apreciei imenso o depoimento de São Caixinha, bem como os comentários dela a outros intervenientes.Deve ser uma MULHER extraordinária!Só tenho pena que nos anos 68/70 os pais fossem tão conservadores, e não lhe permitissem frequentar os locais que ela hoje refere com alguma nostalgia...
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14-04-2008
João Ramos Franco disse.
Fui sempre um companheiro dos mais novos. Mas depois da Guerra, em 1967, estive nas Caldas, mas a alegria de outros tempos tinha desaparecido. Muito contribuiram os bons amigos do ERO para voltar à realidade. São é comprazer e nostalgia. Li "Os Locais da São Caixinha". João Ramos Franco
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15-04-2008
São Cx respondeu:
Obrigada pelo teu mail! A Ana em Macau, a outra Ana algures, eu na Holanda e a Mena sem Internet. Como é que alguma vez nos poderíamos reencontrar? Mas enquanto há vida, há esperança! Fico a aguardar.~
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16-04-2008
Isabel disse:
Gostei tambem muito como "Os Locais da São" foram apresentados e sobretudo da forma como juntaste a música.
Eu até já andava a sentir um bocadinho de falta de música no blog, e pensei que estavas concentrado com todo o resto , que neste momento é tanto!Achei mesmo genial como introduziste a música no contexto!

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