ALMOÇO / CONVÍVIO

ALMOÇO / CONVÍVIO

Os futuros almoços/encontros realizar-se-ão no primeiro Sábado do mês de Outubro . Esta decisão permitirá a todos conhecerem a data com o máximo de antecedência . .
.
.

Os Locais de Fernando Santos - 1

O Fernando Santos não foi aluno do ERO nem da Escola, mas passou alguns bons tempos nas Caldas, onde tem muitos amigos e onde casou (nunca corre tudo bem...). Enviou-nos duas estórias sobre os "Locais de Convívio da Juventude Caldense" , no caso dele passadas nos anos 50 (ele nasceu em 1933). Aqui está a primeira delas, com os nossos agradecimentos pela colaboração.

Aqui vai uma estória referente ao melhor e mais duradouro grupo a que pertenci durante os anos que vivi em Caldas.

Depois de passar por vários grupos que se desfaziam devido aos namoricos, creio ter sido em 1957 que um grupo de jovens começou a reunir-se na loja de faianças do senhor Aires situada no lado esquerdo de quem desce, na chamada Rua das Loiças.

O senhor Aires era um pouco mais velho que a mulher, D. Maria e tinham uma única filha chamada Laura que além de estudar, ajudava os pais na loja. Como a minha irmã passava pela porta deles todos os dias a caminho da Farmácia Freitas onde era empregada, travou relações com esta família, e em pouco tempo se organizou o melhor e mais duradouro grupo a que pertenci. Adoptámos o nome de “OS PELINTRAS,” e foi constituído pelos seguintes elementos: LAURA filha dos donos da casa, LINA minha irmã, DÉDÉ minha prima, NATÁLIA amiga da casa, RITA, SALOMÉ e ODETE “padeira”. Eu FERNANDO, NARCISO irmão da Rita, JORGE “dos pirolitos”, FERNANDO FRAGOEIRO da tipografia, ROBERTO LANÇA da farmácia, e VALENTIM SUBTIL da Secla.

Ali nos juntávamos para convívio, festejar aniversários e fazer os nossos bailaricos ao som dum gira-discos depois do comércio fechar.

Aos fins de semana eram as praias da Foz, Salir e raramente S. Martinho. Á noite enchíamos uma fila da plateia para ver os filmes do Pinheiro Chagas ou do Ibéria. No Parque parávamos na esplanada, fazíamos o “picadeiro” e remávamos nos barcos do lago. Não perdíamos as feiras do 15 de Maio e 15 de Agosto que nesse tempo eram no Borlão. Ali pintávamos a manta nas pistas dos carrinhos de choque, e quando vinham os Santos Populares lá estávamos nós nos bailes das verbenas que naquele tempo se faziam no Largo Espírito Santo. Mas o melhor, eram os bailes de Carnaval no Lisbonense.

Este grupo deve ter durado cerca de um ano sem namoricos e na melhor das amizades e boa camaradagem, mas tal como nos anteriores, a partir de certa altura foi-se desmembrando.

Primeiro foi a minha irmã. Namorava um rapaz de Lisboa, casou e por lá ficou. Depois o Jorge e a Rita escapavam-se, e percebia-se que já havia namorico. A minha prima regressou a Lisboa e também casou. O Fragoeiro foi pescado pela Argentina que nunca quis entrar no grupo e fez tudo para o afastar de nós. A Natália terminado o curso na Bordalo Pinheiro foi para Lisboa estagiar nos C.T.T. e por lá encontrou o seu Príncipe encantado com quem casou. O Subtil que estava ligado à cerâmica tinha todas as razões para se lançar á Laura. E a partir daqui o grupo acabou.

Conclusão: O Roberto casou com a Salomé. O Jorge com a Rita. O Fragoeiro com a Argentina. O Subtil com a Laura. Da Odete e do Narciso nunca mais tive notícias, e eu andei livre quase dois anos, até que a Alice minha amiga e confidente teve artes de me seduzir, pois morava mesmo em frente á loja do Vasco de Oliveira (pai) onde eu trabalhava.

Já lá vão cinquenta anos, e sinto-me feliz por ainda estar vivo e ter passado o melhor da minha juventude junto a este grupo que nunca esqueci e recordo com saudade.

Fernando Santos


Esta foto foi tirada no dia do meu casamento, em Março de 1959, na companhia dos meus amigos de então. Sei que alguns já partiram, mas pode ser que alguns dos que ficaram vejam a fotografia e se lembrem do Fernando. ,

Da esquerda para a direita estão: João Frazão que era electricista, o Piassa que tinha duas irmãs e morava quase em frente da Oficina do Pinho Marques, o Henrique C. Fragoeiro que foi meu colega de trabalho e companheiro no C.C.C. Ao centro estou eu. O seguinte é o Vasco de Oliveira "Vasquinho", como lhe chamávamos e que tem a loja bem perto do local onde foi tirada esta foto. Segue-se o Fernando Fragoeiro, que trabalhava no escritório duma tipografia e foi proprietário da Jornália, e o último é o Roberto Lança, que trabalhava numa farmácia, e depois seguiu a carreira da propaganda médica.

...............................................................................................................................

COMENTÁRIOS:
2008-04-04
Higino Ribeiro disse:
Quando encontrar o Roberto Lança, com quem me dou bem como a Salomé e o filho de ambos - o Miguel - que também foi para a informação médica, informá-lo-ei.E ainda me lembro da Salomé trabalhar no Pardal.
.
2008-04-06
São Caixinha disse:
Que simpático do Fernando Santos querer partilhar connosco as agradáveis memórias de um tempo antes do nosso! E que maravilhosa fotografia de um jovial grupo de rapazes bem parecidos!!

Sem comentários: