ALMOÇO / CONVÍVIO

ALMOÇO / CONVÍVIO

Os futuros almoços/encontros realizar-se-ão no primeiro Sábado do mês de Outubro . Esta decisão permitirá a todos conhecerem a data com o máximo de antecedência . .
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Os Locais do Zequinha

José Manuel Pereira da Silva
Outros cafés:

-Tahiti, grande local de encontro e namoro na "privacidade" do 1º andar e na cumplicidade do Saúl;

-Café Paris, mais antigo, e onde é hoje a Venézia;

-O café do pai do Joca Ferreira . Incontornável ...simplesmente as melhores "arrelias" de todos os tempos.

Cervejarias:

-Convívio;

-Telheiro;

- Bocage (a 1ª grande aventura do Franco e único sítio onde, até hoje, se comeram cavacos (aquela espécie de lagosta açoriana) em Caldas, que eu saiba...;

- Ferradura, bons pregos...verdadeira alternativa ao Camaroeiro nos primeiros tempos....

Tascas:

-Zé do Barrete (matrecos alternativos à Floresta, mas não tão bons);

-Serralha (ou Sarralha), que ficava numa das perpendiculares à Fonte do Pinheiro para o lado da Estação (para os que jogavam "laranjinha", era alternativa à Floresta);

- Cova Funda (ao pé da Estação, em cave por baixo do café Pérola(?), e que era um dos sítios em que eu e o Vitor Gil estudávamos Filosofia e escrevíamos poesia a metro;

-Cristo ou Cocheira, na ladeira, que era também ferrador...na pensão serviam às 6ªs uma sopa de pedra fabulosa...lembro-me que era às 6ªs por que a seguir havia uma aula de Filosofia de 2 horas e houve semanas em que nós nos apresentávamos mais lentos do que exigível para a redacção dos apontamentos da Teoria do Conhecimento;

- Tasca do Jacinto (Pezudo) ao topo da Praça que ainda hoje existe e tem nome...o Jacinto era o filho do dono, um tipo da nossa idade: incontornável, aberto toda a noite com copos e bifanas;

- Oásis, estação de serviço que tinha duas mistelas divinais :o "ponche" que era anti-gripe e o "abstracto" um cocktail que me deixa saudades mas más recordações...ficava no caminho do Inferno mas era destino por si só...

Encontros e bailes:

-CEFROL (no sótão da antiga sede do Caldas, Casa do Pessoal da ROL: tinha bailaricos no fim-de-semana que eu, o Semilha e o Branquinho costumávamos frequentar);

- Os Pimpões pelos Santos Populares e outras festividades (baile na sede e no Largo).

Jogos:

-Maratona (pista de automóveis...bilhares).

Cinema:

-Havia uma taberna a seguir à Caldeira (em frente aos edifícios dos móveis KOL) que passava filmes pornográficos em 8mm, 3 min de educação sexual com recurso a tecnologia multimédia (os filmes eram mudos mas a malta garantia a banda sonora) pelo preço elevadíssimo de sete e quinhentos e que funcionou até a polícia ter conhecimento...era uma espécie de alternativa underground às actividades de cineclube do CCC. (Se quiseres podes censurar esta...)

Foz:

-Mar à Vista do Sr. Manel...o único bar/restaurante da praia, em madeira, todo azulinho.

Óbidos:

-só para recordar que o Ibn Rex era conhecido pelo "Montez".



O autor e o "comentador" trocam
impressões antes da edição do artigo


BREVES NOTAS E COMENTÁRIOS A "OS LOCAIS DO ZEQUINHA"

O 1º andar do Tahiti, na Rua das Montras, merecia, por si só, um artigo (ou um Blog, dependendo do tempo que o autor lá tivesse passado). Era uma sala repleta de magníficos sofás, a que se acedia por uma escada íngreme que o empregado só subia quando alguém chamava. O que nunca (ou raramente) acontecia...

O Zequinha não fala disso, mas havia umas futeboladas Zaira-Tahiti em que, curiosamente, alunos do ERO e da Escola jogavam em ambas as equipas. Ainda participei num (e ele também), julgo que em 1972, já eu estava em Lisboa. Eu, sempre fiel aos primeiros amores, joguei pela Zaira. Ele, mais adepto das "novidades", pelo Tahiti.

O que o Zequinha chama Café Paris, onde hoje é a Venézia, penso que era a Bijou. Alguém desempata?

O Café do Pai do Joca, o tal das "arrelias", era a Pastelaria Caldense, na R. de Camões. Aguardamos um texto sobre o local.

O Convívio abriu apenas em 1971. Como é habitual em todos os estabelecimentos de restauração inaugurados nas Caldas, estava lá o Franco. Em 1972 foi comprado pelo Manel "da Zaira", que, entretanto, tinha vendido o Maratona, comprado por ele quando saiu da Zaira. Confusos? Aguardem um artigo sobre estas "manobras" mas, como já disse antes, escrito por alguém com melhor memória do que eu.
O Franco sai então do Convívio e ajuda a abrir o Bocage como cervejaria... ( em 5 linhas e dois anos, já vão dois. Seguiu-se o Avenida, três, e depois o...).

Havia uma Pérola ao cimo da Praça e outra junto à Estação da CP. Esta última tinha efectivamente uma cave, que chegou a ter jogos, Flippers, etc. Cova Funda era a "alcunha" do local O prédio foi demolido e está lá agora um parque de estacionamento. Parece ter havido também uma tasca com esse nome, mas não consegui descobrir onde.

Nunca descobri para que é que existiam aquelas mistelas intragáveis no Oásis (eu na altura só bebia umas imperiais ou um whisky ocasional), afinal eram para o Zequinha!

Relembro que a Maratona nunca teve "carrinhos e bilhares". Só teve bilhares depois da sociedade que o detinha ser vendida ao Manel "da Zaira" e a pista ser desmantelada.

O Cineclube onde decorreu parte tão significativa da educação do autor é um local que eu nunca censuraria (conheces-me melhor que isso, José Manuel), até porque esta meia-dúzia de linhas é o ponto alto deste depoimento. Esclarecimento para os mais novos: o preço do bilhete ser "sete e quinhentos" significa 7$50, sete escudos e cinquenta centavos.

O Ibn Erric Rex era conhecido pelo Montez, porque era esse o nome do dono... Escrevi algo sobre ele e o seu bar num texto sobre Óbidos em Os Locais do João Jales

JJ
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OUTROS COMENTÁRIOS
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15-04-2008
São Cx disse:
Já li os locais do Zequinha! Fartei-me de rir...com os teus comentários!
O nosso blog continua a expandir-se e está muito bem organizado e explícito!
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15-04-2008
Higino Rebelo disse:
Fui eu que escrevi que onde está a Venézia era a "Bijou". O café PARIS creio que era para os lados da Praça de Touros. Serei eu que estou errado.Higino Rebelo
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16-04-2008
Guidó disse:
Acabei de passar pela Mata onde encontrei o Sr. Saúl, esse mesmo, o da Taihti. Passeava com o seu neto Ruben em lição explicativa do que são essas coisas das águas termais. A corrente que passa aqui e mais ali, as fumarolas e eu - que já lhe tinha dito olá - tive que meter conversa. Contei-lhe que as águas das Caldas faziam bem aos ossos e que o avô dele me tinha aturado e servido um ricos de uns bolos. Aquele primeiro andar tinha um ar de club!
Gostei de rever o Saúl com os seus óculos grandes, sorriso rasgado e de ver que ele continua a ter uma enorme paciência.
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16-04-2008
Maria Isabel Sousa disse:
Hoje ao ler a ultima página dos antigos alunos do ERO lembrei-me desse lugar inigualável que era o Tahiti.
Lembrei-me como eram bons aqueles sofás e que nunca mais encontrei nada parecido. Lá passei algumas boas tardes de "convivio" e de conversa entre amigos.
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16-04-2008
Chico Carrilho disse:
O café onde é hoje a Venézia era de facto o café Bijou. Quanto ao café do pai do Joca só me lembro de ser na rua que desce para o largo do Hospital Termal, onde esteve até há pouco tempo a Coronel Tapioca.
Lembro-me que na entrada tinha uma estátua de um negro de mão estendida e com uma inscrição que dizia algo como: uma ajuda para os povos das colónias ultramarinas???. Um abraço.
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16-04-2008
JJ disse:
Sim, o café na esquina da R. das Montras com a Heróis da Grande Guerra chamava-se Bijou, o Higino Rebelo já o tinha mencionado num dos depoimentos da Escola. A Pastelaria Caldense, propriedade da família do Joca até 1972, situava-se na R. da Liberdade nº 34, conforme o Chico descreve. A "estátua" era uma peça de cerâmica caldense, destinada a recolher donativos para as Missões em África.
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16-04-2008
Isabel Caixinha disse:
Acabei agora de ler os "locais do Zequinha ", na sua grande maioria uma viagem no desconhecido da minha memória.
A Cocheira da Ladeira que ele descreve traz-me uma recordação tão vaga que até receio que esteja a misturar com imagens do '"David Copperfield"... Lembro-me de lá passar quando ia ás compras com a minha mãe e de haver muito movimento de animais!

Felizmente que vais "traduzindo" os assuntos porque aqui, neste caso, eu estava com dificuldade de situar muitos locais.
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16-04-2008
Higino disse:
Já que se citou a Pérola da Rua do Rosário posso acrescentar que era de um tio do João Mário Rego, de nome João Rego e avô da Guida, e tratava-se de uma mercearia fina e pastelaria, sem mesas ou cadeiras. Essa mercearia e pastelaria foi pioneira na venda de Yogurtes e peixe congelado pois no princípio dos yogurtes vendia os da marca GRANDE PONTO e o peixe congelado era da marca GELMAR. Higino Rebelo
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Sem comentários: