Para além dos comentários já publicados, deveras interessantes, pouco mais haverá para acrescentar. No entanto, ao ler sobre os locais referenciados, vieram-me à memória algumas imagens que tentarei descrever em breves palavras.
Mata 63 - Lena VP, Padre Xico, Laura Lopes, Manela Carvalheira, Tamé, Lucília, ???
Sentadas - Melita, Amélia Teotónio, Fátima Barreto, Lurdes Serrazina
Sentadas - Melita, Amélia Teotónio, Fátima Barreto, Lurdes Serrazina
ZAIRA – Pastéis de nata fresquinhos que se vinham comer num intervalo das aulas, aí pelo nosso sexto/sétimo ano.
CAPRISTANOS - Local onde se saboreava o melhor bolo de coco, o que acontecia com alguma frequência, dado ser nesse mesmo local que se “apanhava “a camioneta que nos levava e trazia da Usseira para as Caldas, durante o nosso primeiro e segundo ano no ERO.
MACHADO – “Russos” deliciosos... Primavera... Passeios.... Pois era quando o bom tempo começava a aparecer que se ia até ao Parque enquanto as aulas da tarde não começavam e, de caminho, se visitava o Machado. E é engraçado porque ao visitarmos hoje este local sentimo-nos transportados àquela época. Não foi só a parte arquitectónica que não mudou… Se repararem bem a cara que encontramos atrás do balcão é igual à que se encontrava à data, só com a diferença de que, naquele tempo, era a mãe que nos atendia...
TÁLIA - Já bastante referenciada. Sempre sentida como uma segunda casa, onde éramos acolhidos pela simpatia do Sr. Nogueira e onde se comprava o necessário, e não só (depois o pai pagava).
PARNASO - Pequena livraria, situada igualmente na R. das Montras, do lado esquerdo quando se caminha para a Praça. E aqui aconteceu um dia uma pequena estória. Um cavalheiro, em conversa com o dono da papelaria, e parado à porta da mesma, insistia em tratá-lo por Sr. Parnaso: ”Sr. Parnaso gostava de lhe pedir...Sr. Parnaso tive muito gosto...Sr. Parnaso… “ e nós, miúdos, fingindo observar a montra do estabelecimento, riamo-nos, deliciados com a cena!
CASINO – Lembra o tempo de algum encantamento, onde se misturam festas e outros tantos bailes em que nos esforçávamos por parecer bonitas....
TRIBUNAL - Uma memória relativa à passagem de um grupo de presidiários que, saindo da prisão localizada no topo superior da Praça da Fruta, se dirigia para o largo onde se situa a Igreja da Nossa Senhora da Conceição para aí trabalhar na construção do edifício que é hoje o tribunal.
Não me recordo do ano da inauguração, mas tenho na memória a visita que alguns de nós fizemos a este tribunal, novo mas já em funcionamento, acompanhados por um professor (nome?). Estando a decorrer nesse momento um julgamento, não resistimos e fomos espreitar, com alguma curiosidade…
PENSÃO AMÉRICA – Onde, durante alguns anos, com inesgotável paciência, a Sr.ª Dª. América e a Sr.ª Dª. Lucinda nos serviram aqueles bifes suculentos. Situava-se na rua que sobe da Rainha para a Praça, do lado direito, mais ou menos a meio da rua. Éramos um grupo de alunos não residentes nas Caldas que, antes de existir a Cantina do ERO, aí almoçava com alguma regularidade. Alunos de várias faixas etárias, dos mais novos, nos quais me incluía, bem como os meus primos Teotónios (10/12 anos), aos mais velhos, dos quais recordo o Laborinho Lúcio e o Honório, que à data viviam já uma adolescência madura. Talvez por esse facto, tinham para com os miúdos uma atitude de carinho e protecção.
Lembro ainda:
O consultório do Dr. Mário de Castro (pai do Chico e da Papi, que viria a ser mais tarde professora de inglês no ERO), julgo que situado ali nas imediações da Zaira, e onde eram tratadas gripes e outras maleitas.
Recordo com carinho a sua figura distinta, haveria mais tarde de acompanhar um familiar meu com todo o profissionalismo, desvelo e amizade numa fase menos boa da vida
Outra figura inesquecível para mim, e julgo que também para muitos outros colegas, era o pai das nossas colegas e amigas V.P.s que, sempre que por nós passava no seu vagaroso “2 Cavalos” vermelho, nos oferecia uma boleia simpática. Obrigada Dr. Vieira Pereira.
E não posso deixar de referir uma outra figura incontornável que faz parte do nosso imaginário, não só feminino como masculino, mas que, por motivos óbvios, julgo ser mais marcante no universo feminino dado que era nas aulas dessa grande SENHORA, que as meninas tomavam contacto com aquele estranho mundo dos pontos e nós.
Nas suas aulas de Lavores Femininos, sempre com grande simpatia, compreensão, carinho e sentido do dever, lá ia lutando para que as suas alunas viessem a ter créditos firmados no mundo dos bordados. Mais tarde, já imbuída de outras funções, mas sempre com o mesmo espírito de ajuda e um ombro amigo para o melhor e para o pior. Era também companhia imprescindível nos passeios de finalistas e atravessou gerações sempre com a mesma boa disposição e aquele sorriso que nos abria o coração.
Hoje, e aqui, para a TIA ANITA um grande BEM HAJA. E julgo poder dizer que este será o sentimento das muitas “sobrinhas do coração” que foi granjeando ao longo da vida !
Amélia Teotónio Viana
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COMENTÁRIOS
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A maioria dos Locais são, como é natural, comuns à maioria dos alunos do Colégio dessa época. Ah sim, falta a época, como de costume, porque é que os autores são avessos às datas? Diria que estamos aqui no final da década de 50, já que é nessa altura que se constrói o Tribunal, e a primeira metade da década de 60.
A Pensão América, na Rua General Queirós, aparece aqui pela primeira vez, mas pelo que vejo muitos alunos a frequentavam. Sei que além dos citados Laborinho Lúcio e Honório , das inúmeras Amélias Teotónios, respectivos gémeos e primos, também a nossa habitual colaboradora Júlia Ribeiro lá comia os tais bifes. Curioso como só agora aqui aparece, uma demonstração que é a união das memórias que permite a reconstituição de um tempo, ninguém isoladamente o consegue.
O "Sr Parnaso" é um episódio delicioso e a demonstração de uma boa memória, que virá certamente a ser útil a este Blog no futuro.
O consultório do Dr. Mário de Castro, a quem se deve este Blog, já que se não fosse ele eu não estaria aqui a escrever, era no nº 61 da Rua General Queirós, na porta antes da Drogaria Central. Foi, como perceberam, o meu médico e um grande amigo.
O Dr. Vieira Pereira era o Pai das nossas colegas do mesmo nome, cuja casa recordo melhor do que aquela em que vivi nos meus primeiros anos nas Caldas. O que se explica facilmente pelo facto de lá ter passado mais tempo... VPs há umas melhores e outras piores (não me vão perdoar esta!), mas o Sr. Dr. Vieira Pereira era um Gentleman com um coração de ouro, só equiparável ao da sua mulher: a Féu , como sempre conheci e chamei à Sra. Dª Ofélia Vieira Pereira. Gostava muito dos dois.
A Tia Anita é um local de encontro recorrente desta geração, que eu próprio tenho frequentado ultimamente em busca de memória(s). E a da D. Anita é melhor do que a da maioria dos que têm metade da idade dela, garanto-vos...
.
JJ
30-04-2008
Júlia Ribeiro disse:
Como há "ALGUÉM "que soube e se lembrou que eu também desfrutei dos suculentos bifes na Casa América, reforço a ideia de que realmente foi um local de encontro da malta. Por acaso não me lembro do Honório....mas ele não residia nas Caldas? Só ele o poderá confirmar…
Recordo a nossa passagem pela cozinha e ver aquelas travessas de feijoada para outros clientes, que por acaso,também seria o seu local de encontro à 2ª feira-os pais de alguns de nós, o filho da D.Lucinda, o Sr João (tio da nossa colega Susana Caetano)....a D Lucinda que recordo com saudade era avó da Susana.
Um beijinho para a Susana!
Uma achega para recordar....alguns dos nossos passatempos enquanto aguardávamos os bifinhos.....Pelo Carnaval íamos à lista telefónica e, os mais descarados, faziam uns telefonemas brincando com algumas pessoas que tinham o" azar"de ter nomes ou apelidos mais engraçados ou pelo menos fora do comum.
Não te lembras, Mélita????
Beijinhos
Júlia R.
01-05-2008
Fernando Santos disse:
Li os locais da Amélia T. Viana e achei graça quando se refere aos presidiários que trabalharam na construção do Tribunal. O meu pai chamava-lhes reclusos, e foi ele que durante anos os acompanhou nas obras que a Câmara executou na cidade e nas freguesias em redor. A pavimentação do Bairro da Ponte e a electrificação da Foz do Arelho foram duas das muitas obras onde os ditos reclusos trabalharam.Um abraço. Fernando Santos.
30-04-2008
Júlia Ribeiro disse:
Como há "ALGUÉM "que soube e se lembrou que eu também desfrutei dos suculentos bifes na Casa América, reforço a ideia de que realmente foi um local de encontro da malta. Por acaso não me lembro do Honório....mas ele não residia nas Caldas? Só ele o poderá confirmar…
Recordo a nossa passagem pela cozinha e ver aquelas travessas de feijoada para outros clientes, que por acaso,também seria o seu local de encontro à 2ª feira-os pais de alguns de nós, o filho da D.Lucinda, o Sr João (tio da nossa colega Susana Caetano)....a D Lucinda que recordo com saudade era avó da Susana.
Um beijinho para a Susana!
Uma achega para recordar....alguns dos nossos passatempos enquanto aguardávamos os bifinhos.....Pelo Carnaval íamos à lista telefónica e, os mais descarados, faziam uns telefonemas brincando com algumas pessoas que tinham o" azar"de ter nomes ou apelidos mais engraçados ou pelo menos fora do comum.
Não te lembras, Mélita????
Beijinhos
Júlia R.
01-05-2008
Fernando Santos disse:
Li os locais da Amélia T. Viana e achei graça quando se refere aos presidiários que trabalharam na construção do Tribunal. O meu pai chamava-lhes reclusos, e foi ele que durante anos os acompanhou nas obras que a Câmara executou na cidade e nas freguesias em redor. A pavimentação do Bairro da Ponte e a electrificação da Foz do Arelho foram duas das muitas obras onde os ditos reclusos trabalharam.Um abraço. Fernando Santos.
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