ALMOÇO / CONVÍVIO

ALMOÇO / CONVÍVIO

Os futuros almoços/encontros realizar-se-ão no primeiro Sábado do mês de Outubro . Esta decisão permitirá a todos conhecerem a data com o máximo de antecedência . .
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Os Locais do João Rodrigues Lobo

João Rodrigues Lobo







Tenho acompanhado o blog com todo o interesse e, perante tudo o que lá se diz, vou vasculhando os cantos da minha memória.
Porém fixar nomes sempre foi um problema para mim, só agora depois de os ver mencionados é que me lembro, mas nem sempre os consigo associar às fotografias. Sobre os locais de encontro só agora os vou lembrando, à medida que os vão mencionando.


O café do parque era um deles, e conforme diz a Isabel V P, esta fotografia deveria ter sido tirada num encontro após a missa.

Mas em 65 o parque era um local de encontro de eleição, segundo me recordo.



As raparigas iam para lá "também" estudar, como nas duas fotografias que agora junto (não me recordo dos nomes, parecendo-me que a que está sozinha se chama Maria Manuel).


Também, como mostram algumas fotografias que já enviei, os rapazes iam "passear", ver e "chatear" as raparigas que queriam estudar! Por vezes entrávamos mesmo no museu e lembro-me de um recanto do lado direito do museu onde (inconfidência?) se namorava lindamente...Lembro-me de alguns casais bem conhecidos mas sinceramente de nomes não... (boa!)



Sobre o internato lembro-me de duas pequenas "cenas" que talvez também estejam na memória de alguns.

Na primeira, uma bela noite estávamos num quarto, com três ou quatro camas, onde três de nós queriam estudar para um teste e um outro não estudava e só falava, até que, remédio santo, voou uma bota directa ao seu nariz e o sossego foi absoluto a partir daí. Ainda tenho o nariz torto.


Na segunda, bem mais pitoresca e que terá de estar certamente na memória de alguns, pois envolveu quase todos, descobrimos que num prédio das traseiras, em frente da nossa janela, estava frequentemente uma janela aberta, com a luz acesa, num quarto onde se deslocava uma moça com frequência.

Bom, pensaram os meninos, ela provavelmente quando estivesse mais calor, esquecer-se-ia da janela aberta e poderia despir-se...para ir para a cama. Dito e feito, durante muitas noites ficava sempre um grande grupo a acotovelar-se na nossa janela, com as luzes apagadas e atrás dos estores, à espera. Uns com os olhos na janela e outros com os olhos na porta não fosse aparecer algum professor. Posso dizer que muitas noites esperámos e nada vimos... Julgo que se chegou a comunicar com a moça e que até um de nós saía, à socapa, algumas noites para namorar com ela... Julgo, não vi nada, não sei mais nada… Se alguém se lembrar e quiser contar...

Lembro-me também de um "barracão"(?), com chão de terra batida, com uma espécie de piso superior em madeira num canto, onde tocava um acordeonista que animava o baile cá em baixo. Durante o baile julgo que andavam senhoras entre os pares a vender ou ginjinha ou rifas...Ficava do lado de lá da linha, perto da estação.

Vários Sábados à noite alguns de nós, rapazes, íamos lá dançar mas não me lembro de lá ver raparigas do colégio.

Isto foi entre 63 e 65 e tenho pena de não me lembrar de mais pormenores a não ser que era bastante animado.Talvez alguém se lembre de mais...



Para começar as minhas recordações parece-me que já não foi mau, vou pensar, pensar (se não pifar de tanto pensar), e logo se verá se sai mais alguma coisa.
Um abraço, até breve

João Rodrigues Lobo

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BREVES NOTAS E COMENTÁRIOS
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As datas estão lá, este depoimento recorda os anos lectivos de 63/64 e 64/65, os dois últimos deste grupo no ERO .
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A existência de alunos em regime de internato está relatada na . HISTÓRIA DO EXTERNATO RAMALHO ORTIGÃO 1945-1973 - 2ºparte

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Começo pelo fim do texto para partilhar com o João alguma perplexidade pelo facto de as meninas do Colégio não frequentarem um local aparentemente tão acolhedor como o Barracão que ele descreve! O toque de conforto do chão em terra batida, a presença de um sempre aristocrático acordeonista e a sofisticação das senhoras fornecendo rifas e ginginha aos bailarinos, parecem-me de molde a configurar o local ideal para a D. Anita levar as suas turmas de lavores, podendo a D. Dora cantar umas árias, acompanhando o acordeonista com a sua maviosa voz. Não terão tido conhecimento do local, certamente, não descubro outro motivo para a sua ausência.
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Um recanto para namorar no Museu é que "borra um pouco a pintura", já que estas gerações que acabam o 7º Ano em 65 e 66 têm sido constantemente apontadas (ou auto-descritas) como exemplos de virtudes (castidade incluída) que não se coadunam com a existência de tais "recantos". Ainda por cima frequentados por "casais bem conhecidos"? Será que podemos confiar na memória do autor ou devemos manter como fidedignos os relatos anteriores? E ele diz que se namorava "lindamente" , não me canso de ler o advérbio utilizado...
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Bom, a malta de olho na janela da menina, com um presumível salteador de janelas em acção nem comento, tal o meu espanto (ainda por cima parece ter tido sucesso, o pilantra!).
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As fotos aguardam legendas, para poderem ser arquivadas no álbum de finalistas desta geração.
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Espero que o esforço de memória do João Rodrigues Lobo, que tanto prazer me deu a ler, mereça alguns comentários dos seus contemporâneos.
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JJ
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19-04-2008
Higino Rebelo disse:
Sobre o Museu apenas quero prestar uma sentida homenagem ao Sr. Suspiro, que já não está entre nós, que na sua qualidade de contínuo e guarda do mesmo nos deixava à vontade. E não digo mais nada por motivos que julgo óbvios. Higino Rebelo
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19-04-2008
Isabel disse:
Sr. Suspiro era o nome do senhor ou foi a alcunha que vocês lhe puseram?
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19-04-2008
Higino Rebelo respondeu:
Era mesmo o nome por que era conhecido e à custa da sua condescendência ainda nos tornámos grandes amigos. Devo acrescentar que não era aluno do colégio mas namorava com uma aluna do colégio. Um namoro proibído, mas lindo, com muitos bilhetinhos e mensageiros(as). Higino Rebelo

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20-04-2008
São Caixinha disse:
O museu como (invulgar) local de encontro é que nunca me ocorria... nem dando livre curso á minha imaginação nos seus momentos mais selvagens! O Sr. Suspiro...não sendo o nome uma alcunha, nestas circunstâncias só pode mesmo ter sido Deus num subtil e raro momento de humor! Sabes se teriam que pagar entrada?! E quão conhecidos é que poderiam ser os "casais conhecidos", isto apenas porque de súbito me ocorre o que o John Lennon e a Yoko Ono no "bed-in for peace" continuam a significar para o Hilton em Amsterdão! Quem sabe...
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20-04-2008
Higino Rebelo disse:
Apenas posso acrescentar que alguém, que não eu, descobriu que para os estudantes as entradas eram gratuitas. Então as necessidades aguçaram o engenho ou melhor fintava-se, assim, também as pombas de correio que paravam pela esplanada do parque.
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20-04-2008
João Rodrigues Lobo disse:

Começo a ver as fotos e a ler os comentários e começo a recordar-me de mais episódios dos bons tempos de 63 a 65.
Sobre o museu, a foto anexa é de um quadro famoso que lá se encontrava (ainda lá estará?) e sob o qual havia muitos suspiros. (Não só o Sr. Suspiro)
Posso esclarecer a pergunta de São Caixinha que às vezes pagava-se bilhete e outras não. Já não me lembro qual o critério...
Mas quem não ia ao museu também namorava e bem... nuns bancos num recanto exterior, mas era preciso ir mais cedo, pois os mesmos eram poucos... João Rodrigues Lobo.

20-04-2008
JJ disse:
Repararam que a São perguntou a propósito do Museu:
"-Sabes se teria que se pagar entrada?"
O João R Lobo respondeu :
"-Posso esclarecer a pergunta da São" (ainda bem que pode esclarecer!)
E ele esclareceu:
"- às vezes pagava-se bilhete e outras não." (ah bom, então está esclarecido...)
Mas ele esclarece ainda melhor:
"-Já não me lembro qual o critério...". (assim sim, ficamos todos esclarecidos!)
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20-04-2008
Júlia Ribeiro disse:
Ai Rodrigues Lobo,a tua memória!!!
Estou a ver que com esse teu ar de menino tão bem comportadinho eras fresco........olha quem diria!!!!! Seriam essas noitadas a causa dessa falha de memória???
Então quando nos encontramos para avivar as nossas mentes? Beijinhos. Júlia
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21.04.2008
São disse:
Reconsiderando, é aceitável que o João R. Lobo esteja confuso em relação aos bilhetes de entrada no museu! Suponho que seriam invariávelmente momentos de pouca lucidez...
Denoto até idêntica desordem nas declarações do Higino que, na mesma sequência de comentários, ora se refere à beleza de um grande amor ímpossivel com uma das nossas colegas, ora se revela um entusiasta Dom Juan pelo gratificante "aviário" do nosso parque! Involuntáriamente tráz-me á memória os inesquecivéis pavões e patos bravos que faziam parte da mesma fauna! Bjs São Caixinha
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23-04-2008
Higino disse:
Oh São. Ainda bem que citaste os patos bravos por que estas cenas vão-nos avivando a memória. O Museu acabou por surgir como um refúgio porque, estando nós a estudar/namorar no Parque das Merendas da Mata, havia quase sempre um desses patos bravos a perseguir-nos, o que incomodava. Com a mudança para o Parque lá aparecia mais um ou dois.
Sobre os pares de então com quem me cruzava no Parque mas não no Museu posso citar um porque deu mesmo em casamento que era o José Valente e a agora esposa.
Sobre o meu primeiro amor não era própriamente um amor ímpossivel mas sim um namoro proibido. Higino Rebelo

4 comentários:

Higino disse...

Apenas posso acrescentar que alguém, que não eu, descobriu que para os estudantes as entradas eram gratuitas.Então as necessidades aguçaram o engenho ou melhor fintava-se, assim, também as pombas de correio que paravam pela esplanada do parque.
Higino Rebelo

Higino disse...

Posso acrescentar que entrávamos com bilhete de estudante de cor alaranjada, certamente seria para a estatística, dos quais ainda guardo um exemplar autografado pelo que, por enquanto, não pode vir para o blog.
Também destaco o sentimento de solidariedade que se desenvolveu entre todos à custa das pombas velhas de correio que paravam pela esplanada a fazer rendas. Pensariam, certamente, que por serem velhas sabiam-na toda mas a nossa geração desenvolveu-se de um modo fantástico.
Cumprimentos a todos.
Higino Rebelo

Higino disse...

Oh São.Ainda bem que citaste os patos bravos por que estas cenas vão-nos avivando a memória. O Museu acabou por surgir como um refúgio por que estando nós a estudar/namorar no Parque das Merendas da Mata havia quase sempre um desses patos bravos a perseguir-nos o que incomodava. Com a mudança para o Parque lá aparecia mais um ou dois. Sobre os pares de então com quem me cruzava no Parque mas não no Museu posso citar um porque deu mesmo em casamento que era o José Valente e a agora esposa.
Sobre o meu primeiro amor não era própriamente um amor ímpossivel mas sim um namoro proíbido.
Higino Rebelo

Anónimo disse...

Desculpando-me desde já por me intrometer, venho só esclarecer que o senhor do museu se chamava mesmo Suspiro, era primo do meu pai que também partilha o apelido. Mas já que me intrometi, e mesmo não fazendo parte desta geração, não posso deixar de dizer que estes textos são uma "delícia" de ler. Muitos parabéns por darem vida de uma maneira tão fantástica a memórias, que apesar de pessoais, fazem parte da história da nossa cidade. Muito bom, sinceramente.